A Psicologia do Tantra Paulo Murilo Rosas
A Psicologia do Tantra Copyright © 2005 Editora ABDTY Todos os direitos para a língua portuguesa reservados pela Editora ABDTY (Associação Brasileira de Dakshina Tantra Yoga). Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Editora. Supervisão Editorial: Rui Portela e Daisy Martins Capa: Karla Lemos Diagramação: Karla Lemos Editora ABDTY – Associação Brasileira de Dakshina Tantra Yoga Rua Santa Clara, 98 - Cobertura 01 – Copacabana – Rio de Janeiro Tel.: (21) 2549-1707 E-mail:
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Durga Mataji "Eu saúdo Você, Mãe Aquela que dispersa o medo,
Repele as grandes dificuldades E é a essência da compaixão" Devi Upanishad
Sumário Apresentação Prefácio Agradecimentos Objetivo Metodologia Estrutura da Personalidade Movimentação da Energia Muladhara Chakra Svadhisthana Chakra Manipura Chakra Anahata Chakra Visuddha Chakra Ajna Chakra Sahasrara Chakra
Visão de Identidade/Níveis de Consciência Granthis Kriyas Nabhi Chakra Yoga Kuruntha Pranayama Yoga Suksma Vyayama Exercícios de Yoga Suksma e Sthula Vyayama Surya Namaskaram Pavanamuktasana Yoga Nidra Mantra-Yoga Pontos Marmans Meditação do Amanhecer Meditação do Anoitecer Glossário de Palavras em Sânscrito
Bibliografia Sobre a ABDTY
Apresentação Este livro apresenta vários estudos interessantes. É um livro que nasceu de estudo e constante experiência. Minha área de estudo, há muito, é o conhecimento contido nos Vedas e, mais especificamente, Vedanta. Minha paixão por Vedanta vem pela antiguidade e atualidade do tema que é o autoconhecimento. A descoberta de mim mesmo, a compreensão de quem sou é fundamental para mim, para a minha vida. É a busca de satisfação, de plenitude, de realização que alcança uma solução. Vedanta fala sobre a natureza de mim mesmo, o Eu essencial, e leva cada um a descobri-lo. Esse Eu, chamado Atma em sânscrito, não evolui, é o mesmo que há mais de 5000 anos foi revelado pelos antigos sábios chamados rsis. Sou eu neste exato momento, aqui e agora, que tem que ser conhecido por cada um de nós. O que foi falado na antiguidade é o mesmo de hoje a ser conhecido, sem necessidade alguma de adaptação, sem que tenha havido evolução. Atma é Brahma. Eu sou eterno, imutável, sem limitação de tempo ou espaço. Esta descoberta, além de fundamental ao homem, é essencial para que ele possa viver uma vida plena, em harmonia consigo mesmo, com os outros, o mundo e com Deus; para que ele possa aceitar fatos e transformar o que é necessário e possível. E, quanto a si mesmo, que ele possa descobrir sua verdadeira dimensão de eternidade e plenitude. E vivê-la.
São necessários um certo equilíbrio e clareza mental para o autoquestionamento. Até para questionar é necessária uma mente clara que esteja livre de compromissos com dogmas e preconceitos ou aversões a idéias. É necessária uma mente que esteja aberta ao questionamento e a novas compreensões, uma mente sem amarras que possa questionar e abraçar novas compreensões. Essa mente, que possui equilíbrio e clareza, pode não existir e, para alcançá-la, os Vedas nos apresentam práticas diferentes chamadas pelo nome genérico de Yoga. São várias as espécies do gênero Yoga. Este livro apresenta algumas técnicas de Yoga, mas o mais importante é o estudo da personalidade e de seu equilíbrio, que é a psicologia do Tantra Yoga. Considero este livro como produto de um belo e profundo trabalho de ponte entre Oriente e Ocidente. Técnicas antigas (e como são atuais!) de Yoga analisadas e apresentadas de forma ocidental. O indiano adquire confiança em seu mestre e segue seus ensinamentos e orientações sem questionar ou saber o porquê. O ocidental pode não confiar nem seguir outro, mas sempre quer saber o porquê e o como! Este livro traz a compreensão de Yoga para o ocidental que deverá saber o que faz e para que faz. Durante anos Yoga foi visto como “místico”, este estudo do
professor Paulo Murilo nos mostra, porém, um Yoga científico! A Psicologia do Tantra Yoga tem como autor um dedicado professor. Paulo Murilo há muitos anos dedica-se ao estudo e prática de Yoga, esteve algum tempo na Índia, estudando diretamente com vários mestres e continuou seus estudos e pesquisas no Brasil. É fundador e professor do Centro de Estudos Vidya-Mandir, no Rio de Janeiro, onde dá aulas e orienta alunos a alcançarem o equilíbrio do corpo e da mente. Dedicado ao estudo e à prática do Tantra Yoga, conseguiu mostrar o que antes não era reconhecido: a harmonia entre Yoga e Vedanta, o trabalho conjunto de Yoga para o equilíbrio da personalidade, Vedanta para o autoconhecimento. Tenho a satisfação de fazer a apresentação deste livro e o orgulho de estar associada a esse autor de várias maneiras. Gloria Arieira Rio de Janeiro Janeiro de 1992
Prefácio Este livro, assim como os demais que tive a oportunidade de escrever, se destina a mostrar a metodologia de ensinamento e os aspectos psicológicos do Tantra. Baseia-se no estudo dos livros da ciência do Tantra Yoga, nas minhas práticas pessoais – a partir do aprendizado com mestres indianos –, e nos anos que venho dedicando à aplicação desse conhecimento em alunos do Centro de Estudos Vidya-Mandir. É eminentemente técnico, mas escrito de forma ível para possibilitar a leitura não só aos professores de Yoga e Psicólogos, em especial, mas também a qualquer pessoa interessada no processo de autoconhecimento.
Agradecimentos Sem a colaboração de amigos e alunos este livro não teria vindo a público, estando já em sua 4ª edição, para qual também contribuíram, desde as edições anteriores, as pessoas desconhecidas que me honraram com a aquisição e leitura desta escrita e com a aplicação dos ensinamentos nela divulgados. Sou grato primeiramente, e de modo muito especial, ao Svami Dattatreya Maharaj, meu Mestre, que pacientemente removeu dos meus olhos a venda da ignorância e que lentamente, o a o, através dos ensinamentos do Tantra, me guiou de forma segura e progressiva no caminho do autoconhecimento. A ele dedico este livro, que trata da metodologia de ensino do Dakshina Tantra. Quero agradecer mais uma vez a todos, alunos (incluindo os do Nordeste e do Sul), professores e amigos que, com suas críticas construtivas, ensejaram a revisão e o acréscimo de explicações mais detalhadas de partes das edições anteriores, contribuindo para o enriquecimento do conteúdo das que se seguiram: - à psicóloga Virginia Maffioletti, pela dedicação, paciência e insistência com que me motivou a escrever este livro; - ao Dr. Fernando Castro e à Lúcia Cantanhede que colaboraram na revisão geral do texto; - a Sebastião Rodrigues da Silva, artista plástico, que com sua
arte, expressa nos desenhos de demonstração dos Asanas, valorizou muito esta obra; - a Glória Chauvet, psicóloga e professora de Tantra, que me ajudou na descrição de algumas posturas; - a Cristina Robichez, que corrigiu grande parte do texto original. Devo gratidão, ainda: - aos alunos praticantes que diariamente expõem suas dúvidas, suas dificuldades, seus anseios e o desejo de compreender melhor o processo de autoconhecimento que optaram por vivenciar; - aos professores de Yoga que têm utilizado esta obra em seus cursos de formação; - às diretorias e membros associados da ABDTY, pelo apoio ir às minhas atividades; - aos funcionários da Secretária do Kailasa, pelo empenho e dedicação nos serviços prestados; - aos voluntários que, de uma forma ou de outra, carinhosamente se mostram sempre prontos a oferecer ajuda. A todos a minha reverência e votos de sucesso no Tantra. Hari Om Paulo Murilo Rosas
Objetivo O objetivo do Tantra-Yoga é o equilíbrio da personalidade, pois, segundo os Tantras, somente o equilibrado pode perceber e vivenciar que é e sempre foi a felicidade que tanto busca. Diz a Bhagavadgita no IIº. Capítulo, Verso 48: “Samatvam Yoga Ucyate” Yoga é equilíbrio. Para atingir o seu objetivo, o Tantra observa as características pessoais e, através desta observação, prescreve o tipo de prática para cada indivíduo. Normalmente esta observação é feita de dois modos: 1. Sessão de Verbalização: Composta de entrevista individual na qual o entrevistador, relacionando as respostas do entrevistado com as características psicológicas de cada Chakra, faz um quadro clínico do mesmo. Nesta sessão também se faz o Nabhi Pariska, exame do Kanda e sua colocação no lugar, caso seja necessária (ver página 65). 2. Sessão de Movimentação: Composta de movimentos já predeterminados, a partir da sessão de verbalização, nos quais são observados os bloqueios energéticos em cada Chakra através das dificuldades em fazer ou
atingir determinados movimentos ou posturas psicofísicas. De acordo com as características do indivíduo, ele é encaminhado para sessões de Srsti Krama (normalmente em grupo) ou Laya Krama (exercícios individualizados). Para o acompanhamento do processo, usa-se: 1. Sat-Sanga Reuniões com cada grupo, em que é aferido o progresso individual e do grupo como um todo. 2. Entrevistas de Acompanhamento São entrevistas individuais realizadas sempre que necessário.
Metodologia Para atingir o seu objetivo, as sessões de movimentação devem conter: Yoga Kuruntha Kuruntha significa marionetes. Estes exercícios são assim chamados porque utilizam cordas e têm como finalidade: melhorar a flexibilidade, desbloquear as principais articulações e, consequentemente, energizar corretamente os Chakras. Em alguns livros antigos e tradicionais, como, por exemplo: “Kapala Kurantaka Hathabbyasa Paddhati” estes exercícios são chamados de Rajvasanani, que significa Asanas realizados com cordas. Kriyas Exercícios específicos para a limpeza das Nadis. Asanas Exercícios psicofísicos de energização dos Chakras. Bandha Chaves para encaminhar ou bloquear a agem da energia sutil (Prana) para determinados pontos ou Chakras. Mudras Normalmente são combinações de Asanas, Bandhas e gestos (com as mãos) que nos levam a concentrar a mente para o encaminhamento do Prana com mais intensidade para os
Chakras. Pranayama Controle e distribuição consciente da energia sutil (exercícios respiratórios). Prana Viksana Exercícios que combinam respiração (ritmo), localização e visualização da agem do Prana pelas principais Nadis e pelos Chakras Dharana Yantra Exercícios de concentração e visualização do símbolo psíquico do Chakra para a energização mental do mesmo (através do Ajna). Dhyana Exercícios de meditação cujo objetivo final é o reconhecimento da identidade de Jiva (ser individual) e Isvara (ser Total, Ilimitado). Naturalmente que uma sessão pode conter parte ou o total dos ítens acima referidos, dependendo sempre das características individuais e do nível em que a pessoa se encontra. Fazem parte da metodologia as aplicações de exercícios de Yoga Suksma e Sthula Vyayama , Yoga Kuruntha, Surya Namaskaram, Pavanamuktasana I,II e III, Yoga Nidra, Yogasanas, Yogasanas Vijnana, Prana Vikshna, Dhara e Tattva Yantra, meditação nos Chakras e Tântrica, entre outros, e o estudo dos Tantras Shastras e de Vedanta, textos que desdobram o conhecimento do EU. E, em determinados casos, usa-se também a Massagem Terapêutica
nos Pontos Marmans, para apressar o desbloqueio de determinadas áreas quando estão muito comprometidas.
Estrutura da Personalidade O indivíduo possui sete centros de energia principais (Chakras) distribuídos pelo seu corpo desde o períneo até o alto da cabeça. Cada um desses centros possui características da personalidade. Estão localizados ao longo da coluna vertebral e sua função é receber, acumular, transformar e irradiar a energia sutil (Prana) por determinadas áreas do corpo que estão afetas à energização através de cada um deles.
Cada um destes Chakras possui três zonas de influência, que estão ligadas à sua forma simbólica de Lótus: 1° as pétalas ou zona periférica. 2° o botão ou zona interna. 3° a raiz ou zona central.
Zona Periférica – Pétalas O Prana (energia sutil) circula pelas Nadis Ida e Pingala e energiza as pétalas dos Chakras. Quando isto acontece, o homem se relaciona com o mundo concreto exterior e sua realidade pessoal imediatamente ligada a esse mundo. Nesta fase, ele tende a projetar, na aquisição dos objetos, a aquisição de sua felicidade. Quando o desequilíbrio energético está nas pétalas, a pessoa traduz o sentimento, por exemplo, de medo, pela expressão fisionômica e por uma contração muscular que denota este sentimento.
Zona Interna - Botão Esta zona é vivificada quando o Prana circula pelas Nadis Cittra ou Vajra e energiza o botão do Chakra. Então o homem vive predominantemente seu mundo subjetivo e tende a tornar-se introspectivo. Neste momento, ele começa a perceber que a felicidade está dentro dele e não mais na aquisição dos objetos. Por esse motivo, se torna mais introspectivo. Quando o desequilíbrio está mais profundo, no nível de botão, embora conscientemente a situação não seja mais de medo, já se estabeleceu uma contração muscular crônica que, no Ocidente, se conhece como couraça.
Zona Central - Raiz É caracterizada pela agem do Prana pela Susumna Nadi (Brahma Nadi), vivificando a raiz dos Chakras. Quando isto ocorre, o homem descobre a sua potencialidade e a total consciência de si e do mundo. Quando o desequilíbrio está no nível da raiz, se diz que pertence ao Karma do indivíduo (é o que ele trouxe para ser trabalhado nesta vida), e, por conseguinte, é considerado como uma tendência daquela personalidade, tornando-se mais difícil de ser superado. Quando se trabalha somente a zona periférica (pétalas) dos Chakras, há uma tomada de consciência dos problemas relacionados a estes Chakras (tais como: afetividade, emotividade, etc.) e há uma liberação maior de energia, e um certo conforto é conseguido, mas só isso não libertará os sentimentos reprimidos. Quando se trabalha a zona interna (botão), se consegue perceber a tristeza, a raiva e exprimir os desejos mais secretos e vivenciá-los. Quando atingimos a zona central (raiz) é que vivenciamos a plenitude dos sentimentos e emoções de cada Chakra. Em cada indivíduo poderá haver um ou mais desses Chakras energizados (nos três níveis referidos), criando, dessa maneira, diferenças na manifestação de cada personalidade, e o desbloqueio se dá das pétalas para a raiz, isto é, inicia-se o
trabalho conscientizando-se de questões mais superficiais, aparentes, e, na medida em que a energia vai se interiorizando, se irá tomando consciência de questões mais profundas e internas e resolvendo-as. A estrutura da personalidade também é percebida, levando-se em consideração as características psicológicas dos sete Chakras principais. Verifica-se haver dois tipos básicos de personalidade, tendo em vista uma maior ou menor energização dos três primeiros ou dos três últimos Chakras; ando, naturalmente, pelo Anahata que é o elo de ligação entre eles, como bem o representa o seu Yantra (ver página 38), o ponto de ligação entre o Pólo Indivíduo e o Pólo Espécie ou, ainda, entre Shiva e Shakti.
Chakras Básicos Os Chakras básicos, estando equilibrados e sendo predominantes, levam as pessoas a se voltarem mais para a privacidade, para o apoio, para a introspecção e para estabilidade emocional. Essas pessoas se caracterizam mais por seus aspectos estabilizadores, domésticos, sentimentais ou sensíveis, em vez dos empreendedores. Normalmente são pessoas calmas, tímidas, reservadas e voltadas para garantir sua segurança emocional.
Chakras Superiores Os Chakras superiores, quando em equilíbrio e predominantes, nos conduzem à socialização, às manifestações exteriores, às comunicações, à auto-asserção, às aspirações e às ações. Normalmente são pessoas muito expressivas, sociais, assertivas, exuberantes e inclinadas à ação. Caracterizam-se mais por sua assertividade e por estarem sempre voltadas para realizações e atos. Dizem os Tantras que não adianta só equilibrar a energia num centro, mas sim promover a limpeza das Nadis (condutos de energia sutil), para que o Prana possa chegar até o Chakra e depois se expandir através de toda a área do corpo que está sujeita à energização por ele. Só dessa maneira o indivíduo poderá vivenciar a plenitude das características de sua personalidade inerente a este Chakra ou a cada Chakra, ou ainda, a cada nível específico dos Chakras. Na prática, quando se está trabalhando determinado Chakra, há normalmente uma relação com pessoas, situações, etc... que servem de alimento necessário para satisfazer à vivência das necessidades das características da personalidade afetas àquele Chakra. Daí se pode descobrir com facilidade o Chakra que está sendo trabalhado, através da verbalização do aluno. Uma outra observação importante de se fazer para verificar o conjunto da personalidade do indivíduo, assim como a forma
como este se relaciona consigo mesmo e com o mundo, é a observação da postura em termos de Frente/Costas ou Nascente/Poente, também chamado Consciente/Inconsciente, assim como o equilíbrio entre o lado direito/esquerdo, ou Masculino/Feminino, também chamado de Shiva/Shakti.
Costas - Poente - Inconsciente As costas refletem os elementos inconscientes de mim mesmo. Normalmente, tornam-se o depositário de aspectos da minha vida com os quais não quero me defrontar e que não quero que sejam vistos, e daí as razões de tantas tensões e problemas nas nossas costas. É como se tentássemos esconder as nossas emoções e sensações “negativas” nas nossas costas (inconsciente). Pessoas introvertidas normalmente se sentem bem com posturas como Pascimottanasana, que se fecham e que, por conseguinte, se tornam mais confortáveis de serem executadas, em virtude das características da personalidade e da dificuldade em fazerem flexão para trás em função da tensão na musculatura posterior.
Frente - Nascente - Consciente Os Chakras têm as suas raízes na Susumna Nadi e abrem as pétalas para a frente, o que, em termos psicológicos, significa que a parte da frente reflete o social, o eu consciente, o que é apresentado consciente e voluntariamente ao mundo. Tristeza, felicidade, anseios, cuidados, amor, comunicação, desejos, todos são elementos emocionais que ativam o movimento e o desenvolvimento desta parte que é a relativa ao Nascente (onde o Sol ilumina). As pessoas extrovertidas se sentem bem com posturas como Chakrasana, que aumentam sua tendência à extroversão, e uma dificuldade nas posturas de flexão para frente. Pelos motivos acima expostos, deve-se cuidar para que o aluno ou o paciente não se demore mais do que o recomendado nestas posturas, para não exacerbar as características que sejam predominantes na sua personalidade. No trabalho tântrico, energiza-se cada um dos Chakras horizontalmente (movimento de polaridade) e depois leva-se a energia a subir do Chakra básico (Muladhara) até o superior (Sahasrara), movimento vertical da energia (Laya Krama), para que o aluno não se fixe somente nos níveis horizontais (problemas vivenciais de cada Chakra) e possa, através da energização dos Chakras seguintes, vislumbrar uma outra maneira de ver o mundo ou de ser, renunciando às suas lamentações sintomáticas e reingressando no modelo de estruturalização superior inerente ao
desenvolvimento e à evolução da sua personalidade.
Movimentação da Energia A movimentação da energia no processo de estruturação da personalidade, de acordo com a energização dos Chakras, se dá das seguintes formas: 1° Movimento Vertical de descida de energia (Shiva/Shakti), chamado de Srsti Krama. 2° Movimento Vertical de subida de energia (Shakti/Shiva), chamado de Laya Krama. 3° Movimento de Polaridade (Horizontal), chamado Ida/Pingala.
Movimento Vertical – Srsti Krama O movimento vertical de descida da energia, chamado em Yoga de Srsti Krama ou Caminho da Criação, possui como característica principal a estruturação da personalidade a partir dos níveis conscientes subjetivos ou mais sutis. Este método tem melhor aproveitamento quando aplicado em pessoas que possuem os centros superiores mais desenvolvidos, pois, à medida que a energia vai descendo e energizando os Chakras inferiores, nota-se que a pessoa vai saindo do mundo das idéias e tornando-se mais capaz de encarar a realidade objetiva e material do mundo, conseguindo integrar coerentemente sua ação com o discurso.
Movimento Vertical – Laya Krama O movimento vertical de subida de energia, chamado em Yoga de Laya Krama ou Caminho da Dissolução, tem como característica principal transcender determinado Chakra ou nível de consciência, atingindo progressivamente uma consciência mais ampla e sutilizada. Cada um desses níveis de consciência representa um novo sentido de ser e de suas potencialidades, uma nova consciência do ser e da sua relação com o mundo. A consciência, contudo, não é uma unidade distinta ou isolada da personalidade. A peculiaridade deste caminho é que, à medida que a energia vai subindo de um Chakra para outro, ela vai despersonalizando o indivíduo. O Prana (energia sutil) vai se sutilizando e ando através da Susumna Nadi para o Chakra superior, transmutando e sutilizando a energia mais grosseira dos centros básicos para os superiores. Tem-se notado que as fases de catarses são mais fortes neste caminho do que no Srsti Krama. Há possibilidade de se minorar estas fases com a mudança dos Asanas que estão trabalhando o Chakra em questão, ou então recomendar determinados Pranayamas que têm por finalidade corrigir ou transferir o fluxo do Prana para aquele ou daquele Chakra para os outros. Achamos que, em qualquer um dos métodos seguidos é primordial o acompanhamento pessoal de cada caso e a compreensão do processo que está sendo vivenciado pelo aluno/cliente.
Este método deve ser aplicado, preferencialmente, em pessoas com predominância de características de personalidade mais desenvolvidas dos centros básicos.
Exemplo do Movimento n°.1 (Srsti Krama) Exemplificando: você pode estar no nível do Ajna Chakra (obtenção do conhecimento), mas, por uma distorção na energização de um ou de alguns Chakras inferiores, você, embora já possua o desejo pelo conhecimento, ainda não conseguirá vivenciá-lo, a não ser que faça um trabalho de energização correta do nível (ou níveis inferiores), vivenciando as emoções e sensações deste nível, superando, transmutando ou sublimandoas, para poder vivenciar o conhecimento do nível superior em toda a sua plenitude.
Exemplo do Movimento n°.2 (Laya Krama) Quando estou no nível inicial de energização do Visuddha, por exemplo, muitas vezes ocorre haver um movimento de negação de Deus Pessoal (impulso e vivência do Anahata), para ascender a uma compreensão do conceito de Deus Impessoal e Uniabarcante. Embora inicialmente fôssemos levados a acreditar que houve involução, na verdade houve acomodação para que uma visão mais ampla do conceito de Deus aflorasse. Isto normalmente ocorre quando o Chakra superior está pouco energizado (pétalas), não possibilitando uma visão clara daquilo que você começa a perceber e a vivenciar; então a pessoa tende a negar a visão que tinha anteriormente e que não a satisfaz mais. Podemos deduzir que existem dois tipos de tensão: a primeira é uma tensão na estrutura de cada Chakra, que é específica às distorções existentes dentro de um mesmo centro (de acordo com o exemplo abaixo), e a segunda, que é uma tensão provocada por um deslocamento vertical da energia (de um nível para o outro), liberando não de uma distorção interna de um nível, mas da perspectiva relativamente limitada oferecida por este nível. Isto é expandir a consciência para a compreensão do Chakra superior seguinte. Isto não pode ser conseguido, simplesmente, através da eliminação das distorções dentro de um mesmo Chakra, mas sim pela manifestação do Chakra superior.
Movimento de Polaridade Horizontal – Ida e Pingala O movimento de polaridade horizontal tem por característica principal estabilizar e equilibrar a energia em cada Chakra, isto é, equilibrar as características masculinas e femininas em cada nível da personalidade. À medida que estes níveis horizontais vão sendo energizados, os conflitos internos são resolvidos, e há um aumento no nível energético do Chakra, fazendo com que o indivíduo absorva e descarregue energia no nível subsequente (mais profundo) e surjam atividades que conduzem ao prazer e à satisfação dos pensamentos, sensações e emoções afetas a este nível, ou melhor, no Chakra que está sendo trabalhado. Ida e Pingala são duas Nadis (condutos de energia sutil) consideradas de grande importância, que partem do Muladhara (Chakra Básico), vão circundando os Chakras, sem perfurá-los, até chegarem ao Ajna Chakra (entre as sobrancelhas) e descerem para as narinas esquerda e direita respectivamente. Ida é também chamada em alguns livros de Chandra Nadi (Nadi da Lua) e está relacionada com o frio e a energia negativa; corresponde ao Sistema Nervoso Parassimpático. Pingala é conhecida com o nome de Surya Nadi (Nadi do Sol) e está relacionada com o calor e a energia positiva. No corpo grosso corresponde ao Sistema Nervoso Simpático. Na nossa vida diária, constantemente experimentamos uma
flutuação de energia, estados alterados de humor, de saúde e doença, e os altos e baixos comuns da vida. Este é o processo normal da vida, que é explicado em termos do Yoga pela contínua mudança de energia de Ida e Pingala e vice-versa, num ciclo aproximado de 90 minutos. Raramente estamos em equilíbrio, estado Sattwico, por mais de alguns minutos de cada vez. O estado Sattwico ocorre na agem de um ciclo para outro. Quando Pingala ou Ida estão muito energizadas surge um mau gênio e uma irritabilidade muito grandes dirigidos, normalmente, ao sexo oposto, que pode destruir a capacidade de ter relacionamentos significativos e profundos, como, por exemplo: Uma mulher que já teve uma série de relacionamentos é levada a crer que os homens necessitam, e querem, dominá-la, em vez de compreender que seu conflito é motivado pela hiperenergização de Pingala, que exacerba as caracterísitcas masculinas de sua personalidade. No homem, quando Ida está muito energizada, ele projeta a causa de seus desequilíbrios e sofrimentos na sua companheira e pode tornar-se melancólico e excessivamente meticuloso, acusá-la de fazê-lo sentir-se assim, não percebendo que seu desequilíbrio é motivado pela hiperenergização de Ida, ele sente-se impotente e incapaz de enfrentar as dificuldades da vida.
Ardhanareswara
a. Características Psicológicas de Ida Pessoas introvertidas por natureza, que sonham de dia, pensam muito, que são conscientes dos seus sentimentos e geralmente muito sensíveis a fatos externos e experiências interpessoais. Geralmente pensam em catástrofes e têm pouca perspectiva da realidade, raramente são ativos, possuem pouca energia para agir eficientemente no mundo e executar os seus planos. São indivíduos com pouca vitalidade física e sujeitos a doenças como constipação, depressão, ansiedade, colites, eczemas e um grande número de doenças psicossomáticas. Ida está relacionada com o lado esquerdo do corpo e com características como pensamentos criativos e intuitivos; qualidades como emotividade, ividade; e aspectos do tipo conservador, receptivo, cooperativo, sintético e holístico.
b. Características Psicológicas de Pingala Pessoas extrovertidas, que têm pouco o a experiências internas e que procuram preencher este vazio (interno) com prazeres, desejos e ambições externas. Normalmente são inquietas e irritáveis, tendo dificuldades de relacionamento. Os indivíduos com predominância de Pingala tendem a ativar extremamente o sistema nervoso Simpático, secretando muito ácido e produzindo úlceras, angina pectoris ou elevando a pressão sanguínea além dos limites normais. Estão constantemente num estado de preparação para a “luta ou a fuga”, secretando muita adrenalina e fazendo pouco exercício para queimar as secreções químicas excessivas. Normalmente suas doenças se manifestam no desequilíbrio das secreções endócrinas e processos metabólicos. Pingala está relacionada com o lado direito do corpo, com pensamento lógico e racional e aspectos tais como assertividade, agressividade, autoritarismo, competitividade e exigência. É interessante citar que o Dr. Jung fez afirmações semelhantes às do Yoga, com relação à presença de características masculinas e femininas nos indivíduos. Jung deu o nome de Anima (eros, alma) à mulher interior do homem; o interior da mulher é chamado de Animus (mente, espírito). Segundo ele, o Self consciente da mulher está harmonizado com
instintos, emoções e intuições. Geralmente, sua consciência é mais abrangente e penetrante do que a do homem. Jung diz ainda que o Animus consiste principalmente em opiniões mais do que em verdades logicamente deduzidas. Em contraste com as qualidades receptivas e doadoras de vida da identidade básica da mulher, o Self consciente do homem é agressivo e impelido a desenvolver o domínio sobre as forças vitais. Suas predileções heróicas instigam-no a ir em busca de suas conquistas, a penetrar nos mistérios da Natureza. Mas, porque seu raciocínio está localizado em fatos objetivos, ele precisa da mulher que existe no seu íntimo (a Anima) para sondar suas realidades interiores. Ela é a musa que o inspira.
Localização dos Chakras
Muladhara Chakra Este centro relaciona-se com a consciência da realidade da matéria, com uma vontade poderosa e fria de ser e existir e uma profunda natureza espiritual oculta na materialidade do mundo. Forte instinto de sobrevivência, solidez e inércia. Sentimento de posse, medo da morte, mente inquieta e indomável. A pessoa que o tem bem energizado possui um sentido prático da vida, senso de istração, pé no chão, idéias bem definidas e fecundas, seus projetos são realizáveis. Tem bom discernimento espiritual, facilidade de falar, habilidade e organização. O indivíduo que o tem mal energizado possui cobiça, avidez, credulidade e complacência na brutalidade. Tem dificuldade de se apresentar de modo criativo, espontâneo e flexível. Normalmente, tem problemas em deixar seus sentimentos, sensações e ações fluirem de modo não compulsivo, desobstruído. A pessoa tende a ter uma atitude crônica de retenção forçada de todas as suas expressões, sentimentos e criações, e pode se mostrar tensa com relação ao controle da sua posição na vida, numa tentativa de criar um ambiente seguro e confortável dentro do qual a a funcionar. Apresenta, também, dificuldade no dar e receber em nível psicoemocional e no funcionamento sexual, e se impede de ter muitos sentimentos e interações espontâneas em virtude de sentir-se ameaçada em sua segurança material, lançando mão de uma racionalidade e controle intelectual excessivo. A pessoa não consegue entrar em contato com a realidade que a cerca, perdendo
o sentido de orientação na vida, e a integridade da sua personalidade fica ameaçada. Os bloqueios nessa região relacionam-se com a capacidade de soltar e transcender as amarras de preocupações puramente materiais. A pessoa pode apresentar um forte apego e rigidez na forma como lida com as suas necessidades materiais de sobrevivência, negando seus sentimentos e emoções, desqualificando-os, negando a existência de Deus e níveis de realidade não tangíveis (hiperenergização) ou serem pessoas que tendem a negar as necessidades materiais, não assumindo consequentemente as responsabilidades referentes a elas e dando ênfase aos aspectos sentimentais ou místicos (hipoenergização). No amor, tem um sentido de possessão material do ser amado, com um prazer profundo no gozo do “ser minha” e/ou “ser meu”. As musculaturas que podem ser envolvidas por um bloqueio nessa região são: glúteos máximos, diafragma pélvico, músculos internos da barriga e da região lombar (abdominais, psoas, lombares, lombosacrais e glúteos médios). Podem apresentar hemorróidas, dores lombares, tensão nas pernas e pés, problemas nos aparelhos urogenitais, dificuldades sexuais, etc. O nível físico está relacionado com este Chakra.
Muladhara Chakra
Svadhisthana Chakra Esse Chakra relaciona-se com as características de valor, coragem, consciência do mundo como lugar de luta e objeto de conquista. A pessoa que o tem corretamente energizado desenvolve o poder de reação ante todos os obstáculos e a necessidade de exercer um domínio ativo, dinâmico e possessivo sobre as pessoas e coisas. Ela possui um bom potencial criativo (no sentido material) e vitalidade física; possui, também, o domínio sobre as paixões e o egoísmo. Quando o indivíduo possui algum bloqueio nessa região, desenvolve uma personalidade agressiva, necessidade de ação violenta, de destruir (auto-destruição), erotismo excessivo e fantasioso, desejo sexual indiscriminado. Tende a fazer coisas em excesso, fala muito, etc. Tem consciência das sensações (prazer e dor), as quais levam a pessoa a uma entrega a experiências prazerosas e a uma compulsão para evitar as experiências desagradáveis. Neste nível necessita de objetos, pessoas e situações que o façam sentir seguros emocionalmente ou que estejam associados ao prazer (hiperenergizado). Quando está mal energizado a pessoa se mostra apática, sem energia, lenta, não consegue realizar seus planos, fica com uma certa aversão sexual, vergonha, necessitando interagir com pessoas ou coisas ligadas à dor e à insegurança, mantendo-se no ciclo vicioso do seu desequilíbrio (hipoenergizado).
No amor, vive o impulso sexual e a necessidade de viver um domínio sobre o ser amado. A energia é utilizada na tentativa de superar o profundo sentido de solidão, e um tipo compulsivo de “amor” pode impeli-lo a procurar a união com outra pessoa na tentativa de preencher um anseio profundo de se unir com a sua “ outra metade”. Esse ser idealizado aparece como uma imagem ilusória e sedutora de um/a companheiro/a ideal. A musculatura envolvida é semelhante à do Chakra anterior. O nível instintivo está relacionado com este Chakra.
Svadhisthana Chakra
Manipura Chakra Psiquismo relativo ao mundo vegetativo em geral, prazer e dor. Sensações, sentimentos e desejos dirigidos ao próprio bem estar físico e emotivo. Quando está corretamente energizado liberta do medo e dos estados mentais extremados. Não existe uma necessidade obcecada de controle de si mesmo e de todos à sua volta. Dá a devida importância aos próprios sentimentos e sensações e aos dos demais. Emprega o seu poder pessoal como forma de intensificar suas próprias experiências, sem esmagar os outros com suas ambições. Quando está mal energizado, produz uma personalidade egocêntrica, sensual, sentimental e um sentimento de compaixão exagerada. A pessoa tenderá a perder o controle de suas próprias emoções a ponto de, se elas estiverem dirigidas para o seu íntimo, poder transá-las (abandono de si, autopunição, etc.) ou então, se estiverem dirigidas para fora, ser estimulada a conquistar tudo e todos à sua volta. Sentindo a sua individualidade ameaçada, age sempre na tentativa de aumentar, defender e fazer reconhecer o seu poder pessoal. Sente-se e necessita ser o centro das atenções. Apresenta distorções quanto à sua sensualidade e sexualidade, tendendo ao exagero fantasioso, sedução compulsiva, como meio e garantias para a afirmação da identidade pessoal
(hiperenergizado), ou tende a negar ou mascarar suas necessidades e inseguranças (hipoenergizado), e vivencia as situações dando-lhes uma densidade sentimental exacerbada. A raiva e a arrogância são características predominantes. No amor, apresenta a consciência sensual e sentimental que levará a gozar o aspecto físico do ser amado. Durante o processo de energização é normal surgirem problemas digestivos concomitantemente a períodos intensos de instabilidade emocional, à medida que emoções reprimidas forem liberadas. Ao energizarmos este Chakra estamos desenvolvendo a consciência do “eu”, tornando-o uma força integradora que reúne os elementos exteriores (ideais de personalidade e situações) e interiores (características verdadeiras da personalidade e situações reais), adequando-os num sentimento de identidade. Com o ar do tempo a capacidade do “eu” de assimilar os conteúdos da mente inconsciente aumenta, ajudando-o a fazer escolhas cada vez mais conscientes e a resistir às pulsões inconscientes. Neste Chakra começamos a sentir o desejo para conhecermos “quem somos”, o desejo pelo autoconhecimento. O nível emocional está relacionado com este Chakra.
Manipura Chakra
Anahata Chakra Quando este Chakra está bem energizado apresentam-se sentimentos e impulsos que tendem a reivindicar o valor do “EU”, alegria, autoridade, visão de Deus (Pessoal) e unidade da vida. Tem por característica a consciência do “EU”. Produz uma personalidade compreensiva, generosa e altruística. Surge o líder nato. A energização deste Chakra gera uma forma de identidade mais abrangente, em que a individualidade e o sentimento de universalidade começam a se fundir. Este processo às vezes é traumático, resultando como consequência numa crise de identidade. Quando está mal energizado produz uma personalidade egoísta, orgulhosa e cheia de amor próprio. Na hipoenergização, as pessoas tenderão a ser mais ivas do que agressivas; seus sentimentos e sensações serão mais propensos à depressão, as ações serão motivadas por uma crônica sensação de medo e inferioridade, em vez de confiança em si mesmo e automotivação. Necessidade de ser carregado e inspirado pelas energias da vida dos outros. Tenderá a vivenciar sentimentos de angústia e desespero ao mobilizar a região do peito (Ego desinflado). O ódio e a aversão são características predominantes.
Na hiperenergização, a pessoa apresenta uma atitude inflada, e esta é muitas vezes acompanhada pela perda de contato com os aspectos mais suaves da personalidade (sentimentos, etc). A pessoa vivencia sentimentos de que “estou ótima”, “posso cuidar de mim sozinha”, mas possui uma séria dificuldade de chorar, aceitar ajuda, em repartir seus próprios e verdadeiros sentimentos, e tem necessidade de estar no controle das situações e parecer forte. Ego inflado. Tendência a ser fortemente assertivo, chegando mesmo a ser agressivo. Muitas vezes o excesso de energia nessa região se dá em detrimento de outros centros (Manipura, Svadhisthana e Muladhara). O Yantra do Anahata (estrela de seis pontas) assinala a interação, o meio, o centro, o encontro de Shiva/Shakti. Para se ter uma melhor compreensão da importância deste centro podemos acrescentar, por exemplo, que a verbalização do Visuddha pode ser um gesto de amor forçado ou uma expressão realmente amorosa, dependendo unicamente do fato de haver ou não participação do Anahata. Os nossos braços e mãos são energizados por ele e aqui também, para que o toque seja uma expressão de amor, é necessário que não exista nenhum bloqueio nas articulações e que a energia flua livremente do Anahata através dos membros superiores, senão será sempre uma expressão forçada de carinho. O Anahata é também um importante canal de comunicação com os Chakras básicos. O sexo é um ato de amor, mas pode haver
distorções, dependendo somente da participação ou não do Anahata. Sendo ele o 4º Chakra e o ponto de interrelacionamento entre as tendências dos três Chakras básicos e dos três superiores, como sugere a estrela de seis pontas, às vezes percebemos que estas duas metades estão dissociadas, os triângulos não se interrelacionam, mas se tocam nos seus vértices, demonstrando que uma das partes não acompanha os sentimentos e os anseios da outra. A pessoa bem energizada dará ao amor características de um afeto nobre, sereno, alegre e generoso. É o chamado amor romântico. No estado de equilíbrio, o amor e a compaixão caracterizam este Chakra. Quando o Anahata se abre completamente, sente-se um desejo ardente de que todos os seres desfrutem do amor e da bemaventurança disponível neste nível de consciência. O bloqueio nesse Chakra mobiliza os músculos peitorais, diafragma, braços, ombros, etc. O nível afetivo está relacionado com este Chakra.
Anahata Chakra
Visuddha Chakra Este centro relaciona-se com a criatividade em todos os setores da vida (intelectual, artístico, moral ou espiritual). Possibilita o desenvolvimento do conhecimento intuitivo e da expressão. Quando está corretamente energizado, cria a facilidade na expressão dos próprios sentimentos e emoções. Possibilita a expressão do conhecimento com clareza, emoção e magnetismo, conseguindo chegar ao outro com facilidade. Os aspectos desse centro estão vinculados à introspecção e ao desenvolvimento auto-reflexivo de uma auto-imagem perceptiva, alerta. Aqui se começa a ter uma noção mais clara e consciente do relacionamento consigo mesmo e com os outros. O indivíduo começa a discernir seus próprios limites e a expressá-los. Nessa região começa a se desenvolver mais apropriadamente a comunicação interna, a investigação do seu relacionamento consigo mesmo e com o universo em geral, o que se costuma chamar de despertar espiritual. Essa região é também chamada de “O portal da Grande Liberação”. Aqui se dá a necessidade do desenvolvimento dos potenciais latentes e o estudo da compreensão de si mesmo. No equilíbrio, possibilita uma comunicação entre o consciente e o inconsciente, permitindo ouvir o inconsciente pessoal de modo que se possa compreender de onde estão vindo os impulsos. Esta compreensão permite superar os velhos programas, substituindo-
os por parâmetros de crescimento aperfeiçoados, e ter o a orientação do inconsciente coletivo. Quando está mal energizado cria na personalidade a dificuldade em expressar seus próprios sentimentos e emoções, obrigando o indivíduo a aguentar em silêncio situações indesejáveis; apresenta também conflitos quanto à auto-imagem, provocando a dificuldade de organizar e expressar as emoções e os sentimentos, reprimindo-os. (hipoenergização) Na hiperenergização, a pessoa tenderá a falar demais ou ficar fortemente introspectiva, dedicando-se exclusivamente às suas atividades e reflexões internas e desligando-se do mundo externo, tendo por principal característica o intelecto negativo, podendo ocorrer, por ignorância, uso insensato do conhecimento. Faz da relação amorosa um bálsamo renovador para o ser amado, além de enriquecer os estados anteriores enchendo-os de emoção pura e criativa. Quando há o conflito entre estímulos mentais e emocionais, que caracteriza este Chakra, o corpo responde com tensão no pescoço e nos ombros. O nível da criatividade está relacionado com este Chakra.
Visuddha Chakra
Ajna Chakra Relaciona-se com a consciência e atividade mental em todas as suas formas. Visão clara, compreensão precisa e entendimento rápido do que está sendo lido, estudado, escutado e meditado. Quando pouco energizado, gera uma personalidade fria e calculista. Os bloqueios relacionados com este Chakra circundam as áreas dos olhos e ouvidos basicamente, e trazem no seu conteúdo aspectos relacionados com esses sentidos. Assim sendo, pessoas com bloqueio no Ajna apresentam dificuldades em aprofundar e ampliar sua compreensão de si mesmo e sobre o mundo. Também apresentam dificuldades de “ visão e/ou audição”, vendo e ouvindo apenas aquilo que lhes é conveniente, e processando transformações indevidas na interpretação das situações e conceitos dos seus desequilíbrios. Verifica-se também um bloqueio em nível intelectual, dificultando e impedindo o questionamento e a aquisição de novos conhecimentos. Compromete as musculaturas ótica, auditiva e craniana. Quem possui este centro energizado percebe e conscientiza-se do amor nos vários níveis descritos, localizando-os nos centros respectivos, e como consequência há a compreensão e a vivência do nível de amor que se está sentindo. O nível mental está relacionado com este Chakra.
Ajna Chakra
Sahasrara Chakra Intuição, energia e vontade espiritual. Liberação de todos os Sanskaras, tendências de virtude e pecado, e desejos reprimidos. Vive-se na dualidade com plena consciência da unidade. O Sahasrara situa-se acima do Brahmarandhra, o que significa que está além do ponto de encontro das quatro Nadis (Sushumna, Vajra, Citra e Brahma). Assim, está localizado fora do corpo físico, acima de sua cabeça. No centro do Sahasrara existe uma região circular que representa a Lua Cheia, brilhante com inúmeros raios de luz. É considerada a morada da imortalidade; a sua natureza é a própria consciência. Dentro desta região existe um Trikona (triângulo), a morada de Shiva (Kailasa). Dentro do triângulo existe um círculo vazio (Shunya) chamado supremo Bindu (Parabindu) morada de Shiva/Shakti. No centro deste círculo existe o vazio supremo (Paramashunya), morada de Paramashiva, sutil, infinito, sem forma, imutável, além da mente e da matéria. Este vazio sutil é a principal fonte de interminável felicidade, doador da imortalidade e da liberação; é mantido em segredo pelos Yogis. Quando o centro está mal energizado, mesmo que se tenha uma certa compreensão intelectual sobre a realidade da vida, não se tem a visão nem a compreensão vivencial da realidade que é a unidade na diversidade (Advaita-Vada).
O amor pessoal é transcendido e se vive o amor universal. O nível transcendental ou transpessoal está relacionado com este Chakra.
Sahasrara Chakra
Visão de Identidade Níveis de consciência Ao estudarmos os níveis de consciência através dos Chakras,amos a ter uma constante ampliação da visão de identidade (o que e quem somos). Até chegarmos ao nível do Sahasrara Chakra, quando teremos uma visão uniabarcante, ou melhor, vivenciaremos quem somos. Damos abaixo alguns exemplos: a. No nível Muladhara Chakra, nos identificamos com o nosso corpo. Normalmente dizemos: Eu sou gordo, magro, alto, etc. Neste nível, o sentimento de segurança e o ambiente onde vivemos e interagimos é muito importante. Sentimo-nos em conflito quando não estamos nos sentindo seguros e confiantes no nosso meio ambiente. b. No nível Manipura, nos identificamos com o ego, Ahankara, uma personalidade com gostos e aversões e com os processos emocionais. Neste nível, nos sentimos ameaçados não somente pelo meio ambiente, mas também pelo nosso corpo que nos impede de mostrar toda a nossa potencialidade, e nos julgamos como sendo este ser limitado. c. No nível Ajna nos identificamos com a nossa mente e com a auto-imagem mental associada aos processos emocionais e intelectuais. Neste nível, nos sentimos
ameaçados não só pelo meio ambiente e o corpo, mas também pela auto-imagem mental que criamos e que nem sempre corresponde à realidade do que somos. À medida que nos aprofundamos neste estudo, amos a perceber os diversos níveis de consciência e os diversos tipos de problemas e potencialidades de cada nível, tornando-nos capazes de nos orientarmos no caminho do autoconhecimento. amos a perceber e a reconhecer em que níveis surgem os problemas ou conflitos atuais, e, assim, a empregar para determinado conflito, o remédio apropriado àquele nível. É interessante notar que, em cada um desses níveis, temos diversos tipos de compreensão do “eu” e vivenciamos os problemas inerentes a esta identificação. Esta compreensão nos leva a um dos pontos mais interessantes desta análise, que é o vasto e crescente interesse pelos mais diversos tipos de escolas e técnicas do Yoga que lidam com os diversos níveis de consciência dos Chakras. A pessoa realmente interessada no seu processo de autoconhecimento encontra uma variedade tão grande de técnicas do Yoga, que mal consegue se decidir por onde começar ou em quem acreditar, pois algumas escolas parecem se contradizer, quando, na verdade, elas são abordagens próprias para os diferentes níveis de consciência que estamos vivendo. A visão dos diversos níveis de consciência dos “Chakras”, as técnicas do Yoga empregadas para cada um deles e a
correspondência com os anéis do Dr. Reich são os seguintes: Muladhara Hatha Yoga Pélvico Svadhisthana Vama Tantra Abdominal Manipura Karma Yoga Diafragmático Anahata Bakti Yoga Torácico Até este nível, segundo o Dakshina Tantra, a visão é dualista. Visuddha Nada/Jñana Yoga Oral Início da tomada de consciência da visão unicista, embora se dê pelo despertar intelectual. Ajna Jnana Yoga Ocular Sahasrara - Estabelecimento da vivência da unicidade e não mais da visão da unidade.
Granthis Segundo os Tantras, a criação vem de Maya-Shakti (o poder da criação), que é Trigunatmika, possui três Gunas (características) e é representada por um triângulo devido à sua manifestação trigunatmika. Os três vértices do triângulo são constituídos por três bindus (pontos) que correspondem ao fogo (Vahni-bindu), à lua (Chandra-bindu) e ao sol (Surya-bindu). Destes bindus emanam as três Shaktis (três poderes), que são representadas pelas três linhas que ligam os bindus (os pontos), respectivamente: Shakti Vama, Shakti Jyestha e a Shakti Raudri, que são o desejo, a ação e o conhecimento. Com elas estão Brahma (o criador), Vishnu (o preservador) e Rudra (o transformador), associados às três Gunas: Rajas, Tamas e Sattva. Esse símbolo chamado Kamakala representa a unidade eterna e está localizado logo abaixo do Sahasrara Chakra. No Jiva (ser individual) encontram-se três representações, correspondentes à manifestação do Kamakala, que estão localizadas nas mandalas dos Chakras Muladhara, Anahata e Ajna. Nestes centros, encontram-se representados três triângulos (Trikonas) com os três Lingas, que são a representação dos Granthis. São chamados Granthis (nós) porque aí se encontra uma maior concentração do poder de Maya-Shakti, sendo
consequentemente um obstáculo à realização da percepção clara da realidade afeta a cada um destes Chakras. As Shaktis são: Jnana - conhecimento, que corresponde a Sattva guna; Iccha - desejo, que corresponde à guna Rajas, e por último Kriya - ação, correspondendo à guna Tamas. Apresentamos um quadro para melhor compreensão: Ajna Chakra Shiva granthi Jnana Shakti Anahata Vishnu granthi Iccha Shakti Chakra Muladhara Brahma granthi Kriya Shakti Chakra
Guna Sattva Guna Rajas Guna Tamas
Brahma Granthi Localizado no Muladhara Chakra, representa a aceitação inconsciente daquilo que sempre foi e o medo de cortar as raízes psicológicas que levarão à reconstrução da realidade a partir desse ponto. Neste nível de identificação, não se pode confiar na sobrevivência à morte, nem tampouco na sobrevivência a um período dramático de transformação. O indivíduo está firmemente aferrado ao seu estado presente pelo instinto básico de sobrevivência, que é o nível do Muladhara Chakra.
Vishnu Granthi Localizado no Anahata Chakra, representa a fusão entre o consciente e o inconsciente, o conhecimento consciente das pulsões inconscientes, provocando inicialmente um estado de dissolução, quebrando os agregados que compõem a noção do “eu” (que nos é dado pelo Chakra Manipura) e que neste estágio são desfeitos. Nesta fase precisamos ter cuidado, pois podemos sofrer uma desilusão com o aparente vazio da vida. Se não compreendermos esse processo, podemos abandonar a meta do autoconhecimento, ou, se o anseio por este for desvirtuado, podemos nos surpreender pensando em suícidio. Estes impulsos devem ser vistos como a morte de velhas atitudes que dificultam a visão ou compreensão do verdadeiro “EU” que deve nascer em nós neste momento, e que nos dará não mais uma visão de Identidade Pessoal, mas sim de Identidade Transcendental. Até atingirmos esse nível, a tensão e o dualismo básicos do ser humano, tais como: a luta pela sobrevivência, o desejo pela manutensão da espécie e a auto afirmação, não são tão perceptíveis, pois são naturais, e o indivíduo encontra-se totalmente submerso neles, reprimindo toda e qualquer coisa que seja contrária ao nível de consciência que está sendo vivido, ou que ameace a sua integridade.
Shiva Granthi Representa a visão inconsciente da realidade, da identidade entre Jiva (ser individual) e Isvara (o total), ao mesmo tempo que mantém o medo de perder a identificação com o Antah-Karana (mente, instrumento interno de conhecimento), que tem sua sede no Ajna Chakra, dissolvendo totalmente o Ahamkara (“eu falso”) e suas construções intelectuais. O indivíduo permanece identificado com o intelecto, racionalizando e conceituando todas as suas percepções, construindo discursos intelectuais que não correspondem à realidade sentida e vivenciada por ele ficando submetido à ação inconsciente das Shaktis (conhecimento, desejo e ação) que, sob a forte ação de Maya (ilusão), busca a realização na afirmação do Ahamkara “eu falso” através de um discurso meramente intelectual. A presença do trikona (triângulo) indica a inter-relação coerente entre as três Shaktis, e a predominância da Guna Sattva implica clareza, discernimento e consciência dessa trindade atuando, podendo assim estabelecer uma mente tranquila e dhármica, apta a compreender e a realizar o conhecimento da verdade do ser.
Os Três Granthis
Kriyas Depois da colocação do Kanda no lugar, devemos lembrar que a ciência do Yoga dá tanta importância a certos processos de limpeza (Kriyas) como dá aos Asanas. Sem a limpeza regular do sistema de Nadis, não se pode esperar muito dos exercícios. Para que possamos falar de Kriyas, temos que entender claramente a nomenclatura, os termos usados no Yoga. Quando tratamos do ser humano, Jiva, falamos que ele possui três corpos: Corpo Grosso (Sthula Sharira), Corpo Sutil (Suksma Sharira) e Corpo Causal (Karana Sharira). Vamos rememorar os termos para aqueles que já estudaram, e analisá-los, superficialmente, para aqueles que ainda não estudaram a terminologia do Yoga. O Corpo Grosso (Sthula Sharira) é constituído do corpo físico, tangível, formado pelos 5 (cinco) elementos grossificados (Mahabhutas). O Corpo Sutil (Suksma Sharira) é fundamental para o Yoga. Ele é constituído de Prana (energia sutil), Manas (mente), Buddhi (intelecto) e é nele que se encontram os Chakras. O Corpo Causal (Karana Sharira) é constituído pela ignorância, a ignorância do Ser Real (Atma).
Shariram significa corpo, veículo de manifestação do indivíduo. Na linguagem ocidental, o Corpo Sutil é constituído do fisiológico, psicológico, emocional e intelectual. No Yoga vamos trabalhar com todo este Corpo Sutil, e trabalhando com um desses aspectos, estaremos atingindo os outros três. Vejamos o que diz o Hatha Yoga Pradipika no Capitulo II, Verso 5º: “Quando todo o sistema de Nadis que está cheio de impurezas se torna limpo, somente então o Yogui se torna capaz de controlar o Prana”. Analisando este verso podemos compreender: 1° Por que a ciência do Yoga dá tanta importância a certos processos de limpeza como dá aos exercícios. 2° Por que, sem a limpeza regular do sistema de Nadis, não se pode esperar grandes resultados das práticas de Asanas e Pranayamas. Vamos examinar os fundamentos destas duas afirmações: 1° Nós sabemos que o Prana (energia sutil) se encontra em todas as partes do corpo, devendo fluir livremente por elas, o que muitas vezes é impedido de fazer por deficientes reações químicas no corpo, que produzem rigidez nas articulações, reumatismo e tensão muscular.
As Kriyas eliminam as toxinas e permitem que as reações do corpo sejam equilibradas através da harmonização do sistema endócrino. No livro Gheranda Samhita, Capitulo I, Verso 12, nos é apresentado o Sat-Karma (Seis Processos de Limpeza) da seguinte forma: “O corpo é limpo com a ajuda dos seis processos seguintes: 1° Dhauti - limpeza com gaze. 2° Basti - limpeza do reto. 3° Neti - limpeza das cavidades nasais. a. Sutra-Neti - com cordão (nariz x boca) b. Jala Neti - com água (lota) c. Dugdha Neti- ingerir leite pela narina (lota) d. Ghrta Neti - ingerir Ghi pela narina (lota). 4° Nauli ou Laukiki - movimento dos retos abdominais. 5° Trataka- purificação dos olhos. 6° Kapalabhati - purificação do sistema respiratório”. Através desses processos, o corpo grosso (Sthula Sharira) é limpo e, consequentemente, o Prana flui livremente.
2° Para examinarmos a 2ª afirmação, temos que ter em mente o conceito de Nadis, que são canais que se encarregam de distribuir o Prana pelo Pranamaya Kosha, e que Nadikas são pequenas Nadis, e Nadichakras são gânglios ou plexos nos três corpos: grosso, sutil e causal. Para podermos avaliar a importância destes exercícios, temos que relembrar também, que, embora no Shiva Samhita sejam mencionadas 350.000 Nadis, 14 são consideradas mais importantes e, destas, 3 são vitais para o equilíbrio da nossa personalidade: Ida, Pingala e Sushumna Nadi. Ida e Pingala partem do Muladhara formando duas curvas que se cruzam na altura dos Chakras, rodeando-os sem perfurá-los. Sushumna é um canal reto que também sai do Muladhara e sobe até o Sahasrara, atravessando em seu caminho todos os Chakras. O Shiva Samhita no Capitulo V, Versos 52 a 53, afirma que: “Quando a comida é digerida, as Nadis carregam a melhor parte para nutrir o Corpo Sutil (Suksma Sharira), a parte do meio para o Corpo Grosso (Sthula Sharira) e elimina a parte inferior na forma de fezes, urina e suor”. Deste verso, podemos deduzir que existe um centro que absorve a energia dos alimentos (e também da respiração) e a transmite para todos os outros. Este centro se chama Kanda ou Nabhi Chakra e, segundo as Yoga-Upanishads, ocupa um dos lugares mais importantes do sistema humano. É ele que assegura que as 72.000
Nadis desempenhem suas funções satisfatoriamente. É dito que antes de qualquer exercício físico, Asanas, Pranayamas e Kriyas, este importante centro deveria ser recolocado no lugar, pois, sem isso, segundo a tradição, todos os nossos esforços seriam uma mera perda de tempo. Depois de rememorados estes conceitos e as afirmações dos livros do Yoga, podemos concluir: É imprescindível a colocação do Kanda no lugar para o bom aproveitamento da energia sutil (Prana) gerado pelos exercícios. Devem existir determinadas Kriyas que atuem diretamente nas Nadis (Corpo Sutil), desbloqueando-as. Examinemos estas hipóteses: 1° O Kandha, segundo o livro Yoga Cudamanyupanishad, Capitulo I, Verso 15, é formado pela intercessão de 72.000 Nadis que apresentam a forma de um pequeno ovo de arinho. Ora, sendo o Kanda formado por Nadis, é necessário não só que ele esteja em seu lugar, mas também que ele se encontre limpo e desimpedido para que a energia possa ser bem distribuída por todo o sistema energético. Kriya: Agni-Sara. 2° Compreendemos a importância do Prana fluir por Ida e
Pingala para o processo de equilíbrio de nossa personalidade. Kriya: Nadi Sodhana Pranayama. 3° Percebemos que a desobstrução da Sushumna Nadi é vital para se alcançar a iluminação. Kriya: Bhastrika Pranayama. Outro fator que deve ser levado em consideração quando se fala sobre Yoga é a importância da mente (Ajna Chakra) e sua utilização no processo de equilíbrio da personalidade. Nós sabemos que, ao concentrar nossa mente em determinado ponto, não só a oxigenação dele é maior, como também os impulsos eletromagnéticos chegam em maior intensidade nessa área do corpo do que em qualquer outra. Kriyas: Prana Vikshna encaminha o Prana por Ida, Pingala e Sushumna Nadi Dharana Yantra energiza os Chakras. Outra alternativa criada pelos sábios do Yoga (Rsis) é a utilização dos sons para desbloquear as Nadis e energizar os Chakras. Kriyas: Bija Mantra das pétalas dos Chakras.
Bija Mantra dos elementos dos Chakras. Essa alternativa é bem conhecida por nós, ocidentais, sendo apresentada com o nome de Musicoterapia e é utilizada com grande sucesso nos tratamentos dos desequilíbrios das pessoas. Os sinais de purificação das Nadis são: Leveza no corpo. Brilho na pele. Aumento dos sucos gástricos. Ausência de fadiga física e mental. Quando atingimos a purificação das Nadis entramos no primeiro estágio da prática de Yoga, que é chamada ARAMBHA (começo, início).
Nabhi Chakra (O Chakra do Umbigo)
Definição e Localização Diz o Yoga Chudamanyupanishad no Cap.I, Versos 13 a 16: “No centro do estômago, o centro do umbigo repousa no círculo conhecido como Manipura. Entre o umbigo e a última vértebra da coluna está o centro do umbigo, formado como um ovo de arinho. Este centro encerra dentro de si mesmo o começo de 72.000 Nadis, das quais 72 são vitais. Destes, novamente, 10 são os mais importantes. Para que se tenha o devido controle sobre estas 10 Nadis, uma tem que receber atenção especial”.
Nabhi Pariksha (Exame do Umbigo) Segundo a ciência do Yoga, este centro ocupa o lugar mais importante no sistema humano. É ele que assegura que as 72.000 Nadis (nervos e artérias) desempenhem satisfatoriamente suas funções. Este centro, estando deslocado, todos os exercícios am a ser mera perda de tempo e energia. Exame: Fazer Uttanapadasana:
Inspirar, prender a respiração o maior tempo possível, levantar 30º o tronco e as pernas, as mãos ao lado do corpo, quando não aguentar mais de pulmões cheios, exalar e relaxar, mantendo os calcanhares unidos e os dedos dos pés separados.
Exame com Cordão: (Homens) Prender o cordão, que deve ter no mínimo 1.50m de
comprimento, no centro do umbigo e esticá-lo na direção do mamilo direito, ar para o mamilo esquerdo, se a medida for a mesma, o Kanda está no lugar, caso contrário, seguir os os descritos no parágrafo de medidas terapêuticas.
(Mulheres) A medida deve ser feita do dedão do pé direito para o dedão do pé esquerdo.
Exame pelo Tato: Colocar os dedos da mão direita juntos e esticados no umbigo do paciente e sentir a pulsação da aorta abdominal. Se ela estiver pulsando no centro do umbigo, isto significa que o Kanda está no lugar.
Atenção: Os exercícios de Yoga ou físicos devem ser feitos somente depois dessa verificação.
Medidas Terapêuticas Estando o Kanda fora do lugar o terapeuta deve proceder da seguinte forma:
Massagem com óleo O paciente deve deitar em Shavasana (Postura do Cadáver), mãos voltadas para cima e pés ligeiramente separados. O terapeuta deve untar as mãos com óleo de gergelim e iniciar a massagem: 1. Movimento circular feito com a parte lateral da mão partindo do centro do umbigo. 2. Movimento de pressão lateral nos músculos abdominais (amassar pão). 3. Movimento de onda do externo ao osso pubiano. 4. Movimento de pressão lateral para o centro do umbigo.
Deslocamentos: O paciente deve estar deitado em Shavasana com as mãos voltadas para cima e os pés um pouco afastados.
1. Desvio para a esquerda (aorta batendo do lado esquerdo): Dobrar a perna direita, fazendo um ângulo de 90º e dar três puxões secos na perna direita. Bater com o calcanhar da mão direita no arco do pé direito. Fazer Uttanapadasa e verificar pelo tato se o Kanda foi para o lugar (centro do umbigo). 2. Desvio para a direita (aorta batendo do lado direito): Dobrar a perna esquerda e executar os mesmos os descritos acima para a perna direita. Não esquecer de fazer a verificação. Estes movimentos devem ser iniciados depois de um breve relaxamente do paciente, que deve estar deitado em Shavasana. 3. Desvio para cima (aorta abdominal batendo à cima do umbigo):
a. O paciente deve deitar em Makarasana, barriga para baixo, mão esquerda sobre a direita com as palmas das mãos voltadas para baixo e pernas ligeiramente afastadas. b. O terapeuta deve colocar o pé direito na altura da cintura do paciente, segurá-lo pelo punho direito e pelo pé esquerdo, levantar o braço direito e a perna esquerda dando um leve puxão para cima. c. Inverter o lado: O terapeuta deve colocar o pé esquerdo na
altura da cintura do paciente, levantar o braço esquerdo e a perna direita dando um leve puxão para cima.Uma vez para cada lado
d. Fazer Dhanurasana (Postura do Arco),o paciente dobra as pernas e as segura firmemente com as mãos logo acima dos tornozelos. O terapeuta deve se colocar em pé com as pernas afastadas e o paciente entre elas. Inspirar, prender a respiração, dobrar
levemente os joelhos e levantar o paciente do chão segurando pelos braços. Dar um leve puxão. Repetir três vezes a mesma operação. Não esquecer de fazer a verificação. 4. Desvio para baixo (aorta abdominal batendo à baixo do umbigo):
O terapeuta se agacha e o paciente apoia os pés nas nádegas dele que abraça as coxas, logo acima do joelho, com força.
Inspirar, levantando o paciente, que deve permanecer com o corpo bem rígido e esticado, os braços cruzados à altura do peito. Exalar, relaxando. Repetir por três vezes e fazer a verificação. Atenção: Só deve ser tentado por um terapeuta experiente. De uma forma geral o homem desloca para a esquerda, e a mulher, normalmente para a direita. Estas manobras não devem ser tentadas com pacientes que têm qualquer tipo de problema na coluna vertebral. Para esses, o ideal é colocar o Kanda no lugar somente com a massagem.
Consequências do Deslocamento 1. Kanda acima do umbigo: Prisão de ventre crônica e como consequência o corpo fica sujeito a uma infinidade de doenças. 2. Kanda abaixo do umbigo: Perda de movimento, cólicas, pesadelos, etc. 3. Kanda para o lado do umbigo (direito ou esquerdo): Dores agudas não localizadas. Nas mulheres, provoca irregularidades menstruais, coloração estranha no fluxo menstrual e esterilidade permanente. Nos homens, provoca espermatorréia (emissão involuntária de esperma) e ejaculação precoce.
Posturas Corretivas Uttanapadasana
a. Deitado em decúbito dorsal (barriga para cima). b. Pernas esticadas, os braços ao lado do corpo com as palmas das mãos voltadas para baixo. c. Inspirar levantando o tronco e as pernas num ângulo de 30º do chão. d. As mãos na direção das coxas sem tocá-las. Olhar para os dedos dos pés. e. Permanecer na postura fazendo 10 respirações normais na postura. f. Expirar, relaxando.
Ustrasana
a. Deitado em decúbito frontal (barriga para baixo). b. Expirar, flexionar os joelhos, dobrar as pernas juntas para trás, segurando-as um pouco acima dos calcanhares. c. Inspirar levantando o tronco e a cabeça. d. Permanecer na postura fazendo 10 respirações normais na postura. e. Expirar e relaxar. Atenção: Em alguns livros esta postura é chamada de Dhanurasana.
Chakrasana
a. Deitado em decúbito dorsal (barriga para cima). b. Pernas esticadas, os braços ao longo do corpo com as palmas das mãos voltadas para baixo. c. Dobrar e levantar os joelhos colocando os calcanhares tocando as nádegas. d. Dobrar e levantar os cotovelos acima da cabeça, colocar as palmas das mãos no solo com as pontas dos dedos viradas em direção ao corpo.
e. Expirar, elevar o tronco junto com a cabeça, arqueando bem a coluna vertebral de modo que o peso fique dividido entre as mãos e os pés. f. Permanecer na postura fazendo 10 respirações. g. Expirar, descer o corpo dobrando os cotovelos e os joelhos. h. Relaxar em Shavasana.
Matsyasana
a. Deitado em decúbito dorsal (barriga para cima). b. Dobrar as pernas em Pasana. c. Inspirar e com o auxílio das mãos e dos cotovelos, incline-se para trás até que o vértice superior da cabeça apóie-se no solo. d. Permanecer com a cabeça dobrada para trás e toda a espádua descrevendo um arco.
e. Segure os dedões dos pés fazendo Jnana Mudra. f. Permanecer na postura fazendo 10 respirações. g. Relaxar em Shavasana. Atenção: As pessoas que não conseguirem fazer Pasana, podem fazer esta postura com as pernas esticadas e as mãos em Anjali Hasta Mudra. (mãos juntas, dedos esticados, fazendo uma leve pressão no esterno). A sequência das posturas deve ser obedecida e, em cada uma delas, devem ser feitas no mínimo 10 respirações. Relaxar entre uma postura e outra e no final deve ser feito um novo exame. Estas posturas somente devem ser executadas se, depois da colocação do Kanda no lugar, houver um deslocamento.
Causas que Levam ao Deslocamento Levantar peso. Quedas de altura. Puxão ou choque repentino. Influências externas. Desequilíbrios psicológicos. Após o exame inicial e a colocação do Kanda (Nabhi Chakra) no lugar é aconselhável fazer uma verificação dentro de 30 dias. O Kanda, apesar de colocado no lugar, pode, por fortes motivos físicos ou psíquicos, voltar a se deslocar. Nestes casos, podemos usar as posturas corretivas, na sequência apresentada, durante alguns dias, e voltar a fazer o Nabhi Pariksha. O Kanda, não voltando para o lugar, deve-se procurar um “expert” para a colocação do mesmo. É bom lembrar que, com a colocação do Kanda no lugar, o aluno ou paciente pode sentir algum tipo de perturbação psíquica ou física, tais como: prisão de ventre ou diarréia, desconforto generalizado, euforia ou uma certa tendência à depressão. Nestes casos, é aconselhável o aluno fazer uma série de respirações yóguicas profundas para energizar o sistema de Nadis e com isso permitir um aporte maior de Prana (energia sutil), o que rapidamente o levará a um estado de equilíbrio e conforto.
Yoga Kuruntha Yoga Kuruntha, ou, na tradução literal, Yoga das Marionetes, é uma técnica do corpo de conhecimento do Yoga, utilizada principalmente no sul da Índia para aquecimento antes das práticas de Asanas. Em alguns livros antigos e tradicionais, como, por exemplo, o Kapala Kurantaka Hathabbyasa Paddhati, esses movimentos são chamados de Rajvasanani, que significa Asana realizadas com cordas. Ele consiste de movimentos feitos com a ajuda de cordas - daí o nome marionete - mas também utiliza argolas e o apoio da parede. É de excelente ajuda para o aumento da flexibilidade corporal, o que possibilita um aprendizado mais harmonioso e rápido dos Asanas e posturas corporais. Além disso, como todo trabalho no Yoga, o trabalho com as cordas leva a um maior conhecimento do próprio corpo e da postura. Com isso, podemos dizer que o Kuruntha é um instrumento de reeducação corporal, tanto para pessoas sadias, de todas as idades, como também para pessoas que apresentam algum tipo de dificuldade devido a problemas físicos, como, por exemplo, pessoas com problemas de coluna. É um agente de mudanças corporais pois leva ao aumento do tônus e de massa muscular, além do equilíbrio da lateralidade, dados benéficos para a saúde do corpo. Além desses benefícios, pode atuar como facilitador na aprendizagem das posturas utilizadas no Yogasanas. Esse Yoga é difundido na atualidade, principalmente por B.K.S. Iyengar, grande mestre de Hatha Yoga da atualidade.
O Tantra e a prática de Yoga Kuruntha “A visão por trás da prática é o que faz a diferença”, palavras que normalmente uso ao ser interpelado sobre o porque do Yoga Kuruntha ser uma das práticas utilizadas na metodologia de ensino. E o que está por trás é apenas uma palavra: equilíbrio. Ao trabalhar a flexibilidade e as principais articulações do corpo, estará sendo desbloqueada a agem de energia pelos Chakras secundários (articulações), e com isso energizando corretamente os Chakras principais. Ao trabalhar a lateralidade estaremos energizando o lado direito (energia masculina) e o lado esquerdo (energia feminina) e consequentemente equilibrando as características masculinas e femininas da personalidade. Ou seja, trabalhando o físico, estaremos equilibrando o energético e a psique do indivíduo, levando-o ao equilíbrio em sua vida psíquica. Saúde psicológica e física decorrente do equilíbrio energético. A escolha dos movimentos a serem feitos depende, assim como em todo trabalho tântrico, do que o indivíduo necessita no momento. Por isso, embora certos movimentos sejam realizados por quase todos os alunos, outros serão ou não, dependendo da necessidade individual. Vemos que, muito mais do que uma simples ação corporal visando aquecimento e flexibilidade, o Yoga Kuruntha na prática tântrica ganha o status de auxiliar em mudanças físicas, psicológicas e energéticas, possibilitando vivenciar e ultraar aspectos psicológicos que bloqueiam o florescer da personalidade que está a caminho do equilíbrio.
Os Movimentos das Marionetes Mostraremos aqui os exercícios mais utilizados em nossa prática. Isso não quer dizer que todos devam ser praticados por todas as pessoas; pois dependerá das necessidades do momento de cada praticante, o que deve ser observado por quem ministra a prática. Isso é uma recomendação e uma advertência, principalmente se o praticante tem algum problema de ordem física. Outra advertência: como em toda prática tântrica, é comum acontecerem catarses de ordem emocional em praticantes mais sensíveis. Choro, mal-estar, enjôo, tonteira, rejeição ao exercício, medo são bastante comuns e somem com a prática regular dos movimentos. Incentivar a continuação da prática é positivo, porém não se deve forçar; deve-se caminhar cada dia um pouco mais, indo sempre adiante, sem stress. Uma última palavra sobre o que acabamos de expor: todos os movimentos que provocam algum tipo de reação, quer positiva quer negativa, tem um grande valor, pois indicam quais as características e Chakras que estão sendo trabalhados naquele momento no praticante.
1. Movimentos nas argolas inferiores Deitado: 1. Primeira Posição: Deitado. Pernas esticadas para cima,
tentando colocar a parte posterior dos joelhos na parede. Para isso, as mãos seguram nas argolas próximas ao chão e puxam o corpo na direção da parede. Puxar o queixo em direção ao peito de modo a alongar toda a parte posterior do pescoço. Fazer 10 respirações na posição. 2. Segunda Posição: Deitado. Pernas flexionadas, pés na parede. As mãos seguram nas argolas inferiores. Inalar e elevar as nádegas até o queixo tocar no peito. Exalar e abaixar o corpo até tocar o chão. Fazer 10 respirações com o movimento conjugado. 3. Terceira Posição: Deitado. Pernas esticadas e afastadas lateralmente. As mãos seguram nas argolas próximas ao chão e puxam o corpo na direção da parede. Fazer 10 respirações na posição. 4. Quarta Posição: Deitado. Pernas flexionadas com a lateral das pernas tocando a parede, solas dos pés unidas. As mãos empurram os joelhos na direção da parede. Fazer 10 respirações na posição. Esse primeiro grupo de movimentos é facultativo, pode, ou não, ser realizado. Esses movimentos são benéficos para problemas na coluna, principalmente coluna lombar, e problemas circulatórios. Devem ser realizados também por pessoas que chegam agitadas e cansadas na prática. É o tempo da pessoa se tranquilizar e fazer a transição entre o stress de sua vida cotidiana e o momento de sua prática. Por esse mesmo motivo são movimentos benéficos para as crianças que chegam agitadas na prática, elas tendem a se aquietar e iniciam a prática de modo mais concentrado.
Sentado: Sentar de frente para a parede. Pernas afastadas, os pés tocam a parede. Com ajuda das argolas inferiores puxar o corpo em direção à parede para obter a maior abertura possível. Fazer 10 respirações completas na posição.
2. Movimento nas argolas superiores Com movimento: 1. Segurando nas argolas superiores: Corpo solto. Inalar e ao exalar elevar as pernas unidas e esticadas. Ao descer as pernas, inalar. Pessoas com problemas na coluna cervical não devem realizar esse movimento. Um aluno que apresente um episódio de dor nas costas, mas que não tenha problemas na coluna, deve realizar a posição sem a elevação das pernas, deixando o corpo solto e relaxado seguro apenas pelas mãos. 2. De pé: Braços unidos ao corpo e mãos segurando nas cordas das argolas superiores. Içar o corpo. Nessa posição, exalar enquanto eleva as pernas esticadas para cima. Inalar enquanto traz as pernas de
volta. Repetir 10 vezes. 3. De pé: Corpo encostado na parede. Segurar corda comprida presa nas argolas superiores. Braços flexionados juntos ao corpo. Calcanhares ficam na parede um pouco acima da linha do solo. Dedos dos pés no chão. Inalar. Ao exalar dobrar o corpo na região da cintura. As nádegas continuam encostadas na parede. Aos poucos desenrolamos os braços para trás, abaixamos as nádegas (pélvis para frente) e olhamos a frente, inalando. As pernas e os braços sempre esticados. Ao exalar, elevar as nádegas, indo a cabeça em direção dos joelhos. Repetir 10 vezes. 4. Sentado de frente para a parede. Pernas esticadas para frente, dedos dos pés na parede e calcanhar no chão afastado da parede. Glúteos contraídos. As mãos seguram a corda longa presa nas argolas superiores. Inalar e elevar e arquear o corpo para trás, direcionando a cabeça e o olhar para a parede oposta. Exalar e sentar. Repetir 10 vezes, conjugado com a respiração. 5. Movimento invertido usando cordas, com movimento: Posicionar o corpo de cabeça para baixo, segurando as cordas longas das argolas superiores. O corpo deve ficar encostado a parede. Nessa posição, exalar abaixando as pernas unidas e esticadas, inalar enquanto levanta as pernas até que elas voltem a encostar-se à parede. Repetir 10 vezes, conjugado com a respiração. Esse segundo grupo de posições é realizado com movimento
aliado à respiração. Esses movimentos ajudam uma das regras básicas de respiração no Yoga: sempre que pressionar o abdome, exalar.
Sem movimento:
1. De pé. Corpo de frente para a parede. Segurar firme nas argolas superiores e içar o corpo para que os pés repousem nas cordas que dela pendem. Ter cuidado para não se afastar da parede e ter o quadril encaixado. Dar a máxima abertura de pernas possível. Fazer 10 respirações. 2. De pé. Lateral direita do corpo voltada para a parede. Segurar as cordas longas das argolas superiores. Afastar as pernas - perna direita para a frente, perna esquerda para trás. Repetir o mesmo com o lado esquerdo do corpo voltado para a parede.
3. Movimentos na argola central Corda Curta:
Posição inicial: De pé. Perna direita esticada lateralmente com a sola do pé na parede. Tornozelo repousa na corda curta da argola central. A outra perna esticada, pé no chão e voltado para a frente. 1A. Corpo voltado para frente. Quadril encaixado. Mão esquerda segura corda presa na argola superior. A lateral esquerda do corpo será esticada nessa posição. Fazer 10 respirações completas. 1B. Torcer na cintura e relaxar o corpo em cima da perna que se encontra elevada. Soltar a cabeça e o pescoço. O pé que está no chão não sai da posição, sempre voltada para a frente. Fazer 10 respirações completas. 1C. Corpo voltado novamente para a frente. Quadril encaixado. Dobrar o corpo para a frente na direção da perna que
está com o pé no chão. Mãos ao lado do pé, uma de cada lado. Testa no joelho. Fazer 10 respirações. Repetir as três posições com a perna esquerda.
Corda comprida Primeiro Grupo
Posição inicial: De pé. De costas para parede. Corda posicionada logo abaixo do término dos ossos da bacia. Pernas unidas e esticadas. Levar os pés para trás, em direção da parede, sem deixar os calcanhares saírem do chão. 2A. As mãos tocam a nuca [não devem pressioná-la!]. Cotovelos afastados e na direção dos ombros. Ombros para trás. Abaixar o tronco até que este fique paralelo ao chão. 10 respirações completas
2B. Abaixar ainda mais o corpo. As mãos se posicionam por trás dos joelhos e puxam o corpo em sua direção. Cabeça na direção dos joelhos. Manter a postura por 10 respirações completas. 2C. Os braços são esticados para a frente. Palmas das mãos no chão. Costas retas. Segundo Grupo
Posição inicial: De pé. Corpo voltado para a parede. A corda longa presa à argola central fica posicionada nos ossos da bacia. Pernas esticadas. Dedos dos pés na parede. Calcanhares no chão e afastados da parede. Coluna reta. Fazer 10 respirações em cada uma das posturas. 3A. Mãos tocam a nuca. Cotovelos afastados na direção dos ombros. A cabeça fica posicionada de modo que toda a coluna, até a coluna cervical, fique reta. Abaixar o corpo para trás. Ir até onde for possível respirar sem dificuldade.
3B. Na posição inicial, sentar na bola e depois deitar. A cabeça solta descansa na bola. Os braços esticados para trás vão em direção ao chão. Essa posição será realizada posteriormente sem o auxílio da bola. Seguro pela corda, o corpo se arqueia para trás até as mão tocarem no chão.
Segurando nas argolas:
De joelhos de frente para a parede. Braços para frente segurando nas argolas centrais. Levantar perna direita à frente e pôr o pé no chão. Tronco na vertical. Abaixar o corpo não deixando que o calcanhar do pé direito saia do chão. O movimento irá alongar o Tendão de Aquiles da perna direita e a parte anterior da coxa esquerda. Realizar o movimento com a outra perna à frente.
4. Outros movimentos:
Alongamento da parte posterior das pernas e coxas
Rampa 1 – De pé. Pernas unidas. Pés posicionados na rampa de modo a esticar e alongar toda a musculatura posterior da perna, em especial a panturrilha. Permanecer na postura por 10 respirações completas. Rampa 2 – Nesta posição, inspirar elevando o corpo na ponta dos dedos dos pés; expirar voltar à posição inicial. Repetir a movimentação 10 vezes, conjugando sempre a movimentação com a respiração.
Movimento de rotação da pélvis
Disco ou Bola: Sentado no disco. As mãos ficam no chão logo atrás do corpo para dar estabilidade. Pernas flexionadas, joelhos afastados lateralmente, solas dos pés unidas. Fazer movimento de rotação da pélvis, da cintura para baixo, numa direção e depois inverter o movimento. Esse movimento pode ser realizado numa bola. Nesse caso, sentar na bola com as mãos soltas nas coxas e com os pés afastados e plantados no chão. Nessa posição realizar o mesmo movimento com a pélvis. Fazer 10 respirações girando da direita para a esquerda e 10 respirações da esquerda para a direita.
Yoga Kuruntha como ajuda na realização das Yogasanas Podemos utilizar a ajuda de cordas, argolas e o apoio da parede como preparação e/ou para realização dos Asanas quando o indivíduo apresentar grande dificuldade na área envolvida. Os exemplos mais comuns são a preparação dos asanas de inversão sobre a cabeça (como por exemplo o Shirshasana) e os Asanas laterais que envolvem equilíbrio. A seguir apresentamos alguns exemplos:
Observação: Os Asanas de lateralidade (equilíbrio das energias femininas e masculinas) podem ser realizados na parede quando a pessoa tiver
uma grande dificuldade na área do Svadhistana Chakra, que faz com que a pessoa feche a região pélvica.
Pranayama Antes de falarmos sobre Pranayama é bom lembrar a importância dada à respiração pelo Yoga e os tipos de respirações usados por esta ciência milenar, como também a utilização de determinadas Mudras para regular e controlar o processo respiratório.
1. Respiração Abdominal (Baixa) A respiração abdominal dá uma massagem no fígado pela subida e descida do diafragma, provocando um aumento da circulação no órgão e consequentemente aumento dos processos químicos (secreção de bílis). Massagem nos rins, constatada através de Radioscopia, e como consequência um aumento de secreção de urina. Forte massagem nos intestinos; quando o diafragma se eleva e desce ao máximo, provoca uma forte massagem neles, especialmente no colo transverso, daí sua utilização em certas constipações. A circulação na cavidade abdominal aumenta, repercutindo sobre os órgãos do baixo ventre, melhorando certas desordens dos ovários e do útero, como as menstruações dolorosas. Mudra utilizada: Adi Mudra.
2. Respiração Intercostal (Média) O controle dos músculos intercostais permite um aporte maior de oxigênio nos pulmões e provoca uma massagem muito importante no coração. Mudra utilizada: Chinmaya Mudra.
3. Respiração Subclavicular (Alta)
Permite ao ar chegar aos ápices pulmonares. Mudra utilizada: Chin Mudra.
Inicialmente, o Yoga dá ênfase a estes exercícios para conscientizar os alunos do processo respiratório e dos benefícios que advêm da Respiração Completa e Ritmada.
4. Respiração Completa (Yóguica) Em uma respiração normal, a tensão arterial varia devido ao fluxo do sangue aos pulmões durante a inspiração, ao refluxo da massa sanguínea até o coração e dali até os vasos periféricos. Na respiração completa, o ritmo mais lento aumenta este fenômeno. O pulmão se encherá muito mais de ar, porque todos os seus alvéolos se distenderão e além disso a lentidão do ritmo permitirá ao sangue mais tempo para realizar as trocas gasosas (CO² por O²), gerando uma melhor oxigenação de todas as células do corpo. 2. Devido ao relaxamento muscular e nervoso, o cérebro se acha livre das solicitações exteriores, o que permite um aporte maior de sangue rico a este órgão.
Devemos lembrar que o aumento da circulação em um órgão aumenta o trabalho próprio deste órgão, por exemplo, secreção de urina nos rins e pensamentos mais lúcidos no cérebro. Durante os exercícios, a circulação no cérebro é mais abundante e rica em oxigênio e gás carbônico, tornando a combustão neste órgão mais intensa, propiciando melhores condições físicas e químicas para o funcionamento do pensamento. 3. Devido à melhoria da circulação, as trocas químicas nos centros nervosos e a ação calmante do ritmo, atua de uma forma sedante no Sistema Nervoso. 4. Devido ao trabalho de todas as partes dos pulmões e da maior oxigenação, torna-os mais resistente a toda infecção microbiana, o que recomenda seu uso na asma e no enfisema. Por fim devemos recordar que o pensamento surge mediante o aporte de sangue ao cérebro, e será tanto mais definido quanto mais rico for o sangue. Esta transformação da energia física na psíquica é a condição necessária para que o pensamento possa manifestar-se. É um fato comprovado que uma expiração muito lenta tem um efeito calmante, relaxante, sobretudo se for precedida de uma inspiração rápida. Ritmo: l.2 ou 1.4 Exercício Relaxante: Inspira 3 Retém 1 Expira 12 Retém 1 (Respiração do Yoga)
Ao contrário, uma inspiração lenta, seguida de uma expiração rápida, agita ligeiramente. Ritmo: 2.1 ou 4.1 Exercício Tonificante: Inspira 4 Retém 1 Expira 1 Retém 1 (Kapalabhati) O exame que permite determinar a percentagem de O², CO² e P.H. no sangue chama-se Gasometria. Depois das considerações sobre os benefícios de respirar corretamente e da ênfase que o Yoga dá à respiração, vejamos também a importância dos Asanas na preparação para a prática do Pranayama. Nós sabemos que, para respirarmos corretamente, precisamos ter um certo domínio sobre a musculatura que interfere no processo respiratório, e os Asanas, além de energizarem os Chakras, desenvolvem a musculatura e automatizam a respiração através da tensão e do relaxamento muscular, nos levando a respirar corretamente (respiração abdominal, intercostal, subclavicular ou completa). Depois de rememorar a importância da respiração e da utilização das Asanas e Mudras para facilitar o processo respiratório, vamos estudar os livros do Yoga para ver o que nos é dito sobre Pranayama. Diz o Hatha-Yoga Pradipika, Capitulo II, verso 1:
“Quando a postura se torna firme, o Yogi, Senhor de Si mesmo, comendo comida benéfica e moderada, deve praticar Pranayama através do ensinamento do mestre”. Significa que o Pranayama somente deve ser praticado por aqueles que já alcançaram “Drdhata” (força e firmeza) nas Asanas e “Sthirata” (fortaleza), propiciada pela prática das Mudras, e que atravessaram o primeiro estágio das práticas, “Arambha”, que é o da purificação das Nadis. O Yogi, comendo comida de predominância Sattvica e praticando Mitahara, moderação alimentar (9º Yama Tântrico), deve praticar Pranayama através, do ensinamento do mestre. Esta última sentença nos mostra a importância do mestre, não só para a prática do Pranayama mas para a prática de todos os estágios do Yoga. O mestre deve ser alguém que vivenciou o processo e que teve seu próprio mestre, que também teve seu mestre e assim sucessivamente, mantendo a tradição de aprendizado mestre, discípulo. “Guru-sisya-parampara”. Ainda no Capitulo II, Verso 2, diz o Hatha-Yoga Pradipika: “Quando a respiração está agitada, a mente está agitada. Quando a respiração se torna calma, a mente deverá se tornar calma. O Yogi deve controlar a respiração e então alcança a firmeza da mente”. Somente aí, quando alcança “Laghava” (firmeza da mente), é que ele está apto à prática de Pranayama.
O ar que respiramos é o ar grossificado (Sthula-Vayu). A respiração é uma manifestação de uma força vital chamada Prana-Vayu. Mediante o controle do Sthula-Vayu, é controlado o Prana-Vayu, também chamado de Suksma-Vayu (ar sutil); o processo relacionado com isso se chama Pranayama. A palavra Pranayama deriva-se de Prana + Ayama. Prana significa energia, respiração, vitalidade. Ayama, expansão, intensidade, extensão, disciplina e controle. Pranayama é a disciplina da respiração para a harmonia do Prana. Existe no processo do Pranayama três fases distintas: Puraka = Inspiração Kumbhaka = Retenção Bahya Kumbhaka = pulmões vazios Antara Kumbhaka = pulmões cheios Rechaka = Expiração O Sr. Shankara define estas três fases da seguinte maneira: 1ª O esvaziamento da mente de toda a ilusão é a verdadeira Rechaka (expiração). 2ª A percepção “Eu sou Atma” é a verdadeira Puraka (inalação). 3ª A constante firmeza da mente nessa convicção é Kumbaka (retenção).
Antes, porém, de praticarmos Pranayama, devemos proceder à limpeza das Nadis (condutos sutis), sem a qual não obteremos êxito na prática e poderemos causar danos irreparáveis na saúde do praticante, como nos adverte o livro: Sandilya Upanishad, Capitulo I: “Assim como os leões, elefantes e tigres são domados lenta e cautelosamente, o Prana deve ser controlado lentamente, em gradação proporcional à capacidade e às limitações físicas de cada um. De outro modo isso matará o praticante”. Diz o Hatha-Yoga Pradipika, Capitulo II, Versos 4 e 5: “A respiração definitivamente não vai pelo meio (Sushumna) nas Nadis cheias de impurezas. Como pode haver Unmanibhava, estado de Unmani (ausência da mente)? Como pode haver sucesso?” “Quando todo o sistema de Nadis que está cheio de impurezas se torna limpo,somente então o Yogi se torna capaz de controlar o Prana”. Existem dois meios de purificação das Nadis: 1. Samanu (com pensamento-processo mental) a. Nadi Sodhana Pranayama b. Anuloma Viloma Pranayama com Bija Mantras
c. Bhastrika Pranayama para romper os três Granthis (nós, impedimentos) na Sushumna Nadi. 2. Nirmanu (sem pensamento-processo físico) Kriyas: Vata-Sara Agni-Sara Kapalabhati, etc... Quando as Nadis estão limpas, o corpo transpira e se sente um leve e agradável tremor em todo ele. Para melhor compreendermos o processo do Pranayama, devemos recordar que no nosso sistema nervoso se produzem dois tipos de ação (impulso): a. Aferente ou Sensorial, que leva as sensações ao cérebro. b. Eferente ou Motora, que leva do cérebro ao corpo. O cérebro recebe todas as sensações através das fibras nervosas, da mesma maneira todas as mensagens do cérebro são enviadas através do sistema nervoso. As Nadis Ida e Pingala correspondem, no Sthula-Sarira (corpo grosso), respectivamente ao Sistema Nervoso Parassimpático e Simpático, e a Sushumna, ao Sistema Nervoso Central. Para melhor compreensão, vamos relembrar o que significa
Sistema Nervoso Vegetativo ou Autônomo: É chamado de Vegetativo porque se encarrega do controle das funções intrínsecas à vida do organismo, à simples tarefa de viver. É chamado de Autônomo porque não depende da vontade. Ele se divide em Simpático (responsável pela inibição) e Parassimpático (responsável pela estimulação). Durante os exercícios de Pranayama se gera Prana-Vayu por meio da Inspiração e Apana-Vayu através da Expiração. O Prana-Vayu é um impulso Aferente que vai ao cérebro ou aos centros nervosos e Apana-Vayu é um impulso Eferente que sai do cérebro e dos centros nervosos. Durante a retenção (Kumbaka) na prática do Pranayama, se consegue unir estes Prana e Apana-Vayu (impulsos nervosos aferentes e eferentes) no Muladhara Chakra. Quando estes impulsos estão unidos neste centro básico, então o plexo atua como um dínamo, enviando grande quantidade de Prana para estimular a Kundalini, que está dormindo neste centro. Para podermos compreender bem a função do Pranayama precisamos ter em mente a definição e o conceito de Vayu, os Pancha Pranas e suas localizações. Vayu é a forma cósmica de Prana. Vayu vem da raiz “Va” que significa mover-se. Vayu é aquele que se move em toda a parte. Vayu também é utilizado para descrever um impulso nervoso
particular, que é uma das propriedades de um nervo. Estes Vayus ou correntes nervosas são recebidos e gerados pelos Pranas localizados em diferentes plexos da porção simpática do sistema nervoso autônomo. Cada plexo é um centro nervoso independente, que pode receber e gerar impulsos nervosos. O Prana (energia sutil) se divide em cinco (Pancha Pranas), de acordo com a natureza da função que exerce em nosso corpo. 1º. Prana Sua função é a respiração, atua no Anahata Chakra, controlando o mecanismo verbal, o aparelho vocal, os músculos respiratórios e os movimentos da garganta, através da porção cervical do sistema nervoso autonômo. 2º. Apana Sua função é a eliminação, atua no Muladhara Chakra, controla a ação autônoma do aparelho excretor do corpo, como rins, bexiga, órgãos genitais, colón e reto, através da porção lombar do sistema nervoso autônomo. 3º. Samana Sua função é a assimilação, atua no Manipura Chakra, controla as secreções do sistema digestivo, estômago, fígado, pâncreas e intestino, através da porção simpática do sistema nervoso autônomo da região torácica. 4º. Vyana Sua função é a circulação (distribuição da energia dos alimentos e da respiração), atua no Svadhisthana Chakra, mantém a coesão do
corpo em todas as suas partes e ajuda a ação e reação dos elementos assimilados pelo indivíduo. É a função do metabolismo e atua em todo o corpo. Ele controla os movimentos voluntários e involuntários dos músculos do corpo, assim como os movimentos das articulações e estruturas ao redor delas. Também ajuda a manter o corpo em posição ereta, gerando reflexos inconscientes em toda a coluna dorsal. 5º. Udana Sua função é a ação inversa e atua no Visuddha Chakra, funciona na altura da laringe e controla as funções automáticas que se produzem na divisão cefálica do sistema nervoso autônomo. A prática do Pranayama tem três estágios: a. Adama Pranayama Ritmo 4:16:8 = 28 leva a transpiração. b. Madhyama Pranayama Ritmo 8:32:16 = 56 leva ao tremor. c. Uttama Pranayama Ritmo 16:64:32 = 112 leva a levitação. O Pranayama deve ser feito virado para o Leste ou para o Norte. Não se deve fazer jejum ou comer só uma vez por dia. Não se deve permanecer sem comida mais de 3 horas (1 Yama). A comida ingerida será leve e forte. Deve-se evitar grandes caminhadas e exercícios violentos. O praticante de Pranayama terá bom apetite, entusiasmo, aspecto
agradável, força e coragem, animação, vigor, vitalidade e facilidade de concentração.
Hanuman (O Deus do Pranayama)
Yoga Suksma Vyayama Yoga Suksma é uma técnica que deve ser executada preferencialmente em grupo, e cada grupo deve ter o seu ritmo característico que será diferente dos ritmos individuais. O professor deve estar atento para estabelecer este ritmo, apressando ou retardando a execução dos movimentos até que o ritmo do grupo se estabeleça naturalmente. O Dr. Gustave Le Bon, considerado o pai da Psicologia das Massas diz em seu livro, editado em 1895, que: “Quando um determinado número de pessoas se reune, a observação demonstra que seu conjunto constitui uma alma coletiva potente mas momentânea. As massas sempre tiveram na história um papel importante, mas nunca tão importante como hoje. A ação inconsciente das massas, que substitui a atividade consciente dos indivíduos, representa uma das características da época atual”. O que é uma massa? Segundo Le Bon, alguns indivíduos reunidos formam uma multidão, igual como se fossem centenas ou milhares. Como, em realidade, nasce uma massa? Em determinadas circunstâncias, e só nessas circunstâncias, um aglomerado de pessoas possui caracteres novos muito diferentes dos de cada indivíduo que o compõe. A personalidade consciente se
desvanece e os sentimentos e as idéias de todas as unidades se orientam em uma mesma direção. Forma-se uma alma coletiva, transitória, sem dúvida, mas com características e caracteres muito bem definidos. A alma coletiva forma um só ser e se encontra submetida à “Lei da unidade mental das massas”. Sem dúvida, mil indivíduos reunidos ao azar em uma praça pública, sem nenhum objetivo determinado, não constituem em absoluto uma massa psicológica. Quais são as características de uma massa psicológica? “Os indivíduos que a compõem, sejam ou não semelhantes seu gênero de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, só o fato de haverem se transformado em uma massa os dotas de uma espécie de alma coletiva. Esta alma os faz sentir, pensar e atuar de um modo totalmente diferente do modo de sentir, pensar e atuar de cada um deles em separado... No agregado que constitui uma massa não há em absoluto uma soma nem um meio dos elementos, mais sim uma combinação e criação de novos elementos. O indivíduo perde assim, de algum modo, sua personalidade e parece submergido, no seio da massa atuante, em um estado particular, muito próximo a hipnose”.
Composição e Explicação da Técnica BHASTRIKA PRANAYAMA (Respiração do Fole) Técnica: 1. Inspire projetando o abdômen para frente. 2. Expire, vigorosamente, puxando o abdômen para dentro. 3. Ritmo, 1:1 (um para inspirar, um para expirar). 4. Os movimentos abdominais devem ser sincronizados com os respiratórios. 5. Devem ser feitos 30 movimentos respiratórios. 6. É importante que o fluxo do ar se faça por ambas as narinas. 7. Depois de cada exercício deve ser feito uma respiração profunda. Atenção: Pessoas com hipo ou hipertensão arterial não devem fazer este Pranayama, bem como pessoas com problemas oculares, como desprendimento da retina e glaucoma. Benefícios: Tonifica o sistema nervoso. Incrementa a circulação para todo o
corpo e aumenta a temperatura, eliminando todas as impurezas pelo suor. Rompe os três Granthis (Nós): Brahma no Muladhara, Vishnu no Anahata e Rudra no Ajna, permitindo assim que a Kundalini suba através da Sushumna Nadi até o Sahasrara Chakra (maiores detalhes sobre os Granthis nas páginas nº 51 a 55).
KAPALABHATI (Crânio Brilhante) Técnica: 1. Inspire lentamente, projetando o abdômen para frente. 2. Expire vigorosamente, puxando o abdômen para dentro. 3. Ritmo, 4:1 (quatro para inspirar, um para expirar). 4. É importante que o fluxo do ar se faça por ambas as narinas. Benefícios: 1- PULMÕES A sucessão rápida de expulsões consegue expelir o ar residual, constituindo assim um processo de limpeza total dos pulmões (alvéolos pulmonares), purificando e mantendo a flexibilidade da esponja pulmonar. 2- CO² Provoca uma rejeição maciça de CO², cuja taxa no sangue baixa rapidamente. Esta diminuição de CO² é anormal, mas benéfica, pois permite as células se livrarem facilmente do excesso que elas produzem vivendo. O que não ocorre quando o sangue circula lentamente. O nível de CO² restabelece-se automaticamente
depois do exercício. 3- CÉLULAS Concomitantemente, o sangue satura-se de oxigênio, permitindo às células fixarem a sua parte e rejeitar o CO², resultando um acréscimo da atividade celular, o que se manifesta por uma sensação de calor. 4- ORGÃOS ABDOMINAIS Massageia e tonifica todas as vísceras abdominais, particularmente o tubo digestivo e as glândulas anexas, aumentando o peristaltismo intestinal e evitando a prisão de ventre, seja ela de natureza espástica ou atônica. 5- SISTEMA NERVOSO A forte oxigenação do sangue e a baixa de CO², que é um excitante natural do centro respiratório, acalma (o centro respiratório), o que repercute sobre o Sistema Neurovegetativo. 6- CÉREBRO
É fato comprovado que a respiração modifica o volume do cérebro. Durante a inspiração , quando os pulmões se enchem de ar, o cérebro diminui de volume; e durante a expiração o cérebro aumenta de volume, e a amplitude do movimento é proporcional à dos movimentos respiratórios. O cérebro comporta-se como uma massa esponjosa que se reduziria e encheria segundo o ritmo respiratório. E, devido a este duplo movimento, influencia os fluidos cerebrais e principalmente a circulação do sangue. Por este motivo Kapalabhati produz uma verdadeira massagem no cérebro, abrindo todos os capilares e vivificando todas as células cerebrais, incluindo as glândulas endócrinas Hipófise e Pineal. Limpa as Nadis e o Manipura.
AGNI-SARA (Purificação com o Fogo) Técnica: 1. Inspire, projete o abdômen para frente. 2. Expire, puxando o abdômen para dentro. 3. Sem ar nos pulmões, movimente a musculatura abdominal para dentro e para fora em movimentos rápidos e sucessivos. 4. Devem ser feitos 30 movimentos abdominais.
5. Não esqueça de fazer uma respiração profunda ao término do exercício. Benefícios: Estimula o fígado, o baço, rins e pâncreas. Reduz a gordura abdominal e a prisão de ventre. Limpa e desobstrui o Kanda.
SHÍTALI PRANAYAMA (Pranayama Frio ou Refrescante) Técnica: 1. Abrir a boca, arredondando os lábios. 2. Fazer um “tubo” com língua trazendo-a para fora da boca. 3. Os dentes ficam semicerrados encostados na língua. 4. Inspirar através da língua, que deve estar úmida e em forma de tubo, enchendo bem os pulmões. 5. A agem do ar pela língua deve fazer um som sibilante. 6. Depois de efetuada a inspiração, recolha a língua. 7. Expire lentamente, ando o ar pela glote como em Ujjayi
Pranayama. Atenção: Este Pranayama pode ser feito por pessoas hipertensas sem a retenção e é contra-indicado para pessoas com problemas nas vias respiratórias, tais como, laringite, traqueíte e rouquidão e, também, para casos de insuficiência cardíaca. Benefícios: Purifica o sangue. Ajuda a minorar a sede, a fome, e refresca o sistema na época do calor. Cura a dispepsia crônica (má digestão), inflamação do fígado e desordens biliares. A prática persistente purifica de tal forma o sangue que nem o veneno de uma Naga poderá afetar o corpo do Yogi. Em outras palavras é dito que a prática constante de Shitali Pranayama mantém a alcalinidade do sangue. No livro “O Labirinto Humano” à página 34, o Dr. Baker descreve o resultado das investigações do Dr. Willian Reich: “Que é que produz a contração muscular e a sustenta? Suas investigações (do Dr. Reich) levaram-no ao domínio do Sistema Nervoso Vegetativo e antítese básica desse funcionamento vegetativo. A excitação do sistema nervoso Simpático causa a contração, vivenciada como ANSIEDADE. A excitação Parassimpática conduz a expansão vivida como PRAZER. Portanto, é uma simpaticotonia crônica (ou hipertonia do simpático, modernamente, fala-se de um stress crônico) que
produz e mantem a couraça, que por sua vez sustenta a neurose. É interessante observar que, a nível químico, o Parassimpático é funcionalmente identificado com a ALCALINIDADE, com os íons de sódio e de potássio, ao o que o Simpático tem afinidade com a ACIDEZ e com os íons de cálcio.”
Bandhas Bandha significa limitação, aprisionamento, juntar-se, restringir ou tomar conta. São chaves que se utilizam em determinadas posturas para que certos órgãos ou partes do corpo sejam contraídos e controlados. Sem a utilização das Bandhas a prática do Pranayama perturba o fluxo do Prana e danifica o sistema nervoso. As Bandhas ajudam a distribuir a energia e a evitar o desgaste pela hiperventilação do corpo. Elas são praticadas para acordar a Kundalini, que está adormecida, e direcionar sua energia para cima, através da Sushumna Nadi, durante os Pranayamas. Seu uso é essencial para a experiência do estado de Samadhi.
MULA BANDHA (A Bandha da Raiz) Técnica: 1. Inspire, contraia os esfínteres do ânus e do sexo. 2. Não esqueça de puxar a musculatura do reto para dentro do corpo. 3. Retenha a respiração por um tempo confortável.
4. Expire e relaxe a musculatura. Benefícios: Esta Bandha ajuda a transformar a energia sexual em “Ojas Sakti”, energia espiritual. Previne a espermatorréia e ajuda a contemplação e a meditação. Limpa e tonifica os intestinos. “Quando o Apana é forçado para cima e alcança o Agni no Manipura, a chama deste se alonga e é avivada por Vayu. Agni e Apana se misturam com o Prana do Anahata, provocando uma onda de calor que aquece todo o corpo. Através deste Agni, que é muito violento, cresce no corpo o fogo flamejante que desperta a adormecida Kundalini. Então, ELA produz um ruído sibilante, torna-se ereta como uma serpente e penetra na Brahmanadi.” Segundo a nossa fisiologia Mula Bandha contrai e fortifica o forro pélvico, que é formado principalmente dos músculos eretores do ânus (Lavatores Ani) e dos músculos coccígeos, permitindo à rede muscular resistir à pressão desenvolvida pelo empurrão de cima para baixo do diafragma, resultando daí um aumento de pressão intra-abdominal com todas as boas repercussões para esta região. Estimula a parte sacra e pélvica do sistema Parassimpático, sendo importante a sua utilização nas práticas de Pranayama (principalmente na fase de Kumbaka=retenção), quando o Parassimpático é excitado na sua origem, no bulbo e na base do cérebro, permitindo, assim, uma exitação total do sistema, aumentando as funções anabólicas do organismo.
O Dr. Rama Poldeman, médico e yogaterapeuta holandês, lembra a importância que os Yogis dão à glândula coccígea de Luschka, pouco conhecida por nós. Diz ele que esta glândula assemelha-se ao “corpo carótido” situado no pescoço perto da artéria carótida, que exerce uma influência sobre a tensão arterial, a respiração e o sono. O “corpo coccígeo” desempenha uma função análoga e, durante a prática de Mula Bandha, as suas terminações nervosas são estimuladas.
UDDIYANA BANDHA (Bandha de elevar-se ou voar para cima) Técnica: 1. Inspire projetando o abdômen para frente. 2. Expire, eleve o diafragma até o torax e contraia os músculos abdominais o máximo possível, pressionando os órgãos abdominais contra a coluna vertebral. 3. Permaneça nesta posição, com os pulmões vazios, o maior tempo possível. 4. Inale e relaxe a musculatura abdominal. 5. Uddiyana só deve ser executado durante a Bahya Kumbhaka (pulmões vazios).
Benefícios: É ótimo exercício para o abdomem, ajuda a acabar com a prisão de ventre, má digestão e perturbações do fígado. “Quando os músculos abdominais são pressionados e levantados para debaixo das costelas, esse movimento encaminha o Prana para a Nadi Saraswati, e energizando-a fortemente atinge o Manipura, aumentando a temperatura em todo o corpo de tal forma que desperta a Kundalini.” O aumento do fogo gástrico (Jatharagni) remove as doenças dos órgãos abdominais.
JALANDHARA BANDHA (A Bandha da Rede) Técnica: 1. Baixe a cabeça fazendo pressão com o queixo no garfo do esterno. 2. Inspirar e expirar nesta posição. Dizem os livros do Yoga: - Shiva Samhita, Cap.IV,Vers.38: “O queixo deve estar apoiado no peito, fechando a rede das artérias do pescoço, é o que se chama -contração da rede- (rede de
Nadis) difícil até mesmo para os deuses.” - Hatha-Yoga Pradipika, Cap.III,Vers.69/1: “Depois de ter contraído a garganta, o adepto fixará firmemente o queixo sobre o peito. Esta Bandha chama-se Jalandhara porque comprime as artérias que vão ao cérebro e pára o fluxo de néctar correndo para baixo.” - Yoga Chudamany Upanisad, Sloka, 51: “Devido a Jalandhara Bandha, que contrai a cavidade da garganta, o néctar que desce do Lotus de Mil Pétalas não é queimado no fogo digestivo (Jatharagni) e, controlando as forças vitais, acorda a Kundalini.” - Shiva Samhita, Cap. IV, Vers. 39: “O Yogi deve comprimir os dois nervos carotidianos (2 lados do pescoço). Assim manifesta-se o Brahman puro e o adepto conhece a felicidade.” Benefícios: Esta Bandha desobstrui as agens nasais e regula o fluxo do sangue e da energia (Prana) para o coração, cabeça e glândulas endócrinas no pescoço (tireóide e paratireóide). Se o Pranayama é executado sem esta Bandha imediatamente se sente uma pressão no coração, cérebro, globos oculares e dentro
do ouvido, motivado pela pressão do ar nas Trompas de Eustáquio (canal que comunica a faringe com a caixa do tímpano). Jalandhara Bandha estimula o Plexo Cardíaco (Anahata) e impede o Prana que reside no Anahata de subir, encaminhando-o para a Susumna Nadi, e não permite que o Néctar que exuda do Ajna seja queimado por Agni do Manipura, estimulando assim a Kundalini a bebê-lo. De acordo com a nossa fisiologia esta Bandha age da seguinte forma: 1° Sobre o coração: Durante a retenção da respiração o coração não deve acelerar. Pelo contrário, os batimentos devem diminuir e estabelecer-se um ritmo possante, calmo e regular. Para percebermos como Jalandhara regulariza a atividade cardíaca, devemos visualizar o pescoço, região estratégica que comporta um número impressionante de artérias, de veias e de centros nervosos, sem esquecer a glândula tireóide. 2° Artéria carótida A artéria carótida a no pescoço e é o vaso sanguíneo mais importante para a irrigação do cérebro (daí sua importância vital). No pescoço, a artéria mãe bifurca e forma o sinus carotidiano que tem paredes muito finas, o que o torna muito sensível a qualquer pressão. Dos sinus carotidianos - um de cada lado- saem nervos, e comprimindo esse lugar, modifica-se consideravelmente a atividade do cérebro, assim como determinados estados de
consciência. A nossa fisiologia ensina que nos sinus carotidianos, existem feixes nervosos e baroreceptores ultrasensíveis a toda modificação nessa zona, e principalmente todo o aumento de pressão produz, por via reflexa, uma baixa de tensão arterial e um afrouxamento dos batimentos do coração. Ora, as retenções prolongadas da respiração geram precisamente um aumento da tensão arterial e uma aceleração das pulsações cardíacas, podendo até provocar palpitações. Jalandhara Bandha tem como missão proteger o coração e o sistema vascular contra os efeitos nocivos das retenções prolongadas da respiração. 3° Região cervical da coluna vertebral Quando o queixo estiver colocado no esterno (garfo), a pessoa sente um alongamento nítido da nuca – das cervicais – que se prolonga até aos músculos dorsais. Se o resto da coluna vertebral está na posição correta, o alongamento da nuca exerce uma tração sobre a espinha que estimula todos os centros nervosos raquianos. Devido a esta Bandha, o alongamento cervical liberta os nervos raquianos e age sobre o Bulbo Cefaloraquiano, que inclui os centros respiratórios e cardíacos, regulando a vasomotricidade e determinados metabolismos essenciais. Assim Jalandhara exerce, pela posição do pescoço prolongado, uma ação sobre o centro respiratório, que é fortemente excitado quando das retenções da respiração.
Bulbo Raquiano = A parte do eixo cérebro espinhal entre a medula e o cérebro. 4° Comprimir a tireóide Uma ação importante devido a compressão do pescoço pelo queixo produz-se ao nível da tireóide. Os hipertireóidianos devem abster-se desta Bandha e até da prática do Pranayama sendo interessante fazerem a respiração do Yoga.
Mudra O Livro Nirvana Tantra descreve 108 Mudras. Mudras são gestos sagrados que servem para imobilizar o Prana em determinadas regiões. Modernamente, podemos traduzir Mudra como gestos neuro-musculares. Mudra é uma palavra composta (Mu + Dra). Mu deriva de Mukti (liberação) e Dra deriva de Dadati (aquilo que ou aquele que dá...).
1º. ASVINI MUDRA (A Mudra do Domador do Cavalo) Técnica: 1. Inspire, retenha a respiração, contraia os esfínteres do ânus e puxe para dentro do corpo a musculatura lisa do reto. 2. Exale e relaxe. Benefícios: Estimula os sistemas nervosos central e simpático, através das terminações nervosas dos esfíncteres anais. Estimula o Muladhara Chakra.
2º. KAKI MUDRA (A Mudra do Corvo) Técnica: 1. Feche as narinas com os polegares, estique e junte todos os outros dedos das mãos, imitando o bico de um corvo, ou um triângulo com o vértice voltado para cima. 2. Os cotovelos ficam elevados à altura dos ombros. 3. Inspire pela boca fazendo um tubo com a língua (Sitali Pranayama). 4. Retenha a respiração, infle as bochechas e feche os olhos. 5. Faça Jalandhara Bandha (queixo no garfo do esterno) e Mula Bandha (contração da musculatura do ânus e do sexo) e, simultaneamente, coloque as pontas dos dedos voltados para baixo (vértice do triângulo voltado para baixo). 6. Permaneça nesta posição, com os pulmões cheios e as contrações musculares o maior tempo possível. 7. Exale, levantando a cabeça e desfazendo as Bandhas. Benefícios: O (triângulo com ponta para cima) representa Shiva, a força positiva. O (triângulo com ponta para baixo) representa a Shakti, a
força negativa. Os opostos que se completam. Representa a atuação harmoniosa destas forças em nosso corpo com a finalidade de nos equilibrar física e psiquicamente. Através de Jalandhara Bandha se envia o Prana para baixo, através de Mula Bandha não se deixa o Apana sair. Ambos se encontram no Mukta Triveni (solto, liberado) e tentam subir pela Sushumna Nadi (o único caminho), vivificando todos os Chakras.
3º. YONI MUDRA ou SANMUKHI MUDRA (A Mudra da Origem ou a Mudra das seis Aberturas) Técnica: 1. Coloque os dedos polegares fechando os ouvidos, os dedos indicadores sobre os olhos fechados (sem pressioná-los com muita força), os médios fechando as narinas, os anulares acima do lábio superior e os mínimos abaixo do lábio inferior. 2. Os cotovelos ficam elevados à altura dos ombros. 3. Inspire pela boca fazendo um tubo com a língua (Sitali Pranayama). 4. Retenha a respiração, infle as bochechas e feche os olhos. 5. Faça Jalandhara Bandha (queixo no garfo do esterno) e Mula Bandha (contração da musculatura do ânus e do sexo).
6. Permaneça nesta posição, com os pulmões cheios e as contrações musculares o maior tempo possível. 7. Exale, levantando a cabeça e desfazendo as Bandhas. Benefícios: Yoni significa útero ou fonte, e se refere ao ABSOLUTO (Brahmam), fonte de toda a vida. Sanmukhi significa seis (6) orifícios. Yoni Mudra representa a abstração dos sentidos (Pratyahara). O fechamento das portas para o mundo exterior para a busca do ser interior.
Músculos e Articulações Através dos exercícios vamos trabalhando grupos de músculos, feixes nervosos e articulações para darmos maior elasticidade e tonicidade muscular. Depois de afrouxada toda a couraça muscular, vamos energizando os centros vitais através do chamado “Caminho da Criação” (Srsti Krama). Esses exercícios ajudam de uma maneira eficiente a equilibrar aquilo que na Índia é chamado de “AS 3 DOSHAS” pela medicina tradicional hindu: Ayurveda. VATA = Ar PITTA = Fogo KAPA = Terra Ajudam a eliminar não só os gases intestinais e gástricos, mas também aquele vento que, por causa de reações químicas deficientes no organismo, forma-se em qualquer parte do corpo, principalmente nas articulações. Este vento e gás nas articulações causa rigidez e dores reumáticas, que se movem de um lugar para outro. Mesmo os ossos estão sujeitos a essas aflições por falta de cálcio, ou por excesso de ácido úrico no sistema.
Yoga Sthula Vyayama São exercícios mais vigorosos do que os de Yoga Suksma , requerendo maior esforço físico. São muito bons para o desenvolvimento muscular e estimulação física em geral. São mais cinco (5) exercícios que visam principalmente: 1. Desenvolvimento da concentração 2. Atividade rítmica de diferentes grupos musculares 3. Exercitar todos os músculos articulares (grupos) 4. Respiração profunda. Os exercícios de Yoga Suksma e Sthula Vyayama acabam sempre com três sonoras gargalhadas. O que nos faz lembrar a recomendação do Dr. Robert Svoboda no livro “Prakrti-Your Ayurvedic Constitution” à página 111, onde ele recomenda: “Se você não puder fazer exercícios, ao menos dê gargalhadas. A gargalhada queima calorias, melhora a função do pulmão, oxigena o sangue, convida o Prana a entrar no sistema, libera endorfinas e fortifica o sistema imunológico”.
Exercícios de Yoga Suksma e Sthula Vyayama 1. UCCARANA-STHALA TATHA VISHUDDHA-CHAKRA SUDDHI Limpeza da faringe
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Fazer a “abertura da glote”, isto é, medir 6 dedos a partir do garfo do esterno para cima e posicionar a cabeça. Braços ao lado do corpo. Nessa posição realizar o Bhastrika Pranayama por trinta vezes, deixando a mente concentrada no centro do pescoço, região do Vishuddha Chakra. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 2. PRARTHANA (Prece)
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos fechados. Mãos em posição de prece com os polegares fazendo leve pressão no centro do osso Esterno. Respiração normal. Concentração na região entre as sobrancelhas, região do Ajna Chakra. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 3. BUDDHI TATHA DHRTI-SHAKTI VIKASAKA
Desenvolvimento da mente e da força da força de vontade
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inclinar a cabeça para trás, alongando o pescoço. Nessa posição realizar trinta vezes o Bhastrika Pranayama com a mente concentrada no topo da cabeça, região do Sahasrara Chakra. Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
4. SMARANA-SHAKTI VIKASATA Desenvolvimento da memória
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inclinar levemente a cabeça para frente, de forma que o olhar recaia a 1,50m na frente dos pés. Concentração na nuca – entre o ossos Parietal e Occipital – , região do Brahmarandhra. Nessa posição, realizar trinta vezes o Bhastrika Pranayama. Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
5. MEDHA-SHAKTI VIKASAKA Desenvolvimento do poder de determinação
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Fazer Jalandhara Bandha, inclinando a cabeça até que o queixo toque no garfo do osso Esterno. Concentração no centro da cabeça no Manas Chakra. Nessa posição, realizar o Bhastrika Pranayama por trinta
vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 6. NETRA-SHAKTI VIKASAKA Melhorando a visão
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Cabeça inclinada totalmente para trás. Olhar, envesgando os
olhos, para a região entre as sobrancelhas (Ajña Chakra). Quando os olhos pestanejarem ou lacrimejarem, fecha-los. Retornar a cabeça até a posição normal. Friccionar as mãos aquecendo-as. Pousar as mãos em forma de concha sobre os olhos fechados. Antes de abrir, massagear com o polegar na parte cima dos olhos e com o indicador na parte de baixo. Relaxar os braços e fazer uma respiração profunda. 7. KAPOLA-SHAKTI VARDHAKA Kaki Mudra ou Mudra do corvo
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Fazer Kaki Mudra unindo as pontas dos dedos correspondentes, menos os Polegares. A união dos dedos esticados lembrará um triângulo com um vértice voltado para cima ou o bico de um corvo. Nessa posição, realizar uma inspiração em Shitali Pranayama. Reter o ar. Inflar as bochechas. Fazer Jalandhara Bandha. Voltar o vértice do triângulo formado pela ponta dos dedos unidos para baixo. Fazer Mula Bandha. Perseverar na posição enquanto puder reter o ar nos pulmões de maneira confortável. Manter as costas eretas.
Quando não puder mais reter o ar, desfaça as Bandhas, volte a cabeça até posição normal e solte o ar pelas narinas. O vértice do triângulo formado pelos dedos unidos voltará a ficar voltado para cima. Repetir o movimento por mais duas vezes, sem realizar respirações extras entre um e outro. Após a terceira vez, relaxar os braços e fazer uma respiração profunda. 8. KARNA-SHAKTI VARDHAKA Yoni Mudra ou Sanmukhi Mudra
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Fazer Yoni Mudra fechando os ouvidos com os dedos polegares; os olhos, sem pressionar, com os dedos indicadores; as narinas com os dedos médios; e com os dedos anelares e mínimos acima e abaixo dos lábios, respectivamente, fechando a boca. Nessa posição, fazer uma inspiração em Shitali Pranayama. Reter o ar nos pulmões. Inflar as bochechas. Fazer Jalandhara Bandha e Mula Bandha. Perseverar na posição enquanto puder reter o ar nos pulmões de modo confortável. Manter as costas eretas.
Quando não puder mais reter o ar, desfaça as Bandhas, volte a cabeça até a posição normal e solte o ar pelas narinas. Repetir o movimento por mais duas vezes, sem realizar respirações extras entre um e outro. Após a terceira vez, relaxar os braços e fazer uma respiração profunda. 9. GRIVA-SHAKTI VIKASAKA I e II Desenvolvimento do vigor do pescoço.
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Respiração normal. Com concentração no centro do pescoço, região do Vishuddha Chakra, movimentar o pescoço e a cabeça nos seguintes sentidos: 1. Lateral – Inclinar lateralmente, sempre alternando os lados, como se quisesse encostar cada orelha no ombro correspondente. 2. Para frente e para trás – Inclinar para frente indo com o queixo até o garfo do osso Esterno e para trás soltando bem a cabeça. 3. Torcer – Torcer na altura das vértebras cervicais, sempre alternando os lados, até que o queixo fique alinhado a cada ombro. 4. Girar – Começando com o queixo apoiado no garfo do osso Esterno, girar a cabeça no sentido horário e depois no sentido anti-horário. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 10. GRIVA-SHAKTI VIKASAKA III Desenvolvimento do vigor do pescoço
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Com a atenção na região do centro do pescoço (Vishuddha Chakra), tencionar a musculatura do pescoço e do queixo enquanto respira normalmente. Relaxar toda a área e fazer uma respiração profunda. 11. SKANDHA TATHA BAHU-MULA SHAKTI VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos ombros e articulações
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Cerrar os punhos com os polegares por dentro. Fazer uma inspiração em Shitali Pranayama. Reter o ar. Inflar as bochechas. Fazer Jalandhara Bandha. Nessa posição, movimentar os ombros para cima e para baixo (em torno de 25 vezes). Ao terminar desfazer as Bandhas e com a cabeça na posição normal, exalar o ar pelas narinas. Repetir o movimento por três vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
12. BHUJA-BANDHA-SHAKTI VIKASAKA Fortalecimento dos antebraços
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Cerrar os punhos com os polegares por dentro.Dobrar os braços na altura dos cotovelos, formando um ângulo de 900 entre braços e antebraços. Inalar e esticar os braços à frente na altura dos ombros.
Exalar e voltar a posição inicial, sempre de modo vigoroso. Repetir por 15 vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. Observação: Não deixar que, ao exalar, os cotovelos ultraem a linha do corpo para trás. Ao esticar os braços, esses devem ficar paralelos ao chão. 13. KAPHONI-SHAKTI-VIKASAKA I Desenvolvimento do vigor dos cotovelos
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo com as palmas das mãos voltadas para frente. Cerrar os punhos com os polegares por dentro. Inalar ao flexionar os cotovelos, levantando os antebraços até que as mãos cheguem a altura dos ombros. Exalar e voltar a posição inicial. Realizar o movimento de forma vigorosa. Repetir por 15 vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
14. KAPHONI-SHAKTI-VIKASAKA II Desenvolvimento do vigor dos cotovelos
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo com as palmas das mãos voltadas para frente. Mãos abertas com os dedos esticados e unidos. Inalar ao flexionar os cotovelos, levantando os antebraços até que as mãos cheguem a altura dos ombros. Exalar e voltar a posição inicial. Realizar o movimento de forma vigorosa. Repetir por 15 vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 15. BHUJA-VALLI-SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos braços
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Ao inalar, elevar todo o braço esticado para cima. No
movimento a palma da mão ficará voltada para fora do corpo. Exalar abaixando o braço esticado até a posição inicial sem bater na coxa. Repetir por 15 vezes. Repetir por 15 vezes com o outro braço e depois com os dois braços simultaneamente. Ter o cuidado de não deixar as mãos baterem nas coxas, ao exalar, ou os braços ultraarem a linha dos ouvidos, ao inalar. Ao terminar, fazer uma respiração profunda 16. PURNA-BHUJA-SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos braços
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Colar a palma da mão esquerda na lateral da coxa esquerda. Fechar a mão direita com o polegar por dentro. Nessa posição, inspirar, reter o ar, rodar o braço direito esticado na articulação do ombro, para frente por 15 vezes. Com o braço direito esticado a frente, exalar vigorosamente enquanto dobra o braço na altura do cotovelo para trás. Não deixar o cotovelo ultraar a linha do corpo. Repetir o movimento com mesmo braço fazendo a rotação no sentido inverso.
Repetir todo o movimento com o braço esquerdo (rotação para frente e para trás) e logo após, com os dois braços simultaneamente. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 17. MANI-BANDHA-SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos pulsos
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Fechar as mãos, polegares por dentro. Esticar os braços à frente do corpo. Movimentar as mãos para cima e para baixo por 15 vezes. O movimento se dá na altura dos punhos. Flexionar os braços na altura dos cotovelos lateralmente e repetir o movimento por mais 15 vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 18. KARA-PRSTHA-SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor das costas das mãos
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Dedos das mãos unidos e esticados. Esticar os braços à frente do corpo. Movimentar as mãos para cima e para baixo por 15 vezes. O movimento se dá na altura dos punhos. Flexionar os braços na altura dos cotovelos lateralmente e repetir o movimento por mais 15 vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 19. KARA-TALA-SHAKTI-VIKASAKA
Desenvolvimento do vigor das palmas das mãos
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Dedos das mãos ficam separados e esticados. Esticar os braços à frente do corpo. Movimentar as mãos para cima e para baixo por 15 vezes. O movimento se dá na altura dos punhos. Flexionar os braços na altura dos cotovelos lateralmente e repetir o movimento por mais 15 vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
20. ANGULI-MULA-SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor das juntas dos dedos
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Esticar os braços à frente do corpo. Fechar os olhos. Deixar as mãos relaxadas. Dedos soltos. Fixar a atenção no fluxo da energia que vem do centro do peito (Anahata Chakra) até a ponta dos dedos.
Flexionar os braços na altura dos cotovelos e continuar a concentração. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 21. ANGULI-SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos dedos
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços esticados à frente do corpo.
Mãos no formato de garras de tigre. Inspirar flexionando os braços na altura dos cotovelos. Palmas das mãos voltadas para frente. Expirar com vigor e rapidez, esticando os braços à frente. Durante todo o movimento as mãos ficam no formato de garras. Repetir por cinco vezes o movimento. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 22. VAKSA-STHALA SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor do tórax
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Concentrado no centro do osso Esterno (região do Anahata Chakra), inspirar elevando os braços esticados, palmas das mãos para frente, enquanto arqueia o tronco para trás e projeta a pélvis para frente, glúteos contraídos. A cabeça acompanha o movimento do tronco para trás. Não permitir que os joelhos dobrem. Reter o ar nos pulmões enquanto for possível, sem excesso. Expirar voltando a posição inicial. Repetir todo o movimento por três vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 23. VAKSA-STHALA SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor do tórax
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Concentrado no centro do osso Esterno (região do Anahata Chakra), inspirar elevando os braços esticados de forma que eles descrevam arco para trás, até que as mãos fiquem esticadas para baixo atrás do corpo. O tronco ficará arqueado
para trás e a pélvis projetada para frente, glúteos contraídos. A cabeça acompanha o movimento. Não permitir que os joelhos dobrem. Reter o ar nos pulmões enquanto for possível, sem excesso. Expirar voltando a posição inicial. Repetir todo o movimento por três vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 24. UDARA SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos músculos abdominais
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inspirar e expirar tirando todo o ar dos pulmões. Sem ar, contrair e elevar os músculos abdominais para debaixo das costelas. Permanecer sem ar e com a contração o quanto for possível, sem excesso. Concentrar no centro do umbigo (Manipura Chakra). Quando precisar, inspire profundamente relaxando a contração. Repetir o movimento por três vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
25. UDARA SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos músculos abdominais
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Mãos na cintura com os polegares voltados para frente do corpo e os outros dedos nos ossos da bacia. Cotovelos apontam para trás. Dobrar o corpo para frente formando um ângulo de 60o entre os quadris e as pernas esticadas. Nessa posição, realizar o Bhastrika Pranayama por 30 vezes com a mente concentrada
no Manipura Chakra. Voltar a posição inicial e fazer uma respiração profunda. 26. UDARA SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos músculos abdominais
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Mãos na cintura com os polegares voltados para frente do corpo e os outros dedos nos ossos da bacia. Cotovelos apontam para trás. Dobrar o corpo para frente formando um ângulo de 90o entre os quadris e as pernas esticadas. Nessa posição, realizar o Bhastrika Pranayama por 30 vezes com a mente concentrada
no Manipura Chakra. Voltar a posição inicial e fazer uma respiração profunda. 27. UDARA SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos músculos abdominais
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Mãos na cintura com os polegares voltados para frente do corpo e os outros dedos nos ossos da bacia. Cotovelos apontam para trás.
Dobrar o corpo para frente formando um ângulo de 60o entre os quadris e as pernas esticadas. Nessa posição, realizar Agni Sara, movimentando os músculos abdominais por 30 vezes. Voltar a posição inicial e fazer uma respiração profunda. 28. UDARA SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos músculos abdominais
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Mãos na cintura com os polegares voltados para frente do corpo e os outros dedos nos ossos da bacia. Cotovelos apontam para trás. Dobrar o corpo para frente formando um ângulo de 90o entre
os quadris e as pernas esticadas. Nessa posição, realizar Agni Sara, movimentando os músculos abdominais por 30 vezes. Voltar a posição inicial e fazer uma respiração profunda. 29. KATI SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor das costas
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo.
Segurar com a mão esquerda o pulso da mão direita fechada, polegar para dentro. Nessa posição, inspirar enquanto dobra o corpo para trás. Glúteos contraídos para projetar a pélvis bem para frente. Pernas esticadas. Voltar expirando, trazendo as costas retas até que o tronco fique paralelo ao chão. Daí em diante, relaxar os ombros, as costas e a cabeça. Realizar cinco movimentos segurando o pulso da mão direita e mais cinco segurando o pulso da mão esquerda. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 30. KATI SHAKTI-VIKASAKA II Desenvolvimento do vigor das costas
De pé. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Afastar as pernas de seis a sete palmos. Mãos na cintura com os polegares voltados para frente do corpo e os outros dedos nos ossos da bacia. Cotovelos apontam para trás. Nessa posição, inspirar enquanto dobra o corpo para trás. Glúteos contraídos para projetar a pélvis bem para frente. Pernas esticadas. Voltar expirando, trazendo as costas retas até que o tronco fique paralelo ao chão. Daí em diante, relaxar os ombros, as costas e a cabeça. Realizar cinco movimentos Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
31. KATI SAKTI-VIKASAKA III Desenvolvimento do vigor das costas
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inspirar enquanto eleva os braços até a altura dos ombros pela frente do corpo. Visualizar que com a expiração estaremos limpando a região do Manipura Chakra, chakra das emoções. Expirar rápida e
vigorosamente. Repetir o movimento por cinco vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 32. KATI SHAKTI-VIKASAKA IV Desenvolvimento do vigor das costas
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo.
Inspirar e elevar lateralmente os braços até a altura dos ombros, palmas voltadas para baixo. Expirar e inclinar lateralmente o tronco o quanto puder para direita. Inspirar retornando a posição inicial. Expirar e inclinar lateralmente o tronco para o lado esquerdo. Inspirar voltando a posição inicial. Repetir cinco vezes para cada lado, sempre alternando os lados. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 33. KATI SHAKTI-VIKASAKA V Desenvolvimento do vigor das costas
De pé. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Pés afastados por dois palmos. Quadris encaixados. Elevar os braços estendidos à frente do corpo, inspirando. Expirar e torcer o tronco para o lado direito; os braços seguem o movimento para trás, assim como a cabeça. Inspirar voltando a posição inicial. Expirar e torcer o tronco para o outro lado. Repetir o movimento com vigor por 15 vezes para cada lado, sempre alternando os lados. Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
34. MULADHARA-CHAKRA SUDDHI Tonificando os intestinos
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inspirar, reter o ar e contrair os glúteos e a musculatura do Reto. Permanecer enquanto puder ficar com o ar retido nos pulmões. Quando precisar respirar, relaxar a contração e soltar o ar.
Repetir três vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 35. UPASTHA-TATHA SVADHISTHANA-CHAKRA SUDDHI Limpando e tonificando os intestinos
De pé. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Pés afastados por dois palmos. Inspirar, reter o ar, enquanto contrai os glúteos, a
musculatura do Reto e do sexo; as mulheres fecham o canal vaginal e os homens puxam os testículos para perto do corpo. Permanecer enquanto puder ficar com o ar retido nos pulmões. Quando precisar respirar, relaxar a contração e soltar o ar. Repetir três vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 36. KUNDALINI SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do poder da Kundalini
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Golpear a região dos glúteos com os calcanhares, alternando perna direita e esquerda, com vigor. Repetir 15 vezes cada perna, sempre alternando. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 37. JANGHA SHAKTI-VIKASAKA I Desenvolvimento do vigor das coxas
1° Movimento: De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inspirar enquanto eleva os braços esticados lateralmente para cima e afasta as pernas lateralmente com um salto. Exalar voltando os braços a posição inicial enquanto as pernas se unem com um salto. Ao saltar, ter cuidado de não bater com os calcanhares no chão, nem bater as mãos entre si ou nas coxas. Não dobrar os joelhos.
O movimento deve ser realizado com vigor por 15 vezes ininterruptamente. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 2° Movimento De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inspirar enquanto eleva os braços esticados lateralmente para cima. Exalar trazendo os braços para a posição inicial, ao mesmo tempo em que afasta as pernas com um salto. Inspirar elevando os braços e saltando para que as pernas voltem a se unir. Ao saltar, ter cuidado de não bater com os calcanhares no chão, nem bater as mãos entre si ou nas coxas. Não dobrar os joelhos. O movimento deve ser realizado com vigor por 15 vezes ininterruptamente. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 38. JANGHA SHAKTI-VIKASAKA II Desenvolvimento do vigor das coxas
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inspirar e elevar os braços pela frente do corpo até a altura dos ombros. Palmas das mãos voltadas para baixo. Exalar e dobrar os joelhos até que as coxas fiquem paralelas ao chão. Costas retas. Manter-se na posição por três respirações e voltar a posição inicial inspirando. Repetir três vezes o movimento. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 39. JANGHA SHAKTI-VIKASAKA III Desenvolvimento do vigor das coxas
De pé. Pés bem unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inspirar e elevar os braços esticados lateralmente até a altura dos ombros, palmas das mãos voltadas para baixo, enquanto eleva os calcanhares. Exalar e dobrar os joelhos, afastandoos lateralmente com cuidado para não desencaixar a pélvis. Manter-se na posição por três respirações e voltar a posição inicial inspirando. Repetir três vezes o movimento. Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
40. JANU SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos joelhos
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Transferindo o peso do corpo para a perna direita, “chutar sem bola” ininterruptamente por 15 vezes, procurando atingir os glúteos com o calcanhar. Repetir o movimento com a perna esquerda. Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
41. PINDALI SHAKTI-VIKASAKA Desenvolvimento do vigor das panturrilhas
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inspirar e elevar os braços esticados pela frente do corpo até a altura dos ombros. Mãos fechadas, polegares por dentro. Exalar enquanto flexiona os joelhos até ficar de cócoras; os calcanhares não saem do chão. Manter-se na posição por três respirações e voltar a posição inicial inspirando. Repetir três vezes o movimento. Ao terminar, fazer uma respiração profunda.
42. PADA-MULA SHAKTI-VIKASAKA I e II Desenvolvimento do vigor das solas dos pés
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. 1° Movimento: Ao inspirar, elevar os calcanhares. Ao expirar, abaixar até tocar o chão.
Repetir por 15 vezes. 2° Movimento: Saltar na ponta dos pés por 15 vezes, flexionando o menos possível os joelhos. Respiração livre. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 43. GULPHA-PADA PRSTHA-PADA-TALA SHAKTI VIKASAKA Desenvolvimento do vigor dos tornozelos e dos pés
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. 1° Movimento: Transferir o peso do corpo para o pé esquerdo e elevar a perna direita esticada à frente. Fazer 15 rotações com o pé direito no sentido horário e mais 15 no sentido anti-horário. Repetir o mesmo com o pé esquerdo. 2° Movimento:
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Pressionar no chão os dedos fechados do pé direito, exceto o maior, tentando estalar as articulações. Repetir o movimento com o pé esquerdo. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. STHULA VYAYAMA 44. REKHA-GATI Andando em linha reta
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Fixar um ponto à frente e andar em linha reta, um pé após outro, de modo que o calcanhar do pé que for para frente fique bem próximo dos dedos do pé que está atrás. Retornar o percurso andando para trás do mesmo modo. Respiração normal. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 45. HRD-GATI
Exercício da locomotiva
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Perna direita flexionada na altura do joelho (ângulo de 90o entre perna e coxa), sola do pé aponta para trás. Braço direito fazendo ângulo de 90o entre braço e antebraço. Perna esquerda esticada. Braço esquerdo esticado diretamente à frente na altura do ombro. Inspirar profunda e rapidamente. Exalar do mesmo modo ao trocar os membros de posição: esticando perna e braço direitos e flexionando perna e braço
esquerdos. Repetir por 15 vezes o movimento vigorosamente. A respiração deve lembrar o som de uma locomotiva partindo do repouso até atingir o ritmo máximo na metade do movimento. Daí por diante, diminuir o ritmo até parar. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 46. UTKURDANA Exercício de pular
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Inalar profundamente enquanto os braços descrevem um círculo completo para frente, ando por sobre a cabeça e retornando a posição inicial. Nesse ponto, um pulo é realizado fazendo com que os calcanhares golpeiem os glúteos. Exalar vigorosa e rapidamente enquanto puxa os braços para trás, flexionando-os na altura dos cotovelos, sem ultraar a linha do corpo. Repetir por três vezes. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 47. URDHVA-GATI Movimento para cima
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Flexionar a perna direita, fazendo um ângulo de 90° entre perna e coxa. Flexionar braço direito, fazendo um ângulo de 90o entre braço e antebraço, lateralmente. Perna esquerda esticada e braço esquerdo esticado para cima. Inspirar. Exalar e trocar a posição de braços e pernas: esticar o lado direito e flexionar o esquerdo, conforme descrito acima. Repetir por 15 vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 48. SARVANGA-PUSTI Desenvolvimento de todo o corpo
De pé. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo. Pés afastados de seis a sete palmos. Abaixar o tronco na direção da perna direita. Braços esticados, mãos fechadas com os polegares para dentro. Mão direita repousa na parte superior do pé direito, enquanto que a mão esquerda repousa sobre aquela.Inspirar e subir lateralmente os braços até que atinjam a verticalidade. Exalar enquanto os braços descem lateralmente até o pé esquerdo.
Trocar as mãos de posição e refaça o movimento para o outro lado. Repetir o movimento cinco vezes para cada lado, sempre alternando os lados. Ao terminar, fazer uma respiração profunda. 49. GARGALHADAS De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços ao lado do corpo.
Mãos fechadas com os polegares para dentro. Inspirar profundamente elevando bem os ombros. Elevar e abaixar os ombros enquanto solta sonoras gargalhadas até o total esvaziamento dos pulmões. Repetir por três vezes. Relaxar.
Surya Namaskaram Introdução Surya Namaskaram é uma série de 12 posturas dinâmicas que alternam flexões para frente e para trás, provocando um profundo alongamento em todo o corpo. Ao iniciar a série, a pessoa percebe certa dificuldade provocada pela tensão muscular, pela rigidez dos tendões e por depósito tóxico nas articulações. Rigidez, falta de coordenação e tendência ao cansaço, todos estes sintomas podem ser ultraados através da prática vagarosa e constante, dando ênfase à consciência e ao relaxamento em cada postura. A prática regular do Surya Namaskaram é a maneira mais rápida para se alcançar um corpo flexível. Deve-se iniciar memorizando os Asanas e depois sincronizá-los com a respiração. A regra geral da respiração é inalar sempre que flexionar o corpo para trás, devido à expansão do peito, e exalar quando flexionar o corpo para frente, devido à compressão do peito e do abdômen. Após conseguir coordenar adequadamente os Asanas com as respirações adequadamente, devemos acrescentar a concentração
nos Chakras. A concentração nestas áreas permite ativar os Chakras, aumentando os efeitos psicofísicos do exercício. Enquanto praticamos os Asanas, devemos nos esforçar para localizar o Chakra associado a cada uma delas e desenvolver a nossa concentração naquele centro. Neste estágio da prática é importante que o aluno já tenha certo conhecimento das características psicológicas de cada Chakra e dos aspectos masculinos e femininos da sua personalidade, que são dados através da energização por Ida e Pingala. Quando os aspectos duais de Ida e Pingala se juntam no Mukta Triveni, uma terceira força aparece. É o fluxo de energia espiritual na Sushumna Nadi. O seu acordar só ocorre quando as duas estão equilibradas. A energia liberada, através da Sushumna, transporta a consciência individual para campos transcendentais ou transpessoais. Antes que este despertar possa ocorrer, a mente e o corpo devem estar preparados por um longo tempo, e a energia deve fluir harmoniosamente. Surya Namaskaram é a base para equilibrar essa energia na Pingala Nadi, por isso, muitas vezes, é chamada de Técnica de Revitalização Solar. Um corpo saudável e uma vida ativa são a base para acordar esta energia. A menos que o físico esteja equilibrado e integrado na estrutura total do homem, o acordar desta energia não pode ocorrer. A evolução nos diversos níveis da personalidade deve ocorrer o a o e em equilíbrio; de outra maneira, a escuridão e a ignorância continuarão a existir.
Hora Ideal para a Prática A hora ideal para se praticar Surya Namaskaram é pela manhã ao nascer do sol, já com os intestinos vazios e banho tomado; se possível, ao ar livre, para receber a energia solar que é muito importante para o nosso corpo. Se não puder fazê-lo pela manhã, outro horário muito bom é à tardinha, antes do jantar, pois Surya Namaskaram estimula Jataragni, o fogo digestivo.
Contraindicações Não deve ser praticado por pessoas com pressão alta, obstrução coronariana ou que tiveram ataque cardíaco, pois ele é muito estimulante, podendo danificar um coração fraco ou o sistema de vasos sanguíneos. Tampouco deve ser praticado em casos de hérnia ou tuberculose intestinal.
Indicações Pode ser praticado no período menstrual e, embora muitos problemas da coluna vertebral possam ser aliviados com esta prática, é interessante consultar um médico antes de começar a praticá-lo.
Metodologia Antes de começar a prática, fique em pé com os pés ligeiramente separados, braços relaxados ao lado do corpo. Feche seus olhos e tome consciência de todo o seu corpo físico. Fique neste estado de consciência e relaxamento por alguns momentos e somente então inicie a prática. Devemos lembrar que não estamos somente trabalhando com Asanas, mas também com Pranayamas, consciência dos Chakras e Mantras, o que magnífica os efeitos da prática que vamos analisar agora: 1° Leva à introversão, relaxamento e ativa o Anahata Chakra. 2° Alonga o corpo para cima e para trás. Os músculos das costas e do pescoço estão relaxados e o peito e o abdômen estão esticados; isto, combinado com a profunda inalação, dá uma massagem leve na região abdominal, melhorando a digestão. A esticada para cima dá uma tração na coluna, ajudando a manter a saúde dos discos intervertebrais, tonificando os nervos da coluna vertebral. Esta postura remove o excesso de peso devido ao efeito no Vishuddha e na tireoide, acelerando o metabolismo. 3° Combina os efeitos de uma Asana invertida com os benefícios de uma Asana dobrada para frente. Massageia o abdômen, rins, fígado, glândulas suprarrenais, útero e ovários. Toda a região abdominal é beneficiada, evitando doenças como a constipação. Melhora os problemas femininos (ausência menstrual), etc. Um bom fluxo de sangue é levado para os nervos
da coluna, à medida que eles são esticados e tonificados. O tendão e os músculos da perna são alongados, melhorando as veias varicosas e ajudando o retorno do sangue para o coração. A inversão aumenta o fluxo de sangue para o cérebro. Maior ênfase é dada à região pélvica (Svadhisthana Chakra). 4° A flexão para trás à medida que relaxa os músculos das costas alonga, como consequência, a região abdominal. O principal alongamento é na região pélvica. A pélvis é puxada para baixo e para frente à medida que uma perna é colocada para frente. A concentração se faz no Ajna Chakra, que é diretamente ligado com o Muladhara. As energias liberadas na região pélvica ajudam a estimular o Ajna. 5° Alonga os músculos dos braços e das pernas, os tendões de Aquiles e faz a coluna ficar reta e esticada, tonificando os seus nervos. Alivia as veias varicosas e estimula o Vishuddha Chakra. 6° Desenvolve os músculos peitorais, fortifica braços, ombros e pernas e acentua as curvas naturais da coluna, mandando sangue adicional para esta área, ajudando a rejuvenescer os nervos. Os músculos das costas experienciam um relaxamento profundo nesta postura que estimula o Manipura Chakra. Como a respiração é retida, o Prana se move para o Manipura quando existe o encontro do Prana e Apana. 7° Dá uma compressão dinâmica nos órgãos internos do peito e do abdômen, aliviando muitas doenças, tais como: asma, constipação, indigestão, problemas de rins e fígado. Como meio de aliviar as tensões nos músculos das costas é uma das melhores
Asanas. A concentração é no Svadhisthana Chakra.
A Função da Prática Quando praticamos Surya Namaskaram de uma forma rápida, dinâmica, ele tem grande influência sobre Pingala Nadi. Quando praticado devagar, menor ênfase é dada a Pingala e muito mais para o desenvolvimento mental (Ida). A prática se transforma de uma série de Asanas para uma série de Mudras, levando a um desenvolvimento mais equilibrado. Quando o praticamos de uma forma mais lenta e acrescida da concentração nos Chakras e do cântico dos Mantras, estimulamos ambas, Ida e Pingala. É dito que a movimentação do Surya Namaskaram (flexões para frente e para trás) combinada com a respiração desimpede as Nadis, permitindo aumentar e controlar o fluxo da energia sutil no corpo, e, como cada Asana acentua o fluxo do Prana para cima e para baixo, os bloqueios são removidos. Isto é chamado de "Canalização Construtiva". Esta canalização é aumentada devido ao desbloqueamento e à estimulação do Manipura, que é profundamente afetado pela prática, ao mesmo tempo em que aumenta o fluxo de energia na Pingala Nadi. O Manipura está ligado ao plexo solar, que é uma grande quantidade de nervos saindo do plexo central como raios do Sol.
O plexo solar é governado pelo sistema nervoso Simpático (Pingala) e é responsável pela digestão e assimilação dos nutrientes. Surya Namaskaram, além de bom para a digestão, propicia vitalidade a todo o corpo em virtude de manter o Manipura saudável.
Simbolismo das Asanas Damos abaixo o simbolismo das Asanas do Surya Namaskaram de acordo com a interpretação do Svami Satyananda Saraswati: As de número 1 e 12 marcam o início e o fim da série, da agem do nascer até o por do Sol, e como tal representam a paz, a tranquilidade e a beleza. É a calma destes dois períodos espirituais do dia, quando as forças da escuridão e da luz, Ida e Pingala, emergem e produzem a terceira força da Sushumna, a luz espiritual. Permitem encontrar o equilíbrio interno e o equilíbrio do dia ocupado e agitado, representado pelas Asanas dinâmicas, e também é possível restabelecer rapidamente a serenidade, quando a necessidade de atividade se acaba. Portanto, elas criam a situação para o desenvolvimento da flexibilidade mental, desde o momento em que podemos estar em paz conosco mesmos, para que possamos chegar à origem, até o momento quando emergimos, usando toda a energia na atividade diária. De acordo com a Psicologia do Yoga, à medida que a Asana é feita com a exalação, isto indica imediatamente introversão e o ceder de si mesmo para o mundo.
De Pranamasana amos para Hasta Uttanasana, na qual nos esticamos para trás e para cima. Deste momento em diante a cabeça e o corpo vão se mover para baixo, e, no meio da série, o corpo estará na posição mais baixa, enquanto o Sol estará na sua posição mais alta. Hasta Uttanasana indica ao homem que ele deve trazer para dentro de si a energia do Sol que acabou de se elevar, não somente através da respiração, mas também através de todos os seus poros. Esta é a energia que o homem usará na sua vida diária, representada pela próxima Asana, Padahastasana. Asanas como Padahastasana e Parvatasana parecem representar uma introspecção necessária para levar avante os deveres diários. Elas produzem um equilíbrio, pois se contrapõem à extroversão excessiva que é tão característica da nossa vida diária. Padahastasana precede Ashva Sanchalanasana, dando-nos um sentimento de olhar para dentro, para a inspiração e respostas para os problemas que nós temos que encarar com tanta bravura no nosso dia a dia. Ashva Sanchalanasana representa o poder e a coragem necessários para encararmos os problemas da vida e a autoconfiança que aparecem quando nós olhamos para dentro e fazemos contato com o nosso guia interno, o Ajna Chakra. Ashtanga Namaskara representa a energia do homem no seu limite mais baixo. Quando o Sol está na sua extremidade (meiodia ou meia-noite), o homem está no seu período mais vulnerável, pois este é o período da inércia, ou Tamas, quando a maior parte das pessoas sente a necessidade do descanso ou do sono. Esta Asana representa a entrega completa do homem ante o poder do
Sol do meio-dia ou da meia-noite. Bhujangasana representa o acordar do homem do seu sono, o nascer do conhecimento, o acordar da energia vital Rajas de dentro da inércia de Tamas. Quando a Serpente, representando a sabedoria, se eleva, o homem inicia a subida para o estado espiritual de Sattva, equilibrado. Nós percebemos que, sincronizadas com a viagem do Sol nos vários graus do céu, as Asanas representam o estado das energias vitais do homem, da Pingala Nadi, desde o seu pico até o desaparecer, do seu ponto mais baixo até o meio-dia e de novo para o outro pico no nascer. Usamos Surya Namaskaram como uma base sobre a qual podemos transformar a mente, especialmente quando mantemos estas imagens, e concomitantemente, a vitalidade física e a saúde são melhoradas.
Ritmos da Vida Os órgãos de um corpo saudável são como instrumentos bem afinados de uma orquestra, que são conduzidos pelo cérebro e pelo sistema nervoso. Cada órgão funciona em ritmo e harmonia com todos os outros órgãos do corpo. Um corpo doente está totalmente desafinado e sem harmonia. Isto ocorre quando o sistema energético está com falta ou excesso de energia, ou ainda quando parte do circuito nervoso, que é controlador, não está
cumprindo bem as suas funções. Os ritmos diários do corpo são organizados pelo ambiente e pelo nosso estilo de vida. Os ritmos internos devem não somente estar afinados com as necessidades internas, mas devem trabalhar em harmonia concentrada com as necessidades externas e as forças externas. Muitos dos ritmos internos são organizados pelo padrão diário de luz e escuridão e pelo nosso padrão dentro da revolução diária da Terra, à medida que ela gira no seu próprio eixo enquanto se move ao redor do Sol. Os métodos do Yoga de alterar os ritmos internos procedem num caminho devagar e sistemático. Não tentam modificar nada radicalmente. Ao contrário, buscam moldar devagar e modificar as estruturas existentes, tornando-se uma extensão nova e saudável de nossa vida diária. Eles trazem uma força consistente e regular que tem como objetivo deixar fluir e revigorar os ritmos do corpo inerentes e naturais. Trabalham junto com a natureza e não contra ela. É por este motivo que as práticas de Yoga devem ser feitas regularmente, diariamente, mesmo que seja somente por alguns minutos. Quando praticamos Surya Namaskaram diariamente nós adicionamos um novo fator às nossas vidas: uma série ordenada, sequencial, energizante, de purificação, de canto de Mantras e de estimulação dos Chakras.
Princípios Terapêuticos Surya Namaskaram é uma ferramenta versátil no armamento terapêutico do Yoga. Tem um vasto campo de aplicação, é fácil e agradável de ser executado e não exige muito tempo. Devemos lembrar que a boa saúde física é um pré-requisito para uma boa saúde mental, e não devemos esquecer que a prevenção é muito superior à cura. Apesar de ser um meio eficiente para eliminar algumas doenças, especialmente estados doentios de pouca energia e certos distúrbios psicossomáticos, deve ser usado com critério e sabedoria. Por este motivo deve ser ensinado num ambiente terapêutico, sob a orientação de um “expert”. Pois esta prática libera grande quantidade de Prana, que pode estar retido há alguns anos, provocando catarses muito fortes. O processo de cura deve ser devagar e controlado, se não pode degenerar e resultar em maior dor e desconforto na forma de uma crise de cura, como, por exemplo: bolhas, problemas na pele, resfriados ou diarréia. Por este motivo, o processo de cura deve ser conduzido de maneira sistemática e pausada, sendo necessária a experiência. É sempre bom lembrar que todas as terapias devem ser conduzidas por um “expert” e orientadas por um médico qualificado.
Bases da Terapia Um dos paradoxos da situação terapêutica é que nos estados de doença (pouca energia), apesar do objetivo último ser energizar o corpo e reduzir a dissipação da energia mental, nós iniciamos cansando o corpo. Isto requer algum esforço para executar a série dinâmica das Asanas, especialmente quando a energia do corpo está baixa. Inicialmente é necessário mais esforço. Uma vez que o movimento seja alcançado se torna mais fácil, especialmente quando praticamos diariamente. O número de voltas deve ser aumentado devagar e progressivamente para diminuir o esforço. Em estados de doença de alta energia física, temos que ter muito cuidado ao usar o Surya Namaskaram. Naturalmente, na predominância de Pingala, o indivíduo relativamente saudável que pratica este exercício vai descobrir que suas energias excessivas são diminuídas ou queimadas. De fato, esta redução do excesso de energia nos conduz a um estado de saúde, através do desbloqueamento das Nadis que nos levou a uma predominância de Pingala. Devido a este processo de regularização, as energias físicas e mentais são equilibradas e uma maior quantidade de energia se torna possível de ser aproveitada pelo sistema. Ao mesmo tempo, o corpo se torna mais flexível e temos mais controle sobre o sistema nervoso, o que nos dá maior sensibilidade e capacidade. Somente numa pessoa que está num estado de doença com predominância de Pingala temos que ter cautela na aplicação do Surya Namaskaram.
Na análise final, vemos que o Surya Namaskaram age no reequilíbrio das energias da mente e do corpo, dependendo de como nós o executamos. Este conhecimento permite modular a energia do corpo de acordo com a necessidade do paciente. É extremamente importante, na terapia, executar cada estágio adequadamente antes de ar para o próximo, sendo predominante de Ida ou de Pingala. Uma pessoa de predominância de Ida teria como objetivo aumentar devagar o número de rodadas e acelerá-las. Uma pessoa de predominância de Pingala teria como objetivo a manutenção, ou até mesmo fazer mais devagar esta prática, e fazer apenas algumas rodadas. Uma vez que a sua saúde seja restabelecida, ele então poderá ir mais rapidamente na prática. Para uma aplicação segura desta técnica é recomendável reler o Capítulo sobre movimentação da energia, polaridade horizontal (ver página 19), onde vemos em detalhe as características de personalidade predominantes em Ida e Pingala.
Exercícios Surya Namaskaram Antes de iniciarmos os exercícios propriamente dito devemos cantar o mantra: "Suryam sundara Lokanatha mamrtam Vedantasaram Sivam. Jnanam Brahmamayam suresamamalam lokai kacitta Svayam. Indradityanaradhipan suragurum trailokya cudamanim. Brahma Visnu Siva svarupahrdayam Vande sada bhaskaram" "Eu saúdo sempre o Sol, o belo e eterno Senhor da Terra, que é a essência de Vedanta, o conhecimento. Brahman, o Senhor dos Deuses, livre de impurezas, Ele mesmo é aquele único que é prezado por todos. Rei dos Sóis, Rei dos Deuses, Mestre Sol, Joia central dos
três mundos. Natureza essencial de Brahma, Vishno e Shiva, o Sol". 1º OM mitraya namah OM Hram Anahata
2º OM ravaye namah OM Hrim Vishuddha
3º OM suryaya namah OM Hrum Svadhisthana
4º OM bhanave namah OM Hraim Ajna
5º OM khagaya namah OM Hraum Vishuddha
6º OM pusne namah OM Hraha Manipura
7º OM hiranya garbhaya namah OM Hram Svadhisthana
8º OM maricaye namah OM Hrim Vishuddha
9º OM adityaya namah OM Hrum Ajna
10º OM savitre namah OM Hraim Svadhisthana
11º OM arkaya namah OM Hraum Vishuddha
12º OM bhaskaraya namah OM Hraha Anahata
Os Bijas Mantras cantados na série de Suryanamaskaram também são utilizados de uma forma independente da série para o restabelecimento de diversos desequilibrios físicos. Om = Problemas em geral da coluna vertebral. Hram = Ajuda no caso de asma e bronquite.
Hrim = Limpa as agens respiratórias e digestiva e ajuda a minorar os processos inflamatórios da garganta, palato e nariz. Hrum = Diminui o abdômen e ajuda a minorar os males do fígado, vesícula, estômago e intestinos. Hraim = Tem ação diurética. Hraum = Ajuda na eliminação do bolo fecal (reto e ânus). Hrah = Mobiliza a energia para a região do peito e da garganta. Estes Bijas Mantras devem ser recitados da seguinte maneira: a. Respire profundamente pelo nariz. b. Exale abrindo a boca para o som "H" (gutural) e feche para o som "M" (anasalado). c. Lembre-se de que todos os sons são longos. d. A repetição deve ser sempre acompanhada do "OM" mesmo que você queira repetir somente um dos Bijas Mantras, não esqueça de incluir o "OM" nessa repetição. Por exemplo: Se você quiser repetir somente o Bija Hram faça-o da seguinte maneira: OM Hram, OM Hram, Om Hram.
Pavanamuktasana Antes de estudarmos a técnica de Pavanamuktasana, vamos relembrar alguns conceitos de anatomia que são muito importantes e que nos permitem ter uma real visão do valor destes exercícios. O nosso sistema esquelético é classificado em Esqueleto Axial e Apendicular. 1° O Esqueleto Axial é a principal estrutura de sustentação do corpo e é orientado ao longo de seu eixo longitudinal mediano. Inclui o crânio, vértebras, esterno e as costelas. 2° O Esqueleto Apendicular é formado pelas escápulas, pélvis, braços, antebraços, mãos, coxas, pernas e pés. Se o segundo se torna rígido e limitado, o primeiro se vê obrigado a trabalhar desnecessariamente na maior parte dos movimentos que execute, compensando assim a falta de mobilidade e criando problemas na estrutura básica. O modo de superar este emprego errôneo e excessivo do corpo consiste em dar mais flexibilidade às articulações dos ombros, braços, pernas e pélvis. Possuimos em nosso corpo 101 articulações, que são os pontos de encontro de osso com osso, e para pô-las em movimento necessitamos dos músculos. As articulações são a fonte do movimento, os locais onde se
transferem os pesos e o centro de relação entre uma parte do corpo e a próxima a esta e a todas as demais. A série de Pavanamuktasana é composta de exercícios simples e fáceis de executar. É constituída de três partes: Anti-reumática, Anti-gastrítica e Energizante. Ao iniciar as práticas talvez você descubra que nunca conheceu realmente seu corpo, que durante toda a sua vida ele foi um estranho para você. Embora você possua muitas informações acerca dele, você pode não conhecê-lo ainda, não saber como usálo acertadamente e nem saber como possuí-lo. E, se você não o possui, certamente é prisioneiro dele, embora ainda não se dê conta disso. É possível se submeter a uma bateria de exames médicos e ser dado como são e, ainda assim, se sentir cansado e sem energia. As estatísticas demonstram que os transtornos reumáticos -dores localizadas em músculos, tendões, ossos e articulaçõesconstituem a segunda grande causa do sofrimento humano. A primeira são os transtornos mentais ou psíquicos. É fato comprovado que a rigidez das articulações limita os movimentos do corpo e, em consequência, contribui para uma postura e equilíbrio deficientes. Entre outros problemas criados pela deficiente movimentação das articulações se encontra a perda de energia. O corpo foi criado de tal forma interdependente que deve haver um eficiente emprego das articulações e dos músculos. A restrição
de uma das partes afeta o sistema inteiro, por conseguinte, movimentar as articulações elimina uma grande quantidade de estados que, ao que parecia, não tinham relação entre si. Liberar o corpo de tensões e restrições que desperdiçam a energia significa entrar num novo mundo mais alegre e feliz. Verificamos que em toda a ação consciente existem dois aspectos. Um consiste na ação mecânica de músculos, ossos, articulações e etc. O outro é formado pela decisão interna, a vontade. Em grande parte estes atos são inconscientes. Toda a ação ou movimento voluntário depende da cooperação que prestam os músculos, de modo que quanto mais eficiente a ação destes, mais o será o funcionamento da vontade. Às vezes, porém, existe conflito entre a vontade e a ação muscular, como por exemplo: quando quero tocar os dedos dos pés sem dobrar os joelhos. Desejamos um movimento mas nossos músculos não nos deixam efetuá-lo. Em consequência, um músculo nos obriga a fazer a sua vontade, diminuindo assim a nossa. Precisamos de um corpo que responda à nossa vontade e seja capaz de funcionar com eficiência total. Quando alcançamos o controle dos músculos e portanto dos movimentos, os benefícios imediatos são: as dores causadas por tensões desaparecem, a respiração e a circulação sanguínea melhoram e articulações flexíveis melhoram automaticamente a forma com que você domina e sustenta seu corpo, dando-lhe uma sensação de agilidade, graça nos movimentos e maior beleza para o corpo. Um corpo que tenha seus movimentos s fica muito
vulnerável a lesões e susceptível de ser mal utilizado. Basta uma torção ou o ato de levantar algo para que seja demasiado tarde. Os músculos entram em espasmo agudo e o corpo fica paralisado pela dor. Às vezes criar um novo corpo flexível nos traz incômodos e dores que devemos ar, pois ao alterar um mau hábito postural alguma dor será inevitável. Mas, depois da dor, a pessoa sempre se sentirá melhor. O processo de tensão e relaxamento da ação muscular é o que restabelece uma ação apropriada entre os grupos ativos e ivos de músculos em cada articulação e devolve a flexibilidade do corpo. Vamos fazer dois testes: 1° Em pé. Dê as mãos para uma pessoa e tente deslocá-la do lugar ou desequilibrá-la. Enquanto isso, a outra pessoa deve contar um fato que ocorreu com ela, ao mesmo tempo em que tenta não se desequilibrar e permanecer no mesmo lugar. Considerações: Esta prova lhe revela de forma exagerada o tipo de tensão que deve enfrentar. Para que os músculos permaneçam tensos é preciso utilizar energia. Portanto, num estado de contração muscular prolongado, há um grande desgaste de energia, dele resultando a fadiga e a contração crônica. Entre outras coisas, esta situação nos leva ao embotamento da faculdade inventiva, à deteriorização da memória e à diminuição da capacidade de aprendizado. 2° Façamos uma roda e no centro coloquemos uma pessoa.
As pessoas que estão formando a roda farão uma observação e uma análise profunda e minunciosa da que está no centro. A do centro, no final, exteriorizará o que sentiu ao ser observada e as da roda dirão a sua observação. Considerações: Esta prova nos revela o estado de tensão permanente em que nos encontramos na nossa vida de relação, pois a todo o momento estamos sendo observados e julgados, ao mesmo tempo em que estamos julgando e observando, e em função desses fatos estabelecemos um padrão de comportamento que se expressa na postura física. A primeira parte desta série de exercícios é chamada de AntiReumática e atende plenamente a todas as considerações expostas. Pode ser praticada por pessoas que há muito tempo não fazem exercícios, por pessoas de constituição fraca, com problemas cardíacos, convalecentes, ou pessoas cujos corpos se encontram rígidos demais para os outros tipos de prática de Yoga. Depois de um longo período na cama pode-se reeducar os músculos através destes exercícios, que também são eficazes e de alto valor para todas as variedades de atrofia e degeneração muscular, e não têm contraindicação para pessoas de pressão alta. Neste grupo de exercícios, estão inseridos os chamados "Sakti Banda", exercícios contra o bloqueio da energia, são os de números 16,17,19,21,24 e 25. A energia sutil (Prana) se encontra em todas as partes do corpo, devendo fluir livremente por elas, sendo muitas vezes impedida de fazê-lo por deficientes reações
químicas no corpo, que produzem rigidez, reumatismo e tensão muscular. Estes exercícios eliminam as toxinas e asseguram que as reações do corpo sejam adequadas e equilibradas e trabalhem de forma eficiente na harmonização do Sistema Endócrino. A segunda parte é chamada de Anti-Gastrítica e deve ser dada somente depois que a pessoa se tornou mais forte e flexível, pois já deve ser capaz de mover seu corpo e seus membros com mais facilidade e liberdade. O aluno é assim preparado vagarosa e gradualmente para iniciar o curso de Yogasanas. Estes exercícios são muito eficientes e ajudam a regular aquilo que, na tradicional medicina Hindu, "Ayurveda", se chama as três "Doshas": 1. Vento ou Gases a. Vatta (Espaço/Ar) 2. Acidez ou Biles b. Pitta (Fogo/Água) 3. Catarro ou Muco c. Kapha (Terra/Água) Os ventos não somente se referem aos gases intestinais e gástricos, mas também àquele gás que, por causa de reações químicas deficientes no organismo, formam-se em qualquer parte do corpo, principalmente nas articulações, causando rigidez e dores reumáticas. Mesmo os ossos estão sujeitos a esses problemas, por falta de cálcio ou por excesso de ácido úrico. Este segundo grupo de exercícios trabalha de forma muito intensa
o aparelho digestivo e o excretor, aumenta o peristaltismo intestinal, eliminando gases, flatulência e a constipação intestinal. Quando acompanhado de "Asvini Mudra", ajuda a limpar e tonificar a musculatura do reto e do esfínter anal. Uma das máximas da medicina Hindu é: "Sarve roga malasrayah" (Intestinos sujos são o solo fértil para todas as doenças). A digestão deficiente não permite o aproveitamento total da energia contida nos alimentos e a constipação crônica inicia um processo de auto-envenenamento, pela não eliminação em tempo hábil da massa fecal. A terceira parte é Energizante e complementa as duas primeiras, que desimpedem a circulação da energia através de todas as articulações, permitindo que o Prana flua livremente por todo o corpo.
Série 1: Anti-Reumática Posição Inicial da Série 1: Sentado. Pernas esticadas à frente do corpo. Coluna ereta. Ombros abertos. Palmas das mãos repousam no solo com as pontas dos dedos voltados para frente (direção contrária ao corpo) próximas as nádegas. Observação: Todos os movimentos devem ser repetidos 10 vezes. 1. Movimentar os dedos dos pés: Esticar e abrir os dedos dos pés como se quisesse pegar um objeto com eles.
2. Movimentar os pés para frente e para trás: Esticar e apontar os pés para frente e depois traze-los na direção do corpo.
3. Movimento de rodar os pés: Afastar um pouco as pernas e rodar os pés para fora e depois para dentro descrevendo um círculo no ar.
4. Movimento de rodar os tornozelos: Trazer o pé direto para cima da coxa esquerda, posicionando os tornozelos fora da coxa, na lateral externa dessa. Segurar o calcanhar direito com a mão esquerda e os dedos do pé com a mão direita. Girar o pé no sentido horário e depois no sentido anti-horário. Repetir o movimento com o pé esquerdo. Atenção: O pé deve estar relaxado, o movimento é feito pelas mãos.
5. Entrelaçar os dedos das mãos por baixo da perna direita, próximo ao joelho, e segurar a coxa. Traze-la para mais perto possível do tronco. Rodar a perna no sentido horário e depois no anti-horário. Os pés não se mexem, o movimento é somente da articulação do joelho. Repetir com a perna esquerda.
6. Entrelaçar novamente os dedos das mãos por baixo da perna direita próximo ao joelho. Elevar um pouco a perna esticada do solo. Exalar enquanto flexiona o joelho trazendo a coxa na direção do peito. Inalar enquanto estica a perna. Atenção: O movimento completo é realizado sem encostar a perna no solo. Repetir com a perna esquerda.
7. Pé direito repousa sobre a coxa esquerda. Segurar o pé com a mão esquerda e o joelho com a mão direita. Relaxar a perna e movimentar o joelho com a mão, de modo que ele descreva círculos no sentido horário e depois no sentido anti-horário. O movimento deve ser sentido na articulação do fêmur. Repetir com a perna esquerda.
8. Pernas afastadas. Braço direito esticado na direção do pé direito e braço esquerdo na direção do pé esquerdo. Inalar. Exalando, torcer o tronco para o lado direito fazendo com que a mão direita aponte para trás e a esquerda aponte para o pé esquerdo, ao mesmo tempo em que torce o pescoço e direciona o olhar para mão que aponta para trás. Volte inalando para a posição inicial do movimento. Faça o mesmo para o lado esquerdo, alternando sempre os lados.
9. Retornar a posição inicial da série 1 de Pavanamuktasana e esticar os braços à frente do corpo na altura dos ombros. Abrir e fechar os dedos das mãos.
10. Braços esticados a frente na altura dos ombros. Fechar as mãos com os polegares voltados para dentro. Movimentar as mãos para cima e para baixo.
11. Braços esticados a frente na altura dos ombros. Fechar as mãos com os polegares voltados para dentro. Girar as mãos descrevendo um círculo no ar, para fora e depois para dentro.
12. Braços esticados a frente na altura dos ombros. Dedos das mãos esticados. Movimentar as mãos para cima e para baixo.
13. Braços esticados a frente na altura dos ombros. Palmas das mãos voltadas para cima. Dobrar os braços na altura dos cotovelos, levando as mãos na direção dos ombros enquanto exala. Inalando, voltar a posição inicial com os braços esticados. Atenção: Os cotovelos ficam sempre na altura dos ombros.
14. Mãos nos ombros. Cotovelos na altura dos ombros apontando para fora do corpo nas laterais. Esticar e dobrar os braços na altura dos cotovelos. Atenção: Os cotovelos ficam sempre na altura dos ombros.
15. Mãos nos ombros. Cotovelos na altura dos ombros apontando para fora do corpo nas laterais. Girar os ombros descrevendo um círculo no ar para frente e depois para trás rapidamente.
16. Movimento de remar. Braços esticados a frente. Punhos fechados. Posicionar as mãos perto dos pés. Inalando trazer as mãos ao longo das pernas na direção do peito, num movimento circular ascendente até a altura da cabeça, enquanto a coluna é inclinada para trás e a cabeça tomba para trás. Comece a exalação realizando um movimento circular ascendente e depois descendente indo em direção dos pés, enquanto a coluna se inclina para frente e a cabeça é levada na direção dos joelhos. Repetir o movimento no sentido oposto, começando a inalar, puxando o “remo” por cima e exalando, empurrando o “remo” por baixo.
17. Movimento do ão. Fazer o movimento como se estivesse mexendo numa grande a com uma colher. Entrelaçar os
dedos das mãos e posiciona-las próximas aos pés. Com os braços sempre esticados a frente do tronco, inalar enquanto a coluna se inclina para trás e as mãos traçam um semicírculo do lado direito, o que faz o tronco realizar uma torção para a direita. A inalação termina quando, com a coluna inclinada para trás, as mãos entrelaçadas apontam novamente na direção dos pés, desfazendo a torção do tronco. Começar a exalar enquanto a coluna é trazida para frente e as mãos traçam um semicírculo pelo lado esquerdo. A exalação termina quando as mãos entrelaçadas voltam a estar próximas dos pés. Repetir todo o movimento ao contrário, como se mexesse com a colher no ão no sentido inverso, ou seja, começando a inalação pelo lado direito. Atenção: Os braços devem permanecer sempre esticados, a torção e a flexão são feitas pelo tronco.
18. Movimentos com o pescoço e a cabeça. Pernas cruzadas, coluna ereta e mãos nos joelhos. Pode ser realizada na posição inicial da série 1 de Pavanamuktasana. Movimentar lateralmente o pescoço e a cabeça, como se quisesse encostar com as orelhas em cada ombro correspondente. Movimento do “sim”. Movimentar o pescoço e a cabeça para frente e para trás.
Movimento do “não”. Torcer o pescoço, girando a cabeça para a direção que os ombros apontam, sempre alternando os lados. O queixo não abaixa.
Movimento de rotação. Queixo no peito. Girar a cabeça no sentido horário e depois no sentido anti-horário. 19. Movimento de Rachar Lenha. Acocorar-se com pés afastados. Entrelaçar os dedos das mãos e esticar os braços à frente. Inalando, elevar os braços acima da cabeça. Exalando, abaixar os braços. Procure não movimentar a cabeça.
20. Na posição inicial da série 1 de Pavanamuktasana, contrair a musculatura da coxa direita e distender a parte posterior do joelho, tentando encosta-la no solo. Relaxar a coxa e o joelho. Repetir com a coxa e o joelho esquerdo. Repetir com as duas pernas simultaneamente.
21. Movimento de Segurar a Corda. Mãos fechadas próximas aos joelhos, braços esticados. Inalando, alternar as mãos num movimento ascendente como se segurasse uma corda. Exalando, alternar as mãos num movimento descendente segurando a corda. Não esquecer que para segurar a corda num movimento ascendente ou descendente, é necessário abrir e fechar as mãos.
22. Caminhar do Corvo. Acocorar-se. Mãos nos joelhos. Coluna ereta. Nessa posição, andar para frente e depois para trás.
23. Movimento da Borboleta. Coluna ereta. Unir as plantas dos pés o mais próximo possível da região do períneo. Entrelaçar os dedos das mãos e segurar os pés unidos. Balançar os joelhos para cima e para baixo, como que batendo asas. Depois, numa exalação, leve a testa na direção do solo, faça 10 respirações.Inspirar, levantar o tronco e esticar as pernas.
24. Acocorar-se com os pés afastados. Coluna ereta. Encaixar as mãos na curvatura de cada pé. Os braços posicionam-se entre os joelhos. Olhar para frente e inalar. Exalando, esticar as pernas, elevando as nádegas e abaixando a cabeça. Inalando, voltar a posição inicial, olhando para frente e acocorado.
25. Pranam Mudra (Gesto da Prece). Acocorar-se com os pés afastados. Coluna ereta. Olhar para frente. Mãos em Pranam Mudra (prece) na frente do peito (região do Anahata Chakra) enquanto inala. Exalando, abaixar a cabeça, queixo no peito, esticar os braços à frente na altura dos ombros e junta os joelhos. Inalar enquanto retorna a posição inicial do movimento.
26. Shashankasana (Postura do Coelho). Na posição inicial da série 1 de Pavanamuktasana, dobrar a perna direita e posicionar o calcanhar na região do períneo. Dobrar a outra perna para fora, de modo que o pé calce a nádega esquerda. Inalando, eleve os braços acima da cabeça e torça o tronco para o lado direito na direção do joelho. Exalando, abaixar a coluna até que a testa toque no joelho ou no solo a frente desse. Cotovelos relaxam no solo. Concentração na região do períneo (Muladhara Chakra). Trocar as pernas de lugar e fazer todo o movimento para o outro lado.
Sentado sobre os calcanhares. Coluna ereta. Inalando, eleve os braços acima da cabeça. Exalando, abaixar o tronco até que a testa toque no solo a frente. Concentração na região do umbigo (Manipura Chakra).
Sentado sobre os calcanhares. Coluna ereta. Mãos repousam nas coxas. Olhos fechados. Concentração na região entre as sobrancelhas (Ajna Chakra).
27. Chatuspadasana (Postura do gato). De quatro (Joelhos e mãos apoiados no chão, pernas um pouco separadas e esticadas. Mãos com as pontas dos dedos virados para frente). Inalando, levantar a cabeça, fazer um arco para baixo com a coluna. Exalando, levar o queixo em direção do peito e fazer um arco com a coluna para cima, puxando a musculatura do abdômen para dentro.
28. Shavasana (postura do cadáver). Posição de relaxamento. Deitado. Cabeça e coluna vertebral numa mesma reta. Pernas afastadas. Braços ao longo do corpo. Palmas das mãos voltadas para cima. Olhos fechados.
Série 2: Antigástrica Posição Inicial da Série 2: Deitado. Pernas unidas. Braços ao longo do corpo. Palmas das mãos voltadas para baixo. Observação: Todos os exercícios desta série devem ser repetidos dez vezes, com exceção de Naukasana (ultimo exercício) que deve ser repetido somente três vezes 1. Inalar e ao exalar, dobrar a perna direita até que a coxa pressione o abdômen, enquanto o queixo vai na direção do joelho direito. Inalando, volte a posição inicial da série 2 de Pavanamuktasana. Repetir o movimento com o lado esquerdo.
2. Flexionar as pernas e abraçar os joelhos por fora, sem pressionar. Inalar e ao exalar, puxar as pernas de modo a pressionar com as coxas a musculatura abdominal de tal forma que os glúteos se elevem um pouco acima do chão. Inalando, relaxar a pressão. Atenção: A cabeça e os ombros permanecem no solo.
3. Repetir o primeiro movimento dessa série, só que com as duas pernas simultaneamente. Não esqueça de colocar a cabeça entre os joelhos.
4. Movimento da Cadeira de Balanço. Flexionar as pernas e abraçar os joelhos por fora. Inalar. Enquanto exala, rolar o corpo sobre a coluna vertebral para frente e para cima, até tocar com os pés nos solo (cócoras). Levante bem o tronco de forma a pressionar os retos abdominais com as coxas. Enquanto inala, rolar o corpo para trás e para baixo até retornar a posição inicial do movimento.
Atenção: Esse movimento não deve ser realizado por quem tem problemas na Coluna.
5. Naukasana (Postura do barco). Na posição inicial da série 2 de Pavanamuktasana, inalar ao elevar as pernas, o tronco, os braços e a cabeça formando um ângulo de 30º do solo. Os braços e os dedos dos pés ficam no mesmo nível. Reter o ar enquanto for confortável. Ao exalar, retornar a posição inicial e relaxar.
6. Shavasana (Postura do cadáver). Posição de relaxamento.
Série 3: Energizante Posição Inicial da Série 3: Sentado sobre os calcanhares. Coluna ereta. Mãos relaxadas nos joelhos.
1. Shashankasana (Postura do Coelho). Na posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana, fechar a mão direita com o polegar voltado para dentro e segurar o pulso dessa com a mão esquerda, por trás das costas. Ou então, se possível, unir as palmas das mãos por trás das costa, em posição de rezar. Inalar e ao exalar, dobrar lentamente o tronco para frente e para baixo, até que a testa toque
no solo. Concentração na região do Manipura Chakra (centro do Umbigo). Fazer dez respirações.
2. Ananda Madirasana (Vinho da Plenitude). Na posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana, segurar os tornozelos com as mãos. Coluna ereta. Fixar os olhos entre as sobrancelhas (concentração no Ajna Chakra).
3. Simhasana com Sambhavi Mudra (Postura do Leão com o olhar entre as sobrancelhas). Na posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana, pousar as mãos sobre os joelhos e inalar profundamente. Comece a exalar pela boca, projetando a língua para fora e fazendo um som semelhante a um rugido de leão, ao mesmo tempo em que o olhar é direcionado para a região entre as sobrancelhas. Inalar fechando os olhos e deixando a cabeça pender para trás. Exalar enquanto repete os mesmos movimentos.
Relaxe na posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana. Ainda sentado sobre os calcanhares, afastar os joelhos e espalme as mãos no solo entre os joelhos, dedos voltados em direção do corpo. Nessa posição, repetir todo o movimento acima. Relaxe na posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana. Simhasana com Sambhavi Mudra e Agni-Sara (Postura do Leão com purificação pelo fogo). Esse movimento é união entre o movimento anterior e as movimentações de Agni-Sara. Na posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana, pousar as mãos sobre os joelhos e inalar profundamente. Comece a exalar pela boca, projetando a língua para fora e fazendo um som semelhante
a um rugido de leão, ao mesmo tempo em que o olhar é direcionado para a região entre as sobrancelhas. Nessa posição e sem ar nos pulmões, movimentar os músculos abdominais para fora e para dentro, ritmicamente, procurando chegar a trinta vezes. Inalar fechando os olhos, recolhendo a língua e deixando a cabeça pender para trás. Exalar enquanto repete os mesmos movimentos.
Relaxe na posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana. Ainda sentado sobre os calcanhares, afastar os joelhos e espalme as mãos no solo entre os joelhos, dedos voltados em direção do corpo. Nessa posição, repetir todo o movimento acima. Relaxe em Shavasana (postura do cadáver).
Yoga-Nidra (O Sonho do Yoga) Segundo os Tantras, "A tranquilidade e a paz vêm de dentro para fora". Todos deveriam gozar da possibilidade de penetrar até o subconsciente de maneira a reconhecer as bases estruturais da sua personalidade, podendo assim resolver seus conflitos e tornar-se uma pessoa mais equilibrada (saudável). A psicologia moderna e o Yoga enumeram três tipos básicos de tensão encontrados: 1° Tensão física ou muscular gerada pelo sentimento de culpa por não vivenciar a plenitude do ser. Está ligado ao Brahma Granthi do Muladhara Chakra. 2° Tensão emocional gerada pelo sentimento de abandono por não se sentir amado, necessário. Está ligada ao Vishnu Granthi do Anahata Chakra. 3° Tensão mental ou psíquica gerada pelo sentimento de inferioridade por não saber, verdadeiramente, quem é. Está ligada ao Shiva Granthi do Ajna Chakra. Os três tipos de tensão originam doenças, inibições, complexos, ansiedades e toda uma gama de sofrimentos. Estes sofrimentos, normalmente, estão ligados aos três complexos principais, que por sua vez estão ligados aos três Granthis, as três principais
dificuldades de agem da energia sutil (Prana) pela Sushumna Nadi. Desta forma, ressalta-se a necessidade de um processo de conscientização das tensões existentes e seu consequente relaxamento, ou vice-versa. Os psicólogos dizem: "O completo relaxamento físico nos prepara para investigações mais profundas no campo do inconsciente". Yoga-Nidra é conhecido como método de relaxamento, mas precisa-se dar ênfase ao fato de que ele objetiva o equilíbrio físico, mental e espiritual (essa divisão é meramente didática, não existindo na realidade) através do relaxamento profundo consciente. A prática é baseada num rodízio de conscientização em que a mente focaliza as diferentes partes do corpo, em Pranayama, Chidakash, Dharana e visualização interior. Considerando que Yoga é um processo de comunhão, a integração dos conteúdos conscientes e inconscientes determina uma personalidade mais equilibrada e plenamente consciente. Dessa forma, o relaxamento consciente alcançado em Yoga-Nidra possibilita observar (como espectador) uma liberação de imagens subconscientes carregadas de emoções e conteúdos que foram reprimidos, "Sanskaras". Esses conteúdos reprimidos são a causa de nossas tensões profundas e da constante inquietude da mente, e ficam
interferindo subliminarmente nos nossos comportamentos na vida diária. Condicionam nossos pensamentos conscientes e experiências, e nos compelem a reagir às situações de forma razoavelmente previsível. Assim que se atinge o relaxamento profundo consciente, esses conteúdos am a emergir e torna-se importante manter-se como observador, sem se envolver. “A consciência é o que quebra os laços do envolvimento pessoal, sendo o meio de se libertar das impressões ou “Sanskaras”.
Etapas do Processo de Relaxamento 1° Pratyahara (Abstração dos Sentidos) Aqui pretendemos desenvolver a capacidade da nossa mente de ignorar a abundância dos estímulos externos, interiorizando-se. A mente, porém, comporta-se como uma criança rebelde. Faz exatamente o contrário do que queremos que faça. Assim, se nós a obrigarmos a pensar em fatos do mundo exterior enquanto os olhos estão fechados, a mente, aos poucos, tende a perder o interesse neles e se fecha automaticamente, que é o que desejamos em Yoga-Nidra. Deliberadamente fixamos a atenção em sons externos e saltamos de som para som, conservando a atitude de espectador. Depois de certo tempo, a mente perde o interesse nesses sons e se fecha para eles. Afastamos os mais importantes meios de comunicação da nossa mente com o mundo exterior, pelo simples fato de fecharmos os olhos e praticar “Antar Mouna”. Isso deixa o tato como fonte mais forte de estímulo do mundo exterior. O paladar e o olfato são relativamente neutros. As sensações do tato são quase anuladas se adotarmos a posição de “Shavasana”, em que os braços e pernas mantêm-se afastados do corpo e as palmas das mãos voltadas para cima, de maneira a evitar a estimulação táctil.
2° Rodízio de Conscientização Tendo reduzido a interferência dos estímulos externos, a atenção tende a concentrar-se no corpo. Portanto, o o seguinte é afastar a mente do corpo. Para atingir esse objetivo há uma conscientização deliberada de cada parte do corpo físico, num rodízio que se repete um certo número de vezes. Após algum tempo, percebemos que a mente demonstra uma forte tendência a interiorizar-se. Além disso, esse rodízio vai provocando um acentuado relaxamento, que serve para diminuir de maneira considerável a penetração no cérebro dos estímulos físicos. De modo geral, a parte seguinte do exercício é a consciência da presença da respiração, quando se pode introduzir alguma visualização, como, por exemplo: tentar ver nosso próprio corpo como se estivéssemos fora dele. A consciência ou a conscientização da respiração traz uma maior introversão. Não se deve alterar o ritmo respiratório, apenas observá-lo. O exercício continua na profundidade das emoções ou sensações psicossomáticas. Faz-se um rodízio de conscientização de sensações. Primeiro, sensações de aspectos mais físicos, como: leveza, calor, etc... Depois, amos para o plano mental: dor, prazer, e, se for desejável, ira, medo, ciúme e amor.
3° Visualização Neste momento a mente já está inteiramente introvertida, embora ainda haja consciência da voz do instrutor. Esta é a fase em que vários pensamentos e imagens surgem do consciente e do subconsciente, interferindo no processo para a concentração. Em vez de bloquear esses pensamentos e imagens, nós nos utilizamos deles, fazendo um rodízio de conscientização por determinadas imagens e pensamentos, até que eles percam seu poder dispersivo. Usam-se outras imagens e símbolos que possam perturbar as camadas mais profundas da mente e trazer à tona seu conteúdo. Uma vez iniciado esse processo de purificação, a tendência é que ele prossiga espontaneamente. A indicação de que ele realmente continua é quando uma sucessão de pensamentos e imagens emergem durante a prática de conscientização do espaço interior (Chidakash). Nós devemos continuar como meros observadores e a sucessão de imagens deve ser orientada rápida e ritmadamente.
4° Dharana A sucessão de imagens tem dupla finalidade: desenvolver poderes de visualização e evitar a dispersão do consciente e do subconsciente, empregando o poder de associação. Nossa mente,
então, concentra-se cada vez mais e nos torna receptivos e prontos para a prática de "Dharana", quando o consciente focaliza determinado objeto por certo tempo. Normalmente usamos a imagem de um ovo dourado, que é um símbolo psíquico muito poderoso e que facilita particularmente a concentração. Meditação pura é a experiência da conscientização desse objeto dentro do inconsciente. Então, a fronteira entre consciente e inconsciente se desfaz e as imagens psíquicas desaparecem.
5° Resolução ou Propósito A Resolução é uma ordem do consciente para o subconsciente. Depois o poder do subconsciente forçará a ordem a retornar ao consciente, e ela se manifestará em nossas ações e comportamentos. Nossos pensamentos e ações de agora são influenciados por experiências adas. Nossas experiências presentes determinarão nosso comportamento futuro. O ciclo de ação e reação chama-se “Karma”. Não somos vítimas indefesas do destino; cada um de nós tem dentro de sí o poder de moldar sua estrutura mental. A semente da mudança é o Propósito que formulamos em Yoga-Nidra.
É muito mais construtivo e aconselhável empregar a Resolução ou Propósito para um fim positivo que influencie toda uma vida, que inclua um desejo verdadeiro de mudar a personalidade. Ao obtermos um resultado assim, ganhamos automaticamente a força necessária para vencer hábitos e vícios indesejáveis. Precisamos SENTIR o nosso Propósito, pois o inconsciente reconhece sugestões que trazem em si a força do impulso emocional e reage sob a influência delas.
Aspectos Psicológicos No Ocidente, psicólogos descrevem a mente como tendo duas divisões principais:consciente e inconsciente. O Consciente predomina durante as horas em que estamos acordados. Sua característica básica é a noção do EU (Ego) e tem por função a resolução de problemas e o raciocínio (analisar, comparar e concluir). Os seguidores de Freud afirmam que o inconsciente é o depósito de todas as experiências adas não compreendidas, geralmente dolorosas. Estas experiências reprimidas ainda vivem e são a origem de nossas fobias e obsessões. Também no inconsciente se localizam nossos instintos e desejos, permanentemente em luta para emergir no consciente, competindo pela própria expressão e satisfação. Entre o consciente e o inconsciente existe um limiar de tensão que atua como Censor. Isto é, filtra quais as informações que devem aflorar na consciência. Esse Censor é necessário para nossa concentração no trabalho que executamos. O Censor assimila ao longo da vida as informações (valores, conceitos, preconceitos, noções de certo e errado e etc.), e de acordo com nossos complexos, inibições, simpatias e antipatias, ele alimenta o nosso consciente com as informações que se mostram mais “adequadas”, determinando nossas ações e reações.
Se temos medo de algo, a informação sensorial será enviada ao consciente de acordo com o padrão de comportamento aprendido e “adequado”, determinando a nossa resposta. Por exemplo: Um homem que aprendeu que "Homem não chora e não tem medo", diante de algo que o apavora, fingirá não ter sido atingido pelo estímulo.. . Enquanto isso, o conteúdo emocional correspondente à intensidade do estímulo (medo, insegurança, necessidade de gritar, chorar, fugir e etc.), que é “inadequado” no padrão de comportamento aprendido, será bloqueado. Os preconceitos do Censor nos impedem de ver o mundo claramente. Mas não impedem que o inconsciente esteja sempre alerta, enviando informações para o consciente, mesmo durante o sono. A entrada nas áreas do inconsciente, onde estão nossa intuição e criatividade, nos é proibida, assim como o ingresso no âmbito geral do Inconciente Coletivo (registro de experiências herdadas de nossa raça e de nossa cultura). É claro que a Censura é necessária para que funcionemos bem, mas uma Censura muito restritiva pode separar-nos de partes positivas e esclarecidas da nossa mente, inibindo a capacidade de análise e questionamento. Yoga-Nidra nos auxilia a harmonizar o consciente e o inconsciente e nos conduz a um estado em que a Censura não é necessária, pelo menos durante certo tempo.
Mantra-Yoga O Mantra é um poder (Shakti), o poder em forma de som. Mantra é uma palavra constituída de Man, que significa pensar, e Tra, que vem da raiz Trai e que significa proteger ou liberar. “Mananat Trayate iti Mantrah” Mantra é aquilo que salva ou defende das limitações da mente O livro Nadabindu Upanisad diz: “O som controla a mente que vaga pelo prazeroso jardim dos sentidos.” Mantra-Yoga é aquela prática através da qual o poder contido nos mantras é aplicado com fins específicos. Cada Mantra é constituído a partir de uma combinação de sons (Shabda) derivados das 50 letras do alfabeto Sânscrito. Os Rsis (sábios) conheciam o poder inerente contido nos sons e utilizaram combinações de sons para estabelecer vibrações específicas, para provocar determinados estados de consciência e também vibrações que podem curar, destruir, causar tristeza ou alegria ou até mesmo mudar a aparência ou mentalidade de uma pessoa. A Física moderna fez uma reviravolta geral nos conceitos básicos, até então em vigor, da realidade, tais como tempo, espaço, objetos
e causa e efeito. O que está fazendo com que a ciência faça surgir uma nova visão do mundo, semelhante à já existente na ciência do Yoga há milênios. As coisas e os fenômenos são percebidos como manifestações diferentes da mesma realidade. A divisão do mundo em objetos separados, embora útil no nível de cada dia, é considerada como uma ilusão (Maya). O cosmos é visto como uma realidade inseparável, sempre em movimento. É algo vivo, espiritual e material ao mesmo tempo. O que é uma visão muito similar à Teoria do Quantum, que diz: "A Natureza não é nunca inativa, está sempre em movimento. Macroscopicamente, os materiais que nos rodeiam podem parecer inertes ou mortos, mas se se magnifica uma peça de pedra, por exemplo, pode-se facilmente observar que ela está cheia de atividade". Os físicos falam de uma dança contínua de matéria sub-atômica, usando termos como Dança da Criação e da Destruição. Mas eles não são os únicos a falar desta Dança Cósmica. O Sr. Shiva, no seu aspecto Nataraja (O Dançarino Cósmico), é uma deidade da Trilogia Hindu, que representa a imagem visual desta dança cósmica, como também o são as estrelas das partículas fotografadas pelos nossos físicos modernos. Foram feitas diversas experiências para determinar o poder do som. Em uma delas, numa sala fechada, se colocou uma taça de cristal que foi quebrada ao se produzir determinado tom de uma nota musical em um violino. Em outra, foi demonstrado que as
notas produzidas por determinados instrumentos podem desenhar, sobre uma superfície de areia, figuras geométricas, e a repetição da mesma nota, no mesmo tom, dá lugar à forma semelhante. Em nossa Bíblia temos a famosa agem das Trombetas de Jericó.
Mantras: Diferentes Tipos 1° Bija (Semente) Não possuem significado exato, mas atuam diretamente nas Nadis, vibrando nos Chakras e exercendo uma espécie de massagem sutil que libera a energia bloqueada, permitindo a Kundalini fluir livremente. Neste tipo de Mantra (Nama) nome (Rupa) e forma constituem uma coisa só e não se podem separar. Como, por exemplo: RAM, bija do fogo no Manipura, que é a expressão, em som grosseiro (Vaikhari-Shabda), do som sutil produzido pelas forças que constituem o fogo. a. Bija dos 5 elementos: Akasa (Espaço) = HAM Vayu ( Ar) = YAM Agni ( Fogo) = RAM Apah ( Água) = VAM Prthivi ( Terra) = LAM b. Bija dos Devatas (Deidades) Durga = DUM
Ganesa = GAM/GLAUM Sarasvati = AIM Shiva = HAUM Kali = KRIM Mahamaya = HRIM Mahalaksmi = SRIM
2° Saguna Brahma Mantra (Mantra de Brahma com Forma) Junto à repetição do som deve-se visualizar a forma específica com atributos, que é o Devata (deidade). O Mantra e o Devata são uma só unidade. Um Mantra-Devata é Shabda (palavra) e Artha (objeto da palavra); o primeiro é o nome e o segundo é a forma do Devata. O Mantra não é senão um movimento dos lábios, Shiva e Shakti. Seu movimento é o coito (Maithuna) de ambos. O Shabda que daí nasce representa o Devata que é por assim dizer Bala (filho) do Sadhaka. Este Shabda deve ser repetido (100.000 vezes) até serem despertos (Prabudha) seus poderes latentes, isto é, quando a a existir Mantra-Caitanya (Consciência Mântrica); então o Sadhaka a a usufruir de todos os benefícios advindos da
repetição do Mantra. Isto significa que o Devata é uma forma de consciência do Sadhaka que este desperta e fortalece, beneficiando-se com ele. Sua consciência é a que se converte no Bala (menino), e quando se fortalece se trata do poder divino plenamente desenvolvido. Do ponto de vista psicológico, quer dizer concentrar e vitalizar o pensamento e o poder volitivo (da vontade). O Mantra-Devata normalmente é dado pelo Guru no momento da iniciação, baseado nas características psicológicas de cada um. Se uma pessoa é de natureza introspectiva, inclinada a meditação e a pensamentos abstratos, repetirá um Mantra de Shiva. Se o ideal da pessoa é se transformar em um chefe de família exemplar, amoroso e responsável, meditará no nome do Sr. Rama. Se a pessoa tem características devocionais, é alegre e amável e vê Deus como Ser Infinito, repetirá o mantra do Sr. Krshna. Aquele que sente reverência pelo aspecto maternal repetirá o Mantra de Durga Mataji. Em determinadas ocasiões pode-se, também, repetir os Mantras de outras Deidades para se adquirir ou desenvolver certos atributos daquele Devata, como por exemplo a repetição de: "OM AIM Saraswatiyai namah" Proporciona sabedoria, inteligência e criatividade. "OM Sri Maha Laksmyai namah"
Confere bens e prosperidade. "OM Sri Maha Ganapataye namah" Ajuda a ultraar os obstáculos de qualquer natureza.
3° Nirguna Brahma Mantra (Mantra de Brahma sem Forma) Os Mantras Nirguna não possuem formas, são apenas sons que não invocam nenhuma Deidade, nem nenhum aspecto personalizado de Deus. Estes Mantras devem ser utilizados por pessoas que já percebem, mesmo que intelectualmente, a unidade do Ser, ou que vêem a criação como forma de energia indiferenciada procedente de uma única Fonte ou Causa Original. Estes Mantras Abstratos são mais utilizados por pessoas que já possuem um conhecimento apreciável de Vedanta e que os utilizam através de um questionamento (Mananam) para terem consciência da identidade de si mesmas, da Criação e do Criador. a. SOHAM = Sah + Aham. Ele (Isvara) + Eu. Ele sou Eu ou Eu sou Ele. b. Aham Brahma Asmi.
Eu sou Brahma. c. Tat Tvam Asi. Tu és Aquele (Isvara). d. Ayam Atma Brahma. Este Eu é Brahma. e. OM Não tem tradução. É composto por três letras A-U-M. São dadas várias interpretações, tais como: 1° A letra A simboliza o estado Consciente ou de Vigília (Jagrat-avastha), a letra U, o estado de Sonho (Svapna-avastha), a letra M, o estado de Sono Profundo (Susupta-avastha). O símbolo inteiro representa o 4º estado (Turya-avastha), que combina e transcende todos os outros. 2° As letras A - U - M simbolizam respectivamente a Fala (Vak), a Mente (Manas) e a Energia Sutil (Prana). O símbolo inteiro representa o Jiva. 3° As 3 letras representam também as dimensões de comprimento, largura e profundidade, enquanto que o símbolo todo representa o Atma, que está além das limitações de forma e dimensão. 4° Elas representam as 3 Gunas (qualidades, características), Sattva - Rajas - Tamas, ao o que o símbolo inteiro representa um Gunatita, aquele que transcendeu a atração das Gunas.
5° As letras correspondem aos 3 tempos: ado, presente e futuro, ao o que o símbolo inteiro representa o Criador, que transcende as limitações do Tempo. 6° Elas representam o ensinamento transmitido pela mãe, pelo pai e pelo Guru, respectivamente. O símbolo todo representa Brahma Vidya (O conhecimento de Brahma), cujo ensinamento é imperecível.
Japa - Diferentes Formas de Repetição Japa é a repetição de um mesmo som. Segundo a etimologia e a tradição do ensinamento, Japa significa: “Jakaro Janmavicchedah Pakarah Papanasanah Janmakarmaharo Yasmat Tasmat Japa Iritah. “A sílaba Ja elimina totalmente os nascimentos. A sílaba Pa destrói Papa (o acúmulo do efeito de ações negativas do ado). Devido à capacidade de erradicar o sentimento de ser o agente da ação (ignorância) e a causa de nascimentos futuros, dá-se o nome
de JAPA”. O Japa pode ser: 1° Nama Japa Que é a repetição de um mesmo nome, Krshna, Krshna, Krshna; ou Shiva, Shiva, Shiva; ou Ganesha, Ganesha, Ganesha; ou outro nome que tenha significado para aquele que está repetindo. Não é somente a repetição de um som, pois não tendo significado não ecoa no coração do indivíduo. Um nome como Krshna, Shiva ou Cristo, quando o significado é apreciado, inspira e invoca um sentimento de ser abençoado. 2° Mantra Japa A repetição de um mantra, como por exemplo: "OM namah Sivaya" ou "OM Sri Maha Ganapataye namah". 3° Likhita Japa É escrever o mantra diariamente num caderno, durante meia hora, observando-se silêncio e concentração. Pode-se, ao mesmo tempo
que se escreve, repeti-lo mentalmente, o que proporcionará um resultado mais rápido. 4° Bija Japa É importante lembrar que Tantra Yoga tem uma metodologia própria de ensinamento, na qual cada indivíduo é visto como uma unidade com características próprias. Por conseguinte, cada um deve ser ensinado segundo o seu nível, para que possa ir galgando novos níveis de compreensão e visão da realidade. Por este motivo certas instruções não podem ser dadas em grupo ou por livros, e, em virtude disso, vamos sempre falar de forma genérica e informativa. Ressaltamos então que os Bijas dos Chakras não devem ser repetidos por pessoas que não tenham conhecimento profundo do assunto, principalmente se forem acompanhados de concentração nos Chakras, pois podem causar um desequilíbrio na personalidade do praticante por uma hiper-energização de um Chakra em detrimento dos outros. Uma forma segura, eficiente e sem contraindicação para energização dos Chakras através do canto de seus Bijas Mantras, é a seguinte: Om, Ham, Yam, Ram, Vam, Lam. Repetir sete vezes todo o conjunto, iniciando com o canto do Om até chegar a Lam e, em seguida, repetir todo o conjunto desde Lam até o Om, isso é considerado uma vez. Em seguida deve ser repito a seguinte sequencia:
Om, Ha, Ha, Ham. Om, Ya, Ya, Yam. Om, Ra, Ra, Ram. Om, Va, Va, Vam Om, La, La, Lam. Repetir todo o conjunto três vezes, iniciando sempre por Om, Ha, Ha, Ham. Em seguida deve ser repito a seguinte sequencia: Ha, Ha, Ham. Ya, Ya, Yam. Ra, Ra, Ram. Va, Va, Vam. La, La, Lam. Repetir todo o conjunto três vezes, iniciando sempre por Ha, Ha, Ham; em seguida observe o silêncio. Tenha sempre em mente que a repetição deve ser feita de forma cadenciada e sem pressa. Usa-se fazer Japa com a ajuda de um colar que se chama Mala, composto de 108 contas mais uma, que se chama Meru, e deve ser maior que as outras. O Meru é o sinal que o Mantra foi repetido 108 vezes, o que representa o alfabeto sânscrito do início ao fim e do fim ao princípio, incluindo assim todas as possíveis combinações de letras que formam todas as palavras que representam os objetos que constituem a criação. Os dedos não devem ultraar o Meru, dá-se a volta, e continuase recitando o Mantra na direção oposta. Ao se ar o Mala, o que deve ser feito com os dedos polegar e
médio, faz-se uma massagem em uma Nadi que a pelo dedo polegar. Essa pressão ajuda a relaxar a mente. 5° Ajapa-Japa É a repetição do Mantra “Hamsa”, que ocorre quando se respira. O processo da respiração é involuntário e inconsciente, e assim também é a repetição do Mantra. Na inspiração “Ham” é repetido e na expiração “Sa” é repetido. Calcula-se que esta repetição ocorra 21.000 vezes cada 24 horas ou 15 vezes por minuto. “Hansa” vem da união de Aham Sah, que significa “Eu sou Ele” (Isvara). “Hansa” também é um pássaro mitológico que se assemelha ao cisne. Quando lhe é dada uma mistura de leite e água ele consegue beber somente o leite deixando a água, simbolizando “Viveka”, a discriminação entre o real e o não real (aparente). Os Mantras também são usados numa prática mais simples, em forma de canções (Bhajans ou Kirtans) que ajudam a concentração e a tranquilidade da mente. Usado principalmente para aquelas pessoas que ainda não têm preparação para o Japa. De acordo com o livro Kaulavali Nirmayah, Capítulo VII, Verso 27, existem três espécies de Japa: Vaikhari Japa = audível. Upamsu Japa = murmurado.
Manasa Japa = mental, que é o que exige maior poder de concentração e portanto dá resultados mais rápidos e profundos.
Gayatri Mantra - A essência dos Vedas Gayatri é derivado de Gaya, que significa cantando, e de Tri, que vem de Tr e significa proteger; portanto, podemos dizer que Gayatri é aquilo que protege quem canta. Gayatri é também conhecido como uma metrificação védica de 24 sílabas. "Na Gayatryah paro mantrah" Não existe mantra mais importante que o Gayatri. A deidade deste mantra é o próprio Para Brahma, o Absoluto. Toda a humanidade está envolta no sonho (Maya). O homem desconhece a sua própria força interior e que está nele mesmo aquilo que busca. Por este motivo, projeta a sua felicidade nos objetos exteriores, pensando que quanto mais dinheiro e bens possuírem será mais forte e feliz. Na era dos Vedas, os Rsis, os sábios, compreenderam esta dicotomia e conseguiram discernir a fonte da natureza humana. Gayatri é um dos mantras que através da energia solar pode renovar o nosso metabolismo. É ideal para receber as vibrações do Sol que nos encherão de entusiasmo e vigor. Já que é um
mantra da era dos Vedas, Gayatri acumulou tanta força que atua em poucos dias. Ele ilumina para dar uma nova compreensão e facilita todas as coisas. Este mantra é especialmente eficaz para aqueles que tendem ao suicídio ou que são pessimistas. Deve ser cantado pela manhã, na saída do Sol, virado para o Oriente, de preferência na postura de Lótus e, com a ajuda de um Mala, deve ser repetido pelo menos 250 vezes. É conveniente oferecer água ao Sol depois de finalizar o mantra. "OM bhur bhuvah swah tat savitur varenyam bhargo devasya dhimahi dhiyo yonah prachodayat" "OM - Três palavras sagradas (Brahma, Vishnu, Shiva ou plano físico, sutil e causal) Nós meditamos na grandeza do Criador Aquele que é Brilhante (consciência) Que Ele inspire nossos intelectos". De uma forma mais livre, é traduzido como: "OM - Meditemos na glória de Isvara Criador do Universo, merecedor de adoração Aquele que é todo Sabedoria e Luz O Destruidor de todos os pecados e da ignorância Que Ele ilumine o nosso intelecto". Existem quatro pausas na repetição deste mantra. Quando se
pronuncia OM, deve-se fazer a primeira pausa, depois cantar "bhur bhuvah svah", segunda pausa; em seguida se pronuncia "tat savitur varenyam", terceira pausa; canta-se "bhargo devasya dhimahi", faz-se a quarta pausa, e logo canta-se "dhiyo yo nah prachodayat". É importante lembrar que nesta última frase, como o "h" (visarga) vem precedido de uma palavra iniciada por "p", ele a a ter o som de "f". Não se deve ter pressa ao repetir este mantra. Procure sentir a melodia das palavras e com o tempo ele nos dará aquilo que desejamos, e finalmente nos liberará da roda do nascimento e morte(Samsara Chakra). Há uma pequena história sobre este mantra, que diz: Manu, jovem brâmane, desejava conhecer plenamente a sabedoria contida nos Vedas, mas sem lê-los. Seu pai era um grande Rsi e ele herdara as faculdades necessárias para converter-se em sábio. Mas, devido à sua preguiça, ele sempre arranjava um jeito de descartar-se do estudo dos Vedas. Para facilitar as coisas, começou a venerar Indra, o Rei dos Céus. ado algum tempo, Indra apareceu e lhe disse:" Tuas meditações e teus esforços me alegram. Em virtude disso podes me fazer um pedido". Manu, ansioso por uma oportunidade dessas, se inclinou ante o Deus e disse:" Concedeme o favor de conhecer todos os Vedas sem que eu os leia". Indra riu diante do desejo de Manu e lhe respondeu: "Sinto muito, Manu. Não posso te dar o que desejas, pois até esta data ninguém pode conhecer os Vedas a fundo sem antes havê-los lido", e desapareceu.
Manu era perseverante e reiniciou as suas práticas. Depois de algum tempo, Indra apareceu de novo e lhe disse: "Na verdade Manu, tua devoção me impressiona. Diz-me o que posso fazer por ti". Manu repetiu o seu desejo e Indra respondeu de novo a impossibilidade de satisfazê-lo e desapareceu. Dias depois, Manu foi à praia e viu um homem que jogava pedras no oceano. Manu o observou por certo tempo e sem poder resistir à curiosidade, perguntou-lhe: "Por que jogas sem cessar pedras ao mar? O homem lhe respondeu: "Não gosto do mar e trato de enchê-lo com as pedras". Ao escutar, Manu riu e perguntou: "Meu bom homem, acaso se pode encher o mar jogando-lhe pedras?" O homem lhe respondeu: "Sim! Se efetivamente existem aqueles que conhecem os Vedas sem nunca os terem lido, eu também posso encher o mar com as pedras". Imediatamente Manu percebeu quem era esse homem. Tocou seus pés, não era outro senão Indra. De natureza preguiçosa, Manu estava inseguro de chegar a dominar os Vedas. Assim, perguntou por um método especial para fazê-lo e Indra lhe respondeu: "Se desejas conhecer a sabedoria dos Vedas, canta o Mantra Gayatri; ele acabará com a tua preguiça e te alegrará, sempre te sentirás bem e com entusiasmo para o estudo. Também ele aguçará teu intelecto e depois de alguns dias serás outro homem. Graças à assombrosa força da Gayatri, dominarás todos os
Vedas". Indra desapareceu. É dito que Gayatri destrói todos os maus Karmas e dá um alívio imediato. É considerada a Mãe dos Vedas. Ao cantar o mantra brotam imediatamente os frutos do conhecimento. Aquelas pessoas que não têm força de vontade e precisam de saúde devem repeti-lo pelo menos 56 vezes ao dia. Produz no corpo humano um efeito purificador e sublime. Pode-se repeti-lo mentalmente em qualquer lugar, caminhando, dirigindo automóvel, repousando ou viajando. Gayatri pode dar origem a uma agradável vibração na sociedade se um grupo de pessoas decide cantá-lo. Produz um bem estar geral. Segundo os Rsis, existem quatro desejos básicos no homem: Dharma = virtude Artha = riqueza Kama = sexo Moksa = liberação Gayatri é útil para que todos sejam conseguidos durante o curso de uma só vida. Normalmente, um mantra dará resultado se cantado 100 mil vezes. Mas, para os mantras tântricos, o número varia de acordo com os fins que cada pessoa deseja alcançar.
Gayatri das Deidades Ganesha: “Om Ekadantaya vidmahe Vakratundaya dhimahi Tanno Danti prachodayat” Hanuman: “Om Anjaneyaya vidmahe Mahabalaye dhimahi Tanno Hanumat prachodayat” Durga: “Om Katyayanaya vidmahe Kanyakumari dhimahi Tanno Durgih prachodayat” Mahalakshmi: “Om Mahadevay Ca vidmahe Visnupati Ca dhimahi Tanno Laksmi prachodayat” Vishnu: “Om Narayanaya vidmahe Vasudevaya dhimahi Tanno Visnuh prachodayat” Shiva: “Om Tatpurushaya vidmahe Sahasrakshaya Mahadevaya dhimahi Tanno Rudrah prachodayat”
Sarasvati: “Om Aim vag devyai dimahe Kamarajaya dhimahi Tanno Devi prachodayat” Segundo os Tantras os mantras se dividem em: a. Feminino, se terminar por Svaha, e é usado com propósitos domésticos, como por exemplo: "OM Trailokya Raksa Raksa Hum Phat Svaha". Este mantra é usado como um escudo protetor contra qualquer tipo de perigo. b. Diferente, se terminar por namah, e é usado com propósitos mágicos e vence as inimizades, como por exemplo: "OM Hrim Gauryai namah". É dedicado à Deusa Gauri, que bendiz quem o canta. c. Masculino, os demais, que são usados para atrair ou distrair a atenção de uma pessoa, como por exemplo: "OM Hum Khe Kshah". Diz-se que este mantra cura mordida de víbora e é benéfico em todas as classes de picadas (escorpião, vespas, etc.). Existem, também, mantras que são usados para ajudar alguns
aspectos astrológicos do Mapa Natal. No Mantra-Yoga o estado de Samadhi que é alcançado se chama "Mahabhava" (O estado de Ser), que é marcado pela imobilidade e o silêncio. Esta é a forma mais simples de prática de Yoga, adaptada àqueles cujos poderes e capacidades não bastam para qualificá-los para nenhuma outra forma de Yoga.
Pontos Marmans Os pontos Marmans são assim chamados porque eles ficam nas junções, nas confluências de algumas Nadis (condutos sutis) impossibilitando a agem do Prana (energia) para determinadas partes do corpo. Diz o livro Shandilya Upanishad, no Capítulo I, Verso VIII: "Existem vinte e cinco pontos Marmans e que a prática de pressioná-los ajuda a descarregar a energia que está bloqueada nestes pontos." Depois de pressionar esses pontos, o paciente deve inspirar profundamente, reter a respiração por um tempo longo, mas cômodo e, em seguida exalar. Relacionamos os pontos principais e acrescentamos os pontos auxiliares da forma como nos foi transmita pelo Mestre e que devem ser pressionado antes dos principais. Muladhara Chakra a. Pontos Auxiliares: Pés
Dedões
Tornozelos
Pernas/Coxas
Joelhos
b. PontoPrincipal: Períneo
Swadhisthana Chakra a. Pontos Auxiliares: Região Inguinal
b. Ponto principal: Acima do sexo
Manipura Chakra Pontos Auxiliares: Acima do umbigo e abaixo da linha do umbigo
Pontos Principais: Na lateral do umbigo
Anahata Chakra a. Pontos Auxiliares: Logo abaixo do peito
b. Ponto Principal: Região do esterno
Vishuddha Chakra a. Pontos Auxiliares: Acima da axila
b. Ponto Principal: Garfo do Esterno (garganta)
Lalana a. Ponto Auxiliar : Base do crânio
b. Ponto Principal: Jugular
Manas a. Pontos Auxiliares: Nariz
b. Ponto Principal: Palato Mole (Céu da boca)
Ajna Chakra a. Pontos Auxiliares: Cavidade superior do globo ocular, perto do nariz.
b. Ponto Principal Entre as sobrancelhas.
Soma Chakra a. Pontos Auxiliares: Têmporas
b. Ponto Principal: Testa
Sahasrara Chakra a. Ponto Principal: Parte alta da cabeça.
Pontos Marmans e os Chakras
Meditação do Amanhecer Deite-se em Shavasana, a postura do cadáver. Visualize o seu corpo deitado em linha reta da cabeça aos pés, as pernas ligeiramente afastadas e os braços próximos ao corpo, as palmas das mãos voltadas para cima (Pausa). Feche os olhos e conserve-os fechados até o final da prática. Inspire profundamente e, enquanto expira, sinta que as preocupações e aflições do dia a dia se vão com esta expiração lenta, suave e continuada (Pausa). Desenvolva a sensação de relaxamento do corpo. Não é necessário relaxar voluntariamente nenhum músculo. Apenas desenvolva a sensação de relaxamento (Pausa). Sem abrir os olhos, visualize seu corpo no chão. Tome consciência do corpo deitado sobre o chão, do corpo em relação ao chão e dos pontos de contato entre o corpo e o chão (Pausa). Sinta a parte posterior de sua cabeça que toca o chão... omoplatas e chão... cotovelos e chão... costas das mãos e chão... nádegas e chão... barriga da perna e chão... calcanhares e chão (Pausa). Sensação física de todos os pontos de contato entre o corpo e o chão ao mesmo tempo (Pausa Longa). Conscientize-se da própria respiração (Pausa). Não tente mudar o ritmo: a respiração é natural e automática (Pausa). Sinta o fluxo respiratório e observe que não há esforço na respiração. Perceba que à medida que você observa o seu ritmo respiratório há um relaxamento natural da sua musculatura e do seu sistema nervoso.
Não adormeça. Continue a observar o ritmo respiratório e o relaxamento natural que começa a tomar conta de você.(Pausa Longa). Lentamente faça a Postura do Feto (Pausa). A postura do feto é essencial neste tipo de meditação, pois despertará na memória o estado fetal e toda a sua riqueza que vamos tentar recuperar (Pausa). Procure não analisar as instruções, apenas siga-as da melhor maneira que puder, visualizando-as e vivenciando-as com bastante emoção (Pausa). Concentre-se em "Chidakash", espaço escuro, calmo e agradável à altura da sua testa. Em Chidakash visualize uma paisagem noturna (Pausa). Nesta paisagem, uma praia deserta há alguns milhares de anos (Pausa). Diante de nós se estende a imensidão do oceano das origens, e através da sombria claridade que cai das estrelas, visualize no firmamento uma Lua em Quarto Crescente. Procure visualizar bem esta paisagem (Pausa Grande). Veja toda esta paisagem maravilhosa refletida na água (Pausa). Contemple este espetáculo eterno e perceba lentamente que a Lua em Quarto Crescente se converte numa brilhante Lua Cheia, que vai tirando você do tempo linear e colocando-o no tempo cíclico (Pausa). O ar é suave e a noite tão agradável e morna como a água.(Pausa). O oceano respira; uma onda suave se desfaz sobre a praia, se estira, deixa sua espuma num instante e logo reflui para o mar. A
onda seguinte volta a subir na areia, deixa sua espuma e reflui, e assim sucessivamente. Visualize bem o movimento das ondas do mar e sinta que a sua respiração acompanha cada onda. A onda sobe e inspire, a onda deixa a espuma sobre a areia e retenha a respiração, a onda reflui e expire, e logo reinspire com a onda seguinte (Pausa Grande). O som do "OM" (imaginado) acompanha a inspiração e a expiração. Assim, embalado pelas ondas e o som do "OM", se integre na vida marinha até perceber que o oceano é um gigantesco organismo vivente, berço de toda a vida e símbolo do Indiferenciado (Pausa Grande). No horizonte, pouco a pouco, começa a clarear, surgem os primeiros raios dourados do Sol que, com sua majestosa lentidão, emerge e se eleva, glorioso, no céu limpo de nuvens (Pausa). Contemple o disco alaranjado do sol acima da linha do horizonte. Seu doce calor penetra o ar, a água, a areia e envolve todo o seu corpo, envolve todo o seu ser (Pausa). Que felicidade e paz imensa este Sol matutino, que ilumina a tudo e a todos, nos transmite. Mas,... não esqueço as ondas do mar, que marcam sempre o ritmo da respiração e o "OM"; o "OM" que tudo permeia (Pausa). Fique impregnado de vitalidade, serenidade e uma paz intensa toma conta de todo o seu Ser (Pausa Longa). Quando a mente se apartar por si mesma da contemplação interior, volte devagarzinho à posição de Shavasana. Permaneça mais um pouco com os olhos fechados. Tome consciência do seu corpo físico e da respiração. Mexa os dedos dos pés e das mãos. Espreguice-se bem, virando de um lado para o outro. Então,
sente-se, esfregue uma mão contra a outra e leve aos olhos fechados. Fique um pouco mais em silêncio, e aí então, abra os olhos, sem pressa, gozando ainda desta paz interior que o envolve todo. HARI OM.
Meditação do Anoitecer Deite-se em Shavasana, a postura de relaxamento. Feche os olhos e não se preocupe em relaxar conscientemente nenhuma parte do seu corpo. Apenas visualize-o e tome consciência dele deitado com os braços e pernas um pouco afastados (Pausa). Verifique se as pernas, o tronco e a cabeça estão numa mesma linha (Pausa). Inspire profundamente e ao exalar imagine que as tensões e as preocupações do dia se vão com esta exalação lenta profunda e suave (Pausa). Vamos iniciar uma série de exercícios combinando respiração, tensão e relaxamento de determinadas partes do corpo. Lembre-se que somente a parte do corpo que for nomeada ficará tensa, o resto do corpo permanecerá relaxado: a. Inspire e retese somente o seu braço direito, exale e relaxe. b. Inspire e retese o braço esquerdo, exale e relaxe. c. Inspire e retese os dois braços, exale e relaxe completamente. d. Volte a inspirar, retese a perna direita, exale e relaxe. e. Inspire e retese a perna esquerda, exale e relaxe completamente.
f. Relaxando, faça duas respirações profundas e ritmadas (Pausa). g. Inspire e retese o braço e a perna direita, exale e relaxe. h. Volte a inspirar e retese agora o braço e a perna esquerda, relaxe exalando. i. Inspire lenta e continuamente e retese todo o seu corpo, exale e relaxe completamente. j. Faça duas respirações profundas e ritmadas (Pausa). Agora vamos iniciar Shavayatra (A viagem do cadáver). Tome consciência das partes do corpo que eu for mencionando e relaxeas. Traga a sua mente para a parte alta da cabeça, conscientize-a e relaxe. Relaxe a sua testa, o ponto entre as sobrancelhas, o olho direito, o olho esquerdo, o nariz, a boca e o queixo. Relaxe o pescoço. Relaxe bem o centro do pescoço (Pausa). Relaxe o ombro direito, o braço, o antebraço, o punho, a mão e os dedos da mão direita. Relaxe bem a palma da mão, o punho, o cotovelo, o ombro direito e o centro do pescoço (Pausa). Relaxe o ombro esquerdo, o braço, o antebraço, o punho, a mão e os dedos da mão esquerda. Relaxe bem a palma da mão, o punho, o cotovelo, o ombro esquerdo e o centro do pescoço (Pausa). Relaxe o centro externo, o peito direito e o peito esquerdo. Relaxe bem o centro externo (Pausa). Relaxe o centro, o umbigo e toda a área abdominal. Relaxe bem o centro do umbigo (Pausa). Relaxe a região da pelvis, a virilha direita e a virilha esquerda. Relaxe bem
o centro pelvis (Pausa). Relaxe a região do períneo (entre o sexo e o anus). Relaxe a coxa direita, o joelho, a perna, o tornozelo, calcanhar, sola do pé e dedos do pé direito. Relaxe a planta do pé direito, calcanhar, tornozelo, perna, coxa direita. Relaxe bem a região do períneo (Pausa). Relaxe a coxa esquerda, o joelho, a perna, tornozelo, calcanhar, sola do pé e dedos do pé esquerdo. Relaxe a planta do pé esquerdo, calcanhar, tornozelo, perna e coxa esquerda. Relaxe a região do períneo (Pausa Longa). Lentamente faça a postura do feto. Lembre-se de que a postura do feto é essencial neste tipo de meditação, pois despertará na memória o estado fetal e toda a sua riqueza que vamos tentar recuperar (Pausa). Procure não analisar as instruções, apenas siga-as da melhor maneira que puder, visualizando-as e vivenciando-as com bastante emoção (Pausa). Concentre-se em Chidakash, o espaço escuro, calmo e agradável à altura da sua testa (Pausa). Visualize uma paisagem ao entardecer. Veja uma bonita e calma praia deserta há alguns milhares de anos (Pausa). Viva intensamente toda a beleza do entardecer nesta praia deserta de areia branca (Pausa). Diante de nós se estende a imensidão do oceano infinito e os últimos raios do Sol iluminam a paisagem (Pausa). Na linha do horizonte o disco alaranjado do Sol se funde com o oceano. O céu crepuscular se escurece e o cair da noite acalma e apazigua a mente agitada (Pausa). A Lua Cheia surge no firmamento e à luz do luar veja refletida toda esta paisagem maravilhosa nas águas deste oceano infinito (Pausa Longa).
Contemple este espetáculo eterno e perceba que a Lua Cheia decresce e se torna Quarto Minguante para logo desaparecer (Pausa). No firmamento, as estrelas e os planetas brilham com toda a sua luz e animam a água com seus reflexos. A brisa do mar é morna, agradável e aconchegante. Perceba o fluxo e o refluxo das ondas do mar em sintonia com a sua respiração. A onda sobe, inspire, a onda deixa a espuma sobre a areia e retenha a respiração, a onda reflui e expire, e logo reinspire com a onda seguinte (Pausa Longa). O som do "OM" acompanha a inspiração e a expiração. Mas não esqueça a brisa morna do oceano infinito, o céu estrelado e a visão de todo este espetáculo refletido nas águas do mar (Pausa). Assim, ao som do "OM" todo envolvente e embalado pelas ondas deste oceano materno, sinta-se impregnado de paz, uma paz intensa que toma conta de todo o seu ser (Pausa Longa). Quando a sua mente se afastar por si só desta contemplação interior, volte devagarzinho à posição de Shavasana. Permaneça mais um pouco com os olhos fechados. Tome consciência do seu corpo físico e da respiração. Mexa os dedos dos pés e das mãos. Espreguice-se bem, virando de um lado para o outro. Então, sente-se, esfregue uma mão contra a outra e leve aos olhos fechados. Fique um pouco mais em silêncio, e aí então, abra os olhos, sem pressa, gozando ainda desta paz interior que o envolve todo. HARI OM
Glossário de Palavras em Sânscrito A A - partícula negativa. Abhaya - ausência de medo. Abhaya Mudra - o gesto que afasta os temores. Abhayapada - o o corajoso do sábio. Abhinivesha - apego excessivo ao corpo e à vida, medo da morte. Abhyasa - determinação, repetição, exercício. Acharya - mestre, guia, professor. Adhama - inferior. Adhara - e, base. Adharma - o que não é dharmico. O que não está consoante à ordem. Adhi - sobre, em cima.
Adhikara - qualificação. Adhikari - aquele que têm a qualificação necessária. Adho - para baixo. Adrsta - não visto, invisível. Advaita - não dualidade, Unidade. Agni - fogo, deidade védica. Aham - eu. Ahamkara - ego (noção do eu). Ahimsa - não violência. Airavata - Rei dos elefantes. Ajna Chakra - 6º Chakra, significa mando, comando. Ajnana - ignorância, o que se opõe ao conhecimento. Akasha - espaço. Amrtam - imortalidade ouo néctar da imortalidade. Anahata Chakra - 4º Chakra, significa som místico. Ananda - plenitude.
Ananta - sem fim, eternidade. Anga - disciplinas secundárias, membro ou parte de um corpo. Angi - corpo, aquele que possui membros. Antah-karana - instrumento interno de conhecimento. Antara - estar dentro. Anuloma - ordem natural. Apaha - água. Apana - o prana do Muladhara Chakra encarregado da eliminação. Ardha - meia, metade. Ardhanarishvara - o Senhor que é metade homem e metade mulher, deidade do Vishuddha Chakra. Artha - objetos e também objetivo. Asanas - posturas. Ashtanga - oito membros (astha = oito, anga =membros). Asuras - demônios. Asva - cavalo.
Ati - acima. Atma-jnana - o conhecimento do Ser (Atma = eu, o Ser, jnana = conhecimento). Avatara - reencarnação de Vishnu que desce à terra para restabelecer o Dharma. Avidya - ignorância. Avyakta - nuvem original de energia e matéria indiferenciada,não manifesto.
B Bahya-karana - instrumentos externos de conhecimento e ação (bahya = externo, karana = instrumento). Baddha - retido, preso. Bhadra - prosperidade. Bhadram - prosperidade. Bhagavadgita - a canção do Senhor. Bhagavat - Senhor. Bhakti - devoção. Bahya - suspender a respiração após a expiração. Bandha - apertado, corrente, nó, preso, amarrado. Bhava - existência. Bhavana - atitude, temperamento, disposição mental, inclinação. Bhedana - dividido, alternado. Bhujanga - cobra, serpente. Bhujangasana - postura da cobra.
Bija - semente. Brahma - o criador da trindade Hindu. Brahmacharin - estudante. Brahman - o Absoluto. Brahma-Dvara - porta de Brahma (Criador da trindade Hindu). Buddha - aquele que tem o conhecimento, sábio, iluminado. Buddhi - intelecto.
C Chakras - roda, centros de energia com características da personalidade. Chakrasana - postura da roda. Chakshu - olho. Chandra - lua. Chandrasana - postura da lua. Chit - consciência. Chittam - memória.
D Daiva - divino. Dakini - Senhora das lanças brilhantes. Dakshina - direita, sul. Dakshina Tantra - Tantra da mão direita. Damaru - tambor. Danda - cajado, vara, bastão. Danta - dente. Darshana - visão, sistema filosófico. Dattatreya - três rostos (representando Brahma, Vishnu e Shiva). Daya - compaixão. Deha - corpo. Devadatta - dado por Deus. Devas - deuses. Devadatta - dado por Deus. Devata - deidade.
Dhananjaya - conquistador de riqueza. Dharana - concentração. Dhatus - elementos constituintes ou ingredientes essenciais do corpo humano. Dhrti - firmeza. Dhyana - meditação. Durga - a difícil de ser alcançada, a que não se curva para ninguém. Dvaitta - dualidade. Dvandvatitha - além dos opostos (dvandva = opostos, atitha = além de).
E Eka - um, num.
G Gada - maça de guerra. Gaja - elefante. Gajanana - que tem cara de elefante, um dos nomes de Ganesha. Ganesha - Senhor de todos os seres, deidade removedora dos obstáculos. Garuda - águia, veículo de Vishnu. Gauri - menina. Ghee - manteiga clarificada no fogo. Gita - poema, canto. Go - vaca. Gomukhasana - postura da cabeça da vaca. Gopala - o guardião das vacas, pastor, um dos nomes de Krshna. Govinda - que cuida das vacas ou das escrituras (Krshna). Granthi - nó. Gunas - características.
Guru - mestre, (aquele que elimina a ignorância).
H Hala - arado. Halasana - postura do arado. Hansa - cisne ou pássaro mitológico. Hari - salvador. Hasta - mão. Hatha - força, esforço intenso. Himalaya - morada da neve. Hrdaya - coração.
I Iccha - vontade. Ida - canal que vai contornando todos os Chakras desde o testículo direito até a narina esquerda. Indra - o Senhor dos Deuses. Indriyas - instrumentos externos de conhecimento e ação. Ishta Devata - Deus pessoal. Ishvara - corpo total, o Senhor (Deus pessoal).
J Jagrat - estado de vigília. Jala - água. Janu - joelho. Japa - repetição. Jathara - estômago, abdome. Jihva - língua. Jiva - o indivíduo; corpo individual, aquele que está identificado com o corpo, a mente e com o intelecto. Jnana - conhecimento. Jnana-indriyas - órgãos de percepção.
K Kailasa - pico mais alto dos Himalaias, residência de Shiva. Kaki - corvo. Kakini - a sempre existente. Kali - a negra. Kapota - pombo. Kama - desejo. Kamandalu - cabaça, o pote do Sannyasi. Kapala - crânio, cabeça. Karana - causal. Karma-indriyas - órgãos de ação. Karttikeya - filho de Shiva e Parvati que foi cuidado pelas Krttikas. É conhecido como deus da guerra e irmão de Ganesha. Kesha - cabelo. Khadga - espada. Khatvanga - cajado encimado por uma caveira.
Kona - ângulo. Kosha - invólucro, bainha. Krttikas - as plêiades (estrelas da constelação). Kriyas - ação, exercícios de limpeza dos condutos sutis de energia (Nadis). Krkara - pássaro. Krodha - raiva Krshna - negro. Krshna Saranga - antílope negro. Kumbha - pote. Kurma - tartaruga. Kurmasana - postura da tartaruga.
L Lakini - a benfeitora de todos. Lobha - cobiça.
M Mada - arrogância. Madhyama - meio. Mahabhutas - os cinco elementos perceptíveis que constituem a criação. Mahadeva - o grande Deus. Mahamaya - a grande ilusão. Mala - guirlanda, colar. Mamakara - noção do meu. Mananam - refletir sobre o ensinamento. Manas - mente. Manasa-puja - culto mental. Mandala - círculo, diagrama dotado de profundo simbolismo. Mandir - templo. Manduka - sapo. Mangalam - auspiciosidade.
Manipura Chakra - 3º Chakra, que significa cidade das jóias. Matsarya - inveja. Matsya - peixe. Mauna - silêncio. Maya Shakti - poder da criação. Maya - ilusão. Mayura - pavão. Mayurasana - postura do pavão. Merudanda - coluna vertebral. Mitratvam - amizade. Modaka - doce. Moha - ilusão. Mohini - filha da ilusão. Moksa - liberação. Mrta - morto. Mrtasana - postura do morto.
Mudra - marca, selo, gesto. Mukha - boca, face. Mukta-triveni - lugar da junção de três (Nadis) para a liberação. Mula - base, raiz. Muladhara - 1º Chakra que significa básico ou raiz. Murali - flauta de Krshna.
N Nabhi - umbigo. Nabhi Chakra - círculo do umbigo. Nadichakras - gânglios ou plexos existentes nos corpos grosso, sutil e causal. Nadikas - pequenos condutos aonde circula a energia vital. Nadis - canais através dos quais circula a energia vital. Naga - serpente. Nakha - unha. Namaskara - saudações com as mãos unidas na frete do peito. Namaste - saudações a você. Nandi - touro, representa Jiva (o indivíduo), sempre perto e com saudade do Atma (Eu). Nauka - barco. Niralamba - sem e. Nitya - eterno. Niyama - disciplinas específicas para a purificação do estudante.
P Pada - sílabas, pé. Pa - lótus. Pasana - postura de lótus. Pancha - cinco. Pancha-prana - cinco pranas. Panchikaranam - processo através do qual os elementos sutis vão se grossificando. Parashu - machado. Parivartana - virado. Parsva - lateral do corpo. Pashchimottana - grande estiramento posterior. Patanjali - sábio que codificou o Yoga, autor dos Yoga Sutras. Pavana - vento, ar. Pingala - canal que vai contornando todos os Chakras desde o testículo esquerdo até a narina direita. Prajna - ignorante.
Prakrti - natureza, matéria perecível. Pramoda - alegria. Prana - energia sutil. Pranayama - disciplina da respiração para a harmonia da energia sutil ou vital. Prasada - presente. Prasarita - esticado. Pratyahara - abstração dos sentidos. Pratyaya - pensamentos, cognição. Prayaga - local de sacrifício, local de adoração. Preman, Prema - amor. Prthivi - terra. Puja - oferecimento, ritual. Puraka - pulmão cheio (inspiração). Purnam - plenitude. Purusha - ser. Puroshottama - o mais alto Ser.
Purva - anterior. Purvottana - grande estiramento anterior. Pushpa - flor.
R Rajas - ação, movimento, atividade, uma das Gunas. Rajju - corda. Rshis - sábios. Rudra - um aspecto de Shiva, que é considerado o devorador do poder cósmico. Rudraksha - “olhos de Shiva”. Semente de uma determinada árvore com que se faz um colar (japa mala) para repetição de mantra.
S Shabda - som. Shabda-prapanca - mundo do som. Sadhaka - buscador. Sadhana - disciplina, meio, caminho. Sadhya - objetivo. Sah - ele. Sahasrara - lótus de mil pétalas. Salambha - com e. Samadhi - absorção mental, quando se reconhece que não há diferença entre a criatura a criação e o Criador. Samana - o prana do Manipura Chakra encarregado da assimilação. Samatvam - capacidade de estar sempre o mesmo, tranquilo. Sanmukha - que tem seis faces (cinco órgãos de percepção e a mente). Nome que é dado a Karttikeya. Sannyasa - renúncia.
Sannyasi - renunciante. Sarasvati - Deusa do conhecimento e das artes, esposa de Brahma. Sarva - todo. Sarvanga - todos os membros do corpo. Sat - existência. Sattva - tranquilidade, conhecimento, clareza, pureza, uma das Gunas. Satyam - verdade. Shalabha - gafanhoto. Shankha - concha. Shariram - corpo, veículo de manifestação do indivíduo. Shakti - poder, energia, força. Shama - disciplina mental. Shanti - paz. Shasha - coelho. Shastras - escrituras.
Shava - cadáver. Shavasana - postura do cadáver. Shiva - o transformador na trindade hindu, o patrono do Yoga. Shodhana - purificação. Shraddha - fé. Shravanam - escutar o ensinamento. Shri - título honorífico, beleza, prosperidade. Shula - lança. Simha - leão, veículo de Durga. Snayu - músculos. Sneha - apego. Sthiti - estabilidade. Sthula - grosso. Sukshma - sutil. Supta - dormindo, deitado. Sukham - felicidade.
Surya - Sol. Sushumna - canal central, que parte do Muladhara e sobe até o Sahasrara atravessando todos os Chakras. Sushupti - estado de sono. Sutra - fio, frase curta com grande significado. Svadhisthana - 2º Chakra que significae do sopro da vida. Svapna - estado de sonho. Svasthya - tranquilidade, paz. Svasti - boa sorte. Svayambhu - auto-existente.
T Tada - montanha. Tadasana - postura da montanha. Taijasa - luminoso. Tala - palmeira. Talasana - postura da palmeira. Tamas - inércia, ausência de atividade e clareza mental, uma das Gunas. Tanmatras - elementos sutis originais. Tantra - governar, controlar, manter através de disciplina. Tara - estrelaoto.ental. do corpo. Tattva - elemento. Tejas - fogo. Tola - balança. Trigunatmika - possui três características, três Gunas. Trikona - triângulo
Trikonasana - postura do triângulo. Tvak - pele
U Udana - o prana do Visuddha Cakra encarregado da ação inversa. Upanishad - textos sagrados encontrados no final dos Vedas. Upavish - sentar. Urabhra - carneiro. Urdhva - para cima. Utkata - poderoso. Uttha - levantar. Uttama - superior. Uttana - grande esticada. Utthita - levantado.
V Vahana - veículo. Vaikuntha - céu. Vairagya - desapego. Vajra - raio, diamante. Vajrasana - postura do raio ou do diamante. Vakra - dobrado. Vakya - frases. Vama - lado esquerdo. Vama Tantra - Tantra da mão esquerda. Vara Mudra - o gesto que concede a graça. Varna - letras, cor, classificação. Vayu - ar, forma cósmica da energia sutil, aquele que se move por toda parte. Veda - conhecimento. Vedanta - final dos Vedas, um dos seis darshanas.
Vidya - conhecimento. Vidyarambha - início do conhecimento, dia da iluminação. Vikshepa Shakti - o poder de projetar, criar. Viloma - ordem invertida. Viparita - ao contrário, invertido. Vira - herói. Virasana - postura do herói. Virabhadra - herói criado pelos cabelos de Shiva. Virabhadrasana - postura de Virabhadra. Vishnu - O preservador da trindade Hindu. Vishvarupa - forma total, múltipla. Vishuddha - 5º Chakra que significa grande pureza. Vishva - aquele que é total. Viveka - discernimento. Vrksha - árvore. Vrkshasana - postura da árvore.
Vrtti - pensamento, movimento da mente. Vyaghra - tigre (veículo de Durga). Vyakta - manifesto. Vyana - o Prana do Svadhisthana Chakra encarregado da distribuição. Vyasa - sábio que compilou os Vedas e escreveu o Mahabharata.
Y Yajna - ritual védico do fogo. Yama - disciplinas éticas, restrição. Yantra - forma geométrica. Yoga - unir, direcionar, concentrar, preparar, disciplina, um dos seis darshanas. Yoni - triângulo de cabeça para baixo que representa o sexo feminino e a Shakti. Yukta-Triveni - lugar da junção de três (Nadis) para a liberação.
Bibliografia Bhairavi-Tantra Sarada-Tilak Narayani-Tantra Viddyarnava-Tantra Brihannarayaniya-Tantra Antonio Blay: Tantra-Yoga. Bernard Auriol: Yoga e a Psicoterapia. Charles Breaux: Jornada rumo à Consciência. Elswort F. Bakre: O Labirinto Humano. Kailash Vajpeyi: Mantras "Palavras de Poder". Sree Chakravarti: A Healer's Journey Svami Vishnudevananda: The Complete Illustrated Book of Yoga, Meditation e Mantras. Técnicas apresentadas neste livro são dos seguintes mestres: Dhirendra Brahmachari Svamiji Yoga Suksma e Sthula Vyayama. Yogasana Vijnana "The science of Yoga". Svami Satyananda Saraswati
Pavanamuktasana. Surya Namaskara. Yoga Nidra.
Sobre a ABDTY A Associação Brasileira de Dakshina Tantra Yoga, tendo por abreviatura a sigla ABDTY, foi fundada em fevereiro de 2000, por um grupo pioneiro de professores sob a inspiração do professor Paulo Murilo Rosas com a intenção de preservar e difundir os ensinamentos do Dakshina Tantra Yoga. Desde então vem formando profissionais e promovendo cursos, palestras e workshops que mantém viva a chama desse conhecimento ancestral. O Dakshina Tantra Yoga, como ficou conhecido no Brasil, Portugal e América do Sul, não é apenas mais uma “modalidade” de Yoga, como tantas que se apresentam hoje em dia no ocidente. É fruto de uma linhagem de ensinamento ancestral, conhecida como Guru Shishya Parampara, uma autêntica tradição gurudiscípulo, que tem em Maharish Kartikeya seu representante mais antigo conhecido, ando pelos Swami Dhirendra Brahmachari e Datattreya Maharaj, os dois últimos professores diretos de Paulo Murilo Rosas. Após um minucioso trabalho de revisão e com uma diagramação totalmente nova, esta quarta edição apresenta um sabor especial pois inaugura a ABDTY como editora direta da obra do professor Paulo Murilo Rosas. Com o esforço de colaboradores anônimos e voluntários, cujos nomes não caberiam neste espaço, foi possível o amadurecimento de mais este fruto - um compêndio da sabedoria indiana escrita de forma simples e clara, ível para profissionais do Yoga, buscadores do autoconhecimento ou
mesmo simples diletantes. A Psicologia do Tantra é um dos mais completos livros escritos pelo Professor Paulo Murilo Rosas sendo amplamente fundamentado nos grandes livros sagrados da tradição tântrica. Entre eles, o Sat Chakra Nirupana, o Hatha Yoga Pradipika, o Shiva Samhita e o Geranda Samhita, que estão em fase final de revisão e serão lançados em breve também pela editora da ABDTY. Esperamos que desfrutem dessa obra em toda sua riqueza. Abril de 2015 Ricardo Coelho (Vice-Presidente da ABDTY)