Estudo sobre o Ego Freud A estrutura e a dinâmica da personalidade Id, Ego e Superego Sigmund Freud é considerado o criador da psicanálise e psicologia modernas por vários motivos. Apesar das críticas a alguns conceitos, é inegável sua contribuição para o melhor entendimento da mente humana que permitiu inclusive o aparecimento e o desenvolvimento de outras ciências. Dentre os vários conceitos e descobertas de Freud, uma das mais conhecidas e utilizadas é o de Id, Ego e Superego. Conheça e entenda melhor este modelo de representação do nosso intelecto. Freud viveu numa época de intensa atividade intelectual, tendo a oportunidade de conviver com pessoas que fizeram história, principalmente no campo da filosofia e das ciências humanas. Um de seus grandes méritos foi entender as teorias dos contemporâneos, interligálas e a partir disto criar coisas novas, segundo suas próprias experiências e pensamentos. Neste processo, acabou criando um modelo de funcionamento do aparelho psíquico do ser humano que permitiu o estudo científico em cada um destes aspectos, com grandes desdobramentos nas técnicas utilizadas para compreender o funcionamento e melhor o bemestar das pessoas, ao tratar adequadamente cada aspecto dos distúrbios que podem ocorrer em nossas mentes. O modelo da mente humana Este modelo de funcionamento da mente humana foi introduzido na obra Além do princípio do prazer (título original Jenseits des Lustprinzips, tendo sido aprofundado e detalhado posteriormente no livro O Ego e o Id (título original Das Ich und das Es). Publicado em 1923, esta obra é fruto de um estudo meticuoloso conduzido ao longo de anos de pesquisa, onde Freud faz a análise da psique humana definindo a teorias da dinâmica entre o id, o ego e o superego. Em termos gerais tratase do seguinte: Id – O Id é a fonte da energia psíquica de uma pessoa, de origem orgânica e hereditária e que, segundo Freud, estava ligada principalmente à libido, isto é, o impulso sexual. O Id se apresenta na forma de instintos que impulsionam o organismo, estando relacionado a todos os impulsos não civilizados, de tipo animal. O Id não tolera tensão, se a tensão atinge certo nível o Id age no sentido de descarregá la. O Id é regido pelo princípio do prazer, ou seja, sua função e procurar o prazer e evitar o sofrimento. Localizase na zona inconsciente da mente, por isso não conhece a realidade objetiva, a “lei” ética e social, que nos prende perante a determinadas situações devido às pressões do mundo externo. Ego – Este termo significa “eu” em latim. O Ego é o responsável pelo contato do psiquismo com a realidade, o mundo externo ao indivíduo. O Ego atua de acordo com o princípio da realidade, estabelecendo o equilíbrio entre as reivindicações do Id (inconsciente) e as exigências do superego com relação ao mundo externo. O Ego é o componente psicológico da personalidade, cujas funções básicas são a percepção, a memória, os sentimentos e os pensamentos. Localizase, portanto, na zona consciente da mente. Superego – Atua como censor do Ego. É o representante interno das normas e valores sociais que foram transmitidos pelos pais através do sistema de castigos e recompensas impostos à criança. Ele é estruturado durante a fase fálica, quando ocorre o Complexo de Édipo (também chamado de “Complexo de castração”. É nesse momento que a criança começa a internalizar os valores e as normas sociais. São nossos conceitos do que é certo e do que é errado. O Superego nos controla e nos pune (através do remorso, do sentimento de culpa) quando fazemos algo errado, e também nos recompensa (sentimos satisfação, orgulho) quando fazemos algo meritório. O Superego procura inibir os impulsos do Id, uma vez que este não conhece a moralidade. O Superego é, portanto, o componente moral e social da personalidade. As principais funções do Superego são inibir os impulsos do Id (principalmente os de natureza agressiva e sexual) e lutar pela perfeição. Estes conceitos parecem muito abstratos, mas podemos utilizar um exemplo bem conhecido para facilitar sua compreensão: Se dependesse do Id, o empregado deixaria de comparecer ao trabalho num belo dia ensolarado, dedicandose a uma aprazível atividade de lazer como ir à praia ou a um parque. O Ego aconselharia ter mais prudência, talvez buscando uma oportunidade mais adequada para essas atividades, enquanto que O Superego diria ser inaceitável faltar com um compromisso assumido, com os empregados, o chefe e os colegas de trabalho. Deste contínuo relacionamento entre estas três forças da mente humana é que surgem os conflitos e distúrbios psicológicos, pois o Superego é repressor e moral, enquanto que o Id é movido pela busca incansável do prazer, e o Ego fica tentando arbitrar os inevitáveis conflitos entre o que a pessoa quer fazer e o que ela deve fazer.
Níveis de Consciência da Personalidade Para Freud, os três níveis de consciência são: consciente, pré consciente e inconsciente. Em suma, é mais ou menos assim: Consciente – inclui tudo aquilo de que estamos cientes num determinado momento. Recebe ao mesmo tempo informações do mundo exterior e do mundo interior. Préconsciente – (popularmente conhecido como subconsciente) se constitui nas memórias que podem se tornar íveis a qualquer momento, como por exemplo, o que você fez ontem, o teorema de Pitágoras, o seu endereço anterior, etc. É uma espécie de “depósito” de lembranças a disposição, quando necessárias. Inconsciente – estão os elementos instintivos e material reprimido, iníveis à consciência e que podem vir à tona num sonho, num ato falho ou pelo método da associação livre. Os processos mentais inconscientes desempenham papel importante no funcionamento psicológico, na saúde mental e na determinação do comportamento. A analogia entre um iceberg e o modelo Freudiano A estrutura do inconsciente segundo Freud tem sido constantemente comparada a um iceberg. Como se sabe, estes blocos de gelo flutuam nos oceanos gelados deixando apenas 10% de seu volume para fora da água. Algo parecido acontece com a mente humana, onde a maior parte de seu conteúdo (se é que podemos chamar assim) fica submerso, enquanto que a menor parte é que fica aparente para ser percebida pelo mundo externo como se fosse a própria pessoa. Da mesma forma, o inconsciente fica lá nas profundezas da mente, enquanto que o consciente fica na atmosfera, isto é, na parte onde os seres humanos convivem. Existe uma pequena área próxima à superfície que é o préconsciente, aquela parte da mente que fica meio esquecida mas que basta um pequeno estímulo para aflorar à luz do dia. A forma como o superego controla o fluxo de sensações e conteúdo entre o inconsciente e o ego é que vai definir como a pessoa reage nas mais diversas situações, sempre tentando atender ao princípio de prazer do Id e o senso de realidade do Ego, mediado pelo senso de moral do Superego. Este processo vai sempre deixar descontente uma das partes, é impossível atender à realidade e a todos os desejos de prazer, sendo moral o tempo todo. Surgem daí as diferentes sensações de malestar íntimo que, quando mal istrados pela mente, fazem com que surjam as diversas doenças mentais. Seu Corpo, seu Ego, seu Deus Diários de ontem, de hoje e de amanhã O jornal Star-Tribune, da cidade de Minneapolis, na edição de 23 e outubro de 1997 (A18), trouxe uma resenha de Mary McCarty sobre o livro The Body Project, escrito por Joan Brumberg. Esse livro aborda a diferença entre a maneira como as moças viam-se a si mesmas cem anos atrás e a maneira como se viam no final do século XX. Brumberg analisa os diários de moças dos anos 1830 aos anos 1990. A sua conclusão, de acordo com a autora da resenha, foi esta: “No século XIX e no início do século XX, os diários das moças focalizavam-se nas ‘boas obras’ e no aprimoramento do caráter. Nos anos 1990, os seus diários se fixavam em ‘boa aparência’ e aperfeiçoamento do corpo”. Por exemplo, um diário de 1892 dizia: “Resolvi… pensar antes de falar. Trabalhar com seriedade. Ser controlada em minhas conversas e atitudes. Ter dignidade. Interessar-me mais pelos outros”. Contraste isso com a anotação de um diário de 1982: “Tentarei melhorar minha aparência da maneira que me for possível, com a ajuda de meu salário e ganho como babá. Perderei peso, comprarei lentes novas, usarei um novo corte de cabelo, uma boa maquiagem, roupas e órios novos”.
O que é notável a respeito desta mudança, de 1892 a 1982, é que ela corresponde exatamente ao afastamento daquilo que é descrito na Bíblia como a vontade de Deus para a mulher. Considere a mudança de foco das “boas obras” para a “boa aparência”. Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas) — 1 Timóteo 2.9-10. Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus… como fazia Sara,… da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma (1 Pedro 3.3-6). O diagnóstico de Brumberg focaliza o problema; no entanto, erra o alvo. Ela escreveu: “Hoje, muitas moças se preocupam com os contornos de seu corpo… porque acreditam que o corpo é a expressão essencial de seu ego”. Isso pode ser verdade. Mas não é proveitoso, porque dá a impressão de que alguma coisa mais, além do corpo, é a expressão crucial do ego. Em outras palavras, Brumberg parece itir que o ponto de partida é o ego, e expressá-lo é tudo o que constitui a vida. O problema, então, é descobrir qual é a “expressão essencial do ego”. A Bíblia tem um diagnóstico radicalmente diferente acerca deste problema; bem como um ponto de partida completamente diferente. 1 Pedro 3.5 afirma: “Foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus,…” Está claro que o ponto de partida bíblico é Deus, no assunto de lidar com o temor da aparência inaceitável. Uma mulher almeja a aprovação de Deus ou a aprovação dos homens (ou de outras mulheres)? Aqui está o segredo para não temer “perturbação alguma” (1 Pedro 3.6); o segredo para ser liberta da escravidão ao espelho. O objetivo bíblico para a vida de uma mulher não é encontrar a expressão essencial do ego (nem no corpo, nem no caráter). O objetivo bíblico para a vida é expressar a toda-suficiente dignidade e grandeza de Deus. Expressar a Deus, e não o ego, é o que uma mulher piedosa quer fazer. Preocupação excessiva com aparência, o cabelo e o corpo é um sinal de que o ego, e não Deus, tem assumido a centralidade da vida. Se Deus estiver no centro da vida (como o “sol”), satisfazendo todos os anelos de uma mulher, por beleza, significado, verdade e amor, então, a alimentação, vestes, exercícios, cosméticos, postura e aparência (como os “planetas”) permanecerão na órbita correta. Se isso acontecer, os diários das próximas gerações provavelmente irão além da aparência e do caráter, e falarão sobre a grandeza de Deus e os triunfos de sua graça. E talvez serão mais provavelmente escritos em lugares como Calcutá, e não nos lares confortáveis dos países ricos. O ego é a instância psíquica identificada por Sigmund Freud, em 1923, correspondente ao princípio da realidade. Além desta camada, a mente conta também com o id, relacionado ao princípio do prazer, e com um censor implacável, o superego. Este centro da consciência ainda inferior, contraposto ao núcleo da consciência superior, o Eu, tem como principal função manter o equilíbrio mental. Assim sendo, o ego é o equilibrista da psique, pois tem que cumprir pelo menos alguns dos desejos do id, sem violar as ordens do superego, atento também aos desmandos do mundo exterior. Nada melhor que esta visão das funções do ego paracompreender porque ele está ligado ao real. Ele é o elemento menos profundo da mente e, transmutado em consciência, constrói o conceito de realidade, aceita apenas ao ar pelo viés da escolha criteriosa e da fiscalização dos desejos e caprichos do instinto e dos impulsos humanos. Para entender a importância do ego, é necessário considerar que, se ele cede em excesso às artimanhas do id, torna-se devasso e libertino; ao se submeter às imposições do superego, corre o risco de enlouquecer; quando não se curva ao universo externo, este o destrói. Assim, o ego é o regulador máximo
da mente. Segundo Jung, o ego está ligado ao conceito de ‘complexo’, constituído por uma percepção corporal e existencial, complementado por dados mnemônicos. Já para Freud o ego guarda em seu reservatório nossas lembranças, experiências, pensamentos, idéias, sentimentos, sensações. Além disso, é responsável pela conquista do sistema motor, pela conecção com o mundo exterior, entre outras tantas funções que lhe cabem. O ego tem ainda como obrigação gerar meios de defesa, de certa forma inconscientes, para preservar o aparelho psíquico, entre eles as projeções, as racionalizações, regressões, negações, entre outros. Os seguidores de Freud, principalmente os que se tornaram discípulos de Anna Freud, sua filha, acrescentaram apenas algumas modificações a sua teoria, expandindo-a em determinados pontos. A mutação principal é a que diz respeito a um ponto de vista dilatado sobre esta instância mental. Os annafreudianos ou psicólogos do Ego consideram o ego mais liberto do id, bem mais autônomo do que era considerado por Freud. Além disso, não atribuem tanta importância à sexualidade na infância nem ao tema-chave do pai da Psicanálise – o Complexo de Édipo. Segundo esta escola, o amadurecimento da personalidade está mais ligado aos fatores psicossociais do que às implicações sexuais. Embora Freud tenha sido o criador da expressão Ego, referindo-se a ele como uma soma de fatores psíquicos que integram o subconsciente, ponto central de onde se originam os distúrbios emocionais e mentais, a violência e os traumas humanos, esta instância mental sempre existiu, constituindo, como tudo que existe no Universo, uma forma de energia psíquica. Por sua vibração reduzida, ele impede que a essência humana se expresse, nesta etapa da evolução do homem, na esfera da consciência. Nele se agrupam nossas imperfeições, nossas ‘sombras’, como diria Jung, impedindo assim que o consciente brilhe ao refletirnosso Eu. Assim, quanto mais libertos dos impulsos egóicos, melhores e mais valorosos nos tornamos. A Filosofia Moderna adota essa visão, ao contrapor Seidade e Egocentrismo, Essência e Ego, o que de certa forma espelha o ponto de vista oriental, que opõe Atman – essência humana – ao Aham – nosso ego.
O ego e o espinho na carne
Você tem algum espinho na carne? O espinho na carne se confunde um pouco com a cruz de cada dia, imperfeições pessoais, negação do ser, baixa autoestima ou interferência extra para nos manter no equilíbrio, quando somos levados à exaltação pessoal, resultado de algo que recebemos de alguém e de Deus o criador. Precisamos procurar conhecer a razão dos nossos espinhos na carne, que pode ser também uma enfermidade física, ou emocional. Uma pessoa invejosa, maldizente, que tem dificuldade de relacionamento possui um, ou mais espinhos, não só no interior, mas também no exterior, porque sai por aí espinhando a tudo e a todos. Nesses casos são espinhos adquiridos e mantidos pelos portadores. Têm pessoas que não ficam sem um espinho porque possuem uma personalidade masoquista. Elas sentem dor, mas conseguem um estranho prazer em tê-la, esses são os maus espinhos, que devem ser retirados. Todos os espinhos possuem suas causas, estar atento e tentar responder a seguinte pergunta: Por que sofro, ou por que carrego esses espinhos é fundamental para quem está em direção ao autoconhecimento, para quem deseja crescer em maturidade pessoal. É claro que, carregamos os espinhos naturais inerentes às imperfeições humanas; esses permanecem e são imprescindíveis. Esses espinhos naturais são positivos. Isto é possível ver até no mundo psíquico. Segundo a psicanálise freudiana o aparelho psíquico é composto de três elementos fundamentais para formar a personalidade: Id, Ego e Superego. Os três estão sempre discordando um do outro, mas todos trabalham para aperfeiçoar ou manter o ser humano em equilíbrio. O Id, apesar de ter a função instintiva de sobrevivência do humano é exagerado, porque busca de todas as formas fugir do desconforto em busca do maior prazer e não tem tolerância para a frustração. O recém-nascido possui apenas o Id, exigindo o máximo da mãe que oferece carinho e todo conforto, apazigua sua fúria, na medida em que vai istrando, até que apareça o Ego que traz a seguinte mensagem ao bebê: – Ei! Você veio para um mundo diferente, aqui a gente só sobrevive em parceria e no equilíbrio. Se derem tudo que você exige, você “morrerá de fato, de prazer” – O ego cresce incorporado ao Id se tornando um mediador entre o mundo interno e externo, ajudando a criança a controlar seus impulsos. O ego se torna um espinho na carde do Id, -, diga-se de agem, um espinho bom. A criança
vai percebendo que precisa se relacionar com o mundo social, com direitos e deveres, certo e errado. Depois surge o Superego que é o grande opositor do Id, um tipo – pai radical e repressor que diz, vai dar tudo errado, nada de prazer. O Id e o Superego atuam nas duas extremidades e fora da realidade, mas o Ego aparece como apaziguador da crise, um mediador competente, sábio conselheiro, que mostra que a única forma de viver bem é no campo do equilíbrio, onde é possível conter as pulsões e compulsões, buscando o prazer mas, com limitações e gerenciamento. Tem muita gente hoje que é: social, mental ou espiritualmente regida por essas forças irreais e inconscientes, em função de alguma desordem na personalidade. Para não me estender mais nessa área, um tanto complexa, devo afirmar que, o espinho na carne deve fazer o papel de Ego, para levar a pessoa a ter uma personalidade ideal, uma vida de equilíbrio e paz, onde o prazer da vida não está no excesso, mas no suficiente, como o alimento para o organismo. O apóstolo Paulo teve uma experiência incrível com o celestial e depois um espinho na carne: “Para impedir que eu me exaltasse (…)foi me dado um espinho na carne (…) para me atormentar (…) Roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas ele me disse: Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza…(2 Co 12.7). O que recebemos de Deus, não deve nos levar ao orgulho e a exaltação. Quando isso acontece, então entra em ação o espinho, do qual queremos ficar livres e muitas vezes podemos, mas Paulo resolveu consultar ao Senhor, e a resposta foi: É melhor para você ficar com o espinho e com a graça. Esses dois elementos trabalhando em conjunto conduz à maturidade nas áreas: pessoal, relacional, espiritual, ministerial. As rosas é que são belas, os espinhos é que picam. Mas são as rosas que caem, são os espinhos que ficam”. Só para traçar uma linha paralela, entre a psicanálise freudiana e a experiência paulina temos: Paulo – Personalidade; deslumbramento da visão, satisfação – Id; espinho na carne- ego; Ficar livre do espinho – Id; abandone tudo, nada vai dar certo – superego; espinho e a graça – ego e a ação de Deus. Depois Paulo afirma: “Portanto eu me alegrarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas para que o poder de Cristo repouse em mim”. – Felicidade, bem-estar depois da descoberta da sua experiência pessoal. A graça de Deus está para o homem como a bússola para o marinheiro, e o mapa para o viajante. Por mais que a humanidade se apegue às orações, à bíblia, à igreja, e a todos os seus ensinamentos e ritos, se dispensar a graça, entra no caos, porque perde o senso de direção para a vida e os propósitos de Deus, tendo muitas dificuldades de detectar o que acontece com o seu mundo pessoal, tornando-se refém de si mesmo e perdendo o autocontrole, o domínio próprio, a visão de mundo.
É por causa disso que estamos absorvendo fácil, estanhas teologias, que escravizam no lugar de propor libertação. Deus nos chamou para a liberdade, não obstante os espinhos e outras adversidades. Como escreveu o filósofo catarinense, Humberto Rohden: “A maior desgraça para qualquer ser vivo, racional ou irracional é não ter inimigo, não encontrar dificuldades a vencer, não ter de lutar contra potências adversas”. Se você não encontrar nenhuma adversidade, mas deseja fazer a vontade de Deus, então deixa isso com ele, que certamente vai providenciar um “espinho na carne”, para que a fraqueza seja reconhecida, a graça revelada e o poder que aperfeiçoa plenamente revelado. O deus do ego Há um problema que tem perturbado ao homem desde o princípio da criação. Tudo começou quando o homem tomou a decisão de fazer a sua própria vontade em vez de obedecer ao mandamento de Deus. Referimo-nos ao problema do “eu” ou do “ego”. A palavra ego vem do latim, e o dicionário a define da seguinte forma: “A parte do ser humano que pensa, que sente, e que atua; que é consciente de si mesma: consciente de que é diferente dos outros seres ao seu redor”. Podemos dizer que é a parte interior, a parte central do ser humano. É a parte que distingue um ser humano de outro. A palavra “egoísta” é derivada da palavra ego, e um dicionário mostra esta definição: “O nome dado aos que seguiam a Des Cartes, que tinham a opinião de que não podiam confiar em nenhuma coisa fora da sua própria existência e das operações e idéias da sua própria mente”. Num sentido informal, podemos dizer que o ego é uma preocupação desmedida por si mesmo; é vaidade ou presunção. O ego é a tendência do homem de considerar-se como o centro do universo. Ele se considera o mais importante e crê que tudo gira ao seu redor e de seus interesses. É um amor desmedido por si mesmo. Há outro termo derivado da palavra ego que é egolatria. Esta palavra significa “culto a si mesmo”. Todos sabemos que a tendência do ser humano é elevar-se a si mesmo a um nível que alcance ser como o Deus da nossa vida. Deus estabeleceu bem no princípio do seu trato com o seu povo o fato de que somente o Deus criador e verdadeiro deve ter lugar no coração de seus filhos. Quando Deus entregou os dez mandamentos a Moisés
no deserto, o primeiro deles dizia: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3). Como Criador e Sustentador de toda a criação, ele é o único Deus que merece adoração e lealdade. Ele é Deus zeloso e não pode permitir que outro deus compartilhe o trono com ele. Deus continua dizendo no versículo cinco de Êxodo 20: “Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam”. O conflito se deu porque o ego do homem não quis humilhar-se sob o mando de outro, e compete pela posição da mais alta autoridade na vida da pessoa. Quando Satanás chegou a Eva no jardim do Éden, o atrativo da sua oferta era a promessa de satisfazer o desejo do ego por tomar do fruto proibido. Adão e Eva haviam estado satisfeitos em sujeitar-se ao mandamento de Deus e não pensavam em desviar-se dele. Mas quando Satanás semeou a dúvida em Eva e despertou-lhe o ego, o seu pensamento mudou. Ela começou a duvidar da autoridade única do Deus verdadeiro na sua vida. Talvez tenha se feito perguntas semelhantes as que vemos na ilustração: Nesse momento, o ego começou a tomar força sobre o Deus verdadeiro e ela tomou a decisão de colocar a si mesma no trono do seu coração e deixar de lado a autoridade de Deus na sua vida. Por um momento o conflito se deu entre o ego e Deus, competindo pelo trono da sua vida, mas no fim, por decisão dela, ganhou o ego. Eva colocou a Deus e seu mandamento de lado e seguiu o que agradaria a ela. O resultado dessa desobediência descarada é a natureza pecaminosa com a que todo ser humano nasce e com a que não pode agradar a Deus (Romanos 5:12). Este conflito prossegue desde aquele dia até agora, e há milhões de pessoas que ficaram arruinadas por ter permitido que o deus do ego as dominasse. Como se manifesta o deus do ego? O ego se manifesta de muitas maneiras na nossa vida, mas observaremos somente algumas delas. O ego tende a querer dominar a conversa quando estamos falando com outra pessoa. A conversa gira em torno de si mesmo; o que eu tenho feito, o que posso fazer, ou o que penso, quer dizer, meu mundo. Quando a outra pessoa tenta introduzir as suas idéias, eu a interrompo e continuo falando das minhas conquistas e das minhas idéias. O ego pensa em si mesmo. Não tem tempo para os outros. O ego também se manifesta quando eu me iro e fico impaciente com outras pessoas por qualquer coisa. Facilmente me irrito e sinto que estão abusando dos meus direitos. Isso não agrada ao ego, mas me incomoda e me irrita. O ego se mostra quando não aceito o conselho ou a correção que outra pessoa quer dar para mim, e quando não gosto que outros se intrometam na minha vida. O ego é auto-suficiente e não deseja que outros interfiram com a sua agenda. O ego também se manifesta no fato de que não posso perdoar a outro por algum mal que me tenha feito. Em vez de perdoar, o ego guarda rancor por muitos anos, as vezes por toda a vida, e pensa que está fazendo um mal ao outro em retribuição pelo mal que o outro fez. O ego não sabe que o dano maior está sendo feito a si mesmo. O que podemos fazer com este deus do ego? Jesus nos ensina claramente que o requisito para segui-lo é negar-nos a nós mesmos: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mateus 16:24). Não nos fala necessariamente de privar-nos de coisas que gostaríamos de ter, ainda que poderia incluir isso, mas de um modo de viver que ele requer de seus seguidores. É um princípio que devemos aplicar em a nossa vida a todo momento. O seguidor de Cristo deve renunciar as demandas do seu antigo EGO porque este tem sido crucificado junto com Cristo. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...’” (Gálatas 2:20). Agora vivemos sob um novo princípio... um novo estilo... um novo rei que governa a nossa vida. É Jesus Cristo aquele que governa a nossa vida e não nós a nós mesmos. Alguém disse assim: “Ninguém pode prejudicar-se mais do que amar-se a si mesmo mais do que a Deus”. Jesus disse: “E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim” (Mateus 10:38). Em João 12:25 Jesus nos diz: “Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna”. Para produzir fruto, o grão de trigo tem que morrer primeiro (João 12:24). Irmão, se somos sinceros com nós mesmos, temos que reconhecer que uma das lutas mais tenazes na nossa vida é a luta contra o ego (contra a carne, contra o egoísmo), e a favor de deixar que Deus tome o completo controle da nossa vida. Mesmo depois de tê-lo crucificado, o ego volta a aparecer e é necessário voltar a tratar com ele. O apóstolo Paulo disse que morria diariamente (1ª Coríntios 15:31). É algo com o qual temos que tratar continuamente, pois disto depende, em grande parte, que consigamos a vitória cristã na nossa vida. É um fato que o ego milita constantemente contra Jesus Cristo para que não ocupe o trono. Para conseguir a vitória sobre o ego na nossa vida, recordemos que temos que tomar uma decisão. Quando enfrentamos uma situação façamos a pergunta: O que mais agradaria a Deus? O que lhe causaria um sorriso de aprovação? Não devemos basear a decisão sobre o que agrada a nós mesmos. A diferença entre estas duas opções é determinada precisamente por quem está no trono da nossa vida. Quem está no comando? Irmão, não pode esperar o êxito da tua vida espiritual se houver disputa pelo trono da tua vida. Deus não compartilha o trono com outro. Se você ceder lugar para o ego, Deus se afastará de ti, e frustrará o seu plano para a tua vida. Para concluir, quero fazer algumas perguntas pessoais: 1. Quem está no trono da tua vida? 2. Na tua relação com os outros, o que se manifesta quanto ao ego? Está morto ou vivo? 3.Tenta servir ao Senhor e ao mesmo tempo manter o “eu” vivo e em pé?
4. Está sentindo a frustração contínua de fracassos, choques, derrotas e conflitos? Está crucificado o teu ego? 5.Tem pensado em tirar o que puder da religião e manter o que é teu? 6. Sente que todo o mundo está contra você? Pode ser que o ego esteja de pé. Jesus disse que não poderemos ser seus discípulos se não estivermos dispostos a tratar com o deus do ego. Para ser seus discípulos temos que crucificar o ego e sepultá-lo. --Duane Nisley