REDAÇÃO PUBLICITÁRIA ALUNO: Genilson Viana de Oliveira
Wad the Dog
Wad the Dog,(versão Brasileira Mera Coincidência), 1997, é um filme de comédia humor negro estrelado por Dustin Hoffman e Robert De Niro, coestrelado por Anne Heche, Denis Leary e William H. Macy. Fala sobre os bastidores de Washington, onde um político é contratado há poucos dias antes de uma eleição presidencial, para distrai o eleitorado de um escândalo sexual, e para isso contrata um produtor de cinema de Hollywood para a construção de uma falsa guerra com a Albânia. O sistema tem a ajuda de um compositor de músicas country, que cria várias músicas-tema para a guerra, e um figurinista, que auxilia na criação da ficção para as batalhas da suposta guerra. O título do filme vem de uma idiomática expressão da língua inglesa "o rabo abanando o cachorro", que é comentado no início do filme por uma legenda que diz: Por que o cão balança o rabo? Porque o cão é mais esperto que o rabo. Se o rabo fosse mais esperto, balançaria o cão. O filme foi produzido e dirigido por Barry Levinson. O roteiro foi creditado a Hilary Henkin e David Mamet e é baseado no romance Herói americano, de Larry Beinhart. No entanto, o filme difere muito do livro, que tem como personagem o presidente George W. Bush, enquanto no filme o presidente é sem nome e a operação de guerra é explicitamente “produzida”, no livro a guerra na verdade ocorre em vez de ser inteiramente falsificada. Na ficção o presidente dos Estados Unidos é acusado de abuso por uma garota, após terem ficado por alguns minutos numa das salas da Casa Branca, há menos de duas semanas da reeleição. Conrad Brean (De Niro) é contratado para armar uma situação com o objetivo de desviar a atenção do público para longe do escândalo. Para isso ele decide criar uma falsa guerra com a Albânia, para chamar a atenção da mídia e dos eleitores. Com a finalidade de dar veracidade à fictícia guerra, ele resolve contratar um produtor de filmes de
Hollywood chamado Stanley Motss (Hoffman) que, traz uma série de especialistas para construir as ideias e imagens falsas, como a de uma órfã na Albânia que, na verdade era uma cena gravada e editada em estúdio, dando a ideia de uma refugiada da tal guerra. No entanto a mídia descobre e anuncia que não existe nenhuma guerra com a Albânia. Com isso Conrad Brean e Stanley Motss para manter o seu plano, divulgam que as tropas americanas se retiraram da fronteira do Canadá, mas, um de seus soldados ficou refém do inimigo. Então, para dar veracidade e provocar comoção, foi criada uma campanha, na qual foi utilizada uma canção temática, fazendo com que os cidadãos se comovessem e se enchessem de patriotismo. Como os americanos exigiam o resgate do soldado, o qual na verdade se encontrava livre. Os responsáveis pelo “espetáculo” precisavam apresentar o suposto salvamento, dando todos os créditos ao presidente do país. A idéia era apresentar o tal soldado e para isso usaram um criminoso insano (Harrelson) preso pelo exército. Mas, durante a viagem coisas imprevisíveis aconteceram e ele é morto por um fazendeiro, quando tentava abusar da filha deste. Devido a isso, precisaram criar outra idéia para apresentar o seu “herói” da guerra que, foi “abatido por trás das linhas inimigas”. No final, com a eleição realizada e o presidente reeleito, tudo parece bem, até que o produtor, responsável pela produção das ideias que elegeram o presidente, decide querer ganhar os créditos pela vitória. E para sua indignação assiste em um programa de TV que estão dando os créditos da reeleição ao slogan da campanha: "Não altere os cavalos no meio do caminho", em vez de divulgarem as suas criações. Quebrando o acordo, Motss anuncia que vai chamar a mídia para esclarecer os fatos, e apesar da advertência de Brean, que o alerta a respeito do risco de sua atitude, ele se recusa a recuar, e por isso é assassinado. A mídia divulga que o produtor morreu de um ataque cardíaco enquanto se bronzeia ao lado de sua piscina. O filme termina com uma reportagem sobre um incidente violento na Albânia, mas não está claro se este é um verdadeiro acontecimento ou simplesmente uma continuação da guerra fictícia. O filme foi nomeado para dois prêmios da Academia: Dustin Hoffman para o Oscar de Melhor Ator e Hilary Henkin e David Mamet para Melhor Roteiro Adaptado. O que nos chama mais atenção nesta produção cinematográfica, entre outras coisas, é o poder de persuasão da mídia sobre as pessoas, pois tudo o que e noticiado é visto como a mais pura verdade. A ficção nos mostra o
quanto é possível criar situações com a finalidade de favorecer quem esta no poder, mesmo que para isso seja preciso tirar vidas ou forjar uma série de acontecimentos. A abordagem do filme é o campo da política, e como o político também é um produto “vendido” pela mídia, suas qualidades são destacadas de forma a torná-los pessoas iráveis, mesmo que para isso seja preciso esconder o seu ado e reinventar as suas historias. No Brasil as coisas não são muito diferentes, pois a cada dia se descobre a verdade sobre determinados políticos que, talvez, em suas campanhas tenham apresentado historias fictícias a respeito de suas vidas e de seus objetivos políticos. Em virtude disso, para detectarmos esse tipo de inverdades apresentadas pela mídia, é preciso ficar atento ao que nos é imposto pelos noticiários de TV e pela mídia em geral, pois, em algum momento a realidade pode se misturar com a ficção para beneficiar aos que estão no poder. O filme nos mostra o quanto pessoas são enganadas por discursos estratégicos ou simulacros bem conduzidos, cujo objetivo é mantê-las aprisionadas a um sistema de poder, no qual “o rabo nunca balançará o cachorro, mas o cachorro sempre balançará o rabo”.
Cena do filme Wad the Dog.