destacando-se um instrumento ou conjunto de instrumentos nos concertos, a orquestra toda pode estar presente. As orquestras também realizam os acompanhamentos das óperas, que são compostas para a voz humana. A voz pode ser classificada da mesma maneira que os instrumentos, observando-se a extensão de notas alcançada por ela. As vozes mais agudas são chamadas "sopranos", as vozes mais graves são os "baixo", que alcançam as notas mais graves.[14]
Características Devido à forma extremamente diversificada de formas, estilos, gêneros e períodos históricos que geralmente são descritos pelo termo "música clássica", é uma tarefa complexa listar características que possam ser atribuídas a todas as obras deste tipo de música. Existem, no entanto, características que a música clássica tem e que poucos (ou até mesmo nenhum outro) tipo de música apresenta.
Instrumentação A música clássica frequentemente se distingue pelo amplo uso que faz de instrumentos musicais de diferentes timbres e tonalidades, criando um som profundo e rico. Os diferentes movimentos da música clássica foram afetados principalmente pela invenção e modificação destes instrumentos ao longo do tempo. Embora a música clássica não tenha um "conjunto" de instrumentos necessários para que certos padrões de sua execução sejam preenchidos, os compositores escrevem suas obras tendo em mente diferentes conjuntos instrumentais:
orquestras: Uma orquestra comporta todas as famílias instrumentais acústicas: as cordas (violino, viola, violoncelo e contrabaixo), as madeiras (flauta, oboé, clarineta, fagote, trompa etc.), os metais (trompete, trombone, tuba) e a percussão (tímpano, gongo, xilofone etc.). Saxofone e violão eventualmente também participam de uma orquestra, além de pianos, órgãos e celestas..[14] Para as orquestras são escritas as sinfonias. Quando se destaca um instrumento da orquestra que será a voz principal, para o qual a melodia foi composta, trata-se de um concerto.Mesmo
Os instrumentos usados na música clássica foram, em grande parte, inventados antes de meados do século XIX (frequentemente muito antes disso), e seu uso foi codificado nos séculos XVII e XIX; consistem de todos os instrumentos tipicamente encontrados numa orquestra, acrescidos de outros como o piano, o cravo e o órgão.
Conjunto de sopros: Formada pelos sopros de metal orquestra de câmara: Formada predominantemente por instrumentos de corda, podendo ter em algumas formações a presença de alguns sopros de madeira. Instrumentos elétricos: Alguns instrumentos elétricos como a guitarra aparecem ocasionalmente na música clássica dos séculos XX e XXI. Tanto músicos clássicos como populares experimentaram, nas últimas décadas o uso de instrumentos eletrônicos, o sintetizador, técnicas elétricas e digitais como o uso de samplers e efeitos gerados por computadores, além de instrumentos pertencentes a outras culturas, como o gamelan.
Nenhum dos instrumentos categorizados como baixo existiam até o Renascimento. Na música medieval os instrumentos dividiamse em duas categorias: instrumentos de volume mais alto, utilizados ao ar livre ou em igrejas, e os instrumentos mais silenciosos, usados internamente. Diversos dos instrumentos associados hoje em dia com a música popular costumavam ter um papel importante na música clássica arcaica, tais como gaitas de fole, vihuelas, hurdy-gurdies e algumas madeiras. Por outro lado, instrumentos como o violão, que eram associados principalmente à música popular, ganharam destaque na música clássica ao longo dos séculos XIX e XX. Embora o temperamento igual tenha ado gradualmente a ser aceito como o temperamento dominante durante o século XIX, diferentes temperamentos foram usados, historicamente, nas músicas dos períodos mais arcaicos.[16][17] Por exemplo, a música do Renascimento Inglês frequentemente é executada no temperamento mesotônico. Os instrumentos de teclado quase todos partilham a mesma disposição das teclas (chamado frequentemente de 'teclado de piano'), embora sejam quase sempre tocados com técnicas diferentes de acordo com cada instrumento.
Forma e técnicas de execução Enquanto a maior parte dos estilos de música popular utilize o formato de canções, a música clássica utiliza outras formas como o concerto, a sinfonia, a ópera, a música de dança, a suíte, o estudo, o poema sinfônico, entre outros. Os compositores clássicos frequentemente aspiram instilar em sua obra um complexa relação entre seu conteúdo afetivo (emocional) e os meios intelectuais usados para obter este conteúdo. Muitas das obras mais apreciadas da música
clássica utilizam o desenvolvimento musical, processo pelo qual um motivo ou ideia musical é repetido em diferentes contextos, ou em formatos e formas alterados. Os gêneros clássicos como a forma sonata e a fuga empregam formas rigorosas de desenvolvimento musical. O desejo da parte dos compositores da música clássica de obter grandes feitos técnicos ao compor sua música, partilhado pelos músicos do estilo, que se deparam com metas similares de domínio técnico, é demonstrado pela quantidade proporcionalmente alta de tempo que dedicam a instrução e estudo, comparado aos músicos "populares", e pelo grande número de escolas secundárias, incluindo conservatórios, dedicados ao estudo e ensino da música clássica. O único outro gênero de música, no Ocidente, que apresenta oportunidades comparáveis de educação secundária é o jazz.
Complexidade A performance do repertório de música clássica frequentemente exige um nível significativo de domínio técnico por parte do músico; a proficiência na leitura à primeira vista e na execução em conjunto, a compreensão minuciosa dos princípios tonais e harmônicos, o conhecimento da prática de performance e uma familiaridade com o idioma estilístico e musical inerente a determinado período, compositor e obra musical estão entre as aptidões mais essenciais para um músico com treinamento clássico. Obras do repertório clássico frequentemente exibem uma complexidade artística através do uso do desenvolvimento temático, do fraseado, da modulação, dos períodos, seções e movimentos. A análise musical de uma composição tem como meta atingir uma maior compreensão desta obra, levando a uma audição mais plena de significado, e com
maior apreciação, do estilo de um compositor.
concertos e álbuns de sucesso dos Três Tenores.
Sociedade
A atmosfera dos concertos
Frequentemente tida como opulenta, ou representante da sociedade refinada, a música clássica geralmente nunca foi popular com a sociedade proletária. No entanto, a tradicional percepção de que apenas as classes mais abastadas têm o e apreciam a música clássica, ou até mesmo que a música clássica representa esta sociedade de classes altas, é cada vez mais vista como incorreta, visto que diversos dos músicos clássicos em atividade têm origem na classe média[18] e que os frequentadores de concertos e compradores de CDs do gênero não pertencem necessariamente às classes mais altas. Até mesmo no período clássico, as óperas bufas de Mozart, como Così fan tutte, eram popular entre as camadas mais comuns da sociedade.
Para nós, hoje acostumados com uma atmosfera solene e silenciosa nos concertos, é difícil acreditar que nos teatros italianos dos séculos XVII e XVIII, a plateia assistia às óperas e concertos em verdadeiro caos, conversando, se provocando e até mesmo jantando durante as apresentações! Toda a confusão apenas parava quando o grande solista da noite se apresentava, como, na época dos Castrati, acontecia quando um grande nome como Cafarelli ou Farinelli apresentava uma de suas grandes árias do repertório.
A música clássica é também frequentemente retratada na cultura pop como música de fundo para filmes, programas de televisão e anúncios publicitários; como resultado disto, a maior parte das pessoas no Ocidente regularmente muitas vezes de maneira desavisada - escuta peças de música clássica. Pode-se, assim, argumentar que os níveis relativamente baixos de vendagem das gravações de música clássica não são um bom indicador de sua popularidade real. Em tempos mais recentes a associação de certas peças clássicas com alguns eventos relevantes levou a breves aumentos no interesse por determinados gêneros clássicos. Um bom exemplo disto foi a escolha da ária "Nessun dorma", da ópera Turandot, de Giacomo Puccini, como música-tema da Copa do Mundo de 1990, o que levou a um notável aumento no interesse popular pela ópera e, em particular, pelas árias cantadas por tenores, o que eventualmente levou aos
grande
Outra característica do público erudito é a exigência que se tem com relação aos intérpretes podendo ser até vaiados em apresentações - mas também a devoção que demonstram àqueles que não carecem de qualidade numerosos são os "Bravíssimos!" a estes artistas. A atmosfera do concerto sempre estará intimamente ligada à natureza da música apresentada talvez seja leve como uma comédia de Rossini ou tensa como as aventuras do Peer Gynt de Edward Grieg. O público erudito, como qualquer público de qualquer estilo de música, liga muito seus sentimentos àquilo que escuta. Hoje também se tem um contato menos frio do artista-público. Hoje é comum o maestro ou o solista se dirigirem à sua plateia, do mesmo jeito que perdeu-se o costume de usar traje social nestes concertos estas atitudes tem, como principal objetivo, fazer com que a população toda volte a ter mais contato com a música erudita e perca o preconceito de que a música erudita seja "chata" ou para ricos. E cada vez mais frequentemente, surgem os espetáculos que
pretendem desmitificar esse lado "esnobe". Os concertos Promenade, na Inglaterra; a Folle Journée na França (em Nantes); a "Festa da Música" em Portugal, no Centro Cultural de Belém, são iniciativas que marcam a democratização de um gênero musical que faz, sem dúvida, parte do patrimônio cultural da humanidade.
Interpretação das obras A transmissão escrita, juntamente com o profundo respeito guardado às obras clássicas, têm implicações relevantes na interpretação musical. Espera-se, de uma forma razoável, que os intérpretes executem a obra de acordo com as intenções originais do compositor. Intenções essas que, geralmente, estão explicitadas nos mais pormenorizados detalhes, na própria partitura. De facto, qualquer desvio àquela que é considerada a intenção original do compositor pode ser considerada, por determinado grupo de melómanos mais conservadores, como uma traição à pureza de uma obra de arte que deve ser respeitada a todo o custo. A este nível encontramos os intérpretes e maestros mais "técnicos", que se "limitam" a executar escrupulosamente as indicações da partitura. Como quase tudo o que envolve o gosto estético, há quem concorde e quem discorde. Um exemplo de maestro que defendia esse gênero de execução das obras musicais foi Arturo Toscanini, muitas vezes apelidado de "frio" por alguns ouvintes que preferem as interpretações mais pessoais, que acrescentam algo à obra original. O pianista Glenn Gould é um exemplo claro do intérprete-autor, que, por uma nova abordagem das obras eruditas, acabou por contribuir com a sua capacidade e maestria musical para a criação de algo novo, mas desviante dos padrões tradicionais. Acontece, porém, que assim como há compositores que felicitam os intérpretes por melhorarem as suas criações, para lá do que para eles era imaginável, outros, como
Maurice Ravel, quando ouviu, em 1930, a condução do seu "Bolero" por Toscanini, ficam agastados. Ravel terá dito a Toscanini, que foi antes mencionado como exemplo do maestro perfeccionista, que o que ouvira era interessante… Mas não era o seu Bolero. Toscanini havia acelerado os tempos, especialmente no final, o que ia totalmente contra as intenções de Ravel. Esse respeito quase religioso às intenções originais do compositor levaram mesmo à criação de peças musicais que quase parecem, ou são mesmo, reflexões sobre o poder do compositor sobre os intérpretes - as mais extravagantes exigências de alguns autores são respeitadas. No entanto, é certo que o intérprete tem uma importância extrema na música erudita - ou como um transmissor fiel da partitura ou como um segundo autor da obra - mesmo que pouco ou nada saibam, formalmente, sobre composição. Alguns teóricos, como Umberto Eco no seu ensaio "A Obra Aberta" (Opera aperta), chamam a atenção para a irrepetibilidade de qualquer execução musical. Mesmo os mais fiéis executores da composição não tocam o mesmo trecho, da mesma forma, duas vezes, o que leva à apologia da recriação do reportório erudito e da improvisação, para a qual a música erudita contemporânea continua pouco sensível, ao contrário de certos gêneros como o jazz no qual a improvisação tem lugar central. Durante a época barroca, a improvisação era muito comum. Interpretações recentes das obras pertencentes a esse período pretendem fazer reviver a prática da improvisação, tal como era feita nessa fase da história da música. Durante o período clássico, Mozart e Beethoven improvisavam, por exemplo, as cadenzas dos seus concertos para piano, quando eram eles mesmos os solistas - dando menos liberdade se o pianista fosse qualquer outro; razão para dizer que
não deixavam a sua reputação em mãos alheias. Outra polémica que costuma existir como consequência da veneração da obra original do compositor tem a ver com a utilização ou não de instrumentos da época da composição da obra, nas interpretações modernas das peças musicais mais antigas. Alguns intérpretes e condutores, como Jordi Savall, têm uma abordagem mais historicista: pretende-se tocar a obra nas mesmas condições em que foi criada, ainda que os instrumentos actuais sejam perfeitamente idóneos, ou superiores, em termos técnicos. Outros, como o já citado Glenn Gould, não se preocupam ao adaptar ou mesmo melhorar obras eruditas escritas para um instrumento, tocando-as noutro, mais moderno. Nesse último caso está a interpretação em piano de obras escritas para cravo, por Johann Sebastian Bach.
História As principais divisões cronológicas da música clássica são: o período da música antiga, que inclui a música medieval (476 – 1400) e a renascentista (1400 – 1600), o período da prática comum, que inclui os períodos barroco (1600 – 1750), clássico (1730 – 1820) e romântico (1815 – 1910), e os períodos moderno e contemporâneo, que incluem a música clássica do século XX (1900 – 2000) e a música clássica contemporânea (1975 – presente). As datas são generalizações, já que os períodos frequentemente se sobrepõem, e as categorias são um tanto arbitrárias. O uso, por exemplo, do contraponto e da fuga, considerados característico do período barroco, foi continuado por Haydn, que é classificado como um compositor típico do período clássico. Beethoven, que frequentemente é descrito como o fundador do período romântico, e
Brahms, que é classificado como um romântico, também usavam o contraponto e a fuga - porém outras características de suas obras definiram esta categorização. O prefixo neo- é utilizado para descrever uma obra feita no século XX ou contemporânea porém composta no estilo de um período anterior, como clássico ou romântico. O balé Pulcinella, de Stravinsky, por exemplo, é uma composição neoclássica porque é estilisticamente semelhante a obras do período clássico.
Raízes As raízes da música clássica ocidental estão na música litúrgica cristã, embora tenha influências que datam da Grécia Antiga; o desenvolvimento de determinadas tonalidades e escalas já havia sido estabelecido por antigos gregos como Aristoxeno e Pitágoras.,[19] Pitágoras criou um sistema de afinação, e ajudou a codificar a notação musical em uso na época. Antigos instrumentos usados na Grécia, como o aulos (um instrumento de palheta) e a lira (semelhante a uma pequena harpa) levaram ao eventual desenvolvimento dos instrumentos usados atualmente nas orquestras clássicas ocidentais.[20] Este período na história da música, que vai até a queda do Império Romano (476 d.C.), é chamado de música da Antiguidade; pouco restou do período, no entanto, em termos de evidências musicais, e a sua maior parte veio do mundo grego.
Período antigo O período medieval inclui a música feita a partir da queda de Roma até por volta de 1400. O canto monofônico, também conhecido como canto gregoriano, foi a forma dominante até cerca de 1100.[21] A música polifônica (com múltiplas vozes) se desenvolveu na segunda metade da Idade Média e ao longo do Renascimento, período em que
se desenvolveram as formas mais sofisticadas, como os motetos. O período renascentista, que durou aproximadamente de 1400 a 1600, foi caracterizado pelo uso cada vez maior da instrumentação, de linhas melódicas que se entrelaçam, e dos primeiros instrumentos descritos como baixos. A dança como forma de evento social tornou-se cada vez mais difundida, e por consequência formas musicais apropriadas a acompanhar estas ocasiões aram a ser padronizadas. Foi neste período que a anotação da notas numa pauta e outros elementos da notação musical começaram a tomar forma.[22] Este fato tornou possível a separação da composição de uma peça de música de sua transmissão; sem a música escrita, a transmissão era oral, e estava sujeita a mudanças cada vez que era retransmitida. Com uma partitura, uma obra musical podia ser executada em toda a sua integridade sem a necessidade da presença do compositor.[23] A invenção da prensa de tipos móveis, no século XV, teve grandes consequências na conservação e transmissão da música feita a partir deste período.[24] Entre os intrumentos de corda típicos do período antigo estão a harpa, o alaúde, a viela e o saltério, enquanto instrumentos de sopro incluíam a família da flauta (incluindo a flauta doce), a charamela (um membro antigo da família do oboé), o trompete e a gaita de foles. Alguns órgãos existiam, porém estavam em sua maioria s a igrejas, embora existissem variantes razoavelmente portáteis.[25] Posteriormente, ao fim do período, começaram a surgiram versões antigas dos instrumentos de teclado, como o clavicórdio e o cravo. Instrumentos de corda como a viola da gamba também começaram a aparecer no século XVI, juntamente com uma ampla gama de instrumentos de metais e madeiras. A impressão permitiu a padronização das descrições e das
especificações destes instrumentos, juntamente com uma maior difusão das instruções de seu uso. Em termos de características musicais, durante o período da chamada música renascentista, no século XIII, começa-se a repetição de melodias inteiras e surge a notação métrica, abandonando-se os ritmos medievais. Em substituição ao sistema modal surgem as tonalidades maiores e menores. Surge o cromatismo e aumenta-se o uso de instrumentação. um dos principais estilos da época foi o madrigal.
Período da prática comum O chamado período da prática comum ocorreu quando a maior parte das ideias que pautam a música clássica ocidental tomou forma, foi padronizada e codificada. Iniciou-se com o período barroco, que vai aproximadamente de 1600 até a metade do século XVIII; seguiu-se o período clássico, que terminou aproximadamente em 1820, com o advento do período romântico, que percorreu todo o século XIX e terminou por volta de 1910. Período barroco A música barroca caracteriza-se pelo uso de complexos contrapontos tonais e pelo uso de uma linha contínua de baixo. Os inícios da forma sonata foram estabelecidos na canzona, bem como uma noção mais formal de tema e variações. As tonalidades maior e menor também tomaram forma como meio de istrar a dissonância e o cromatismo na música.[27] Durante o período, a música tocada em instrumentos de teclado, como o cravo e o órgão tornaram-se gradativamente mais populares, e a família de instrumentos de corda do violino assumiu a forma pela qual é conhecida hoje. A ópera, uma forma de drama musical sobre o palco, começou a se diferenciar das
outras formas musicais e dramáticas, e outras formas vocais como a cantata e o oratório também se tornaram mais comuns.[28] Grupos instrumentais aram a ficar cada vez mais diversificados, e suas formações foram se padronizando; surgiram os grandes grupos de músicos, as primeiras orquestras, e a música de câmara, composta para grupos menores de instrumentos, onde cada parte era executada por um instrumento individual, no lugar de um grupo de instrumentos semelhantes. O concerto, como veículo para uma performance solo acompanhada de uma orquestra, tornou-se extremamente difundido - embora a relação entre solista e orquestra ainda fosse relativamente simples. As teorias em torno do temperamento igual começaram a ser postas em prática, na medida em que possibilitavam uma amplitude maior de possibilidades cromáticas em instrumentos de teclado de difícil afinação. O temperamento igual possibilitou, por exemplo, a composição do Cravo Bem Temperado, de Johann Sebastian Bach.[29] Período clássico O período clássico, que vai de cerca de 1750 a 1820, estabeleceu muitas das normas de composição, apresentação e estilo do gênero. Foi durante este período que o piano se tornou o principal instrumento de teclado. As forças básicas necessárias para uma orquestra tornaram-se razoavelmente padronizadas (embora viessem a crescer à medida que o potencial de uma gama maior de instrumentos ou a ser desenvolvido nos séculos seguintes). A música de câmara cresceu e ou a abranger grupos com 8 ou até 10 músicos, em serenatas. A ópera continuou seu desenvolvimento, com estilos regionais evoluindo paralelamente na Itália, na França e nos países de fala alemã, e a ópera-bufa, ou ópera cômica, conquistou maior popularidade. A sinfonia despontou
como forma musical, e o concerto foi desenvolvido até se tornar um veículo para demonstrações de virtuosismo técnico dos instrumentistas. As orquestras dispensaram o cravo (que fazia parte do tradicional continuo, no estilo barroco) e aram a ser regidas pelo primeiro-violino (conhecido como o spalla).[30] Instrumentos de sopro se tornaram mais refinados durante o período clássico. Enquanto instrumentos de palheta dupla como o oboé e o fagote eram razoavelmente padronizados no barroco, a família da clarineta, de palheta simples, não eram utilizados com frequência até que Mozart ampliasse o seu papel nos contextos orquestrais, de câmara e de concerto. O Classicismo na música é caracterizado pela claridade, simetria e equilíbrio, seu período coincidiu com o Iluminismo, que enfatizava a razão e a lógica. Como já foi dito, a "música clássica", propriamente dita, corresponde a um período da história da música, também referido como Classicismo vienense. Alguns autores preferem escrever, para evitar confusões, música Clássica (com o C maiúsculo) para referir-se a música Erudita composta no período do Classicismo. Período romântico A música do período romântico, que vai aproximadamente da segunda década do século XIX ao início do século XX, caracterizouse por uma atenção cada vez maior a uma linha melódica extensa, assim como elementos expressivos e emotivos, paralelando o Romantismo nas outras formas de arte. As formas musicais começaram a se distanciar dos moldes usados na era clássica (mesmo aqueles que já haviam sido codificados), e surgem peças em forma livre como noturnos, fantasias e prelúdios, ao mesmo
tempo em que as ideias preconcebidas a respeito da exposição e do desenvolvimento destes temas aram a ser minimizadas ou mesmo ignoradas.,[31] p. 200 A música tornou-se mais cromática, dissonante, com tonalidades mais coloridas e um aumento nas tensões (no que diz respeito às normas aceitas pelas formas anteriores) envolvendo as armaduras tonais.[32] A canção de arte (ou Lied) amadureceu neste período, bem como as proporções épicas da grand opéra, que culminaram com o Ciclo dos Aneis, de Richard Wagner.[33] Karlheinz Stockhausen em 1994 com um equipamento para criação de música eletrônica No século XIX, as instituições musicais saíram do controle dos patronos ricos, à medida que os compositores e músicos podiam construir vidas independentes da nobreza. Um crescente interesse pela música por parte das classes médias por toda a Europa ocidental incentivou a criação de organizações dedicadas ao ensino, performance e preservação da música. O piano, que atingiu sua forma atual neste período (graças, em parte, aos avanços industriais da metalurgia) tornou-se imensamente popular entre essas classes média, e a demanda pelo instrumento fez surgir um grande número de fabricantes do instrumento. Muitas orquestras sinfônicas datam deste período;[34] alguns músicos e compositores da época tornaram-se verdadeiras estrelas em seus respectivos campos, e alguns, como Franz Liszt e Niccolò Paganini, chegavam mesmo a sê-lo em ambos.[35] A família de instrumentos utilizada na música clássica, especialmente pelas orquestras, cresceu. Um número maior de instrumentos de percussão apareceu, e os metais assumiram papeis de maior relevância, à medida que a
introdução das válvulas rotativas aumentou a amplitude de notas que podiam alcançar. O tamanho da orquestra, que era composta tipicamente por 40 músicos durante o período clássico, foi expandido, chegando a mais de 100 indivíduos.[36] A Sinfonia dos Mil, de Gustav Mahler (1906), por exemplo, já foi executada por uma orquestra com mais de 150 instrumentistas, e um coro de mais de 400 cantores. As ideias e instituições culturais europeias aram a seguir a expansão colonial para diferentes partes do mundo. Houve um aumento, especialmente no final do período, das ideias nacionalistas na música (ecoando, em alguns casos, os sentimentos políticos da época); compositores como Edvard Grieg, Nikolai Rimsky-Korsakov e Antonín Dvorák ecoaram a música tradicional de suas pátrias em suas composições.[37]
Períodos moderno contemporâneo
e
O período moderno se iniciou com a música impressionista, de 1910 a 1920, dominada por compositores ses (em oposição ao domínio existente até então dos alemães na arte e, principalmente, na música). Compositores impressionistas como Erik Satie, Claude Debussy e Maurice Ravel usavam escalas pentatônicas, um fraseado longo e ondulante, e ritmos livres. O modernismo (1905 - 1985) marcou um período no qual diversos compositores rejeitaram determinados valores do período da prática comum, tais como a tonalidade, a melodia, a instrumentação e a estrutura tradicionais. Compositores, acadêmicos e músicos desenvolveram extensões da teoria e da técnica musical. A música clássica do século XX engloba uma ampla variedade de estilos pósromânticos, inclui os estilos de composição do romântico tardio, expressionista, modernista e pós-
modernista, e a música de vanguarda. O termo "música contemporânea" costuma ser utilizado para descrever a música composta no fim do século XX até os dias de hoje.