“Manuel, bandeira da poesia modernista” Mário de Andrade
Antes de se iniciar a análise proposta por este trabalho sobre o poema Poética, de Manuel Bandeira, parte integrante do livro Libertinagem, publicado em XXXX, se faz muito necessária uma pequena agem pela biografia deste autor, que por sua vez muito se intersecciona com os rumos de sua obra. É evidente que não é requerido nem desejado analisar seus feitos artísticos a partir da vida do artista, pois uma pessoa de carne e osso e seu eu-poético não devem se confundir, mas o objetivo principal é apenas mostrar como certos traços de sua vida, inclusive por conta do processo histórico vivenciado por Bandeira, enriquecem a análise de sua poesia. O próprio autor se interessava pela temática autor-obra. Com intuito de levantar definições para poesia e verso no livro Seleta em Prosa e Verso, diz: “ Não haverá poesia quando realizo em palavras uma transposição da realidade, sem inventar nada, sem “fingir” nada ?” Sua história se inicia em Recife, onde Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu em 1886. Estudou no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro e almejando ser arquiteto ingressou na Escola Politécnica de São Paulo. Contudo, acometido de tuberculose teve de abandonar o curso superior, fato que, posteriormente, foi citado no poema Testamento. Tentou ainda viver em várias cidades em busca de cura para sua doença, entre elas: Itaipava, Campanha, Teresópolis, Maranguape, Uruquê e Quixeramobim. Em 1913, em busca de tratamento, foi ao Sanatório de Clavadel, na Suíça, lugar este que segundo ele no Itinerário de Pasárgada não exerceu nenhuma influência literária, mas lá entrou em contato com a poesia sa simbolista e pós-simbolista, cuja influência está presente em seu livro de estréia A Cinza das Horas. Ao voltar ao Brasil, dedicou-se ao magistério, lecionando no colégio onde havia estudado, Pedro II e na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil. Retornou depois ao Rio de Janeiro, estreitando amizades com os escritores Ribeiro Couto, Tristão de Ataíde, Graça Aranha e Ronald de Carvalho. Este último, inclusive, foi quem leu seu poema Os Sapos durante a Semana de Arte Moderna, sob as vaias do público, tornando-se um dos pontos altos do evento. O poeta participou da Semana à distância, pois não concordava com os ataques violentos aos parnasianos e simbolistas. A poesia de Manuel Bandeira nasceu parnasiana e simbolista e, aos poucos, se distingue como "o melhor verso livre em português". O poeta transitou do Parnasianismo ao Modernismo com experiências concretistas pelo caminho. Mário de Andrade e Oswald de Andrade parecem ter exercido certa influência sobre a escolha
de Bandeira, ao decidir romper com as barreiras da tradição e partir para o experimentalismo, presente na obra Libertinagem, escritas na "fase heróica" do Modernismo. Faleceu, no Rio de Janeiro, em 1968, muito depois do que sua angústia o indicava. Em sua obra, o aspecto biográfico, marcado pela tragédia e tuberculose, é poderoso, constando até em obras nitidamente modernas. Há, ainda, a marca da melancolia, da paixão pela vida e das imagens brasileiras. As figuras femininas surgem envoltas em "ardente sopro amoroso", enquanto outros poemas tratam da condição humana e finita sem deixar de demonstrar o desejo de transcendência como em Momento num Café, Contrição, Maçã, A Estrela e Boi Morto.
Agora, com os pontos nevrálgicos da biografia do autor condizentes com o poema já estabelecidos, vamos ao poema em si e sua análise: Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente [protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor. Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário [o cunho vernáculo de um vocábulo Abaixo os puristas Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis Estou farto do lirismo namorador Político Raquítico Sifilítico De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora [de si mesmo.
De resto não é lirismo Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante [exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres etc. Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbados O lirismo difícil e pungente dos bêbados O lirismo dos clowns de Shakespeare - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. ( "Poética", Manuel Bandeira) Justamente como todos os poemas integrantes de Libertinagem, “Poética” é composto de versos livres, característica esta decisória da primeira fase do modernismo, chamada heróica, inclusive este poema foi considerado uma bandeira do movimento, em sua estética vê-se claramente tais marcas que buscam uma liberdade plena, onde a entoação(...). Ao todo são vinte versos, compostos pelas mais variadas metragens, que se organizam em sete estrofes, que também são divididas irregularmente. Sua primeira estrofe é composta de três versos, de tamanhos bastante particulares: onze, oito e trinta-e-oito sílabas respectivamente. Os três expõem características do que vem a ser este lirismo (entende-se por este lirismo, uma metonímia de poetas que se utilizam do lirismo para escrever) que está sendo criticado. No primeiro verso, o eulírico se mostra farto do lirismo que traz consigo o adjetivo comedidocomedidoco.me.di.doadj (part de comedir) 1 Moderado, prudente, regulado. 2 Que sabe comedir-se. 3 Sóbrio. 4 Respeitoso.
. No segundo, o lirismo vem acompanhado do advérbio bem
seguido do adjetivo comportado, formando uma locução adjetiva, que por sua vez, através da assonância com o termo farto do primeiro verso, o reitera. Neles também, vemos uma semelhança sonora (aliteração) entre as duas palavras finais, porque ambas são paroxítonas e ambas começam e terminam com sons semelhantes: comedido e comportado. Já no terceiro verso dá-se um choque devido às suas características, pois ao possuir trinta-eoito sílabas e ausência (supressão)* de pontuação, transgride às métricas que a tradição utilizava até então, fazendo com que o eu-lírico reafirme os dois primeiros versos, mostrando não ser comedido nem bem comportado. Nele também se encontra uma anáfora em relação ao segundo, pois ambos se iniciam por Do lirismo, mas ocorre um contraste em relação aos dois primeiros versos, que promove uma expansão do sentido, quando qualifica o lirismo não utilizando um adjetivo, mas a expressão funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor,
onde percebe-se a aliteração do fonema /p/ em público, ponto, expediente, protocolo e apreço, que também está presente no segundo verso, no adjetivo comportado, demonstrando a função paronomástica presente nesta estrofe . Tal expressão se dá com tom de crítica que permeia o âmbito social, pois adjetiva o lirismo em si com esta figura pertencente ao mundo moderno das cidades, que se resigna a esta condição de cumprir horários (livro de ponto e expediente) e ainda chega a adorar a figura do seu chefe, temendo sofrer demissão (manifestações de apreço ao sr. diretor). Observa-se ainda em sr. diretor, que o pronome de tratamento Senhor vem grafado na forma da sigla sr. para salientar o ambiente corporativo, como num memorando. Tal citação à figura proletária, além de pertencer ao modernismo, aparece em outros poemas de Bandeira, como por exemplo no primeiro verso da última estrofe de Satélite, pertencente ao livro Estrela da Tarde publicado no ano de 1960: “Fatigado de mais-valia, Gosto de ti assim: Coisa em si: Satélite.”
Esta primeira estrofe pode ser lida... Notamos, ainda, neste último verso, a aliteração do [p] justamente nesta sequência sem vírgulas: público / ponto / expediente / protocolo / apreço. Além disso, vemos que os elementos da série presente nesse verso não estão separados por vírgula, como estariam normal- mente. Essa ausência de vírgulas marca a adoção de uma estética modernista, habituada desde Alcools (APOLLINAIRE, 1971) a infringir ou até abolir a pontuação. Em segundo lugar, ela pode ser lida como aceleração, que indica a exasperação desse enunciador, que “desabafa” seu descontentamento com a poética tradicional num só impulso, contrapondo-se, já aí, ao “comedido” e “bem comportado”. Dessa forma, o plano da expressão corrobora e reforça o que se diz no plano do conteúdo. SEGUNDA ESTROFE Na segunda estrofe se dá mais uma subversão, a presença de um verso isolado, mas que por sua vez se relaciona com o primeiro verso do poema através de uma anáfora, retomando a ideia de Estou farto do lirismo. Neste verso, porém, o lirismo, que antes se tratava de uma metonímia dos autores o utilizavam, se humaniza por inteiro e se encontra acompanhado por uma oração restritiva “que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo”. Nota-se sua função paronomástica nas aliterações do fonema fricativo /v/ em vai, averiguar, vernáculo e vocábulo e nas assonâncias do
fonema /a/ nas palavras farto, pára, vai, averiguar, dicionário, vernáculo e vocábulo. Estas duas últimas palavras ainda possuem entre si uma rima toante. O verso inteiro é formado por trinta sílabas métricas e como o terceiro verso da primeira estrofe se caracteriza por transgredir à tradição devido ao seu tamanho, contudo se este fosse dividido em três partes, resultaria numa estrofe absolutamente regular, possuindo três versos de dez sílabas métricas, o que mostra que o autor buscava esta desordem para provar seu ponto ideológico em relação ao verso livre, isto é, como se trata de uma espécie de crítica ao lirismo comedido, bem comportado etc, nada melhor do que submerter sua métrica regular à uma liberdade métrico-poética. Em relação ao conteúdo desta estrofe/verso a contestação se dá esta vez especificamente à tradição parnasiana, pois quando o eu-lírico afirma “Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário ocunho vernáculo de um vocábulo”, ele se refere à determinação de que para se ter um bom poema, é fundamental se utilizar somente de um vocabulário elevado, no qual os autores buscavam referências no dicionário, conforme a corrente parnasiana o costumava realizar. A terceira estrofe e seu único verso “Abaixo os puristas” contém cinco sílabas e apesar de se encontrar isolado, inaugura um novo tom no poema, de manifesto, que muito se relaciona com a estrofe seguinte. Uma contradição aparece aqui em relação à métrica e conteúdo, pois os versos de cinco sílabas, conhecidos como redondilhas menores e eram muito utilizados tradicionalmente, mas o verso está exatamente onde a mudança de tom se encontra. É válido observar aqui que a crítica se dá em dois níveis, pois Abaixo pode se tratar tanto de uma interjeição, como em “abaixo à ditadura”, ou de um advérbio de lugar, que ganha uma expansão de sentido quando indica que os puristas em questão estão resignados à uma posição inferior, já que o eu-poético está farto destes e deseja uma ruptura com estes valores. A quarta estrofe possui três versos: o primeiro tem dezoito síladas, o segundo dezesseis e o terceiro quatorze, o que demonstra uma progressão estética decrescente, que muito está ligada à progressão de sentido. As relações anafóricas estão no começo de cada verso nas palavras Todas/os as/os e no meio dos versos em sobretudo. Há também rimas toantes internas à estrofe, são estas: universais, sintaxes e inumeráveis, respectivamente no primeiro, segundo e terceiro versos. No plano do conteúdo desta estrofe, o eu-lírico, devido à mudança no tom, não mais se refere ao que está farto, mas sim aos valores que busca dali adiante. São utilizados os termos: “barbarismos universais” relacionados à “palavras”, que consistem tanto em vícios de linguagem oral e escrita vistos como errados pela tradição, quanto à versos bárbaros, que possuem mais de doze sílabas, como ocorrem no poema; “sintaxes de exceção” ligados à “construções”, que são nada mais do que modos diferentes de organização sintática e “inumeráveis” vinculados à “ritmos”, que tratam mais uma vez da defesa do verso livre, que possuem métricas e ritmos variados, não mais os que os tradicionais os
impunha. Na quinta estrofe se encontram cinco versos, sendo que o primeiro é dotado mais uma vez da anáfora “Estou farto” em relação aos primeiros versos da primeira e da segunda estrofe, reiterandoos. É possuidor de doze sílabas métricas e possui uma contradição relevante, já que se trata de um verso alexandrino*, muito presente na tradição, possui até a cesura na sexta sílaba embora não haja pontuação para marcá-la. O segundo, terceiro e quarto versos são compostos por apenas uma palavra cada, sendo todas proparoxítonas e também os únicos versos de todo o poema dotados de rimas consoantes, são eles: “ Político/Raquítico/Sifilítico”. O quinto e último verso da estrofe tem vinte-euma sílabas e mais uma vez apresenta o lirismo adjetivado por uma oração restritiva: “que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo” Em relação ao conteúdo, esta estrofe faz uma crítica direta quando se cita o “lirismo namorador”, que por sua vez é “político/ raquítico/ sifilítico”. Tais críticas indicam que o movimento criticado neste momento é o romantismo, pois tais adjetivos estão todos ligados à esta corrente. “Político” se refere ao sentimento ufanista dos românticos, já “raquítico” e “sifilítico” se ligam aos ideais românticos do apego à solidão e ao Spleen, o Mal do Século*. No quinto verso da quinta estrofe novamente o eu-lírico se distancia dos ideais tradicionas e condena de uma vez por todas as manifestações líricas que limitem a liberdade poética. Quando é dito “De todo o lirismo que capitula o que quer que seja fora de si mesmo” COMPLETAR – ele condena qualquer artifício ou instrumento que faça com que o poema lírico se torne mecânica/exata/ enquadrada num padrão pré-estabelecido, como os já criticados (com relação às valores estéticos formais de composição). Este verso remete à ideia presente na segunda estrofe, onde critica o poeta que pára e vai averiguar no dicionário em busca de um vocábulo nobre. A sexta estrofe é composta por dois versos, o primeiro possui sete sílabas como uma redondilha menor e também é dotado da anáfora De em relação ao último verso da quinta estrofe. O segundo verso é dotado pela recorrência de supressão de pontuação e de cinquenta sílabas métricas, caracterizando o maior verso em extensão de todo o poema. A função paronomástica presente na estrofe aparece nas aliterações do fonema fricativo /s/ em resto, lirismo, Será, co-senos, secretário, exemplar (presença de /z/ que é oposto ao /s/), cem, modelos, cartas, as, diferentes, maneiras, às, mulheres, etc; dos fonemas nasais /m/ e /n/ em contabilidade, co-senos, amante, exemplar, com, cem, modelos, maneiras e mulheres e do fonema oclusivo /k/ em contabilidade, co-senos, secretário, com e cartas. Em relação ao plano do conteúdo, o primeiro verso desta estrofe é o último que realiza uma negação, ao dizer “De resto não é lirismo” inicia-se um processo divisor de águas, pois este verso está ligado ao quinto verso da quinta estrofe e ao segundo verso da sexta estrofe, onde o eu-poético caracteriza o que este lirismo indesejado, do qual ele está farto, satiricamente vem a ser, reiterando
todas as ideias de repúdio presentes desde o primeiro verso: “Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres”. A sétima estrofe se dá em quatro versos. O primeiro possui dez sílabas, o segundo seis, o terceiro treze e o último dez. A anáfora O lirismo reitera todo o contexto do poema, pois está presente nos três últimos versos em relação ao primeiro e em todas as demais vezes que o termo aparece. Até a sétima estrofe a característica básica presente em todo poema é a negação, nesta se deseja falar sobre o lirismo almejado
Conteudo. No campo comportamental, o poeta utiliza de forma bastante inteligente , a
defesa de um lirismo de loucos, bêbados e clowns. Mas por que Bandeira utilizou estes tipos humanos para pregar a liberdade artística? Estas personagens simbolizam tipos humanos conhecidos por seus desequilíbrios de sanidade (louco), conduta (bêbado) e seriedade (palhaço), ou seja, se comportam de maneira espontânea, sem censuras e repressão. Podemos dizer que rompem com as regras sociais , de “lirismo” bem comportado, por isso , funcionam como símbolos de liberdade de padrões pré-estabelecidos. Bandeira apela pela necessidade de libertar os conteúdos humanos interiorizados e os freios inibidores impostos pela sociedade, assim como o fazem loucos , bêbados e clowns. A próxima estrofe é a que fala sobre o lirismo desejado. Até o momen- to todos os “blocos” foram introduzidos por negações (Estou farto..., Abai- xo..., Estou farto..., De resto não é...) e agora é a única vez no poema em que há uma afirmação: Quero antes... A métrica continua irregular e, assim como na primeira estrofe, há a repetição da palavra lirismo em todos os versos, numa estrutura paralela. Por fim, o último verso vem também sozinho. Para falar que o que deseja é o lirismo que é libertação, o poeta volta a utilizar a negação (uma negação dupla), o que reforça a ideia de que o que se quer é apenas o lirismo libertação. Acerca da importância de tal negação nesse último verso, citamos Brandão (1987, p. 28):
Manuel Bandeira utiliza também, de forma bastante perspicaz , palavras que retomam a “exceção da exceção” como barbarismos e sintaxes, que são relevantes na criação poética porque são manifestações espontâneas do fazer poético, inclusive da estética modernista e acaba dimensionando tais recursos adjetivando-os como
“universais” e “inumeráveis” . - Namorador : amor extremo e idealizado e sentimentalismo. - Político : amor à Pátria e o engajamento político dos poetas - Raquítico e sifilítico: o apego à solidão, ao ambiente noturno, ao “mal do século romântico” que os deixam em um estado doentio, debilitado.
típicos da estética parnasiana, no qual a rigidez controla a criação poética e faz com o que o poeta pare para verificar um vocábulo no dicionário De sua leitura, podemos interpretar o lirismo "funcionário público" como alusão à atitude parnasiana de subserviência às regras (pois bem comportado, cumpridor das normas, bajulador do chefe...) e de paixão pelo léxico raro e de "bom gosto", o que exige do poeta uma familiaridade rotineira com os dicionários (incluindo os de rima!), atitude decorrente do amor pela forma perfeita e pura, pura expressão do Ideal! Contra esta atitude ("Abaixo os puristas!"), Manuel Bandeira propõe (e põe, no poema) "barbarismos", "sintaxes de exceção" (subversões sintáticas), metros e ritmos variados.
Este verso é formado por 30 sílabas, mas se fosse dividido em três partes, teria três partes iguais, como se fossem três versos decassílabos: Es / tou / far / to / do / li / ris / mo / que / pá / ra e / vai / a / vê / ri / guar / no / di / cio / ná / rio o / cu / nho / ver / ná / cu / lo / de
um / vo / cá / bu / lo.
Ainda com relação a esse verso, o fato de ele ser divido em três partes remete a outras séries de três que permeiam todo o poema, conforme vemos a seguir:5 ANALISE, LIVRO LIBERTINAGEM, suas TEMATICAS E ENFIM O POEMA, porque ele ficou t˜åo famoso, metalinguagem PLANO DA FORMA, titulo, RITMO, METRICA, SONORIDADE, FIG DE LINGUAGEM, ANAFORA, PARALELISMO E ENCADEAMENTO PLANO DO CONTEUDO E SUAS RELAçOES COM FORMA PARA CONCLUIR: VERSO LIVRE -, ausencia de pontuação, ENTOAção que ganha importância no verso livre e séries de 3