Tratamento De Feridas 3w5oa

Tratamento de Feridas Adson Andrade de Figuerêdo

Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Prof. Edgard Santos Regente: Dr. José Valber Menezes. Coordenador: Dr. Marcelo Cunha Interna: Marina Cumming

Avaliação das Feridas  Anamnese

+ Exame Físico

 Determinar

a causa  Identificar comorbidades  Esboçar abordagem terapêuticas

Avaliação das feridas



Tamanho (largura e comprimento)

Avaliação das feridas



Profundidade em centímetros

Avaliação das feridas



Presença de túneis, fístulas – medir em centímetros

Avaliação das feridas



Localização

Avaliação das feridas



Drenagem (exsudato) – cor, odor, quantidade

Avaliação das feridas



Presença de tecido necrótico

Avaliação das Feridas  Exames

Laboratoriais

 Condições

Nutricionais

Albumina Pré-Albumina Transferrina

 Marcadores

de inflamação

PCR VHS

 Infecção Leucograma

Avaliação das Feridas  Documentação  Monitorar

da Ferida

a progressão da cicatrização de maneira OBJETIVA

Fatores X Cicatrização

Fundamentos dos cuidados com as feridas 

Otimizar os parâmetros sistêmicos



Debridar os tecidos inviáveis



Reduzir a carga biológica



Otimizar o fluxo sanguíneo   



Aquecimento Hidratação Revascularização cirúrgica

Reduzir o edema  

Elevação Compressão

Fundamentos dos cuidados com as feridas  Utilizar

curativos de forma apropriada

 Cicatrização

úmida da ferida  Retirada do exsudato  Evitar traumas/dor durante a troca  Uso

de farmacoterapia qd necessário

 Fechamento

cirúrgico com enxerto/retalho

Fatores causais comuns  IDADE  ISQUEMIA  LESÃO

POR REPERFUSÃO

 INFECÇÃO

IDADE e CICATRIZAÇÃO >

60 anos

 Maioria

das feridas crônicas

 Discreto

declínio nas taxas de cicatrização

 Redução

da produção de fatores de crescimento  Diminuição da capacidade de sobreviver à hipóxia  Diminuição da produção de colágeno  Meta:  Otimização

rigorosa dos parâmetros sistêmicos  Evitar isquemia/infecção  Utilizar fatores de crescimento

ISQUEMIA e CICATRIZAÇÃO 

Característica da maioria das feridas crônicas



Aporte adequado de O2 favorece a cicatrização e previne a ocorrência de complicações.



Manobras:  Elevação da região do corpo  Diminuição da carga de pressão  Debridamento  Controle da dor  Aquecimento  Abandono do tabagismo  Hidratação

BACTÉRIAS e CICATRIZAÇÃO  Qtde

excessiva interfere na cicatrização

 >105

bactérias/g de tecido = INFECÇÃO

 Ambiente

de radicais livres

 Secreção

de toxinas e proteases

 Degradam

os fatores de crescimento  Impedem a montagem ordenada dos componentes da matriz  Fabricam resíduos de proteínas = PSEUDOCROSTA

BACTÉRIAS e CICATRIZAÇÃO  Feridas  Contaminadas  Presença,

sem proliferação

 Colonizadas  Presença

com proliferação, sem reação do hospedeiro

 Criticamente  Resistência

bactérias

colonizadas do hospedeiro começa a ser superada pelas

 Infectadas  Reação

do hospedeiro

Debridamento 

É a remoção do tecido desvitalizado presente na ferida.

 Prepara

a ferida para a cicatrização

 Diminui

a carga biológica

Diminui



a competição por O2 e nutrientes

Papel deletério da PSEUDOCROSTA

Debridamento 

Autolítico (usa as enzimas do próprio organismo humano para dissolver o tecido necrótico



Enzimático (utiliza agentes químicos que são seletivos para o tecido necrótico e causam danos mínimos em tecidos saudáveis)



Mecânico (usa a força física para remover o tecido necrótico, sendo produzido pela fricção com pinça e gaze, pela retirada da gaze aderida ao leito da ferida ou pela hidroterapia que força a remoção)



Cirúrgico (utiliza métodos cirúrgicos para remoção do tecido necrótico)

Tratamento de Feridas com Pressão Negativa  Fechamento

de Ferida auxiliado por vácuo

 Esponja

porosa no interior da ferida, coberta por curativo oclusivo impermeável ao ar, ao qual se aplica um vácuo.

 Pode

ser usado para cicatrização completa da ferida, mas consome muito tempo e dinheiro.

 Preparar

rapidamente o leito da ferida para fechamento cirúrgico por terceira intenção.

Tratamento de Feridas com Pressão Negativa  Formas

de atuação

 Alívio

do edema  Remove enzimas deletérias da ferida  Aumenta a liberação dos fatores de crescimento, produção de matriz e proliferação celular  Aplicações  Extravasamento

linfático  Úlceras de estase venosa  Feridas diabéticas  Feridas com fístulas  Controle de feridas do esterno, ortopédicas e abdominais

Tratamento de Feridas com Pressão Negativa  A esponja

não deve ser posicionada sobre pele normal

 Pressão

≈ 75-125 mmHg

 Contra-indicações:  Presença

de doença maligna  Feridas inadequadamente debridadas  Feridas intensamente infectadas  Feridas caracterizadas por isquemia

Curativo a vácuo

Oxigênio Hiperbárico  Eleva

a saturação do O2 dissolvido no plasma de 0,3% para quase 7%  Aumenta

5X

a distância de difusão intersticial do O 2 em 4 a

 Indicação:  Se

a região em torno da ferida aumentar a tO 2 qd o paciente inspirar O2 suplementar

 Contra-indicação:  Perfusão

ambiental normal  Membros isquêmicos

Fatores de Crescimento  FD:

Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas: Beclapermina  Eficaz

apenas no contexto de um leito de ferida bem preparado

 FCEV: Fator

Vascular  Em

estudo

de Crescimento Endotelial

Curativos  Considerar  Características

da ferida  Objetivos terapêuticos

Curativos 

Gaze       

Escolha mais tradicional Custo baixo Fácil o Excelentes como bandagem cirúrgica Feridas pequenas/não complicadas Curativos secundários Uso em declínio Provoca trauma  Facilita inflamação  Retirada dolorosa  Inúmeras trocas  Debridante não seletivo  Resíduos de microfibras- irritantes/focos de infecção 

Curativos  Curativos

semi-oclusivos

 Camadas

impermeáveis a líquidos, mas permeáveis a pequenas moléculas de gás

 Usados  Manter  Cobrir

em associação com gaze

o teor de umidade de feridas limpas

e proteger incisões recém-fechadas

 Cobrir

e proteger locais doadores de enxertos cutâneos

 Favorecem

a epitelização

Curativos 

Hidrogel 

Gel transparente



Manter a umidade do leito



Reidratar as feridas



Facilitar a cicatrização/debridamento autolítico



Úteis em feridas com pequenas quantidades de crosta/predispostas ao ressecamento



Podem ser usadas em feridas infectadas



Não são aderentes



Grau mínimo de dor

Curativos  Hidrocolóides  Pomadas,

pós ou lâminas colocadas no interior da ferida e recobertos por um curativo

 São

formadores de gel (gelatina, carboximetilcelulose ou pectina) impermeáveis a gases e líquidos (barreira oclusiva)

 Proporcionam

ambiente úmido

 Promove

migração celular  Promove debridamento por autólise  Não

devem ser usados em feridas infectadas/ extremamente exsudativas

Curativos  Alginatos  Derivados  Úteis

de algas marinhas marrons

em feridas com muito exsudato

 São

apresentados incluindo fita

 Capazes

em

várias

formas,

de absorver grande qtde de líquidos

Curativos  Antimicrobianos  Curativos  Subst.

que contêm subst. antimicrobiana

de melhor benefício = PRATA

Atividade

microbicida de amplo espectro Baixa toxicidade para céls. humanas  Exs:

Sulfadiazina de prata, mupirocina, neomicina, gentamicina, metronidazol e bacitracina

Curativos 

Carvão ativado 

Partículas de carvão impregnadas com prata



Favorece os princípios físicos de limpeza da ferida. Auxilia na diminuição da carga bacteriana  Reduz o exsudato e o odor  Confortável  Pode permanecer até 7 dias 



Necessita de curativo secundário



Não deve ser utilizado em feridas ressecadas ou com crostas de necrose.



Pode aderir ao leito da ferida com pouco exsudato, causando sangramento ao ser removido.



Não deve ser cortado pois pode introduzir partículas de carvão na ferida.

Curativos

Substitutos de Pele ou Equivalentes de tecido Humano  Produtos

da engenharia de tecidos aplicados para uso clínico

 Custo

elevado

 Feridas

devem ser limpas, bem vascularizadas

 Exemplos  Lâminas

de queratinócito autólogos cultivados  Síntese dérmica (Biobrane, Oasis, Alloderm, Integra)  Produtos de dupla camada (Orcell, Apigraf)

Feridas Estágio I Hiperemia fixa, descoloração ou enduramento após retirada da pressão

Cuidados gerais

Mudança de decúbito 2/2h, proteção local, colchões, evitar: umidade, atrito de lençóis,contaminação, urina e fezes .

Tratamento

Hidratação tecidual: vaselina líquida, gaze vaselinada, óleo de amêndoa.

Feridas Estágio II Lesão acomete epiderme e parte da derme (abrasão, escoriação, bolha ou úlcera rasa) Cuidados gerais

Mudança de decúbito 2/2h, proteção local, colchões, evitar: umidade, atrito de lençóis,contaminação, urina e fezes . Características das Lesões / Tratamento

Lesões Não bolhosas Necrose

Sim

Infecção local

Não

Sim

Não

Sim

Não

Hipersecreção

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

1o tratamento

Desbridamento e Carvão ativado

Desbridamento e Sulfadiazina de prata

Desbridamento e Alginato de Ca

Desbridamento e Hidrogel+Alginato de Ca

Carvão ativado

Sulfadiazina de prata

Alginato de Ca

Vaselina ou gaze vaselinada

2o tratamento

Sulfadiazina de prata até desbridamento

Sulfadiazina de prata e colagenase até desbridamento

Alginato de Ca até desbridamento

Hidrogel+Alginato de Ca até desbridamento

Lesões bolhosas Conteúdo claro

Sim

Não

Conteúdo escuro

Não

Sim

1o tratamento

Gaze vaselinada e observar evolução

Desbridamento e seguir tratamento de lesões não bolhosas

Consulta com Cirurgia Plástica para avaliar fechamento cirúrgico definitivo.

Estágio III Lesão acomete epiderme, derme, subcutâneo e músculo Cuidados gerais

Mudança de decúbito 2/2h, proteção local, colchões, evitar: umidade, atrito de lençóis,contaminação, urina e fezes . Consulta com a Cirurgia Geral quando indicado desbridamento. Características das Lesões / Tratamento

Necrose

Sim

Infecção local

Não

Sim

Não

Sim

Não

Hipersecreção

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

1o tratamento

Desbridamento e Carvão ativado

Desbridamento e Sulfadiazina de prata

Desbridamento e Alginato de Ca

Desbridamento e Hidrogel+Alginato de Ca

Carvão ativado

Sulfadiazina de prata

Alginato de Ca

Vaselina ou gaze vaselinada

2o tratamento

Sulfadiazina de prata até desbridamento

Sulfadiazina de prata e colagenase até desbridamento

Alginato de Ca até desbridamento

Hidrogel+Alginato de Ca até desbridamento

Consulta com Cirurgia Plástica para avaliar fechamento cirúrgico definitivo da ferida.

Estágio IV Lesão complicada: Osteomielite, artrite, abscesso, fasceíte, gangrena, exposição tendínea, óssea, vascular ou nervosa, etc Cuidados gerais

Mudança de decúbito 2/2h, proteção local, colchões, evitar: umidade, atrito de lençóis,contaminação, urina e fezes .

Consulta com especialista para desbridamento: Cirurgia Plástica, Ortopedia, Cirurgia Vascular ou Infectologia. Características das Lesões / Tratamento Necrose

Sim

Infecção local

Não

Sim

Não

Sim

Não

Hipersecreção

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

1o tratamento

Desbridamento e Carvão ativado

Desbridamento e Sulfadiazina de prata

Desbridamento e Alginato de Ca

Desbridamento e Hidrogel+Alginato de Ca

Carvão ativado

Sulfadiazina de prata

Alginato de Ca

Vaselina ou gaze vaselinada

2o tratamento

Sulfadiazina de prata até desbridamento

Sulfadiazina de prata e colagenase até desbridamento

Alginato de Ca até desbridamento

Hidrogel+Alginato de Ca até desbridamento

Consulta com Cirurgia Plástica para avaliar fechamento cirúrgico definitivo da ferida.

Bibliografia 

Galiano RD, Mustoe TA. Cuidados das feridas. In: Grab, Capítulo 3, págs 23-32.



Blanes, L. Tratamento de feridas. Baptista-Silva JCC, editor. Cirurgia vascular: guia ilustrado. São Paulo: 2004. Disponível em: URL: http://www.bapbaptista.com



http://www.eerp.usp.br/projetos/feridas/tratpres.htm



www.miyoco.com.br/fer.htm



http://www.unimes.br/aulas/MEDICINA/Aulas2005/1ano/Procediment os_basicos_em_medicina/feridas_e_curativos.html



http://www.tratamentodeferidas.com.br/

Obrigado!!!