Panorama do livro de Gênesis:
E a Vida Cristã.
Introdução: O livro de Gênesis se inicia com as obras ou agir de Deus, assim após seis dias de operação divina o Senhor descansou no sétimo dia e desfrutou da sua criação. Em cada estágio da criação há uma expressa declaração da aprovação divina acerca daquilo que Ele fez:
Viu Deus que a luz era boa; Gn 1.4. Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajuntamento das águas mares. E viu Deus que isso era bom. Gn 1.10. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. Gn 1.12. E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra, para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom. Gn 1.17-18. Criou, pois, Deus os monstros marinhos, e todos os seres viventes que se arrastavam, os quais as águas produziram abundantemente segundo as suas espécies; e toda ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. Gn 1.21. Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. Gn 1.25. E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto. Gn 1.31.
A Queda: Em seguida acontece o tempo das obras ou agir humano e isso deu início à tragédia na criação, assim: 1. Gênesis apresenta a primeira geração humana: O primeiro casal, Adão e Eva. Gn 1.26-27. 2. Gênesis apresenta a primeira degeneração humana: A queda do primeiro casal, Adão e Eva. Gn 3.6. 3. Gênesis apresenta a primeira promessa de regeneração humana: A vinda do Segundo Adão através de uma mulher. Gn 3.15.
O Contraste: 1ª Geração: Deus criou o ser humano perfeito, a sua imagem e semelhança (algo bom, muito bom!). 1ª Degeneração: O ser humano pecou e deixou de ser perfeito tornando-se um pecador (algo mau, muito mau!) 1ª Regeneração: Deus geraria seu Filho (quem era Divino) a imagem e semelhança do homem a fim de restaurá-lo e torná-lo santo (algo maravilhoso!).
A Degeneração humana: Eva desobedece e é desaprovada, Adão também desobedece e é desaprovado, Caim oferta indevidamente e é desaprovado, Caim mata seu irmão e é desaprovado, Lameque blasfema de Deus e é desaprovado, A geração de Noé se degenera e é desaprovada, Cam peca contra seu pai Noé e é desaprovado, A geração de Babel peca e é desaprovada... Não havia aonde mais descer.
Os três começos: 1º Começo: Deus começa com Adão e Eva (mas eles fracassam). 2º Começo: Deus começa tudo de novo com Noé e sua família (mas ele se embriaga fica nu e seu filho Cam zomba dele). 3º Começo: Deus chamaria a Abrão de Ur na Babilônia e a partir dele começaria uma nação (Israel) e a linhagem da fé.
Exigência Divina: O Senhor disse a Abrão: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. Assim a única forma de sermos regenerados é mantendo-nos na presença de Deus. Nos mantemos na presença de Deus ouvindo sua Palavra e falando com Ele para obedecê-lo.
1º Começo: No 1º começo, o Senhor havia abençoado os animais, o ser humano e o tempo. A bênção sobre os animais: Então Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; e multipliquem-se as aves sobre a terra. Gn 1.22. A benção sobre o primeiro casal: Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. Gn 1.28. A bênção sobre o tempo: Abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e fizera. Gn 2.3.
As maldições:
Após a queda as três bênçãos tornaram-se quatro maldições: Maldição sobre satanás: Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. Gn 3.14-15. Maldição sobre a mulher:
E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. Gn 3.16. Maldição sobre o homem e sobre a terra: E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás. Gn 3.17-19.
Assim a maldição ou reprovação divina ou de uma geração para outra, desta forma foram amaldiçoados. Caim amaldiçoado: Agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para da tua mão receber o sangue de teu irmão. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra. Gn 4.11-12. Cam amaldiçoado: Despertado que foi Noé do seu vinho, soube o que seu filho mais moço lhe fizera; e disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos será de seus irmãos. Gn 9.24-25. As maldições se multiplicaram de forma que a última palavra do AT é maldição, Ml 4.6, assim tudo foi encerrado sob pecado.
As punicões: E as punições visíveis não faltaram para os transgressores, assim: • Adão e Eva foram expulsos do Éden, Gn 3.23-24. • Caim viveu errante e sem paz. Gn 4.12-16. • O Dilúvio caiu sobre a geração de Noé. Gn 6.7, 7.4, 17-22. • Cam foi amaldiçoado, Gn 9.24-25. • A geração de Babel foi confundida e espalhada. Gn 11.5-8.
Um novo começo: Mas no capítulo 12 de Gênesis observa-se novamente o agir divino a favor do homem, pois mostraria sua misericórdia para a humanidade quando chama a Abrão. Lembremos que mundo teve o seu primeiro começo com Adão e Eva, depois houve um segundo começo com Noé e sua família e finalmente o Senhor começaria tudo de novo com Abrão devido aos fracassos anteriores:
Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Gn 12.1-3.
A vida de Abraão: O patriarca obedeceu ao chamado do Senhor ao fazer sua tríplice renúncia: 1. 2. 3.
Abrão deixou sua terra ou nação. Abrão deixou sua parentela ou família. Abrão deixou seu pai ou lar.
Mas Abrão também recebeu uma tríplice promessa: 1. 2. 3.
Promessa Pessoal: Ele seria uma benção (Ele é o pai da fé). Promessa Nacional: Ele tornar-se-ia uma nação (Israel). Promessa Universal: Nele seriam abençoadas todas as famílias da terra (através da igreja de Cristo).
Assim Deus trabalharia em cada geração para cumprir as promessas feitas ao patriarca para benefício da raça humana, desta forma encontramos aparte da fidelidade divina também amostras da sua sabedoria providencial por meio da vida dos patriarcas, as quais simbolizam por sua vez, os estágios da vida cristã:
A Vida Cristã: Em Abraão encontramos a doutrina da Eleição: Deus escolheu de entre seus irmãos. Em Isaque encontramos a doutrina da Filiação: Só Isaque é o filho da promessa. Em Jacó encontramos a doutrina da Substituição e Justificação: Ele ocupou o lugar de seu irmão, foi justificado pelo Senhor e transformado em Israel. Em José encontramos a doutrina da Santificação e Glorificação: Nele não encontramos pecado, assim aponta para Cristo e a vida cristã plena.
Processo Espiritual: José é chamado
Adão pecou
Jacó é chamado
Caim pecou
Isaque é chamado
Noé pecou
Cam pecou
Babel
Abrão é chamado
Processo Espiritual: José se torna
Adão pecou
Zafenate Panéia
Jacó se torna Israel
Caim pecou
Sarai se torna Sara
Noé pecou
Cam pecou
Abrão se torna Abraão
Babel
A Vida Cristã: Os patriarcas foram mudados de nome, o que mostrava que havia neles um novo homem devido a sua regeneração ou conversão. Como está escrito: E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já aram; eis que se fizeram novas. 2Co 5.17.
Deus revelado: O Senhor se revelou a Abraão como: • O Deus Altíssimo, Gn 14. • O Deus Todo-Poderoso, Gn 17. • O Deus Eterno. Gn 21. • Jeová Jiré, Gn 22. O Senhor se revelou a Isaque como: • O Deus de Abraão. • Temor de Isaque. O Senhor se revelou a Jacó como: • O Deus de Abraão e Isaque. O Senhor se revelou a José como: • Um Deus soberano que permite o sofrimento, um Deus sábio que tem um plano através do sofrimento e um Deus poderoso que usa o sofrimento de seu servo para abençoar a nação do pacto.
O Culto revelado: Deus matou um animal para vestir a Adão e Eva. Abel sacrificou a Deus segundo a revelação divina e foi aceito pelo Senhor. No final ele se tornou vítima e sacrifício para o Senhor (assim como Cristo). Sete começou a invocar a Deus. Enoque caminhou com Deus e foi levado por Ele. Os patriarcas cultuavam a Deus individual e diretamente através de um altar. Melquisedeque é o primeiro sacerdote da Escritura, Gn 14 (Ele aponta para Cristo). • Abrão o dízimo a Melquisedeque. Isaque não foi sacrificado, pois Deus proveu um carneiro seu lugar (tipo de Cristo). • Isaque esperou por Rebeca meditando no campo e orou por ela vinte anos. Jacó prometeu construir um templo ao Senhor em Betel, Gn 28. • Jacó também prometeu dar o dízimo com gratidão. Com José vemos que o verdadeiro sacrifício não é de animais, mas de pessoas, assim ele sofreu para abençoar sua família (ele aponta para Cristo, o Filho Amado). Assim o verdadeiro culto é revelado por Deus, tem sacrifício, oração, uma vida de intimidade, sua base é doméstica, requer um mediador, dízimo, interseção, um templo, gratidão, consagração e um ministério abençoador a favor dos demais.
Juízo Revelado: A expulsão de Adão e Eva mostra que o Senhor não tolera o pecado. O dilúvio mostra que o julgamento divino será universal. A punição de Sodoma e Gomorra mostra que o juízo divino será terrível. O resgate de Ló mostra que Deus se preocupa com os crentes fracos, lamentavelmente eles são negligentes. A punição dos homens em Babel mostra o que acontece quando um projeto não é aprovado por Deus. O Senhor levou a Enoque, pois ele caminhava com Ele, assim o justo não ará pelo julgamento nem a morte eterna.
A Exigência Divina: O que o Senhor pediu a Abraão também o exige de cada crente: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. Gn 17.1. Abraão saía da presença de Deus quando saía do caminho da fé e desobedecia, assim foi para Egito e Gerar e mentiu, assim tomou a Agar. Abraão voltava à presença de Deus quando regressava a Canaã levantava um altar e assim invocava ao Senhor e o obedecia . Assim só poderemos superar nossas fraquezas andando na presença do Senhor. Este mandamento continua ecoando hoje para nós: Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste. Mt 5.48. Por isso viva na presença de Deus e não saia dela.
A Bênção do Senhor: O Senhor disse a Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Gn 12.1-2. Abraão obedeceu e foi abençoado por Deus em suas jornadas, depois o Senhor se apareceu a Isaque e também o abençoou, também apareceu a Jacó e também o abençoou e finalmente esteve com José e o abençoou e ele abençoou a sua família em época de fome. A bênção do Senhor ou de geração em geração, mesmo em época de seca e crise. Para sermos uma bênção precisamos ser abençoados pelo Senhor, mas para ser abençoados por Ele primeiro devemos obedecê-lo. A maior bênção que podemos ter é manter-nos na presença do Senhor, assim o demais será acrescentado. Pois assim está escrito: Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. . Mt 6.33. Portanto busque ao Rei e seu reino para ser uma bênção em sua geração.
Os Estágios Vida Cristã: Em Abraão vemos o chamado do crente: Deus o chamou e ele obedeceu iniciando seu discipulado. Em Isaque vemos o novo nascimento ou regeneração do crente: Isaque nasceu de novo no altar de Moriá, por isso não houve necessidade de mudar de nome. Em Jacó vemos a justificação e santificação do crente: Deus o defendeu e justificou e ele experimentou uma mudança ao longo de vinte anos até transformar-se no poderoso Israel. Em José encontramos a glorificação do crente: Ele é o que mais se aproxima da pessoa do Senhor Jesus Cristo, assim tipifica ao varão das dores que sofreu para salvar a seu povo.
A Promessa Divina: Deus disse a Jacó: ...porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado. Gn 28.15. E assim aconteceu na vida de cada patriarca, pois Deus esteve com cada um deles completando a obra que tinha começado. Essa promessa também é válida para nós, por isso Paulo disse: Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo; Fl 1.6. Se o Senhor não nos deixa, então digamos como Jacó: Não te deixarei ir, se não me abençoares. Gn 32.26. E nós precisamos de sua bênção a cada dia!
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