Faculdade Pio Décimo
Grupo: Adriana de Moraes Teixeira Éverton de Almeida Ramos Ianne Kelly Nunes Cavalcante Paula Cristina Santos do Vale Tainara de Souza Amorim Wellington Cruz
Professora: Celina Ximenes
* * História Pessoal: Nascimento: 8 de janeiro de 1902 – Oak Park, Illinois. Infância limitada pelas crenças de seus pais (religião
rigorosamente fundamentalista) e pela assimilação feita pelas próprias idéias – seus anos de meninice foram em um isolamento.
No
colegial destacou-se entre os estudantes com grandes conhecimentos científicos.
Entrou
para a Universidade de Wisconsin onde suas experiências foram significativas. Nesta mesma universidade realizou estudos religiosos, onde suas crenças fundamentalistas foram desaparecendo, tornando-se liberal.
Começo
da graduação em Teologia no Union Theological Seminary, mas optou por terminar seu trabalho em Psicologia no Teachers College, na Universidade de Columbia.
Primeiro emprego: Rochester, Nova York, em um centro de orientação
infantil, onde trabalhou com crianças enviadas por várias agências sociais. Durante seus doze anos em Rochester, houve progressos sobre a compreensão da psicoterapia, na qual mais tarde ele iria denominar de teoria centrada no cliente. 1951: publicação da Teoria Centrada na Pessoa – continha sua primeira teoria formal sobre a terapia, sobre sua teoria da personalidade e algumas pesquisas que reforçam suas conclusões. Ele relata que a maior força orientadora da relação não é o terapeuta, mas sim o cliente. 1961: publicação do livro Liberdade para Aprender – contém uma exposição bem clara sobre a natureza do ser humano. 1972: livro Novas Formas de Amor – analisa as vantagens e desvantagens de diversos padrões de relacionamento.
* Antecedentes Intelectuais Desenvolveu
a sua teoria a partir de sua própria experiência clínica → conservou a objetividade evitando a estreita identificação com qualquer outra escola ou tradição específica.
* Conceitos Principais: Segundo Rogers, as pessoas usam sua experiência para se definir. Há um campo de experiência único para cada indivíduo, que contem tudo o que se a no organismo.
O campo de experiência inclui eventos, percepções, sensações e impactos
dos quais a pessoa não toma consciência, mas poderia tomar se focalizasse a atenção nesses estímulos.
Self:
Dentro do campo de experiência está o self, entidade que não é estável nem imutável.
Apesar
de não ser, o self aparentemente parece ser estável por que congelamos uma secção da experiência a fim de observá-la.
É
uma Gestalt organizada e consistente num processo constante de formar-se e reformar-se à medida que as situações mudam.
Outros
teóricos usam o termo self para designar aquela faceta da identidade pessoal que é imutável, estável ou até mesmo eterna.
O self ideal é o conjunto das características que o indivíduo mais gostaria de poder reclamar como descritivas de si mesmo.
A extensão da diferença entre o self e o self ideal é um indicador de desconforto, insatisfação e dificuldade neurótica.
Aceitar-se como se é na realidade, e não como se quer ser, é um sinal de saúde mental.
Congruência e Incongruência:
Congruência
é definida como o grau de exatidão entre experiência da comunicação e a tomada de consciência.
A
incongruência ocorre quando há diferença entre a tomada de consciência, a experiência e a comunicação desta.
Quando
a incongruência está entre a tomada de consciência e a experiência, chamamos de repressão.
Tendência à Auto-Atualização: Impulso que é evidente em toda vida humana
e orgânica ― expandir-se, estender-se, torna-se autônomo, desenvolver-se, etc.
Em cada um de nós há um impulso inerente em direção a sermos competentes quanto o que estamos aptos a ser biologicamente.
* Crescimento Psicológico: É natural e inerente aos organismos a força positiva em direção a saúde e ao
crescimento. Rogers afirma que o indivíduo é dotado da capacidade de experienciar e de se tornarem conscientes dos seus desajustamentos. O que nos dá a oportunidade de compreender as incoerências entre nosso autoconceito e suas experiências reais. Para Rogers, as tendências em direção à saúde são facilitadas por qualquer relação interpessoal na qual um dos membros esteja liberto o bastante da incongruência, assim estará em contato com o seu próprio centro de autocorreção. Na terapia, a tarefa maior é estabelecer este tipo de relacionamento genuíno; o terapêuta deve estar realmente liberto destas incongruências para conseguir ser um bom facilitador. A aceitação de si próprio é o pré-requisito para que os outros nos aceite, e conduz a vontade cada vez maior de aceitar-se a si próprio. Ciclo de autocorreção e auto-incentivo é a forma principal pela qual se minimiza os obstáculos ao crescimento psicológico.
* Obstáculos ao Crescimento: Aparecimento dos obstáculos na Infância, os quais são aspectos normais do desenvolvimento. Motivos que predominam na primeira infância poderá vir a inibir o desenvolvimento da personalidade.
Quando
a criança começa a tomar consciência do self, desenvolve uma necessidade de amor e consideração positiva. O amor é tão importante para as crianças que os seus comportamentos e experiências começam a ser guiados pela recompensa de afeição.
Comportamentos
que negam algum aspecto do self, são chamados de condições de valor, e estes são os obstáculos básicos à exatidão da percepção e a tomada de consciência realista.
As condições de valor são uma discrepância entre o self e o autoconceito. As experiências de incongruência entre o self e a realidade aumenta
a vulnerabilidade, a qual ocasiona o aumento das defesas, criando novas ocasiões de incongruência.
Quando
a pessoa toma consciência das discrepâncias óbvias entre os comportamentos e as crenças, isso pode resultar em pânico, ansiedade crônica, retraimento ou mesmo uma psicose. Sendo que a psicose por muitas vezes pode ser algo negado da experiência.
A teoria
de Rogers se baseia na tomada de consciência da experiência e não seleciona a experiência física como diferente em espécie ou valor das emocionais, cognitivas ou intuitivas.
A
interação com o outro, os relacionamentos, capacita um indivíduo a encobrir, descobrir, experienciar, ou encontrar seu self real de forma direta. Nossa personalidade é visível através do nosso relacionamento com o outro.
Através
do relacionamento, nossas necessidades organísmicas básicas podem ser satisfeitas, e a esperança dessa satisfação faz com que as pessoas invistam uma grande energia nos relacionamentos, até naqueles que não parecem ser saudáveis ou satisfatórios.
O casamento é, para Rogers, um relacionamento que segue as mesmas leis que mantém as verdades dos grupos de terapia, ou de outros relacionamentos.
Para
Rogers, qualquer relação íntima a longo prazo, assim como o casamento, são focalizadas sobre quatro elementos básicos e são eles:
Dedicação e compromisso; Comunicação ― expressão de sentimentos; Não aceitação de papéis; Tornar-se um self separado.
* Emoções: O
indivíduo saudável toma consciência de suas emoções, sejam ou não expressas. X
Sentimentos
negados à consciência distorcem a percepção e a reação das
experiências
* Intelecto: Instrumento utilizado de modo efetivo na integração das experiências. Crítica aos cursos de graduação: exigentes, pouco significativos
e
desanimadores.
As pessoas estão em melhor situação decidindo o que fazer por si mesmas, com o apoio dos outros, do que fazendo o que os outros decidem por elas.
* SELF: Pessoa
de funcionamento integral: pessoa consciente de seu self
contínuo. 1. Abertura total à experiência : “Torna-se capaz de viver completamente a experiência de seu organismo, em vez de a impedir de atingir a consciência”. (ROGERS, 1961) 2. Viver no presente: “Permite dizer que o eu (self) e a personalidade emergem da experiência em vez de dizer que a experiência foi traduzida ou deformada para se ajustar a uma estrutura preconcebida do eu (selfstructure)”. (ROGERS, 1961) 3. Confiança nas exigências internas e no julgamento intuitivo: “Viver uma vida plena: estar comprometido num contínuo processo de atualização”. (ROGERS, 1961) Essa é uma função da pessoa inteira!
Idéia
de PROCESSO: personalidade que funciona plenamente é uma personalidade em processo, em contínuo estado de fluxo, uma personalidade constantemente mutável. “A vida plena é um processo, não um estado de ser. É uma direção, não um destino”. (ROGERS, 1961)
* Teoria Centrada no Cliente: Sua teoria ou por muitas mudanças, mas há pontos que se mantiveram inalterados:
1.
“Esta nova abordagem coloca um peso maior sobre o impulso individual em direção ao crescimento, à saúde e ao ajustamento. A terapia é uma questão de libertar o cliente para um crescimento e desenvolvimento normais”.
2.
“Esta terapia dá muito mais ênfase à situação imediata do que ao ado do indivíduo”.
3.
“Esta abordagem enfatiza o relacionamento terapêutico em si mesmo como uma experiência de crescimento”.
Usa a palavra “cliente” ao invés de “ paciente”: 1. Idéia de IGUALDADE: a terapia é apontada como dirigida
pelo cliente ou centrada no cliente, uma vez que é quem assume toda direção que for necessária.
2.
A própria pessoa é quem dirige e modifica as metas da terapia e inicia as mudanças comportamentais (ou outras) que deseja que ocorram.
* Terapeuta Centrado no Cliente: “Esta terapia dá muito mais ênfase ao aspecto afetivo de uma situação do que
aos aspectos intelectuais”. “Esta abordagem enfatiza o relacionamento terapêutico em si mesmo como uma experiência de crescimento”. (Rogers, 1940) Terapia que se baseia na premissa fundamental de que o indivíduo tem dentro de si próprio vastos recursos para a autocompreensão e para alterar os seus conceitos, atitudes e comportamentos. Parte do pressuposto que o ser humano possui capacidades para a mudança e para o desenvolvimento e crescimento num contexto favorável. O cliente tem a chave da sua recuperação, mas o terapeuta é quem deve ajudá-lo a aprender como usá-las. Para tanto, deve o terapeuta possuir determinadas qualidades. Tais como:
Autenticidade
Antes de o terapeuta ser qualquer coisa para o cliente, ele deve ser autêntico,
genuíno, percebendo os seus próprios sentimentos na busca de se mostrar sempre verdadeiro. O terapeuta oferece ao cliente um relacionamento através do qual este pode testar sua própria realidade. Se o cliente confia que vai receber uma resposta honesta, pode descobrir se suas antecipações ou defesas são justificadas. O papel do terapeuta é ajudar o cliente na sua autocura para que atualize essas suas potencialidades.
Facilitador A
terapia centrada na pessoa é uma psicoterapia verbal e individual, um processo, em geral longo, em que um terapeuta mantém uma relação especial com um cliente que deseja superar as dificuldades na relação consigo mesmo e com os outros, que procura a compreensão de si mesmo e do seu modo de estar no mundo. Assim sendo, o terapeuta precisa ser claro na comunicação e na interação com o cliente visando proporcionar um ambiente favorável para esta relação. Existem três condições que constituem o ambiente perfeito para o crescimento do sujeito: Congruência: capacidade de o terapeuta estar de acordo consigo. Ele está consciente de si próprio e dos sentimentos e afetos que sente pelo cliente. É coerente consigo mesmo no espaço e tempo da relação, no aqui e agora. Assim, maior é a probabilidade que o cliente tem de crescer e de mudar. A congruência aparece como a garantia, quer para o cliente, quer para o terapeuta, do espaço possível para se ser ele mesmo. Aceitação: Consideração Positiva Incondicional para com o cliente. Consideração Positiva Incondicional é a atitude de aceitar calorosamente cada aspecto da experiência da outra pessoa. Significa não colocar condições para a aceitação ou para a apreciação desta pessoa. Implica num cuidado nãopossessivo, numa forma de apreciar o outro como uma pessoa individualizada a quem se permite ter os seus próprios sentimentos, suas próprias experiências.
Empatia: o terapeuta sente os sentimentos e significados pessoais que estão a ser vivenciados pelo cliente e comunica esta atitude de aceitação e entendimento do mesmo. Empatia é a atitude de tentar se colocar no lugar da outra pessoa e tentar "ver com os olhos dela". É compreender a pessoa a partir do quadro de referência dela. Para isto, é necessário deixar de lado nossos próprios pontos de vista e valores para poder entrar no mundo do outro sem julgamentos.
O terapeuta utiliza várias técnicas nesta terapia, nomeadamente a de fornecer
as condições necessárias para que o cliente encontre o seu próprio caminho; uma aceitação do cliente e do seu discurso, sem juízos de valor, permitindo-lhe criar e dirigir a sua própria experiência na resolução ou não resolução dos seus conflitos e uma atitude não diretiva, onde exista uma confiança total na capacidade do cliente em encontrar as suas próprias soluções. O cliente é que tem o máximo de informação possível para se ajudar, pode é não ter liberdade para fazer as escolhas ou não se encontrar no seu melhor momento para o fazer. O cliente tem em si as respostas, mesmo que no momento não tenha o a elas.
De
forma paralela, o terapeuta centrado no cliente mantém uma certeza de que a personalidade interior, e talvez não desenvolvida do cliente, é capaz de entender a si mesma.
Enquanto
que alguns aspectos da terapia rogeriana podem ser facilmente aprendidos e são de fato usados por muitos terapeutas, as características pessoais que um terapeuta eficiente deve manter são extremamente difíceis de compreender, experienciar e praticar. A capacidade de estar verdadeiramente presente para outro ser humano – empático com a dor dessa pessoa, confiante em seu crescimento e capaz de lhe comunicar tudo isto – é uma exigência pessoal quase esmagadora.
O
critério final para um bom terapeuta é que ele deve possuir habilidade para comunicar esta compreensão ao cliente.
* Rogers e os Grupos de Encontro: As experiências de Rogers como terapeuta centrado no cliente, o tornou líder de
encontros e pesquisador. Suas afirmações de que as pessoas, não especialistas, eram terapeutas, foram correlacionadas com os primeiros dados de encontro. Partiu para a Califórnia, onde pode dedicar mais tempo para participar, estabelecer e pesquisar este tipo de trabalho.
À
parte da terapia de grupo, os grupos de encontro têm uma historia que prenuncia seu surgimento nas décadas de 1950 e 1960. Essa técnica era usada por grupos religiosos que buscavam alterar as atitudes de uma pessoa em relação a si mesma e para modificar seu comportamento para com os outros. As técnicas incluíam pequenos grupos de colegas, insistência na honestidade e na abertura, ênfase no aqui e agora e manutenção de uma atmosfera calorosa, de apoio.
Os
grupos de encontros modernos originaram-se em Connecticut em 1946 com um programa de treinamento para lideres comunitários. Este programa incluía encontros à noite de treinadores e observadores para discutir os eventos do dia. Os treinadores perceberam que dar um aos participantes intensificava a experiência de todos. Mais tarde, eles juntam-se a outros treinadores e estabelecem o National Training Laboratories em 1947. A participação nesses grupos forneceu às pessoas experiências em observar seu próprio funcionamento e em aprender como responder ao direto a respeito delas mesmas. Os T-goup começou a cair em descrédito na década de 1960 por causa do choque entre corporações e executivos. Embora a pesquisa tenha demostrado efeitos tanto positivos como negativos, a maioria dos pesquisadores concorda que a experiência de grupo é poderosa e pode resultar em mudanças reais para os membros. Rogers revendo vários estudos, concluiu que há forte evidencia de que as experiências de treino de grupo intensivo têm efeitos terapêuticos. Características comuns a todos os grupos de encontro incluem um clima de segurança psicológica, o encorajamento à expressão dos sentimentos imediatos e a resposta subsequente por parte dos membros do grupo. O líder, qualquer que seja sua orientação, é responsável por estabelecer e manter o tom e o enfoque de um grupo. A contribuição de Rogers e seu trabalho contínuo com grupos de encontro são aplicações de sua teoria.
* Processo de Encontro: Um
grupo sempre começa esperando que lhe sejam dadas as coordenadas. À medida que o grupo percebe que os próprios membros determinarão a forma pela qual o grupo funcionará, é gerada uma crescente frustração.
Há
uma certa resistência inicial. Para Carl Rogers (1970, p.27), “é o eu exterior que os membros têm tendência para mostrar e só gradual, tímida e ambiguamente vão revelando algo do eu íntimo”.
Quando as pessoas continuam a interagir, acabam compartilhando sentimentos
ados associados a pessoas ausentes no grupo, e por mais que esses sentimentos e experiências sejam importantes para o indivíduo que compartilha, não am de uma forma de resistência inicial.
À medida que os componentes do grupo começam a expressar seus sentimentos
presentes, é mais frequente que sejam primeiro expressões negativas. Segundo Rogers (1970, p.30), “os sentimentos profundos positivos são muito mais difíceis e perigosos de exprimir que os negativos”.
Quando os sentimentos negativos são expressos e o grupo não se desintegra ou
divide-se, surge um material com significado pessoal; mesmo sendo ou não aceitos pelos membros, há um crescente “clima de confiança” e as pessoas começam a assumir riscos reais. Dessa forma, quando esse material significativo emerge, as pessoas começam a compartilhar seus sentimentos imediatos (tanto positivos quanto negativos).
Rogers
considera o desenvolvimento de uma capacidade terapêutica no grupo à medida que mais expressões emocionais vêm à tona e sofrem as reações de tal grupo. Ou seja, as pessoas começam a fazer coisas que parecem ser de grande auxílio, que ajudam os outros membros a tomar consciência das suas próprias experiências de uma forma não-ameaçadora.
Uma das consequências positivas desse processo é a aceitação de si mesmo.
Rogers nota que quanto mais perto estivermos da congruência, será mais fácil de nos tornarmos sadios, pois negando o que somos não faremos qualquer esforço para mudar.
A
continuação do grupo implica numa crescente impaciência para com as defesas, pois o grupo parece exigir o direito de ajudar, de curar, de fazer com que as pessoas que parecem constrangidas e defendidas se abram. Às vezes de forma gentil, outras de forma selvagem, o grupo exige que o indivíduo seja ele mesmo, que não esconda sentimentos comuns.
Em
toda troca ou encontro há . O líder está sendo informado a todo instante de sua eficiência ou da falta dela, e cada membro que reage a outro pode obter um à sua reação. Por mais difícil que seja aceitar, uma pessoa num grupo não pode evitar o conflito com a opinião desse mesmo grupo tão facilmente.
Isto, ao invés de , Rogers chama de confrontação. “Há momentos em que o termo é excessivamente moderado para descrever as interações que se processam ― momentos em que é mais correto dizer que um indivíduo se confronta com outro, diretamente, em pé de igualdade. Tais confrontações podem ser positivas, porém são muitas vezes nitidamente negativas”. (Rogers, 1970, p.41)
A
confrontação leva os sentimentos a tal intensidade que se é exigida uma resolução. Este é um momento perturbador e difícil para um grupo e, muito mais delicado para os indivíduos envolvidos.
Para
cada onda de sentimentos negativos, parece haver também uma subsequente expressão de apoio, de sentimento positivo e intimidade. Rogers notou que “quando um sentimento negativo era manifestado francamente, a relação desenvolvia-se e esse sentimento era substituído por uma compreensão profunda do outro”. (Rogers, 1970, p.43) Toda vez que o grupo demonstra de fato que pode aceitar e tolerar os sentimentos negativos sem rejeitar a pessoa que os expressa, os membros do grupo tornam-se mais confiantes e abertos uns com os outros.
O grupo acaba apoiando uma pessoa que toma consciência de novos aspectos
de si mesma. Essa aceitação e tomada de consciência de si é, para Rogers, o começo da posterior mudança de comportamento. Se uma mudança de atitude for aceita por pessoas próximas, esse membro é capaz de manter a nova atitude.
Assim como em qualquer forma de interação intensa, pode haver e há resultados infelizes. Já houve crises psicóticas, suicídios e depressões. Porém, na maioria dos casos, a experiência de encontro parece promover uma ajuda mútua.
Devido
ao trabalho de Rogers e outros, experiências em pequenos grupos são agora entendidas como uma forma de desenvolver habilidades pessoais, de aconselhar pessoas, estimulá-las, ajudá-las e proporcionar a essas pessoas uma experiência pessoal intensa.
* Avaliação: Os
críticos concentram-se na sua visão da condição humana, vendo-a como menos universal do que Rogers sugere. Argumentam que Rogers não leva em conta os padrões psicopatológicos habituais e arraigados que podem e impedem qualquer possibilidade de melhora e que sua teoria não poder ser rigorosamente comprovada, pela imprecisão de seus conceitos, sua linguagem indefinida e seus principais conteúdos são evidentemente insuficiente. Outro possível ponto fraco é o fato dele não delinear qualquer razão que justifique que a tendência ao crescimento é inata; acaba apenas afirmando como pressuposto básico, fundamentando-o em suas próprias observações.
Mesmo os críticos de Rogers não negam que ele montou e conduziu o exame mais
extensivo de uma escola de psicoterapia, até a mais recente explosão behaviorista.
Ao
ler tanto as críticas emocionais como as sensíveis a respeito de Rogers, chega-se à conclusão de que ou eles viram tipos diferentes de pacientes, ou simplesmente não aceitam as ideias rogerianas de confiança em que as pessoas encontrem seu próprio caminho. Coffer e Apply concluem que os “presentes resultados terapêuticos relatados apoiam uma visão particularmente positiva da natureza humana” (1964, p.683).
Para
Rogers, o teste de validade de sua posição não depende da elegância teórica mas utilidade geral.
As
ideias rogerianas encontram uma necessidade diferente, uma necessidade que pode ser vista como especificamente norte-americana, já que sua filosofia “adapta-se perfeitamente à tradição democrática americana. O cliente é tratado como um igual e tem, dentro de si, o poder de curar-se sem necessidade de se apoiar demais na sabedoria de uma autoridade ou de um perito” (Harper, 1959, p.83)
Os
trabalhos de Rogers são cada vez mais considerados, sua popularidade dentro da Psicologia Clínica continua a crescer (Lipsey, 1974) e suas obras são lidas por um número cada vez maior de pessoas a cada ano que a.
Seu
estreito alinhamento à mentalidade americana ajudou a facilitar a aceitação amplamente difundida de suas ideias, de seu modelo de terapia, de seu interesse em afirmar a capacidade e o desejo de que o indivíduo seja total.