Arquitetura Participativa 5m312o

ARQUITETURA PARTICIPATIVA

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TRABALHO INTEGRADO Universidade Federal de São João del Rei Arquitetura e Urbanismo

Tainara Pimenta Silvério Augusto 6º período - 121650061

ESTÚDIO Arquitetura Pública - Equipamentos Comunitários Prof.: Lívia Muchinelli

MODÚLOS Politicas Públicas e Gestão do Patrimonio Cultural Estruturas Metalicas

Sumário INTRODUÇÃO CONTEXTO HISTÓRICO A METODOLOGIA ESTUDOS DE CASO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS

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Introdução Este trabalho integrado tem como intenção o debate acerca dos pro-

Após tal abordagem, serão definidos os conceitos envolvidos, seus

cessos participativos, discutindo como essas metodologias podem sub-

diferencias, métodos, etapas e características, também serão apresenta-

sidiar nas intervenções arquitetônicas, urbanas e ambientais e seus

dos alguns estudos de casos, almejando identificar como essa metodolo-

reflexos na qualidade dos espaços.

gia funciona na prática, e sua real contribuição para orientar e subsidiar

O estúdio Arquitetura Pública - Equipamentos Comunitários, ofer-

projetos em busca de qualificação espacial.

ecido durante o segundo bimestre de 2015/1 buscou desenvolver a

Assim, esse TIN, ajudará entender como essa lógica consegue influ-

capacidade crítica de projeto para equipamentos de infraestrutura,

enciar nas decisões de projeto. Uma vez que, essas podem ser utilizadas

espaços livres e serviços públicos coletivos em assentamentos de baixa

como forma de descobrir as reais demandas e necessidades da popu-

renda, com o objetivo de abordar os conceitos e desenvolver projetos

lação, possibilitando um diálogo entre técnicos e o usuário, aplicando o

para abrigar esses serviços.

imaginário coletivo no processo e podendo ser apresentando como uma

Durante a disciplina, discutiu-se a padronização desses equipamentos e a falta de um diagnóstico e metodologias aplicadas a população

ferramenta útil e diferencial ao processo de projeto de equipamentos públicos e coletivos.

para entender as reais demandas e suas relações com o espaço, uma vez que, os projetos de equipamentos públicos no Brasil, dificilmente contemplam princípios participativos em sua concepção. Inicialmente, será abordado nesta pesquisa o contexto histórico em que se desenvolveu a teoria e a maior preocupação com a participação popular buscando salientar a sua importância para a compreensão dos espaços e o desenvolvimento dos projetos.

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Contexto Histórico Conceituar o que é cidade é uma tarefa complexa, nota-se que existe certa dificuldade de formular uma definição básica e única para o termo. Atualmente, em uma análise mais genérica, a cidade consiste no agrupamento de áreas de funções diversas, entre as quais se podem destacar as residenciais, comerciais, industriais e zonas mistas, que são adas por obras de infraestrutura como: vias públicas, saneamento, energia, entre outros.

Assim, podemos inferir, de acordo com Kelvin Lynch (2011) que: Sendo as cidades usadas por muitos grupos de pessoas, torna-se importante compreender de que modo os diferentes grupos tendem a imaginar seu entorno.

(LYNCH, 1997, p.181).

Segundo Leonard Duhl, apud. Françoise Choay (2010), as aglomerações, nas suas origens, constituiu-se para responder às necessidades

Segundo Murad Vaz, em sua dissertação de mestrado (2006) cada cidade, espaço e lugar são únicos em sua identidade, apesar da polissemia encontrada em praticamente todas as aglomerações urbanas. Vale ressaltar que esta opinião também é compartilhada por Ed Wall e Tim Waterman (2011). As cidades são os habitats humanos na sua forma mais impressionante e intensa. Elas são manifestações físicas de nossos sonhos e aspirações, não como indivíduos, mas como uma comunidade. Cada cidade é única em seus sabores, texturas, cores e é claro, suas próprias histórias. O caráter de uma cidade é uma combinação de fatores como topografia, clima e geografia e – o elemento mais importante – as pessoas que nela habitam. Os “seres humanos configuram a paisagem ao seu redor e, por sua vez, são afetados por ela...” (WALL, ED; WATERMAN, TIM. , 2011, p. 113).

materiais e psicológicas dos indivíduos, das famílias e dos grupos sociais. De forma que, a morfologia física de cada tipo de comunidade exprimia as necessidades psicológicas e os sistemas de valores dos seus membros. Em resumo, a forma é determinada pelas necessidades sociais e pelos meios de que se dispunha para satisfazê-las. Porém, ultimamente são poucas as vezes que um grupo de indivíduos ou a comunidade pode expressar suas necessidades, demandas e desejos para se construir equipamentos públicos e coletivos no Brasil. Normalmente não se leva em consideração a opinião do usuário, pois se tratam, muitas vezes, de projetos padronizados ou que segue uma lógica repetitiva, e que são executados nas mais diversas situações. Isto ocorre, principalmente, porque a padronização favorece o rápido atendimento de demandas e a redução de custos; por outro lado, frequentemente conduz a resultados que deixam a desejar e em espaços que não atingem o seu potencial por completo.

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Contexto Histórico

Demolição do conjunto habitacional Pruitt-Igoe em St. Louis figura 2

Essa lógica de “usuário padrão” iniciou-se a partir da II Guerra Mundial, com o sucesso do Urbanismo e da Arquitetura Moderna em vários países do mundo. Essa consolidação se deu através da criação do planejamento urbano racionalista, a reconstrução das cidades destruídas durante a guerra e a construção de vários conjuntos habitacionais seguindo os preceitos modernistas dos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna – CIAMs e da Carta de Atenas. Neste período, os projetos eram fundamentados somente nas opiniões técnicas, com o objetivo de criar espaços confortáveis e socialmente mais justos. Entretanto, percebe-se que alguns desses projetos não responderam plenamente às necessidades básicas da população. Como exemplo, podemos citar o movimento impulsionado pelo impacto negativo gerado por muitos conjuntos habitacionais produzidos, principalmente, na Europa. A falta de resposta adequada às necessidades dos usuários ficou evidenciada pelos problemas e consequente demolição desses projetos. O conjunto habitacional Pruitt-Igoe em St. Louis, Estados Unidos , foi um projeto de habitação social de 1951, por Minoru Yamasaki, vencedor de um concurso de arquitetura. O conjunto foi demolido em 1972, a pedido dos residentes, em função da total inadequação das edificações às suas necessidades, trazendo à tona a importância em se conhecer o perfil dos usuários. Pois, o que era percebido pelos arquitetos/urbanistas como “bom” era percebido pelos usuários como “frio, impessoal e indesejável”.

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Arquiteto GIancarlo de Carlo (1919 - 2005) Itáia

Contexto Histórico Isso fez com que o movimento modernista asse a atrair fortes críticas, o que levou, nas décadas seguintes, ao reconhecimento dos valores das comunidades, tradições e da participação popular. Segundo Yi–Fu Tuan (1980) apud. VAZ (2006) esses estudos se intensificaram no campo científico, a intenção foi tornar os projetos arquitetônicos e urbanísticos processos participativos, no sentido de levar em conta as necessidades e aspirações daqueles que vivenciam o espaço cotidianamente, as características físico-espaciais e as necessidades de seus usuários, sendo essas definidoras da qualidade da proposta, reforçando o caráter democrático do espaço. O arquiteto italiano Giancarlo de Carlo, durante as décadas de 60 e 70, foi um dos pioneiros na reflexão sobre a importância da “Arquitetura Participativa” e na criação de procedimentos de trabalho que incorporassem o usuário na elaboração dos projetos. Carlo era membro do Team 10, grupo que desenvolveu uma reflexão conjunta acerca dos problemas da arquitetura moderna, realizando críticas ao purismo proposto como vanguarda dentro dos CIAMs. Em busca de um urbanismo humanizado, criado pela participação do usuário e contrário à proposição de um estilo internacional e universal, que marcou o debate da arquitetura durante os anos 50.

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Contexto Histórico

Villaggio Matteotti - Giancarlo de Carlo Terni, 1974. Foto Giorgio Casali.

Para ele a participação funcionava como uma oportunidade tríplice: oferecer ao habitante da cidade uma opção de escolha, ampliar seu repertório arquitetônico e mostrar ao cidadão seus direitos em termos urbanísticos e como reivindicá-los. A experiência do projeto de Vila Matteotti, em Terni, é um dos projetos mais significativos da obra do arquiteto. Situada a aproximadamente 100 km a noroeste de Roma, Terni era uma cidade de cerca de 110.000 habitantes. Vila Matteotti era um vilarejo operário, datado de 1934, afastado do tecido urbano e construído com baixo padrão, segregando os trabalhadores. Em 1960, quando a cidade já havia chegado à área do bairro, foi concebido um plano regulador, a fim de produzir uma reestruturação radical que permitisse aumentar sua densidade habitacional. Porém, o risco de ver o bairro submetido a um intenso processo de especulação imobiliária levou os moradores a resistir à pressão criada para que eles saíssem de suas residências. Em 1969 De Carlo foi convidado a propor uma solução, ele colocou como condição para o projeto a participação dos moradores ao longo de todo o processo, de forma que os moradores escolhessem a solução que lhes parecesse mais apropriada. O primeiro o dado nesse sentido foi a proposição de cinco soluções: uma era manter a estrutura do bairro, reformando as antigas edificações e os serviços coletivos de infraestrutura; a segunda era substituir os edifícios existentes por torres residenciais;

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Contexto Histórico a terceira propunha a substituição por edifícios lineares alongados; a quarta e a quinta propostas eram mais complexas, sobrepondo o programa residencial ao dos serviços de uso comum e a caminhos de comunicação de pedestres. Assim, foi aberta a discussão, e elegeu-se, apesar do custo mais alto, a solução mais complexa, que observava com mais atenção a questão dos pedestres e as inter-relações espaciais no bairro. O o seguinte no processo participativo foi apresentar aos moradores diversos projetos residenciais, de vários países e não necessariamente de baixo custo, a fim de ampliar o repertório. Essa agem é amplamente defendida por de Carlo, que entende o projeto participativo como um veículo de educação e cultura, o interesse do arquiteto era ver emergirem as necessidades reais dos usuários e moradores, tanto na estrutura dos espaços quanto da habitação. As tipologias foram definidas com a população, permitindo a satisfação das diferentes necessidades de cada família e de criar a diversidade dentro do bairro. Foram desenvolvidas 15 tipologias diferentes, modulares, organizadas de maneira a criar espaços distintos com a combinação de vários tipos de residências. Sua intenção, além de conceder opções aos usuários pelas diferentes tipologias, era também de criar a variedade de espaços e tipos de usos, enriquecendo a paisagem e as relações de vizinhança do bairro.

Villaggio Matteotti - Giancarlo de Carlo Terni, 2014.

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Contexto Histórico Apesar do sucesso dessa metodologia aplicado no projeto, desde a década de 60 até os dias de hoje, muitos projetos e programas têm um modelo de concepção chamado “top down”, ou seja, onde os planejadores, arquitetos, burocratas e políticos criam projetos e não contemplam em suas decisões as opiniões das comunidades sobre tais intervenções. No Brasil, com a Constituição Federal de 1988, no contexto de redemocratização, criou bases normativas para um novo projeto de Estado. Tal concepção busca significados de partilha do poder e de ampliação de direito de cidadania. Com a aprovação do Estatuto da Cidade em 2001, houve um estimulo a participação popular. Entretendo, essa participação, às vezes, é somente para legitimar algo, não levando em consideração a real opinião sobre os espaços e ações. Atualmente, tem cabido a população um papel mais ivo do que ativo na produção da cidade e dos espaços. Os atos de planejar e projetar tornaramse, com o tempo, processos unilaterais. Porém, como já foi discutido anteriormente, o processo de “saber ver e o ler um espaço urbano” não é exclusivo dos técnicos, sendo a percepção dos usuários fundamental como auxilio para a compreensão completa dos espaços.

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A metodologia De acordo com Lana (2007) os processos participativos possibilitam

“Ninguém participa sem decidir, nem decide sem conhecer. Se assim

exercitar a capacidade crítica de se pensar o espaço a partir de demandas

não for, o projeto participativo será apenas uma manipulação para legiti-

concretas ou abstratas da população, buscando explorar como se dá a

mar as decisões do arquiteto e de outros técnicos envolvidos no processo”

relação humana com o espaço e quais são os fatores que interferem,

(MALARD et al, 2002:247)

desenvolvendo o projeto “junto com” a comunidade e não “para a” comunidade, o que gera uma proposta melhor ajustada à realidade local.

Ultimamente não existe uma metodologia única e engessada para se aplicar em todos os processos participativos. Existem estudos de méto-

Assim sendo, o usuário possui um papel ativo durante a elaboração

dos e exemplos de outros processos que contribuem para que o grupo

do projeto. “O consumidor” deixa de estar isolado, ivos e não infor-

técnico escolha os que melhor se adaptam a realidade e a situação. Em

mado para participar do desenvolvimento de algumas atividades que

uma tentativa de melhor descrever as etapas realizadas durante o projeto,

lhes dão valor de co criador.

o processo pode ser dividido em cinco possíveis partes.

Segundo Maria Lúcia Malard et all (2002) pagina 248, “a participação do usuário no processo de projeto é, na verdade, mais que um

CAPACITAÇÃO

desafio metodológico: é uma questão teórica a ser enfrentada”. Pois, além das dificuldades de comunicação, por se tratar de um grupo com muitos participantes, há também o fato do projeto arquitetônico possuir uma linguagem própria. Desta forma, para obter a

LEVANTAMENTO CONHECENDO USUÁRIO

REVISÃO BIBLIOGRAFICA SEMINÁRIOS ANÁLISE DE DADOS VISITAS TÉCNICAS CONFRATERNIZAÇÃO DINAMICA/ENTREVISTAS

participação de um leigo em um projeto deve-se possibilitar meios de ar esses códigos de representação para que possa entender o que está sendo proposto e contribuir com a proposição.

PROJETANTO

RESULTADOS

ASSEMBLEIAS

ENTREGA PÚBLICA

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A metodologia

Visita ao Bairro Vila Brasil - Etapa de levantamento

Resumidamente, a metodologia desenvolver, primeiramente, uma revisão bibliográfica, levantamento das condições e potencialidades do local. Em uma segunda etapa a realização de seminários, momentos coletivos de confraternização e debate, para posteriormente ser concebido de um projeto em conjunto. A revisão bibliográfica pode iniciar o processo, desenvolvendo um aprofundamento sobre as normas técnicas e legislações específicas sobre a área. São consultadas as leis federais, estaduais e municipais sobre construção, principalmente, as relacionadas a espaços públicos e equipamentos coletivos. O levantamento do local busca compreender as condições e desenvolver algumas possíveis diretrizes técnicas e demandas. Desta forma, as características locais do entorno e as condições do terreno são cuidadosamente analisadas, posteriormente, estas informações alimentaram os momentos de projeto coletivo, dando origem a diretrizes para o projeto arquitetônico e urbanístico. Durante o estúdio, parte desta metodologia foi aplicada em um estudo com a comunidade do bairro Vila Brasil, a fim de desenvolver um centro comunitário para a população. O reconhecimento das condições e potencialidades do local foi feito a partir da análise de dados anteriormente levantados e já disponíveis sobre a área, vistorias técnicas no terreno e entorno, bem como incluindo entrevistas e conversas com a vizinhança.

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figura 7

A metodologia

Visita ao Bairro Vila Brasil - Etapa “ conhecendo o usuário ”

Na etapa “Conhecendo o usuário” a comunidade é convidada a expor a sua história, seu perfil e suas expectativas. A atividade tem como objetivo principal o entendimento de premissas. As crianças podem se expressarem através de desenhos sobre “o que gostariam e imaginavam para o espaço” e os adultos são convidados a participar de dinâmicas, assembleias ou debates, expressando seus desejos para o projeto. As entrevistas e conversas com os usuários da área de implantação do equipamento são muito úteis para o refinamento de informações referentes ao local, contribuindo para que, além das informações solicitadas inicialmente, se conhecesse com maior profundidade as expectativas dos moradores com a construção. Posteriormente, os desejos expressos pela comunidade e os dados do programa de necessidades mínimo, exigido por lei são analisados e utilizados para o desenvolvimento da ideia. Após esse contato, o corpo técnico irá desenvolver propostas que podem ser apresentação, levando em consideração todos os condicionantes apresentados anteriormente. A seguir, dependendo da metodologia optada pelos técnicos, o projeto será aberto ao debate com a população, onde todas as pessoas presentes tem a oportunidade de se manifestar acerca do anteprojeto, o que contribuirá para o desenvolvimento de um projeto final.

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A metodologia A partir do conhecimento da forma como uma comunidade se apropria do espaço, o processo de projeto se tornar mais adequado à comunidade. Essa adequação propicia uma maior identidade dos usuários com o objeto. De acordo com WALL; WATERMAN (2011): “A consulta á comunidade podem exacerbar os problemas se a opinião das pessoas for posteriormente ignorada. Isso apenas aumenta a sensação de impotência” (p.124).

Dessa forma, deve-se agir de maneira bastante respeitosa em relação a essa percepção do usuário e tentar ao máximo absorver informações sobre essa análise e desenvolver propostas, diretrizes e planos condizentes com os resultados. Malard et all (2002) afirma que, este envolvimento contribui para a criação de espaços melhor adequados aos seus usuários, e auxilia, posteriormente, para uma melhor manutenção e preservação do edifício, fortalecendo o sentimento de identidade da área, o que pode contribuir para um desenvolvimento positivo na área.

Visita ao Bairro Vila Brasil Etapa apresentação do levantamento

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Estudos de Casos Ainda são poucas as experiências desse tipo de projeto, assim como os registros das mesmas. Porém, uma série de escritórios ou instituições ao redor do mundo está saindo de seu contexto imediato para voltar-se para zonas e comunidades onde a boa arquitetura parece não chegar, desafiando os estilos e as lógicas de trabalho tradicionais para demonstrar que nossa influência, aplicada de forma solidária e colaborativa, realmente pode fazer uma grande diferença na sociedade. A seguir seram apresentados alguns projetos que serviram de referencia para o desen-

TYIN TEGNESTUE Composta por Yashar Hanstad e Andreas Grøntvedt Gjertsen, este escritório se formou no ano de 2008, enquanto a dupla estudava na Universidade de Trondheim - NTNU, Noruega. A busca de sentido em sua profissão os impulsionou a viajar da fronteira entre a Tailândia e a Birmânia até os bosques da Sumatra, onde realizaram uma série de projetos para as comunidades locais.

volvimento do estudo da associação comunitária da Vila Brasil, são

O escritório enfatiza um processo fluido e aberto; uma arquitetura

soluções que mostram com a participação popular e o apoio técnico

pragmática, onde o desenho e a construção andam juntos. A simplicidade

geraram soluções diferencias que mudaram a comunidade.

nos detalhes e a total incorporação do usuário ao longo do processo geram obras que são capazes de transcender o debate social através da produção de uma arquitetura atemporal, profundamente enraizada em seu contexto, e ainda sim, universal e replicável.

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Estudos de Casos Equipamento urbano para a Comunidad Klong Toey > Ano: 2011 > Custo: 4.500 euros De acordo com o Marina de Holanda para o site Archdaily, Klong Toey é uma das áreas com a maior quantidade de habitações informais em Bangkok na Tailandia. Estima-se que na área vivam mais de 140 mil pessoas, a maioria em péssimas condições e sem apoio do governo. A zona conta com grandes desafios sociais, a maioria devido à falta de serviços públicos, saneamento, educação e eletricidade. O problema das drogas afeta em grande escala o clima social, e somando-se as altas taxas de desemprego, gera violência. A função principal do projeto é servir como uma quadra de futebol e parque público, buscando fazer frente a alguns dos problemas sociais da zona baseandose no esporte e na reunião dos vizinhos. Esta proposta faz parte de um desenvolvimento em maior escala e

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tem que ser considerado como uma pequena contribuição que pode conduzir a uma mudança no futuro. Como todos os projetos dos arquitetos do TYIN tegnestue, este busca gerar uma conexão entre a comunidade local e uma rede de profissionais, para alcançar repercussões reais para seus habitantes e sua qualidade de vida. figura 9

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Estudos de Casos Equipamento urbano para a Comunidad Klong Toey Um ano de preparação permitiu a equipe projetar e construir a estrutura em apenas três semanas. Durante este período, a equipe de projeto envolveu-se com a comunidade através de entrevistas, oficinas e reuniões públicas.

O projeto da estrutura é uma combinação de muitas idéias e conceitos básicos e incorpora várias das carências da zona, incluindo cestas de basquete, um palco para atuações ou reuniões públicas e uma estrutura de madeira para escaladas e que, em seu interior, torna-se arquibancada ao redor do campo de futebol. A construção principal é simples e durável; desta forma o projeto executa-se em paralelo com o seu entorno em constante mudança e ajusta-se a idéia de que o projeto pode ser parte de uma maior intervenção para o desenvolvimento futuro do bairro.

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Estudos de Casos Espaços de Paz De acordo com José Tomás Franco , o projeto "Espaços de Paz" está convertendo "áreas de perigo" em "áreas de paz", através do projeto participativo em áreas violentas do país. Liderado pelo escritório venezuelano PICO Estudio, o projeto é o resultado de uma oficina de seis semanas de duração que envolveu cinco grupo de arquitetos - venezuelanos e de outros países. Cada grupo focou no desenvolvimento de um projeto para uma comunidade específica. Através da transformação dos espaços utilizados, como terrenos vazios e áreas de lixão não regulamentadas, os projetos procuram criar:

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"dinâmicas sociais que convidassem a novas formas de convivência e relações nas comunidades, transformando as categorias fundamentais que regem a vida cotidiana: o uso do tempo e do espaço".

Sendo um exercício de Projeto Participativo que procura ativar processos de transformação física e social a partir da autoconstrução de espaços públicos em contextos urbanos em conflito.

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Estudos de Casos Espaços de Paz O evento é uma oficina de 6 semanas desenvolvida, uma semana inicial de pré-produção na qual se organizou o funcionamento, quatro semanas centrais de desenho e execução do projeto propriamente dito e uma semana final para a comprovação dos resultados. Trata-se de uma prática de vitalização sócio-espacial que coloca em cheque o modelo dos grandes projetos de renovação urbana - pensados abstratamente, que demandam grandes investimentos nacionais, complexos processos burocráticos e se concretizam a longo prazo - em favor de soluções que se concentram no coletivo local, com o objetivo de conhecer e transformar as necessidades, expectativas e dinâmicas da vida cotidiana. A participação, desde a concepção até a execução, aplicada como um mecanismo de autogestão do projeto, envolve o cidadão na construção do espaço público em meio a um processo pedagógico que fortalece a coesão do bairro, o poder coletivo e faz uso das instituições governamentais.

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Conclusão O estudo sobre projetos elaborados a partir de processos participativos buscou contribuir, como alternativa, as formas correntes de projeto de equipamentos comunitários no Brasil, ampliando a compreensão da importância de incluir à população, gerando a qualificação desses espaços. Logo, por todos esses aspectos, observamos que as metodologias participativas contribuem para que os técnicos possam formar ideias, imagens e compreensões mais “fiéis” sobre o espaço e seus significados. O envolvimento da comunidade no projeto serve como um instrumento de investigação, que pressupõe indicar necessidades, possíveis diretrizes e programas. Pois, somente quando se entende o espaço em sua complexidade é que é possível compreender seus usos e as relações das pessoas com o lugar. De forma que, a partir das metodologias apresentada, é possível entender como as pessoas se apropriam e quais são as relação delas como o espaço, criando projetos mais palpáveis para a população e com maior conexão com a realidade social.

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Imagens Figura 1. Disponível em: http://img4.adsttc.com/media/images/53e1/0499/c07a/8044/5500/0 14b/large_jpg/GA_Collaborative_Masoro_Village_Project_KIST_Student s.jpg?1407255686 > o em: Junho de 2015 Figura 2. Disponível em: o em: Junho de 2015 Figura 3. Disponível em: o em: Junho de 2015 Figura 4. Disponível em: o em: Junho de 2015~ Figura 5. Disponível em: < https://c1.staticflickr.com/9/8512/8434574407_4cfbf448eb_b.jpg> o em: Junho de 2015 Figura 7. Acervo pessoal - Junho de 2015 Figura 8. Acervo pessoal - Junho de 2015

Figura 9. Disponível em: < http://adbr001cdn.archdaily.net/wpcontent/s/2012/02/1328626862_linterna_para_la_comunidad_ klong_toey_tyin_tegnestue_1326857857_01_tyin_ktcl.jpg> o em: Junho de 2015 Figura 10. Disponível em: < http://adbr001cdn.archdaily.net/wpcontent/s/2012/02/1328626867_linterna_para_la_comunidad_ klong_toey_tyin_tegnestue_1326857897_det.png> o em: Junho de 2015 Figura 11. Disponível em: < http://casadelaciudad.org/wpcontent/s/2015/02/Petare-00-Antes-y-Ahora-1.jpg> o em: Junho de 2015 Figura 12 Disponível em: < http://img5.adsttc.com/media/images/5441/2d31/c07a/801f/e700/04 bf/large_jpg/Pinto_Salinas_0_Antes_y_Ahora.jpg?1413557512> o em: Junho de 2015