Cultivo dos Fungos A utilização de cogumelos como alimento, medicamento, veneno ou em rituais religiosos tem registro em todas as culturas e regiões do mundo, porém, foi na Ásia que eles começaram a ser cultivado sistematicamente para fins alimentícios e medicinais. Estima-se que o primeiro cultivo intencional de cogumelos tenha ocorrido na China por volta do século VI, ou seja, há 1400 anos. A primeira espécie cultivada foi Auriculária auricula, aproximadamente no ano de 600 DC, e em seguida foi a espécie Cultivo de Shiitake em toras Flamulina velutipes, no ano 800 DC e a terceira espécie foi o Lentinula edodes, o shiitake, no ano de 900 DC. Os fungos apresentam um conjunto de características próprias que permitem sua diferenciação das plantas: não sintetizam clorofila, não tem celulose na sue parede celular, exceto alguns fungos aquáticos e não armazenam amido como substância de reserva. Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo, como as leveduras, ou multinucleados, como se observa entre os fungos filamentosos ou bolores. Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso. Os fungos são ubíquos, encontrando-se no solo, na água, nos vegetais, em animals, no homem e em detritos, em geral. O vento age como importante veiculo de dispersão de seus propágulos e fragmentos de hifa. Estruturas dos Fungos Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando colônias de dois tipos: - leveduriformes; - filamentosas. As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e reprodutivas. As colônias filamentosas podem ser algodonosas, aveludadas ou pulverulentas; são constituídas fundamentalmente por elementos multicelulares em forma de tubo—as hifas. Metabolismo Os fungos são microrganismos heterotróficos e, em sue maioria, aeróbios obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras, aeróbias facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo na ausência deste elemento. Os fungos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera de reduzida quantidade de oxigênio. O crescimento vegetativo e a reprodução assexuada ocorrem nessas condições, enquanto a reprodução sexuada se efetua apenas em atmosfera rica em oxigênio. Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae fazem o processo de fermentação alcoó1ica de grande importancia industrial, na fabricação de bebidas e na panificação. O crescimento dos fungos é mais lento que o das bactérias e sues culturas precisam, em média, de 7 a 15 dias, ou mais de incubação. Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento; outras são por ela inibidos e outras ainda mostram-se indiferentes a este agente. Em geral, a luz solar direta, devido à radiação ultravioleta, é elemento fungicida.
Fungos Verdadeiros. Os fungos verdadeiros constituem, pela diversidade das formas que englobam, um conjunto bastante complexo e heterogêneo. Reconhece-se a existência de três classes nesse grupo, a saber: Ficomicetes. Têm o talo unicelular nas formas mais primitivas, e formado de filamentos (chamados hifas) tubulares, multinucleados, não septados, ramificados, nas mais adiantadas. A esta classe pertencem os mofos, como o mofo pão e outros que atacam os tecidos em ambiente úmido, são saprófitos. Alguns são parasitas de plantas. Os mofos produzem tal quantidade de esporos, que sempre existem deles no ar. Ascomicetes. São providos de talo uni ou pluricelular; nesse caso têm filamentos ou hifas septados e geralmente uninucleados por célula. Os ascomicetes podem ser parasitas e crescer sobre animais e vegetais, causando-lhes variadas enfermidades; ou saprófitos nos solos ricos em matéria orgânica, sobre frutos em decomposição, alimentos, tecidos, etc. Alguns têm importância industrial na fabricação de queijos e nas fermentações ligadas à produção de bebidas alcoólicas, na produção de antibióticos (como a penicilina), em panificação, enquanto outros são comestíveis ou encerram alcalóides usados na medicina. Como exemplos, citem-se as leveduras ou fermentos, diferentes dos outros fungos por seu modo de reprodução por gemulação. Basidiomicetes. Providos de talo pluricelular formado de hifas septadas. Seu micélio pode Ter crescimento indefinido ou formar, nos tipos mais evoluídos, corpos grutíferos carnosos de estrutura constante. . O grupo tem grande importância econômica. Compreende espécies causadoras de sérias doenças em plantas cultivadas, como sejam as ferrugens e os carvões. Ustilago maydis produz o carvão do milho. Puccinia graminis é a ferrugem do trigo. Os basidiomicetes superiores se separam em dois grupos; de um lado os himenomicetes, com membrana esporófora exposta, e de outro os gasteromicetes, com membrana esporófora inclusa. Entre os primeiros estão os mais importantes fungos comestíveis e venenosos conhecidos. Também aí figuram os fungos destruidores de madeira. Psalliota campestris é o cogumelo de campo, ou cogumelo cultivado (champignon do comércio). Entre os venenosos ou repugnantes ao paladar podem ser citados Amanita phalloides, o mais tóxico de todos, capaz de causar acidentes mortais, Russula emetica, de sabor picante, os Dictyophora, de cheiro e gosto desagradáveis.
Fungos Patogênicos. Os microfungos, ou cogumelos microscópicos causam no homem uma série de doenças, chamadas micoses, que ocupam lugar de destaque na patologia tropical. No Brasil há, sobre o assunto, trabalhos importantes, que dizem respeito a diversos ramos da medicina tropical. A maioria dos fungos patogênicos proveio originalmente do solo ou eram parasitas vegetais. Numerosos são também os fungos que produzem doenças em outras culturas, como por exemplo a murcha e a antracnose no algodão; o carvão e a podridão das raízes da cana, a podridão seca e a podridão rosada da espiga do milho, etc.
As Trufas As trufas, usadas em culinária fina, embora à primeira vista possam ser confundidas com tubérculos de batata, são fungos. Em seu interior existem minúsculas e numerosas cavidades contendo grande número de esporos. Trata-se, pois, de um tipo particular de corpo de frutificação produzido por fungos que vivem em micorriza. Por serem corpos de frutificação subterrâneos, não podem disseminar diretamente os esporos. Dotados, porém, de forte odor, atraem animais de olfato aguçado (cães e porcos, por exemplo), que escavam a terra para comê-los, difundindo os esporos através das fezes. Fungos Saborosos e Fungos Mortais Do ponto de vista comestível os fungos dividem-se em quatro categorias: Fungos comestíveis: as numerosas espécies desta categoria são utilizadas pelo homem na sua alimentação e consideradas saborosas e nutritivas. Fungos não comestíveis: trata-se de espécies não venenosas, porém não comestíveis em virtude da dureza ou do sabor desagradável. Fungos tóxicos: espécies venenosas, embora não necessariamente mortais. Fungos mortais: as poucas espécies desta categoria podem causar a morte de quem as ingerir.
Fungos Medicinais A necessidade de manter ou reconstruir a defesa imunológica do organismo de forma saudável e natural, levou muitos pesquisadores a procurar uma solução nas propriedades naturais dos minerais, plantas e fungos. E descobriram que os fungos, em particular, são habilidosos em aumentar suas funções imunológicas. Nutricionalmente os cogumelos são uma valiosa fonte de alimentos de baixa calorias, de carboidratos, proteínas, aminoácidos essenciais, fibras, ricos em vitaminas e minerais. nos dias de hoje em muitas culturas orientais são utilizados para promover a saúde, a vitalidade e promover a homeostase.
A Importância dos Fungos A maior parte dos fungos, assim como as bactérias, desempenho papel de grande importância na economia da natureza. Esses seres, na busca de seu alimento, decompõem o folhelho e as plantas mortas que revestem o solo das regiões florestadas, e degradam os restos de outros organismos. Nesse processo produzem anidrido carbônico, que a para a atmosfera, e diversas substâncias minerais, que, dissolvidas no solo pela chuva e umidade, constituem alimento para outras plantas. Os fungos destroem, assim material que, de outra forma, iria acumular-se em quantidades incalculáveis. Eles são, portanto, os laboriosos lixeiros da natureza.
Já vimos que os fungos micorrizais ajudam as raízes de muitas plantas na absorção da água; muitos desses fungos são venenosos, mas não devem, por isso, ser destruídos, pois são úteis nas zonas arborizadas. Além de úteis para a natureza, os fungos são, como vimos, úteis para o homem. Todos conhecem a penicilina e outros antibióticos. Essas substâncias são produzidas por alguns tipos de mofo (fungo microscópico) e têm a propriedade de destruir bactérias e outros microorganismos causadores de várias moléstias graves. Isso sem falar dos lêvedos, fungos indispensáveis à produção de pão, vinho e cerveja. E nos fungos comestíveis, que vêm ganhando mercado no Brasil. Algumas espécies, como o agárico-campestre, podem ser cultivadas em qualquer época do ano.
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