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Prólogo
Versão da Nessie "Preparada, meu anjo?" disse o meu pai acariciando-me a cara. De seguida a sua mão pegou numa mecha de cabelo que me ava em frente aos olhos e colocou-a delicadamente por trás da minha orelha. "Sim pai, não te preocupes. Eu sei cuidar de mim." "Pois, eu sei que sabes. Mas não te esqueças que não podes, em circunstância alguma, utilizar os teus poderes. Se precisares de alguma coisa ligas à tia Alice. Ela vai ficar por casa. Eu e a mãe vamos caçar. Porta-te bem e..." "Pai..." interrompi. "É só o primeiro dia de aulas. Não entres em pânico." "Não estou em pânico. Estou apenas preocupado. Ah... mais uma coisa." Torceu o nariz e prosseguiu. "Hoje, é o Jacob que te vai buscar. Ele diz que quer comemorar o teu primeiro dia de aulas..." "Fixe, já não estou com ele há 2 dias, começo a ter saudades." sorri com a notícia. "Comemorar, pois, está bem...comemorar... " murmurou para si mesmo, quase de uma maneira imperceptível, mas que eu consegui, facilmente, decifrar, sorrindo da situação. "Adeus pai, mãe. Até logo. Adoro-vos." "Nós a ti, meu amor." disse a mamã a acenar. Entrei no carro de Rosalie, ela ia deixar-me à escola e depois ia "fazer coisas minhas" como ela costumava dizer. "Tia Rose, como é suposto eu agir na escola? Eu vou entrar directamente para o Secundário, mas só tenho 10 anos...Isso parece-me estranho." "Renesmee, querida, tu aparentas 17 anos, tens de agir como tal. Para todos os teus colegas essa é a tua idade. És nossa prima e sobrinha do Carlisle e da Esme. Não te esqueças nunca disso." "Ok tia. Eu sou capaz..." "Linda, chegamos. Vai lá senão atrasas-te. Boa sorte...Até logo." deu-me um beijo. Eu saí do carro, dirigi-me ao portão da escola e acenei-lhe. Vi o carro vermelho, ao qual eu chamava "moranguinho", quando era pequenina, desaparecer na estrada. Suspirei e entrei na escola. Reparei que todos olhavam para mim deslumbrados. A mamã tinha-me dito que isto poderia acontecer devido à minha beleza, herdada tanto do meu pai como dela. Era nestes momentos que eu gostaria de ter o poder do meu pai. Entrei na sala, ia ter Biologia, a minha primeira aula. O papá já me tinha ensinado parte da matéria deste ano. O professor perguntou o meu nome.
"Renesmee Carlie Cullen." disse sorridente. "Com que então mais um Cullen..." observou o professor. Não era o mesmo que os meus pais e tios tinham tido mas certamente ouvira falar dos excelentes alunos da família Cullen. "Parece que sim. Sou sobrinha de Carlisle." acrescentei de maneira a esclarecer todas as duvidas geradas a volta de Carlisle e Esme devido ao crescimento familiar ao longo dos anos. "Muito bem, sê bem vinda. Senta-te naquele lugar, na terceira fila." apontou. Não pude deixar de reparar na forma como todos olhavam para mim… principalmente os rapazes. Nenhum deles me chamou especial atenção. A única pessoa em que reparei foi a rapariga do canto, junto da janela que era a única que não olhava para mim. Achei curioso, ela ter o cabelo curto parecido com o da Alice. O resto da manhã ou, entre curtos diálogos com colegas e aulas. Conheci todos os rapazes da minha turma de biologia, porque fizeram praticamente uma fila para me conhecerem e para fornecerem a sua ajuda, no que eu precisasse. À hora de almoço, a rapariga de cabelos curtos que faziam lembrar os da tia Alice, falou para mim. "Olá, sou a Violet." Disse com um sorriso nos lábios. "Olá. Renesmee." "Posso almoçar contigo?" perguntou a medo. "Claro, para todos os efeitos ia almoçar sozinha. Assim tenho companhia." Sorri e seguimos para a fila. “Parece-me que só tu achas que ias almoçar sozinha… tens um monte de rapazes interessados em sentar-se aqui… mas acho que ficaram inibidos com o facto de eu estar aqui sentada contigo.” Olhei à minha volta. Realmente havia vários de rapazes de olho em mim. “O que te faz pensar que eles se viriam sentar aqui se tu não viesses?” “Um dia explico-te.” Não voltei a questioná-la sobre esse assunto. amos o resto do dia juntas, tinha sido a única pessoa com quem eu criei alguma relação que permitisse conversar um pouco. Como tínhamos a maior parte das aulas juntas não foi difícil criar empatia. Quando as aulas terminaram fui a correr para o portão esperar pelo meu amigo de sempre, Jacob Black. Foi então que me lembrei que ia ter uma comemoração pelo meu primeiro dia de aulas. Que teria o meu melhor amigo reservado? Mal podia esperar por saber!
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Capítulo 1
Versão da Claire Mas porque é que ninguém me dá ouvidos? Estou farta de ser a menina pequenina, quero crescer rápido. Quero ser igual à Leah, bonita, elegante, forte, protectora...ou senão como a tia Emily, uma das mulheres mais bonitas do Mundo... Porque tenho de ser eu a pequenina? Só uma pessoa me ouve, apenas uma...Quil. O Quil é grande mas também gosta das mesmas coisas que eu, e brinca comigo todos os dias. Vai-me buscar à escola quando a tia Emily não pode, agora que a mamã não está cá. Disseram-me que ela foi para o Brasil procurar casas e outras coisas antigas que estão enterradas na terra...é o trabalho dela. Eu entendo. E assim é mais giro, a tia Emily deixa o Quil dormir lá em casa, então ele conta-me histórias e aventuras dele para eu adormecer e fica comigo a noite toda, para eu não ter medo. Eu já tenho 12 anos mas ainda tenho medo do escuro e ele compreende-me. Ah, já me esquecia, o Quil também me ajuda com as coisas da escola. É pena ele não estar sempre comigo, às vezes vai ear com o Jake, o Embry, o Sam, o Seth, a Leah e os outros amigos dele. São todos muito divertidos, mas acho que o Quil é o único "grande" que tem paciência para mim. E estou chateada porque quero ser "grande" como eles, quero poder ir ear e sair sem ser para ir à escola. E para além disso ninguém me liga quando quero falar...todos me ignoram. Estava deitada sobre a cama a pensar, a tia Emily estava a fazer o jantar e eu já tinha terminado os trabalhos de casa. Quil ainda não tinha aparecido hoje, assim o meu dia estava a ser um seca, estava aborrecida e a precisar de brincar. Liguei a minha aparelhagem e pus um CD a tocar. A batida mexeu comigo e fez-me saltar da cama e dançar. Estava super entretida a dançar e a cantar quando entrou o Quil. "Olá pestinha. Que diversão..." riu-se e deu-me um super abraço e um beijinho, mas o riso rápidamente desapareceu. Eu não pude deixar de corar um pouco, por muito que eu já tivesse feito em frente a ele, qualquer coisa assim seria constrangedora. "Hmm, queres-me fazer companhia?" perguntei envergonhada. "Fiz uma coreografia, se quiseres ensino-te." "Estou um bocadinho cansado, mas fico aqui a ver-te dançar..." "Oh, assim não mete piada. Então vamos fazer outra coisa. Que te apetece fazer?"
"O que tu quiseres, desde que não envolva muito esforço." ele odiava dizer-me que não. Se o fez é porque alguma coisa se ava. "Quil, estás bem?" perguntei preocupada. "Estou, pequenina. Não te preocupes." apesar das palavras de tranquilização, eu continuei preocupada. Ele não sorria como normalmente costumava fazer enquanto me via brincar. Ele estava pensativo, não reagia, não sorria, mal falava. "Assim não dá." berrei. "Ah, que foi?" assustei-o com o grito repentino. Baixei o tom de voz e disse "Não gosto de te ver assim. Conta-me o que se a. Por favor. Não aguento mais esta angustia, estás-me a deixar muito preocupada." "Claire..." começou calmamente. "Eu até te explicava mas tu não irias compreender." "Porquê?" "Porque são coisas complicadas e tu ainda és muito pequenina." Não acredito que agora até o Quil me tratava como se fosse uma "coisa", um ser insignificante que não percebia nada de nada. "Tu também?" protestei. "Não acredito, tudo bem que eu só tenho 12 anos, mas já percebo algumas coisas. Vocês podem achar que não mas eu sou inteligente. Se me explicarem eu percebo tudo." "Ainda não é a altura certa para falar disso, pequenina." "Não queres falar então?" "Desculpa..." baixou a cabeça. Subi para o colo dele, levantei-lhe a cabeça com a minha mão pequenina de maneira a que ele olhasse para mim. "Não estejas triste. Não faz mal. Eu compreendo..." abracei-o com ternura até que senti uma lágrima cair no meu pescoço. Ele estava a chorar, senti necessidade de o confortar, de o mimar. "Quill, não chores. Seja o que for vai-se resolver...Acredita em mim." tentei consolá-lo, e finalmente ele parou de chorar. "Desculpa Claire." "Não faz mal...És meu amigo. Podes contar sempre comigo."
Ele finalmente sorriu. "Eu adoro-te, pequenina." ou a mão pela minha cara. "Obrigada. Para quem é tão pequenina tens um coração gigante." Sorri envergonhada. "Também te adoro." dei-lhe um beijo na bochecha e ele voltou a abraçar-me.
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Capítulo 2
Versão da Nessie Finalmente vi a mota de Jacob aproximar-se, ele guiava-a como se não houvesse amanhã. Aquela mota era uma das preciosidades dele. Apesar de não ser vampiro, também apreciava a alta velocidade. E ficava tão sexy em cima da mota, desde que o conheço que ele tem um corpo perfeito, muitas vezes via raparigas na rua a petrificarem os olhos nos músculos definidos dele e a maravilharem-se perante tanta força concentrada em músculo. Parou a mota mesmo à minha frente, tirou o capacete. "Olá Nessie. Como estás?" deu-me um beijo na bochecha e eu retribui. "Está tudo bem e contigo?" "Também. Sobe. Põe o capacete." "Espera, onde vamos?" Perguntei decidida a descobrir qual seria o programa de comemoração. "Já vais ver. Não sejas tão curiosa..." Obedeci e seguimos viagem. Adorava andar de mota com Jacob, sentir o vento na cara, e ele conduzia extremamente bem, com suavidade, como se a mota flutuasse. Quando ele estacionou a mota reparei que estávamos em casa dele. "A tua casa?" "Sim, surpreendida?" "Sinceramente, não sei bem." "Vamos entrar? Vais adorar a surpresa..." "Surpresa?!?! Achei que era apenas uma comemoração normal..." "Pois, mas não é." "O que é?" "Calma..." Entramos em casa, estava silenciosa, supus que Billy Black não estivesse em casa. "O teu pai?" "Foi pescar só volta amanhã ao fim da tarde." "Então e a minha surpresa?" perguntei ansiosa. "Vamos ao meu quarto." Ele abriu a porta e em cima da cama estava um vestido vermelho lindo. "O que é isto?" perguntei em êxtase. "Preciso que te vistas, vamos fazer um jantar de gala. Quanto ao vestido...bem a Alice deu uma ajudinha." Alice. Claro, quem mais poderia ter ideias destas? Ela e as suas surpresas todas bonitinhas. Mas desta vez, tinha de itir. O vestido era absolutamente perfeito. "Mas..." "Mas nada... Faz o que te peço, não te vais arrepender." "Ok..." Hesitante, entrei no quarto. Peguei no vestido e irei a sua beleza. Se bem conheço a minha tia, este vestido ia encaixar na perfeição no meu corpo.
Tirei a camisola, as calças e o soutien. Alice tinha deixado um que se enquadrava perfeitamente no vestido. Vesti o soutien. Sentei-me na cama a pensar no que Jacob poderia estar a fazer. Enfiei o vestido pelas pernas e subi-o até à cintura deixando o peito descoberto. Pus um pouco de creme que Alice me tinha deixado também em cima da cama, juntamente com uma caixa de maquilhagem. Reparei numa foto que Jacob tinha de nós os dois quando eu era mais pequena. Ao lado tinha uma com a sua alcateia e por baixo, uma dele com o pai. Achei aquilo amoroso. Estava virada de costas para a porta a pôr um pouco de gloss brilhante, o mais simples possivel, apesar da minha tia ter deixado uns 10 batons todos com cores diferentes. Entretanto, Jacob abriu a porta. Virei-me. A minha reacção foi levantar o resto do vestido o mais rápido que pude. Fiquei vermelha como um tomate, parecia o "moranguinho" da tia Rose. “Jake!” gritei embaraçada. Mas ele também ficou embaraçado e desculpou-se imediatamente. "Desculpa Nessie... estavas aqui há tanto tempo que pensei que estivesses vestida..." "Mas não estava. Agora podes sair e parar de olhar para mim? Estás a deixar-me mais envergonhada!” "Desculpa... aaa… despacha lá isso..." baixou rapidamente o olhar e fechou a porta atrás dele. Que vergonha. Este momento foi, provavelmente, o mais embaraçoso da minha vida. Finalmente estava pronta. Abri a porta e segui para a sala. Pelo caminho estavam espalhadas velas, que ardiam intensamente. Sem saber porquê comecei a ficar nervosa. Cheguei à sala e vi Jacob de pé a mexer em CD's, vestido com calças pretas de um fato e uma camisa branca às riscas pretas fininhas. Virou-se e reparei que tinha uma gravata vermelha, ório que eu mais adorava ver num homem. Estava simplesmente espectacular. “Uau Nessie… estás… linda…” Corei. "Obrigada, não ficas nada atrás." "Senta-te. Vamos jantar." Puxou-me a cadeira para que eu me sentasse e empurrou-a quando eu o fiz. Jantamos e estivemos a falar uns minutos até que Jacob me surpreendeu. "Queres dançar?" "Jake...tu não danças..." Lembrei-o. "Digamos que a Alice me ajudou a dançar um bocadinho melhor." Disse sorrindo. "E quero experimentar os novos os contigo!" "Hmm, ok." Levantamo-nos. Ele carregou no botão "play", agarrou a minha mão e puxou-me para perto de si. Apanhou o tempo e começou a guiar-me na dança. Estava tudo a correr bem. Ele estava muito melhor, ao menos já levantava os pés. Era tão engraçado vê-lo a dançar, era trapalhão, um pé pesado. A dança fluiu até a música acabar. Quando isto aconteceu, ele olhou-me nos olhos. Levantou-me a cabeça segurando-me no queixo e aproximou a sua cara da minha. Senti o hálito fresco de Jake junto da minha face. Percorreu a minha bochecha até ao canto dos meus lábios. Vi-o fechar os olhos. Entrei em pânico. Ele ia beijar-me!! Fiquei sem saber o que
fazer, por isso fiz o mais fácil, fugi. Saí a correr pela porta fora. Tirei os sapatos e corri pelo mato até casa.
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Capítulo 3
Versão do Jacob Finalmente acabei de preparar a surpresa da Nessie. Esperava que aquela noite fosse uma das mais especiais. As velas estavam acesas, a mesa posta, a sala arrumada, faltava apenas uma coisa, a Nessie. Nessie já estava no quarto há quase uma hora. Pensei que já estivesse pronta então fui chamá-la para jantar. Abri a porta do quarto. "Jake!" gritou Nessie. Ela estava com o vestido pela cintura e eu, sinceramente, não consegui reagir enquanto ela não o puxou para cima de maneira a tapar o peito. Fiquei uns escassos segundos bloqueado a olhar o perfeito corpo dela. Ela era linda...Fiquei tão envergonhado que tentei desculpar-me. "Desculpa Nessie... estavas aqui há tanto tempo que pensei que estivesses vestida..." disse arrastadamente, quase sem pensar... fiquei inebriado com tanta beleza e perfeição. "Mas não estava. Agora podes sair e parar de olhar para mim? Estás a deixar-me mais envergonhada!" disse em tom de acusação. Realmente foi difícil para mim desviar o olhar de tão grande elegância. "Desculpa...aaa...despacha lá isso..." disse quase a gaguejar. Baixei o olhar e fechei a porta. Quando esta bateu, encostei-me à parede e pensei Oh meu Deus, como é possível existirem coisas assim? Tão belas, tão delicadas, tão esbeltas, tão perfeitas...Ela é linda. A minha Renesmee é linda. Estava a remexer nos CD's quando ouvi os os de Nessie a aproximar-se. Quando deixei de os ouvir, virei-me para a porta da sala, e lá estava ela. O vestido vermelho justo realçava as suas curvas corporais extremamente bem desenhadas, as finas alças de cetim davam um toque subtil aos seus ombros claramente destapados, o cabelo caía pelas suas costas de uma forma natural, as pequenas sandálias, com um pequenino salto, aconchegavam os seus pés e a leve maquilhagem que Nessie tinha escolhido rematava perfeitamente naquele corpo. No fim de uma leve apreciação, só consegui pronunciar umas meras palavras. "Uau Nessie...estás... linda..." Ela corou e disse "Obrigada. Não ficas nada atrás." Despertei do meu transe provocado por Nessie e ajudei-a a sentar, tal e qual um cavalheiro. Durante o jantar não consegui tirar os olhos de cima dela, apreciava os seus olhos, os seus lábios, a sua face, o cabelo, tudo... Reparei também que sempre que a olhava nos olhos ela
corava levemente, ficando com as bochechas um pouco rosadas e sorrindo subtilmente, desviando o olhar. Finalmente ganhei coragem para pôr as aulas de dança de Alice em prática. "Queres dançar?" perguntei-lhe, esperando uma recusa. "Jake...tu não danças..." fez questão de sobressair o "não" e torcer o nariz exactamente como a mãe costuma fazer quando algo soa estranho. Expliquei-lhe que a Alice me tinha ensinado. "E quero experimentar os novos os contigo!" disse a sorrir. Ela respondeu hesitante. "Hmm, ok." Nervoso, levantei-me juntamente com ela e dançamos até a música acabar, durante esse tempo senti o coração dela acelerar e o meu também. Ela dançava tão bem, era tão leve. A música acabou e o meu coração apoderou-se do meu corpo e fez-me olha-la nos olhos levantando-lhe a cabeça. Aproximei a minha cara da dela, o meu olhar deambulava entre os lábios e os olhos de Nessie. Senti o cheiro dela e quase encostei os lábios à sua bochecha, mas mais uma vez o meu coração me traiu, movendo, assim os meus lábios de encontro aos dela. Fechei os olhos, estava prestes a beija-la... Ela largou a minha mão e fugiu a correr. Ouvi a porta a bater. O que fui eu fazer?Estava prestes a explodir. Comecei a tremer descontroladamente e só tive tempo de tirar a gravata antes de me transformar. Saí, completamente fora de mim, pela janela. Não sabia para onde ia, não sabia em que direcção ia, mas precisava de correr. Na minha forma de lobo era mais fácil pensar, sentia-me livre, sem receios... Parei na praia de La Push. Acalmei-me. Reflecti um pouco. Acabei por voltar a casa para pegar uma roupa, visto ter rasgado a outra toda com a transformação, tendo o cuidado para que não me vissem na forma de lobo ao entrar em casa. Regressei à praia. Sentei-me na areia a irar o mar. Não havia lugar algum mais perfeito do que aquela praia, sentia-me livre. Respirar o ar puro e cheirar a maresia era reconfortante, relaxava todos os meus músculos. Limpava-me a alma. Claro que era sempre melhor ir para ali com Nessie...
Não queria pensar nela agora...Mas fiz asneira...Tinha de arranjar uma maneira de a desfazer. *Flashback* "Jake, controla-te." disse Nessie quase a sufocar de tanto rir. Adorava ver aquela rapariga rir, ela é uma das pessoas mais felizes do Mundo, pelo menos tenta transparecer isso... Tem sempre um sorriso para dar. E a melhor maneira de a fazer rir era fazer-lhe cócegas. Ela morria de riso... "Jake, está quieto...Ai! Vou-te morder..." disse por entre gargalhadas. "Não vais não...Tu és uma menina bonita, não fazes isso aos meninos bonitos pois não?" perguntei em tom de brincadeira. "Bonitos?! Onde?"perguntou a gozar comigo. De seguida mordeu-me o braço levemente mas mesmo assim feriu... Parei de lhe fazer cócegas e ri-me com ela. "Essa doeu..." queixei-me. "Não doeu nada, mentiroso." acusou ela na brincadeira. Vi a ferida desaparecer...era óptimo ser um lobo nestas alturas. "Ai..." disse ao conseguir finalmente parar de rir. Ela também já estava a acalmar. "És completamente doida. Qualquer dia matas-me!" "Oh, ninguém morre por isso...morro mais facilmente eu com cócegas..." protestou Nessie. Agora olhávamo-nos e tentávamos controlar a respiração mas era quase impossível devido ao efeito que ela provocava em mim. Sempre que estava com ela sentia calor pelas minhas veias, a adrenalina subia, borbulhavam sentimentos no meu pensamento, sentimentos que eu não podia controlar e que me impediam de manter a pulsação e a respiração controladas. Era ela...a minha alma gémea... *Fim do flashback* Era tão feliz ao lado de Nessie. Não a podia deixar escapar assim. Mal nascesse o Sol ia ter com ela e explicar-lhe tudo. Embrenhado nos meus pensamentos ouvi uma voz soar. "Fizeste asneira outra vez, não foi?"
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Capítulo 4
Versão do Jacob "Fizeste asneira outra vez, não foi?" Leah, estava diante mim, com um ar preocupado. "Parece que a minha sentença é fazer asneira." Lamentei-me. Leah aproximou-se mais, pôs-me a mão no ombro. "Jake, queres falar?" Abracei-me a ela e comecei a chorar. Ela aconchegou-me no seu ombro, sentámo-nos na areia. Quando parei de chorar percebi que precisava de partilhar a minha dor com alguém. "Leah, podes ouvir-me por uns momentos?" "Claro Jake, fala...foi a Renesme?" "Fui eu...Leah... Como tu disseste, fiz asneira..." parei para respirar fundo. "Tentei beijá-la e ela fugiu." Disse envergonhado. Leah não conseguiu evitar sorrir, ia desfazer-se em risos mas conteve-se mordendo o lábio. Tossiu para aclarar a voz. "Hmmm, pois...Tu és demasiado instintivo. A rapariga assustou-se de certeza. És um tolo Jacob Black." gozou num tom perverso. "Leah... Não gozes, por favor..." pedi quase implorando. "Estou mesmo triste...não sei o que fazer. Ajuda-me!" "Como sempre, vou-te ajudar." disse enquanto fez uma careta de desprezo na brincadeira. Partiu-se a rir. Comecei a não achar graça às suas piadas. Eu estava com problemas e ela estava a gozar comigo por eu os ter, no momento em que lhe pedi ajuda. "Leah, importas-te?" "Ok, desculpa...agora a sério." a sua cara correspondeu às suas palavras. "Jake...tens de lhe explicar que foi sem pensar e ..." "Não foi sem pensar..." Sussurrei. Leah ouviu e replicou. "Não foi o quê?" "Não foi sem pensar." disse de maneira audível.
"Jacob Black, seu malandro." rematou a frase com uma cara perversa e prosseguiu. "Não sei o que te dizer. Fala com ela...Desculpa...o resto é contigo." "Grande ajuda Leah, mas obrigado na mesma." disse sarcasticamente. "Ah é verdade...Jacob, o Quill quer falar contigo...Acho que é importante." "Eu o lá mais tarde. Agora tenho uns assuntos pendentes." "Nessie...Nessie...Meu amor...anda cá." Leah gozava descaradamente comigo. Dei-lhe uma pancadinha na cabeça. "Quando tiveres a tua impressão natural por alguém vais perceber o que eu sinto." "Sim, está bem, Jake!" Sorriu. "Boa sorte..." "Obrigada, adoro-te..." Afastei-me de Leah e corri para casa de Bella para me encontrar com Nessie. Versão da Nessie Corri o mais rápido que pude pela floresta, silenciosa e acolhedora. O vestido não ajudava nada. Não pensei duas vezes quando o rasguei para correr mais depressa. Sei que Alice não ia gostar, mas agora nada disso me importava. E de onde vinha este vestido podiam vir mais. Agora o que eu tinha acabado de fazer ao Jacob podia mudar tudo… Ele… senti a cara ficar subitamente mais quente. Tive de parar. Não conseguia perceber o calor que vinha de dentro de mim… Nunca tinha pensado nele dessa forma. Quer dizer, ultimamente, sempre que o via dava-me um frio na barriga, tinha necessidade de estar sempre a sorrir, de o fazer rir, de falar com ele, de estar com ele. Mas ele sempre fora tão presente na minha vida que não achei que o que eu sentia podia ser mais que uma amizade… além de que eu não sabia o que era gostar de alguém… gostar como o papá gosta da mamã, como a Rosalie gosta do Emmett, ou como a Alice gosta do Jasper, ou mesmo como a Esme gosta do Carlisle. Para mim este tipo de amor era totalmente desconhecido. Não sabia o que sentia, o que se queria… e se eu não gostasse dele dessa forma? E se a minha necessidade de estar com ele fosse apenas porque ele esteve sempre presente na minha vida? E tudo se resumisse a uma grande amizade? Encostei a cara á árvore fresca ao meu lado. Fechei os olhos e deixei que o frio percorresse a minha pele. Senti-a ficar mais fria. Depois na minha cabeça surgiu a imagem da minha dança com o Jacob. Os seus lábios a tocarem na minha pele. A brisa do seu hálito quente na minha pele… e por fim a sua boca prestes a tocar na minha…
Abri os olhos de repente. Eu gostava do meu melhor amigo. Mais do que um simples amigo. Era isto o amor? Jacob sempre foi em toda a minha vida, muito presente, foi o meu protector, o meu amigo, o meu apoio, a minha alegria… sempre o vi como um irmão mais velho. Mas agora tudo tinha mudado. Eu era uma mulher apesar dos meus poucos anos de vida, e ele era um homem… o homem que eu gostava. Não sei quanto tempo estive encostada à arvore. Por fim decidi que tinha de falar com ele, dizer-lhe que tive medo de cometer um erro, mas que agora já não estava confusa. Já não estava, certo? Virei-me decidida a procurar por ele. Mas quando me virei ele já estava ao meu lado. confesso que me assustei, não sei há quanto tempo ele estaria ali. Estava tão absorvida nos meus pensamentos que nem o vi chegar. Perdi novamente a coragem. E se ele se tivesse arrependido e me viesse dizer que foi um erro? Que afinal não gostava de mim? Baixei o olhar e esperei que ele falasse. Versão do Jacob Corria e pensava no que dizer quando encontrasse a Nessie. Tinha a leve impressão de que a conversa ia ser curta. "Nessie, desculpa aquilo de ontem...por favor..." Não...isso não soava bem...estava demasiado rebuscado. "Nessie, pequenina...eu não te queria beijar, foi uma cena de momento..." Não, não, não...cada vez pior. Para além de ser mentira...eu queria beijar Nessie... Cada vez que olhava para aqueles lábios perfeitamente delimitados sentia uma vontade enorme de os provar. E quando ela me olhava daquela maneira puramente terna só me apetecia abraçá-la e... Interrompi os meus pensamentos sobre o que fazia ou deixava de fazer. Agora tinha de pensar no que dizer a Nessie. "Nessie...Eu..."
Enquanto corria, deparei-me com uma visão que me fez parar de imediato. Parei de correr, de pensar... Nessie estava encostada à árvore a pensar, tinha o vestido rasgado e um ar triste. Petrifiquei a olhar para ela. Ela virou-se repentinamente ficando de frente para mim. Encarou-me com surpresa mas não falou... Parecia estar à espera que eu começasse. Eu assim o fiz... "Nessie, sobre o que aconteceu ontem..." "O jantar estava óptimo..." Interrompeu-me bruscamente tentando fugir ao assunto. "Não estava a falar bem disso..." Nessie voltou a falar por cima, como se eu não estivesse a dizer nada. "Ah! Tu até dançaste e tudo... A Alice esmerou-se no vestido. Mas como podes ver...hmmm" Pegou nas pontas do vestido para que eu visse o quão rasgado este estava. "Ela não vai ficar contente." Disse eu tentando acalmar o ambiente de tensão que ali se tinha instalado. Era como se uma nuvem de más vibrações tivesse parado exactamente por cima das nossas cabeças. "Pois não..." Ambos baixamos o olhar constrangidos ao recordar-mos a noite anterior. Nessie prosseguiu. "Jake..." Mas depressa se calou. Só pronunciou o meu nome... Depois o silêncio alastrou-se. "Sim, Nessie...Diz..." Incentivei-a, quebrando o silêncio e olhando-a nos olhos. "Nada, nada...Esquece." "Nessie... Desculpa temos mesmo de falar. Assim não dá! Não consigo ignorar o que aconteceu ontem... Tenho de te dizer..." Não consegui acabar... Um grito de Nessie ecoou na minha cabeça. "CUIDADO JAKE!" Só tive tempo de me virar e agarrar, ainda no ar, o tronco que ia cair por cima de nós. Larguei o tronco e vi mais uns quantos a voarem. Quem andaria a fazer isso? "Nessie preciso que vás para casa isto pode ser perigoso..." "Não te vou deixar...Eu..." "Nessie vai. Eu não vou para ali..." Agarrei-lhe as duas mãos e sussurrei "Prometo..."
Ela suspirou, pôs-se em bicos de pés e beijou-me o canto do lábio. Olhou-me e correu por entre as árvores, em direcção a casa. Eu voltei-me para ver o que se ava mas tudo tinha acalmado. Lembrei-me do que Leah me disse "O Quil precisa de falar contigo.". Dirigi-me assim para casa do Quil ignorando por momentos a situação violenta de árvores a voarem pelos ares e pensando apenas no beijo que Nessie me dera. Teria esse beijo algum significado?
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Capítulo 5
Versão do Quil "Não sei o que fazer Jacob. A Emily disse que a Claire ia para o Brasil com a mãe e a única coisa que eu consegui fazer foi chorar. Ela pediu-me para falar com Claire mas...eu...não consegui. Jacob, eu não vou conseguir ficar longe dela." agora chorava violentamente. "Quil, tens de te acalmar. Falaste com a Emily sobre a possibilidade da pequenina ficar cá?" "Falei Jake, já tentei tudo. Já disse que eu tomava conta dela e que Emily era suficientemente responsável, e que até podíamos pedir ajuda a Leah. Mas a mãe de Claire está, completamente, irredutível." "Pois...mas tu sabes que ela precisa da mãe, certo?" "Claro. Eu compreendo isso. Mas é tudo tão difícil para mim. Eu não tenho culpa de ter tido a impressão natural por ela. Ela ainda é tão pequenina, não sei se vai compreender. Assim longe eu não vou poder ser nada para ela. Não poderei seguir o meu destino. Não poderei ser o amigo que está sempre lá." "Quil, não chores, eu sei que é complicado mas tens de pensar que ainda te restam 2 semanas com ela." "Sim, eu sei. Vou aproveita-las ao máximo. Vou levá-la aos seus sítios preferidos, vamos comer gelados, vamos à praia, vamos ear até mais não… quero que ela tenha os dias mais felizes possíveis antes de ir. Quero que ela não me esqueça…" disse já acalmado do choro. Precisava disso, de uma despedida...Ela era a minha pequenina, protegia-a desde os seus dois anos e tencionava continuar a fazê-lo. *Flashback* "Olá Emily, tudo bem?" perguntei sorridente. "Sim, e contigo?" "Hmm, mais ou menos, ando cansado..." Ouvi um riso musical de uma criança. Emily sorriu com a minha cara de curiosidade. "É a minha sobrinha! Vem conhece-la! É mesmo fofinha e bonita! Uma querida. Anda, o Sam está a tentar adormecê-la." "Ok, vamos." Entrei no quarto de Emily, olhei para a criança que Sam ava nos braços.
De imediato, senti calor pelo corpo todo, o meu coração disparou, comecei a ficar zonzo. Vi toda a minha vida a ar-me pelos olhos. Depois tudo se focou num ponto...naquele pequeno ser que eu tinha visto uma única vez. Tudo o resto deixou de fazer sentido, a minha vida, a alcateia, os meus amigos, os meus pais… aram a ser insignificantes perante aquele ser. Aquela pequena criança, com um pequeno rosto angelical, que olhava para mim de olhos curiosos e arregalados. Foi como se um laço muito forte me ligasse a ela. Um laço que jamais poderia ser quebrado. Senti que devia protege-la, ama-la, cuida-la…Como se a gravidade tivesse mudado de sentido e em vez de me manter preso ao chão, me prendesse a ela. Ela era a luz dos meus olhos. A razão da minha existência. Ela… Sentei-me. Estava prestes a sucumbir… porque é que tinha sentido aquilo? Cada movimento, cada palavra que provinha daquela criança ecoava na minha mente fazendo-me voar. Automaticamente, senti um desejo enorme de a proteger, desejo talvez não...mas necessidade. "Como se chama?" perguntei atordoado. "Claire" Emily respondeu sem hesitar e continuou a irar Sam com a pequena Claire nos braços. "Que idade? Dois, três?" "Dois. É linda não é?" "É perfeita..." sussurrei para mim mesmo de uma maneira quase imperceptível. *Fim do Flashback* O dia em que tive a impressão natural pela pequena Claire marcou o meu destino. Marcou a minha vida, a minha existência… Seria o que ela precisasse. Para sempre.
(1 dia depois)
Tinha apenas duas semanas para aproveitar o tempo com Claire. Pensava levá-la ao parque de diversões de La Push. "Vamos Claire, despacha-te." "Já vou Quil... Pronto estou aqui!"
"Então vamos. Adeus Emily." "Adeus tia Emily.” Claire tinha uma voz tão doce que tudo o que dizia me fazia sorrir introspectivamente. "Adeus meninos. Juízo." Abri a porta, e vi um carro estacionar à minha frente. De repente, tudo se desmoronou, era a mãe de Claire, Kelly. "Olá meu anjo." "Mamãaaaaaaaaaaa" gritou a minha pequenina correndo para alcançar o abraço da mãe. Ao ver aquele cenário fiquei comovido, Claire tinha comentado comigo as saudades que tinha da mãe. Mas também surgiu em mim um sentimento de revolta. Ela tinha vindo buscar a pequena Claire. Tinha vindo mais cedo. Eu não estava preparado para a deixar ir assim. Corri para junto de Emily e perguntei-lhe o que fazer. As lágrimas já escorriam pela minha cara. Nunca tinha estado tão longe de Claire durante tanto tempo como ia estar. Kelly sempre viveu em casa dos seus pais, mesmo ao lado da casa de Emily. E quando se ausentava, em trabalho, Claire ficava em casa da tia. Porque é que desta vez tinha de ser diferente? Porque tinha ela de me deixar? Quem a ia proteger agora? Não era justo. "Não há nada que possas fazer... desculpa... mas ela volta quando a expedição da Kelly terminar." Emily tentou consolar-me mas em vão. Depois do jantar, Kelly e Emily arrumaram a cozinha, eu e Claire fomos para o quarto de Emily. "Claire..." "Sim.." disse sorridente. "Tenho de te contar uma coisa. Mas preciso que não comentes com ninguém, nem mesmo com a mamã. Prometes?" "Claro que sim. Conta, conta, conta..." "Hmm, tu hoje vais embora com a tua mamã." Mal acabei de pronunciar estas palavras os olhos dela transformaram-se em espelhos de água.
"Não te quero deixar aqui..." tive de me conter para não chorar com ela quando estas palavras saíram disparadas pela sua boca. "Meu anjo tu voltas, é só por uns tempos..." as palavras saíram arrastadas, custou-me dizerlhe aquilo. Eu queria ter dito qualquer coisa como "Pequenina fica comigo...por favor." Antes de entrar no carro, Claire agarrou-se a mim com toda a sua força. Ela tinha percebido tudo o que lhe disse. Estava decidida a voltar e eu esperava que sim. Vi-a entrar no carro. Quando este arrancou, não consegui conter-me. Não queria deixa-la ir. Precisava dela… precisava do seu riso, da sua alegria, da sua companhia. Não sei porque o fiz, quando dei por mim corria descontroladamente atrás daquele carro, atrás da menina que fazia parte da minha vida de uma forma com qual eu não conseguia simplesmente lidar. Só me apercebi que estava na forma de lobo, quando as lágrimas de Claire desapareceram por breves momentos, quando os seus gritos de choro aram, e ela olhava para mim pelo vidro traseiro do carro, surpreendida. Ainda não era a altura certa de ela saber. Não sei se a ia assustar mais. Mas era isto que eu era na realidade. E não havia melhor forma de o explicar do que mostrar. Mesmo sem querer foi o que fiz...
Versão da Claire Olhei para trás, através do vidro vi Quil correr atrás do carro. Comecei a soluçar, as lágrimas que escorriam pela minha cara já sentiam saudade. Comecei a ficar desesperada. Não queria deixa-lo. Ele era o meu melhor amigo, era o irmão que eu não tinha. Estava a prepara-me para me sentar e fechar os olhos ao ver o sofrimento do meu amigo, quando...não sei o que aconteceu...ele...ele, era um lobo. Um lobo…ele… eu vi… ele transformou-se… as roupas rasgaram-se, os pedaços voaram no ar ficando para trás. O meu choro cessou. As lágrimas pararam de correr. A minha tristeza deu lugar a surpresa. Ele continuou a correr acompanhando o carro. Era lindo, o pelo castanho-chocolate brilhava mesmo com a escassa luminosidade, os olhos grandes transmitia sofrimento. Percebi então que ninguém poderia saber daquele momento. Depois voltei a chorar. Não sabia se era tristeza, se era choque depois do que vi, ou se era felicidade em ter o meu amigo a correr por mim. "Páraaa..." gritei para a minha mãe parar o carro. "Claire o que se a? Porque queres que pare o carro?"
"Pára, por favor" implorei angustiada. Senti o carro a abrandar. Mal parou de andar, abri a porta e saí. Olhei para Quil antes de avançar para junto dele. Ouvi o berro da minha mãe quando me viu ir em direcção ao enorme lobo que estava á minha frente. Sorri para ele. Não tive medo algum. Sabia que era ele. Era o meu melhor amigo. Dei o primeiro o mas a minha mãe agarrou-me com força. Arrastou-me devagar para longe do lobo. Quil recuou. "Mãe deixa-me ir...ele não vai fazer-me mal. É meu amigo…” “Tu és doida? É um lobo Claire! “Confia em mim, uma vez na vida!" "Mas é perigoso filha..." "Não é nada...já te disse que é meu amigo." soltei a minha mão bruscamente e corri para junto de Quil. Abracei-o desesperadamente. A mamã ficou estupefacta com a reacção do meu amigo. Encostou o focinho ao meu ombro e ficamos assim uns momentos. A mãe estava a chorar. "Eu vou voltar. Vais ver. Vou pensar todos os dias em ti. Em breve estarei de volta. Comigo o teu segredo está guardado." sussurrei para Quil. O triste lobo olhou para mim e uma lágrima rolou pelo seu focinho caindo no chão. "Claire, querida temos de ir." chamou a minha mãe. Afastei-me lentamente sem deixar de o encarar. Levei a minha mão aos lábios e mandei-lhe um beijo de "até já". Quando o carro arrancou, vi aquele lobo castanho-chocolate ficar para trás.
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Capítulo 6
Versão do Jacob Quil estava desvastado. Pediu que não o procurassem durante uns tempos... Ninguém sabe para onde ele foi. A única coisa que ele disse foi "Eu volto! Em breve." A Claire era demasiado importante para ele, tal como a Nessie é para mim. Ao pensar em Nessie só me lembrava de ir ter com ela para resolver finalmente as coisas. Pensava ir ter com ela depois do jantar com o resto da alcateia. A reunião visava tratar do assunto "Quil". Um assunto que estava a dar muito que falar e muitas questões se levantavam sobre o que andaria ele a fazer, onde estaria e se estaria bem. "Jake!" O meu pai chamou provavelmente para o ajudar a fazer qualquer coisa. Estar em cadeira de rodas não lhe facilitava nada a vida. Precisava da minha ajuda para muita coisa e após a minha transformação, ei a ter mais capacidade para o ajudar. Corri para junto dele. "Sim, pai?" "Podes-me deixar o comer a aquecer no microondas antes de saíres?" "Sim, claro. Vou daqui a pouco. Vou só tomar um banho e mudar de roupa." "Hmmm... OK!" Disse com um olhar desconfiado. "a-se alguma coisa?" "Não filho. Vai lá tomar banho." "Ok..." disse virando as costas. Enquanto tomava banho, pensei no beijo inseguro que Nessie me tinha dado. Um beijo no canto do lábio, que me soube tão bem. Quando acabei de tomar banho, vesti-me. Umas calças de ganga e uma camisa por fora das calças, tal e qual como Nessie gostava. Pus um pouco de perfume, um pouco de gel no cabelo e olhei-me ao espelho, pensando "Jacob Black, concentra-te. Vais falar com ela e resolver as coisas. Mas acalma-te, pareces um rato com medo do gato." Eu ia falar com ela e sem saber porquê estava a entrar em delírio. O nervosismo era imenso, sentia o meu estômago gelado e o meu coração bombeava o meu sangue quente a uma velocidade espantosa. A minha cara começava a ruborizar de tanto pensar em Nessie de uma maneira mais intima do que como uma simples amiga. Lembrei-me que ainda tinha de pôr o jantar do meu pai a aquecer. Segui para a cozinha com pretexto de fazer isso mesmo. Entretanto ei pelo meu pai que estava na sala a ver basebol. "Eh lá. Deitaste a baixo um frasco de perfume..." Gozou o meu pai super divertido. "Já para não falar da roupinha. E do gel. Hmm, onde vais depois do jantar?" "Porque perguntas isso?"
"Não acredito que essa produção toda seja para o Sam ou para o Seth ou qualquer um dos outros." O meu pai gozava comigo como se eu fosse um amigo dele. Isso fazia-me sentir à vontade com ele. E, por vezes, até eu entrava na brincadeira. "Oh, pai...Não gozes. Estou assim tão mal?" perguntei tentando fugir da piada. "Não filho. Estás óptimo. A Nessie vai adorar." "A Nessie? Quem te disse que eu ia ter com a Nessie." "Jake, sou teu pai. Sei que só te arranjas assim para a menina dos teus olhos. Mas tem cuidado, ela ainda morre intoxicada com tanto perfume." "O quê? A sério? Exagerei muito?" perguntei preocupado. Tinha de estar perfeito para ela. Tinha de a convencer de que a amo realmente para além da impressão natural e um pouco de cuidado com a imagem é sempre um ponto a favor. O meu pai desatou a rir com a minha pergunta. "Filho, estava a brincar. Vai lá aquecer-me o jantar antes de saíres. E desculpa o incomodo, sei que às vezes te dou demasiado trabalho." "Oh pai. Não dás nada." Virei costas e dirigi-me à cozinha. Após fazer o jeitinho ao meu pai despedi-me dele com um beijo. "Filho..." Disse quando me dirigi para a porta. "Tenho muito orgulho em ti. Boa sorte com a Nessie." Sorri. "Obrigada pai. Adoro-te." Saí para o encontro da alcateia. Combinamos encontrarmo-nos na casa de Emily. Já estavam quase todos reunidos quando cheguei. Faltavam apenas o Seth e a Leah. Após todos perceberem que era melhor deixar Quil estar afastado durante alguns tempos, demos a reunião terminada. Todos tinham terminado o jantar. "Pessoal, desculpem mas tenho uns assuntos para resolver. Boa noite. Até amanhã." Despedi-me de todos. "Manda beijinhos meus à Nessie..." Disse Leah a tentar fazer bricadeira. Pelos vistos começava a ser hábito gozar comigo por causa de Nessie. Peguei na mota e arranquei rumo a casa de Bella. Toquei à campainha mas ninguém estava. Decidi ir até casa de Carlisle. Alice abriu a porta. "Olá...Jake..." "A Nessie está?" perguntei cada vez mais nervoso. "Desculpa Jacob. Mas ela saiu com o Edward e a Bella e só voltam daqui a uma semana. Ela pediu para te avisar mas eu esqueci-me. Desculpa." "E porque não foi ela a avisar-me?" "Porque quando ela chegou a casa depois do vosso jantar o Edward já tinha decidido isso. E tiveram de sair logo."
"Ah ok..." O meu olhar ficou triste. "Pois...Menino Jacob...o que se ou? Ela chegou com o vestido rasgado." "Alice, não me apetece falar disso. Vou para casa. Boa noite. Obrigada." Virei costas decidido a voltar para casa mas... "Jacob Black..." Olhei para os arbustos de onde aquela voz tinha saido e...A minha cara não podia estar com um ar mais estupefacto do que naquele momento.
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Capítulo 7
Versão do Jacob
"Jacob Black..." Olhei para os arbustos de onde aquela voz tinha saido e...A minha cara não podia estar com um ar mais estupefacto do que naquele momento. Não podia ser. O que estavam aquelas três sanguessugas a fazer ali? Aro, Demitri e Jane tinham os seus olhos vermelhos postos em mim. Os de Jane quase penetravam a minha mente com a intensidade com que brilhavam devido à fome que avam. "Meu Deus. Nem depois da derrota vocês ficam longe?" perguntei irado com a presença deles. "Pois, razões fortes nos trouxeram aqui. Outra vez." As últimas palavras foram pronunciadas carregadamente por Demitri. "Ai foi? Então e que razões são essas? Pode-se saber? Sanguessuga nojenta." Jane sorriu olhando com desdém. "Ouve lá... Oh cão. Não tens nada que ver com isso." O seu sorriso tornou-se mais ameaçador. O seu olhar cruel cruzou-se com o meu. Uma dor percorreu o meu corpo de uma ponta à outra. Estava a arder. Não conseguia controlar a dor horrível que sentia. Quis gritar, mas não ia dar parte fraca em frente destas sanguessugas. Cerrei os dentes com toda a minha força para não gritar. A dor aumentou de intensidade tornando-se impossível conte-la. Contorci-me de dores no chão e por fim senti que perdia os sentidos. "Jane chega!" ouvi Aro protestar. "Não quero ninguém ferido. Larga-o." O olhar de Jane soltou-se do meu e senti a dor desaparecer. Continuei sem força para me levantar. Agora respirava descomadamente. "Estava a ser tão divertido. Tenho de arranjar uns brinquedos destes lá em Itália." disse Jane com um sorriso travesso. “Achei amoroso ele ter evitado gritar! Muito corajoso o nosso cãozinho!” "Talvez seja bom saberes o que nos trouxe cá. Talvez nos possas ajudar." Concluiu Aro. Demitri olhava para Aro com surpresa. O olhar de Jane deambulava por todo o meu corpo enquanto me levantava do chão...aqueles olhares começavam a incomodar-me, ela olhava para mim como se me quisesse morder e a única coisa que a impedia de o fazer era eu ser um lobo. "Depende se vos quero ajudar ou não." "Não te atrevas a falar assim para nós, rafeiro." Ao ouvir estas palavras rosnei. "Vocês vão dizer-me porque estão aqui, ou nem por isso?" perguntei irritado. Aro apressou-se a responder. "Vamos. Ou melhor EU vou. Há uma semi-vampira a fugir de nós." NESSIE...Não pode, ela está com os pais a caçar... ou...a Alice mentiu-me?
Quando pensei em Nessie fugida aos Volturi, assustei-me. Mas quando pensei na possibilidade de eles a encontrarem e... e... Fiquei completamente branco, senti-me tonto, a minha visão ficou turva, não conseguia pensar em mais nada a não ser na minha Nessie. "Que foi, cão? Ficaste estranho de repente. Estás a precisar de alguma dor para acordar?" disse Jane cravando o seu olhar perigoso em mim. "Mantém-te longe, sanguessuga!" Ordenei. Comecei a tremer e percebi que estava em posição de ataque. Apesar de ainda me manter na forma de humano, sentia a raiva de um lobo a crescer dentro de mim. "Quem é essa...meia-vampira?" foi difícil e doloroso pronunciar estas palavras. "Ah...agora percebo o porquê de tantos nervos." Demitri e Jane soltavam gargalhadas. "Ah, a minha namorada semi-vampira está a ser procurada pelos Volturi. Que drama!" Demitri disse sarcasticamente. "É mesmo ela?" perguntei preocupado. "Achas? Essa já nos deu problemas que cheguem." O meu corpo começou a resistir mais facilmente aos tremores que me abrasavam. Deixei de tremer. “Então, não vos posso ajudar. Estou de saída.” Voltei-lhes as costas. Jane voltou a provocarme mais dor fazendo-me parar. Aquela dor era inável, um humano teria desmaiado com um simples toque. Voltei a resistir, para não gritar. Mas desta vez foi inevitável. Os meus gritos ecoaram por toda a infindável e silenciosa floresta. Não ando mais a dor perdi os sentidos… um de cada vez. Sucumbi. Versão da Nessie Corria pela floresta com os meus pais. O papá era irritávelmente rápido, a mamã corria devagar para me deixar ar à frente. Mas tudo aquilo me fazia sentir livre. Adorava correr, sentir o vento na cara, cheirar tudo o que a Natureza possui. Estes pensamentos fizeram-me lembrar as corridas que eu costumava fazer com Jacob. Aquelas corridas que acabavam com uns momentos deitados no chão a rir. Quando parámos, o pai verificou o telemóvel. Quase que adivinhava que ele ia tocar. Parecia a tia Alice. Por falar em tia Alice... "É a Alice. Vou atender meus amores." Entre murmúrios e palavras soltas consegui apanhar alguma coisa. "Sim, Alice eu compreendo. (...) Não pode (...) A sério? (...) Ok ok. Vamos já para aí." Quando o papá desligou a mamã perguntou "Que se a?" "Nessie..." Começou o pai. "Tens de manter a calma."
Não era nada bom quando o pai me pedia para ter calma. Qualquer coisa estava mal e a espera estava-me a deixar preocupada. Edward prosseguiu. "Filha, o Jacob deve ter tido um pequeno acidente." fiquei pálida, o meu coração parou por momentos, o meu sangue gelou. "A Alice encontrou-o perto da casa de Carlisle, inanimado." Uma lágrima escorreu pela minha cara. "Pai, vamos para casa. Quero o meu Jacob. Ele precisa de mim." disse certa da minha decisão.
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Capítulo 8 (parte 1)
Versão do Jacob Estremeci, acordei, mas só inconscientemente. Não sabia o que se tinha ado. A minha cabeça latejava. Senti algo a acariciar-me a cara. Ouvi ao longe alguém chamar por mim. "Jacob...Jacob...acorda..." A voz feminina parecia preocupada. Ia ficando mais clara à medida que eu recuperava os sentidos e me começava a lembrar do que se tinha ado. Casa de Carlisle...Volturi...semi-vampira...Nessie... "NESSIE..." gritei desesperado. Apesar dos meus olhos quererem permanecer fechados, abriram repentinamente. "Estou aqui Jake. Calma." a voz dela, tão suave, penetrou nos meus ouvidos como uma melodia deliciosa, acariciando-me o espírito. "Estás bem? Eles fizeram-te mal? Não estavas à caça com os teus pais?" perguntei atordoado. "Eles quem? Jake, relaxa. Quem me iria fazer mal? Ninguém me fez mal. Eu estou bem. Porque perguntas isso?" "Os Volturi." Alice gritou ecoando pela casa. Reparei agora que estava em casa de Carlisle, no quarto das visitas. "Os Volturi?!" perguntei espantada. "Foram os Volturi que te fizeram mal?" "Sim, foram eles. Depois explico." Nessie acariciou-me a cara e prestou atenção à tia. "Eles andam à procura de algo..." Alice disse concentrando-se. "Mas eu não percebo o quê..." "Uma semi-vampira." rematei o pensamento de Alice. Lembrava-me de Aro ter dito que andavam atrás de uma semi-vampira que eu pensei que fosse a Nessie. "Como sabes?" perguntou Alice estupefacta. Custava-me falar, a minha garganta estava arranhada de gritar de dor durante o serão com os Volturi. "Quando vim aqui à noite para falar com a Nessie e a Alice me disse que ela não estava, tinha ido caçar, deparei-me com a Aro, a Jane e o Caius. Eles disseram que andavam à procura de uma semi-vampira que andava fugida. Eu associei logo à Nessie e achei que a Alice me tinha mentido. Entre conversas um pouco insultuosas, Jane provocou em mim uma dor horrível e acabei por desmaiar...penso que tenha sido isso o que aconteceu." Nessie levantou-se repentinamente. "Vou matar aquela rapariga nojenta!" Disse olhando para mim. A minha mão encontrou-se rapidamente com a dela. Senti a sua pele um pouco mais fria que a minha, mas suave e delicada. "Não vais nada. Fica por favor. Eu preciso de ti." estas palavras foram o golpe mais baixo que eu alguma vez tinha usado com Nessie. Sabia que aquilo a ia fazer ficar.
Eu queria que ela ficasse. Sentia-me bem ao seu lado. Tinha saudades de estar com ela, apesar do tempo que estivemos afastados ter sido escasso. Tinha necessidade de esclarecer as coisas. Ela era naquele momento o centro do meu ser, da minha vida. Tudo girava à volta de Renesmee Carlie Cullen. "Ok, eu fico. Mas estou extremamente irritada. Por isso, não fales de coisas desagradáveis." Sentei-me na cama. Reparei que a sala tinha ficado vazia de repente. Sentia-me bem, tinha a rapariga dos meus sonhos ao meu lado, a olhar para mim, a cuidar de mim. Cada olhar meu que se cruzava com o dela se transformava no olhar mais profundo e eterno. Ia amá-la sempre. Depois da impressão natural, nos seus primeiros anos, encarava-a como uma amiga para a vida, a melhor amiga, vi-a crescer e com a agem do tempo vi a definição da sua personalidade. Há mais de um ano (não muito mais), percebi que a impressão natural tinha desenvolvido e que já não vivia sem ela. Aí dei conta que a amava, eu apreciava tudo nela, a beleza incondicional, a personalidade selvagem, meiga e doce, as reacções, o riso, o choro, a felicidade e a tristeza que nela raramente existia. Olhei para ela da maneira terna que sempre fizera desde que nasceu. Observei os seus olhos que brilhavam incontrolavelmente, o seu nariz perfeitamente delineado, os seus lábios que transportavam um sorriso amável e os contornos da sua face delicada eternamente jovem. "Que foi?" perguntou ela entre um suave gargalhada. Estava corada, provavelmente o meu olhar estava a intimidá-la. Sorri ao perceber isso. "Nada. Estás corada..." respondi mergulhado em sorrisos doces. "Oh, tu estás aí a olhar para mim...fico envergonhada." "Uma rapariga como tu não devia estar envergonhada pela sua beleza..." Parei para pensar no que dizer. "Nessie, tu és a mais bela, a mais simples, a mais delicada, a mais meiga, a mais...tudo. És perfeita!" terminei encarando-a. As suas bochechas ficaram vermelhas, ela baixou o olhar. "Desculpa ter fugido naquela noite. Eu...na verdade...aaa... eu não queria sair do teu conforto. Mas assustei-me, não sei bem porque o fiz." as palavras já saiam atropelando-se umas às outras. "Desculpa..." "Não peças desculpa, não faz mal." Nessie sentou-se ao meu lado na cama. Os seus lábios eram cativantes senti o desejo de os encostar aos meus. Quando dei por mim estava a escassos centímetros da sua cara. Inclinei a cabeça ligeiramente. Os meus olhos fecharam automaticamente. Os nossos lábios estavam prestes a tocarem-se. "Meninos, controlem-se." Leah estava à porta do quarto juntamente com Sam, Emily, Embry e Seth. Aquela interrupção deixou-me desanimado, talvez um pouco chateado. Mais uma vez estive perto de a beijar e não consegui. Isto começava a ser frustrante.
"Jake, vou-te deixar com eles." disse Nessie. Saltou da cama graciosamente. "Não precisas de ir." protestei. Não queria que fosse ela a sair. Por muito que gostasse dos meus amigos naquele momento só queria a Nessie. "Eu vou. Vemo-nos depois." Abandonou o quarto encostando a porta.
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Capítulo 9
Versão da Rubi Apoderei-me do corpo de Quil para poder escapar novamente. O meu poder dava realmente jeito quando me queria esconder, ou controlar alguém, mas odiava ser obrigada a saber o que vai na cabeça de quem me apodero. Apesar de algumas histórias me fazerem rir, nem sempre eram agradáveis. Isto para além da desvantagem de só poder estar um certo tempo dentro de um mesmo corpo. Quil era diferente de todos os corpos que já me tinha apoderado. Não era um humano comum. Percebi que era mais forte que o normal, e que tinha um lado selvagem. Aos poucos percebi que ele tinha ligações genéticas com os lobos. Um ser claramente complexo. Nunca me tinha deparado com algo desde género. Confesso que foi uma surpresa agradável. Rapidamente me apercebi que inconscientemente o seu lado de lobo me queria expulsar. Mas ele estava demasiado fraco. Não comia há dias e eu estava bem alimentada, o mais forte possível. Não resistiu muito tempo até eu ter o controlo total. Quando deixou de me dar luta pude ver que as histórias de Quil, eram tão profundas, tão sentidas, tão emotivas que me fez querer ajudá-lo. Por isso pela primeira vez, em vez de largar mais um corpo que tinha usado apenas com o intuito de me proteger, resolvi ajudá-lo. O facto de ele ter perdido a pequenina fofa que está sempre na mente dele era triste. Ele sentia a sua falta, os momentos que aram juntos estavam marcados para sempre, e era divertido vê-los. . Mas, por outro lado, tive de ver, vezes e vezes, o episódio em que ela, uma menina chamada Claire, parte com a mãe. A frustração dele no dia em que o encontrei era tanta que chegava a ter efeito sobre mim. A sua dor era tão grande que me comoveu. Não consegui evitar sorrir, com tal conquista emotiva! Pela primeira vez fiquei comovida e senti pena de alguém que apoderava. E já que ele mesmo sem saber me ajudava, decidi que faria o mesmo por ele. O barulho aumentava, desejava que chegassem depressa para os poder despachar rapidamente evitando causar danos em Quil. Ouvi os os deles aproximarem-se, sabia que eram os Volturi que andavam à minha procura. Tinham ado a última semana a fazer isso naquela floresta. Só que eu dou luta e eles ficam irritados. Chegaram a mandar árvores pelo ar com tanta raiva que vai dentro daquelas cabecinhas. Sentei-me descontraída encostada a um rochedo. Ouvi os os dos Volturi aproximaremse. "Cheira a cão que tresanda." comentou Caius. "Podes crer. Mas ela esteve aqui. Apesar do cheiro a lobo, também se sente o da semivampira." continuou Alec. "Calem-se e concentrem-se." pediu Felix. "Já não chega o misto de cheiros ainda estão vocês a perturbar." a voz de Felix estava mais distante do que as outras. Estava há 10 minutos dentro do corpo de Quil, tinha sorte em ele ser um lobo. Dava-me cerca de 30 minutos de poder. Se fosse um simples humano 15 minutos seriam, na maior parte dos casos, fatais.
"Como é que não podia cheirar a cão? Temos aqui um rafeiro. Sozinho...Não é normal andarem todos juntos?" perguntou Alec olhando para o corpo de Quil esperando uma resposta. Lembrei-me que tinha de ser eu a responder à sua pergunta fazendo-me ar por Quil. Rapidamente me lembrei de uma coisa que qualquer pessoa diria. "Que fazem aqui?" perguntei enquanto me levantava. "Calma lobo. Não é assunto para ser partilhado contigo. Mas por acaso não viste uma vampira de cabelos compridos, lisos e loiros?" A descrição superficial pertencia-me e eu estava a ficar sem tempo. Senti necessidade de os despachar. "Não, estou aqui há pouco tempo. Estava de saída. Como esta zona não vos pertence aconselho-vos a permanecerem longe, bem afastados." "Ui...rafeiro estamos cheios de medo..." Disse Caius soltando uma pequena gargalhada que os outros dois acompanharam. Queria ripostar mas não queria pronunciar a palavra que também me ofendia a mim. "Façam o que vos digo, sanguessugas nojentas." disse contrariada. "Ei, parou. Nada de insultos. Nós vamos se quisermos. Não te esqueças que estás sozinho. Não nos queiras ver zangados." Virei costas e corri pela floresta, o tempo que me restava já era pouco. Reparei que não me tinham seguido. Sorte a minha. Cheguei a um prado espectacular, coberto de pequenas flores rosa, o céu estava sem nuvens e o sol a pôr-se incidia diagonalmente por entre as árvores criando um efeito brutal. Retirei-me do corpo de Quil. Ele permaneceu inconsciente, a minha reacção imediata foi dar-lhe um estalo. Ele estremeceu e abriu os olhos. "Outra vez tu? Onde estamos desta vez?" disse atordoado. "O que me andas a fazer?" Versão do Jacob "Desculpa Jake, temos mesmo de falar." desculpou-se Leah. "É sobre as brutalidades que se andam a ar." Disse Sam. "Aquela história das árvores voadoras." completou Seth. "Que tem?" perguntei. "Nós desconfiamos que isto tem que ver com os Volturi. A Alice disse que eles andam à procura de algo. Aquelas sanguessugas são perigosas, não me irava que fossem eles a espalhar o caos por estas bandas." esclareceu Sam. Era provável que fossem eles. A violência por eles utilizada enquadrava-se perfeitamente com aquele caso.
"Concordo." disse. "Então vamos deixá-los andar aí a torturar a nossa floresta e a fazer mal sabe-se lá a quem?” perguntou Seth. "Não, temos de contra-atacar." concluiu Sam. "Oh meu deus...Não..." começou Leah hesitante e assutada. "Que foi Leah?" disse Emily. Ainda não se tinha feito ouvir. "O Quil! Ninguém sabe onde ele está... Mas... ele está sozinho. É perigoso. E se os Volturi o apanham?" "Tem calma Leah." Levantei-me da cama, sentia-me bem. A minha energia estava no máximo. Deu-me um desejo súbito de correr. "Vamos procurá-lo. Ele não vai gostar da ideia mas este é um caso extremo. Cada um a procurar nas suas zonas de rondas habituais. Às 19h em minha casa." Saímos todos a correr do quarto. Na sala estavam os Cullen todos, sem excepção. "Nessie, tenho de sair. Depois falamos. É urgente." "Jake..." lamentou-se "Desculpa... Volto logo." Corremos cada par para o seu lado.
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Capítulo 10
Versão do Quil Acordei novamente abalado, não me lembrava de ter adormecido, muito menos ali. O céu estava limpo, tinha flores rosa à minha volta, a claridade fez-me perceber que o sol se estava a pôr. Abri melhor os olhos agora que já estava mais desperto. Aquela cara era conhecida. Ela outra vez? A rapariga que me acordou da última vez que adormeci, sem saber como, acordando num sítio diferente. Porque estava sempre ela lá? Lembrei-me que ela havia referido o seu nome da última vez que estive sóbrio perto dela...era...era...Rubi. Um nome particular, sem dúvida, toda ela era fora do comum. Era uma semi-vampira, concluí isso da última vez pelo seu cheiro parecido ao da Nessie, uma espécie de humano misturado com o odor horrível daquelas sanguessugas. Era linda, uma beleza selvagem caracterizava-a. "Outra vez tu? Onde estamos desta vez? O que me andas a fazer?" perguntei confuso. "Hmmm, como te sentes?" perguntou Rubi fugindo à minha pergunta. "Eu estou bem. Mas diz-me o que me andas a fazer? Já é a segunda vez que não me lembro de adormecer e depois acordo num sítio diferente. Só falta dizeres que é por coincidência a tua presença nesses dois momentos." "Pois, não é coincidência. Mas é algo que não te posso contar. E se esquecesses isso?" "Não esqueço. Olha, tu sabes muito bem que eu sou um lobo. Eu sei muito bem que tu és uma semi-vampira." a expressão dela alterou-se, ficou espantada com a minha conclusão. "Como é que tu sabes isso?" perguntou ela abismada. "Simples. Uma amiga minha também é, a Nessie. Mas eu pensei que só havia mais um para além dela, um tal de Nahuel, acho que foi o que o Jake me disse. E quando senti o teu cheiro percebi logo." esclareci. "Tu conheces os Cullen?" "Sim. Porque perguntas? Eles nunca falaram de mais nenhuma semi-vampira. Também os conheces?" "Sim...quer dizer...não. Mais ou menos. Eles não sabem da minha existência, sou irmã do Nahuel." disse atrapalhada. "Que estranho. E porque vieste cá?" perguntei ansioso por saber a resposta. A curiosidade era uma das minhas características. "Pois...hmmm. Longa história." "Tenho tempo." disse eu com um sorriso rasgado. Ela fez um trajecto com os lábios, suspirou e falou. "Bem, como tu me ajudaste eu vou-te contar." Interrompi-a. "Ajudei-te?!?!"
"Oh..." lamentou-se ela rolando os olhos. "Sim mas que queres saber primeiro? Organiza as tuas perguntas." "Hm ok. Porque estás aqui?" "Estou fugida aos Volturi. Eles querem-me por causa do meu poder. Quase que me obrigam a ir para Volterra. Mas eu não quero. Sou 'vegetariana' tal como os Cullen. O meu irmão disse-me para fugir e falou-me nos Cullen. Eles são fortes, segundo dizem." apressou-se a responder. "Sim são." concluí. "Qual é esse poder pelo qual eles tanto anseiam?" "Tens de prometer que não te chateias comigo. Eu usei-o contigo. Eu tenho o poder de possuir um corpo de forma a esconder-me ou manipular outras pessoas usando a que possuo, mas só posso permanecer num corpo um certo tempo, que varia conforme a resistência de cada um. Contigo, sendo tu um lobo, consigo ficar 30 minutos. Foi por isso que 'desmaiaste' e acordaste num sítio diferente, sempre comigo por perto." Rubi falava calmamente com um sotaque provavelmente de um país da Europa. "Hmm, agora entendo. Mas porquê eu?" "Foste o primeiro que eu vi quando os Volturi se estavam a aproximar. E ajudaste-me a esconder. No início deste bastante resistência mas acabaste por ceder. Obrigada." Senti-me envergonhado, de repente uma pergunta surgiu na minha cabeça. "Eu sou um lobo, não é suposto vocês odiarem-nos? Tipo, os Cullen não odeiam porque nós os ajudamos em tempos mas..." "Pois... eu não vos odeio, sou muito pacifista. O meu irmão também me falou dessa ajuda apesar de eu não saber que tu estiveste envolvido. Não me apercebi dessa tua memória. Acho que não tens grandes recordações disso." "Não é nada que me tenha marcado." Pensei nas palavras dela, ela sabia as minhas memórias? Como? Que confusão...ela disse que não se tinha apercebido. "Espera lá. Como é que sabes as minhas recordações?" A cara dela adoptou um sentimento de culpa. Os seus olhos baixaram em sinal de autoreprovação. "Desculpa...o meu poder permite-me ver as memórias de quem possuo." uma lágrima escorreu pela sua cara. "Ei...não chores. Que se a?" tentei consolá-la. "É só que...eu não gosto de saber da vida dos outros mas com o poder sou obrigada a tal, não o controlo de forma a poder abstrair-me disso. E, as tuas memórias...são ..tão lindas. Foram as primeiras que realmente me comoveram. Nunca ninguém me tinha afectado assim. O que tu sentes pela pequena Claire é maravilhoso. Os vossos momentos são tão felizes. Ria-me quando vos via brincar." sorriu ligeiramente e limpou as lágrimas. Mas rapidamente retomou o subtil choro, não era soluçado, nem forte. Era apenas sentimental, ela não estava infeliz, estava apenas tocada.
A lembrança de Claire surgiu na minha mente. Comecei também a chorar. Sentia cada vez mais falta dela. "Ela é linda." disse eu por entre lágrimas que caíam nos meu lábios deixando um sabor salgado na minha boca. "Sim é. E quando vi a partida dela..." Rubi não conseguiu prosseguir. Aquilo afectava-a realmente. Após uma pausa, ela falou. "Quando vi a partida dela...fiquei triste, senti-me incompleta. Afectaste-me mesmo." Eu continuei a chorar pensando em Claire. Rubi acalmou-se e deitou a minha cabeça no seu colo. "Tudo se recompõe. Vais ver." consolou-me. Permanecemos em silêncio. Nunca tinha estado tão perto de alguém que me era tão estranho. Nunca me tinha sentido tão confortável depois da partida de Claire. Nunca tinha pensado em ter uma relação súbita de amizade com uma vampira. Acabei por acalmar. Sentei-me na relva ao lado de Rubi. Já tinha escurecido, apenas a lua e as estrelas brilhavam no céu. "Obrigada pelo consolo." agradeci. Rubi limitou-se a sorrir. Ouvi alguém a correr pela floresta, já próximo de nós. Uma figura surgiu por entre o arvoredo que rodeava o prado. "QUIL!" tinha sido Seth a pronunciar o meu nome enquanto rompia pelo prado dentro de encontro a mim. Não acreditei que os meus amigos me pudessem ter desrespeitado, pedi-lhes que não me procurassem. "Que estás aqui a fazer? Pedi-vos para ficarem longe." quando acabei de falar reparei que Seth tinha petrificado o olhar em Rubi ignorando as minhas palavras.
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Capítulo 11
Versão do Seth "QUIL!" gritei quando o vi ao longe no prado. Com ele estava uma rapariga linda. Os seus cabelos loiros esvoaçavam ligeiramente brilhando com o luar, os seus olhos cor de Rubi-rosa, a perfeita silhueta, a face firmamente delineada, os lábios avermelhados, tudo nela era perfeito. O meu coração aqueceu subitamente acelerando também. Sentia que o meu sangue se tinha tornado frio e quente ao mesmo tempo, corria livremente como nunca antes tinha acontecido. Senti-me completamente subordinado aquela rapariga. Não era apenas uma atracção normal por uma colega de escola. Sem controlar, sorri, tremi, fiquei nervoso, corei. Ela sorriu-me também. Senti que naquele momento os meus pés não pisavam a terra, a minha mente não processava mais nada a não ser a imagem da rapariga, o meu corpo não mexia apesar de estar a flutuar num mar de perfeições. Quil disse qualquer coisa que eu não consegui decifrar devido à minha centralização pela rapariga loira. Estava completamente embrenhado nela. Não percebia o que se estava a ar comigo. Tive necessidade de perguntar a Jacob o que era aquele sentimento novo, tinha sido sempre ele o meu irmão mais velho quando as coisas se tratavam de raparigas, mas ele não estava lá. "SETH!" Berrou Quil. Assutou-me, fiquei sobressaltado olhando rapidamente para ele, apesar de os meus olhos quererem permanecer a contemplar aquela estonteante beleza. "Diz." respondi atordoado. "Eu disse-vos para não me procurarem." acusou Quil. "Pois mas nós soubemos que os Volturi andam por aqui à procura de uma tal semi-vampira, que ninguém sabe quem é. Na realidade nem mesmo os Cullen sabem da existência dela. Mas o Jake jura a pés juntos que os Volturi que o torturaram e lhe disseram que estavam à procura de uma semi-vampira loira." Um clique surgiu na minha mente, inalei o odor que me rodeava, era sem duvida uma mistura de humano com vampiro, mas tão doce, tão suave, tão bom... Voltei a concentrar-me, seria ela? Os meus olhos viraram rapidamente para ela. O cheiro correspondia, a cor de cabelo correspondia, a probabilidade era cada vez maior. Quil reparou que eu estava pensativo a tentar 'encaixar as peças do puzzle'. "Sim Seth, é ela. Ela encontrou-me. Mas qual foi exactamente a razão para me procurarem?" Voltei à realidade, ainda me era difícil desviar o olhar dela, então o pensamento era impossível.
"Os Volturi odeiam-nos, e um lobo sozinho é brinquedo fácil. Pensamos que te pudesse acontecer alguma coisa. Mas pelos vistos não estás sozinho." baixei o olhar. Senti ciúmes mas não percebi porquê. "Seth, não é o que estás a pensar. Eu vou voltar. Já não faz sentido manter-me afastado. Não me adianta pensar...Tenho de seguir em frente." Eu continuava a olhar para ela. "Ups, que falta de educação! Seth esta é a Rubi. Rubi este é o Seth." A minha fixação nela estava a assustar-me. Tentei apressar Quil, precisava de falar com o Jake imediatamente. "Anda, vamos Quil. Despacha-te." "Sim vamos. Anda Rubi, tu vens connosco. Levamos-te mais logo a casa dos Cullen." Só consegui pensar 'Obrigada' quando o Quil a convidou. Não sei porquê mas queria ficar perto dela, queria que ela ficasse comigo...A minha mente foi invadida por uma onda de pensamentos que não consegui clarificar. Rubi sugava o meu pensamento para ela. Corríamos os três pela floresta fora em direcção a La Push. Versão do Jacob O grupo dividia-se em pares nas rondas: Eu e Leah; Sam e Jared; Embry e Collin; Paul e Brady; e Seth e Quill. Como Quil era o motivo da busca, Seth foi sozinho, o que me deixava preocupado. Seth era para mim um irmão, tal como Leah. Eu amava-os. Corri lado a lado com Leah durante muito tempo. Às 19h estávamos em minha casa todos só faltava Seth. Alertei-me com a demora dele, Leah estava ao meu lado a entrar em pânico. "E se lhe aconteceu alguma coisa Jake?" perguntava desesperada. "Tem calma, de certeza que não deu conta das horas." Puxei a cabeça dela para o meu ombro. Ela não chorou, já tinha ado por muito pior na vida: a morte do pai há mais de 7 anos, a doença da mãe no ano ado, a transformação de Seth, a sua própria transformação. Foram fases difíceis que ela teve de ar, essencialmente, sozinha. Já eram 21h e o Seth ainda não tinha dado sinal de vida. O céu estava escuro, a floresta densa podia ser perigosa para um lobo sozinho, principalmente com os Volturi por perto. Por esta hora já devia estar com a Nessie. Prometi voltar depois de jantar e começava a ficar tarde. Queria ir mas a minha preocupação pelo Seth superava tudo naquele momento. Os outros tinham ido para casa, eu estava com Leah sentados no sofá, em minha casa. Leah estava desesperada, não a via assim desde o conhecimento da doença da mãe, apesar dessa história ter acabado bem. O meu telemóvel tocou. Corri para atender. "Sim..." atendi.
"Jake...onde estás?" perguntou Nessie irritada. "Em casa. Nessie...Desculpa..mas.." "Estás sempre a pedir desculpa. O que foi desta vez?" "Nessie, não sejas injusta. O Seth está desaparecido." "O Seth o quê? Eu vou já para aí!" Um irritante som intermitente substituiu a voz de Nessie ao telemóvel. Desliguei.
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Capítulo 12
Versão do Seth Era impossível ignorar a presença de Rubi, ela mexia comigo em todos os sentidos. Finalmente avistamos a casa de Jacob. A luz estava acesa, já era tarde. Estava prestes a ouvir um sermão do Jake, daqueles que até doem. Eu sabia como ele odiava que eu não respeitasse as regras e a minha irmã também. A preocupação de Leah excedia o normal, desde a morte do meu pai que ela se responsabilizou por mim quase a tempo inteiro, primeiro porque o emprego da minha mãe não permitia que ela asse muito tempo connosco e depois por causa da doença da minha mãe, que acabou por se resolver. Aproximamo-nos da casa, íamos a subir as poucas escadas e Jake abriu a porta com um ar extremamente possuído. "Seth Clearwater, estás metido em sarilhos." A minha cara adquiriu uma expressão assustada e arrependida. O que interessava naquele momento era o Quil estar de volta. Entrei na sala, a minha irmã correu para mim, abraçou-me com força. Como sempre tinha entrado em pânico, senti a sua cara molhada junto à minha orelha. "Calma...Estou aqui." disse eu num tom tranquilizante. Ela afastou-se lentamente, enxugou as lágrimas e bateu-me no braço. Fez força suficiente para me doer um pouco. "Au!" reclamei. "Não voltes a fazer isto." pronunciou por entre dentes. "Já estou aqui. Pronto. Chega." rematei. Rubi assistia a tudo muito atenta. Os seus olhos deambulavam entre mim e Leah e Jacob, Nessie e Quil. Jake estava a tentar saber como estava Quil depois de tantos dias ausente. De repente Nessie deu uma cotovelada a Jacob, ao qual ele respondeu olhando para Rubi. "Quil quem é ela?" sussurrou Jacob. "É a pessoa que me ajudou nestes últimos dias. Rubi, aproxima-te." Ela avançou graciosamente pela sala, tímida e retraída. "Jake, Nessie, Leah..." chamou Quil. "Esta é a Rubi." O meu olhar não descolava da figura dela. "Esse cheiro...és uma vampira." reparou Nessie. "Semi-vampira..." corrigiu Rubi com a voz pouco projectada. "Ah??" disseram todos ao mesmo tempo. Ela assustou-se ligeiramente. "Pensei que eu e Nahuel éramos os únicos." disse Nessie.
"Sou irmã de Nahuel. Eu estou com uns problemas e ele disse para procurar os Cullen." esclareceu. "A sério? Então se quiseres podes vir comigo. Agora que está tudo bem por aqui acho que vou para casa." convidou Nessie. "Vai. Obrigada por teres vindo. A sério." disse Jacob muito calmamente observando-a sempre com os mesmo olhos ternos e doces. "Ok, eu vou. Ficas bem?" Jacob acenou com a cabeça em sinal de aprovação. Nessie despediu-se de todos, eu fui o último. Logo a seguir veio Rubi despedir-se também. "Adeus Seth. A gente vê-se por aí..." pôs-se em bicos de pés para poder alcançar a minha bochecha e deu-me o melhor beijo da minha vida. Da minha face escorreram correntes eléctricas durante o o da minha pele com os seus lábios. Ela sorriu e abandonou a sala juntamente com Nessie e Jake. Jake só tinha saído para se poder despedir melhor da sua menina. Sentei-me estatelado no sofá à espera de Jacob, continuava a precisar de falar com ele. Ouvi a porta bater, endireitei-me. Jake aproximou-se e sentou-se à minha beira. Leah e Quil estavam na cozinha a falar. "Jake..." "Sim Seth?" "Eu tenho de falar contigo. Urgentemente. É sobre a Rubi." Ele uniu as sobrancelhas desconfiado. "Ok, anda. Vamos para o meu quarto." ordenou. Chegamos, eu encostei a porta. "Eu não sei o que se a. Quando a vi quase fiquei sem ar, apetecia-me ficar com ela, estar com ela. Nada mais existe desde que a vi no prado com o Quil, ela tornou-se o centro de mim, o centro de tudo. Os cabelos loiros dela brilham de uma maneira tão forte. Ela é tão..." "Tão..." Jake encorajou-me. "...tão perfeita." concluí rematando com um sorriso que aos olhos de qualquer um seria parvo, mas para mim era o sorriso mais feliz. Jake ficou pensativo, começou a mover a cabeça de um lado para o outro. "Isto pode ser complicado... E vai ser difícil dizer-te isto...mas..." "Que se a comigo Jake? Desenvolve..." incentivei-o. "Acho que tiveste a tua impressão natural... Por uma semi-vampira..."
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Capítulo 13
Versão da Nessie "Então és irmã do Nahuel. É mesmo fixe saber que há mais semi-vampiros. Mas explica-me, porque nos procuraste?" Rubi parecia bastante tímida, a minha intenção era pô-la mais à vontade. "Digamos que ando fugida aos Volturi, eles querem-me por causa do meu poder e eu não quero. Não mato pessoas para me alimentar. Eles são tudo aquilo o que eu odeio nos vampiros." a raiva que Rubi sentia era evidente. "Que poder é esse?" perguntei. "Eu consigo esconder-me dentro do corpo de qualquer ser, apoderando-me dele, o que me permite controlá-lo." "Wow...e esse ser onde te apoderas lembra-se de alguma coisa?" "Só de perder o sentidos." esclareceu. Continuamos a falar sobre a vinda dela. Restava-me falar com o avô para saber se ela iria ter a nossa protecção. Versão do Quil Estávamos os quatro sentados à mesa a jantar. Eu falava com Leah. O Seth e o Jake mantinham-se calados num ambiente muito pesado. "Jake, Seth, que se a? Estão muito calados." Observou Leah. Eles trocaram uns breves olhares e uns movimentos com a cabeça. Jake respondeu. "Hmm, aconteceu uma coisa...pode ser muito má ou muito boa." Leah ficou pálida, já carregava problemas a mais. Seth baixou a cabeça em sinal de reprovação própria. Eu fiquei alertado. Todos aguardávamos pela continuação de Jake. "Seth...queres contar tu?" perguntou o Jake. "O que se a? Estão-me a pôr nervosa." protestou Leah. "Não Jake... conta-lhes tu. Por favor." pediu Seth. "Ok." assentiu. "Eu desconfio que o Seth teve a impressão natural." Oh não! A Rubi...foi por isso que ele não me respondeu a metade das perguntas. Foi por isso que ele não olhou para outra coisa senão ela. "Por quem?" perguntou Leah ansiosa. "Pela Rubi..." consenti. Jake fez uma cara de espanto. E perguntou. "Exacto, como sabias?"
"Reparei nos olhares dele, ouvi o seu coração mas achei que não ava de uma simples atracção. Mas agora que falas... Realmente faz sentido." Leah permanecia estática a olhar para os olhos de Seth. "Mana...o que faço agora?" perguntou Seth desesperado. O amor por uma semi-vampira não era fácil, para além de ser um pouco contra-natura. Mas ali todos nós éramos fora do normal por isso... Mesmo assim, ia ser complicado. Apesar de Rubi ser um amor e não nos odiar somos de espécies diferentes que se matam uma à outra. É verdade que entre o Jacob e a Nessie tinha resultado, ou melhor, em termos de amizade pelo menos mas tudo indicava para que aquilo avançasse. Eles sempre foram muito próximos e agora que a Nessie cresceu... "Esperas..." respondeu preocupada. Versão da Rubi Todos estavam a ser tão simpáticos. Adorei especialmente o Quil, tão querido e giro. O tempo que estivemos juntos deu para o conhecer interiormente, contou-me muita coisa e eu vi também o que ele não contou. Tinha memórias incríveis que espelhavam parte da sua personalidade. Ia lado a lado com Nessie, outra semi-vampira. Linda sem dúvida. Simples, mas perfeita. "Chegamos!" informou Nessie. A casa era enorme, pintada de branco, grandes janelas e uma porta de entrada exuberante. A floresta densa que se prolongava por trás da casa era magnífica criando uma sensação de liberdade imensa. Entramos e já estavam todos à nossa espera, como se soubessem que eu vinha. Achei tudo um pouco estranho. Eram todos muito diferentes uns dos outros apesar de todos possuírem uma característica comum: a perfeição. "Olá bem vinda." disse a rapariga de cabelos pretos espetados com um sorriso de orelha a orelha. Abanei a cabeça em sinal de boa educação, cumprimentando assim todos em geral. "Olá... Hmmm... obrigada." "Pessoal esta é a Rubi e é semi-vampira como eu." disse Nessie excitada. Todos ficaram boquiabertos, mas não completamente estupefactos. Havia um rapaz grande, muito grande, de cabelo preto, bastante bem parecido, Emmett. A rapariga dos cabelos pretos que emanava um cheiro docemente agradável, Alice. O rapaz de cabelos loiros, bastante introvertido, sem sorrisos, sem expressão, Jasper. A rapariga mais bonita, loira, estonteante, Rosalie. Os donos da casa, os mais velhos, Esme e Carlisle. "O papá e a mamã?" perguntou Nessie dirigindo-se a Carlisle.
"Saíram, voltam mais tarde." "Ok..." pensou uns breves instantes. "Avô, preciso de falar contigo. Acho que vamos ter problemas..." "Eu sei. A Alice já tinha previsto qualquer coisinha." soltou uma gargalhada. "Previsto? Como?" perguntei baralhada. Todos os presentes riram com a minha perguntou. Acto que me deixou bastante constrangida e envergonhada. Carlisle desviou-me dos meus pensamentos. "Há muita coisa que deves saber sobre nós pequena Rubi. E penso que há muito a saber sobre ti. Só assim te poderemos ajudar."
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Capítulo 14
Versão da Nessie Acordei desorientada. Rubi estava ao meu lado, Carlisle tinha decidido que ela ia ficar e que iria para escola, exactamente para a mesma turma que eu. Decidimos que ela ficava no meu quarto até se arranjar o quarto de hóspedes, que por incrível que pareça, estava desorganizado. Mas o arranjar de Alice não consistia apenas numa limpeza a fundo. Era composto por pintar paredes, comprar cortinas novas, colcha, mudar a decoração, o que levava algum tempo. Acordei-a com um pequeno abanão. "Rubi." chamei. "Hmm" ela gemeu. "Vamos! Temos de ir para a escola. Não quero chegar tarde." "Hmmm...ok..." murmurou arrastadamente. Tinha sido um castigo para ela se levantar de manhã, durante toda a semana. A escola tinha começado bem para ela, a conquista dos professores foi imediata. Falávamos sobretudo com a pessoa que melhor se relacionou comigo na escola, Violet. Apesar do mistério que guardava dentro de si, fechado a sete chaves, era uma rapariga brincalhona, divertida, simpática, bastante sociável e educada. A tia Rosalie costumava levar-nos à escola, se não fosse ela era a tia Alice. Agora os rapazes não fixavam o olhar apenas em mim, mas também em Rubi. Violet ficava um bocadinho ciumenta mas o facto de andar connosco também fazia com que reparassem nela, deixando-a vaidosa e orgulhosa de si mesma. Mais um dia de escola prestes a começar, saí do carro da Rose e ouvi a campainha tocar. Com todo o entusiasmo com a Rubi e o seu processo de reintegração, o tempo para estar com o meu amigo Jacob tinha dissipado. Não o via há uma semana, surgiam saudades que eram atenuadas pela excitação que se vivia nas casas Cullen. Ao almoço, Violet, eu e Rubi sentavamo-nos na mesa em que há uns anos atrás o meu pai se sentava com os meus tios, Rose, Alice, Jasper e Emmett, e consequentemente com a minha mãe, a belíssima Bella Swan, agora Bella Cullen.. "Olha aquele..." comentou Rubi. "Sim, sim... aquilo sim é gente!" disse Violet com um ar perverso sobre o rapaz que ava mexendo descomadamente no cabelo. Violet não sabia o que eu e Rubi éramos na realidade, mas sabia das desconfianças da família Cullen. Quando ávamos no corredor, alguns dos nossos colegas encolhiam-se. Não sei se era por medo ou por respeito em demasia. Discordava totalmente com aquelas reacções, eram de quem possui pouca auto-estima. Eu tentava sempre arranjar um mini conversa para pôr as pessoas que me rodeavam no dia a dia, mais à vontade. "Ai meninas, amos a vida a rir." gargalhou Violet. "É, nós somos felizes." disse eu por entre risos.
Acalmamos a respiração, quando estávamos juntas riamos até cansar. "Então, não tens ido aquele sítio...ai, como é que se chama?" perguntou Rubi confusa. "Hmmm...não me lembro..hmmm... onde mora o Quil." "La Push?!" sugeri. "Sim La Push, não tens ido lá..." Lembrei-me de Jake e do nosso 'quase' beijo, corei. "Nessie..."chamou Violet. "Sim?" a minha voz saiu tão fluída, a fugir para o agudo, e arrastada, seguida de um suspiro. "Porque é que quando se fala em La Push, ou no teu amigo Jacob, tu ficas vermelha?" perguntou Rubi. "E suspiras?" rematou Violet. "Por nada. Vamos para a aula?" respondi prontamente fugindo ao questionário. Mais um dia ou e eu e Rubi fomos para o portão esperar por quem nos viesse buscar, Violet ia sempre a pé, a sua casa era a um quarteirão da escola, assim, esperava que nós nos fossemos embora para ir também. Estávamos a conversar quando Jacob aparece dentro do seu carro e pára mesmo em frente a nós. Abriu o vidro. "Ouvi dizer que alguma menina desaparecida precisa de boleia até casa..." brincou. "É, parece que sim. Mas somos duas." respondi. Ele saiu do carro, deu-me um beijo na bochecha e um abraço apertado. Cumprimentou Rubi e Violet. "Quem é esta linda menina?" perguntou exagerando no cavalheirismo referindo-se a Violet. "Violet, este é o Jacob. Jacob, esta é a Violet." respondi bruscamente. "Encantado." comentou com um sorriso que Violet retribuiu. Comecei a ruborizar por estar a sentir ciúmes. Apetecia-me dizer-lhe o quanto gostava dele, mas após tantos 'cortes' ele deve ter desistido e perdido o interesse por mim. Agora estava ali todo de sorrisinhos para a minha amiga. Essa também cheia de ego por um rapaz mais giro, mais bem constituído, mais simpático, mais educado, mais tudo do que os outros, estar a reparar nela. Via os olhos dela brilharem. Entrei no carro e bati a porta. "Vamos?" perguntei agressivamente. "Sim minha senhora." respondeu virando a cara para mim. Voltou-se novamente para Violet. "Prazer em conhecer-te." "Igualmente." respondeu ela com um sorriso de orelha a orelha. Rubi já estava no carro e Jacob entrou. "Simpática a vossa amiga." comentou Jake. "Sim, sim como queiras." protestei sem o olhar frente a frente. Os meus olhos projectaramse para fora da janela do carro na paisagem que corria lado a lado com este.
Jake reparou na minha indignação "Que se a Nessie?" perguntou. "Nada."
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Capítulo 14 (parte 2)
Versão do Jacob "Jake, podes ir buscar a Nessie. A Rosalie e a Alice foram não sei bem onde comprar umas coisas para decorar o quarto da Rubi." "Sim Bella. Claro que vou. Já tenho saudades dela." "Pois, não se vêem há algum tempo." "A que horas é que ela acaba as aulas?" "Às 17:30." "Ok, eu o lá." "Obrigada Jake. Adoro-te rapaz." "Adoro-te Bella." Desliguei. Vinha mesmo a calhar este pedido para estar com a minha Nessie. Nunca me custava ir buscá-la ou levá-la a algum sítio, desde que estivesse com ela. Sentia que estava na altura de avançar, eu estava preparado, eu amo-a mais do que tudo. Começava a duvidar dos sentimentos dela por mim, tanto dava razões para eu avançar, como para eu ficar apenas amigo dela. Sentia que ela ainda tinha duvidas quanto aos sentimentos que nutria por mim. Tinha de arranjar uma maneira de ela me sentir longe para perceber o quão importante eu sou para ela. O que eu mais desejava era que a Nessie me dissesse "Amo-te”. Pensei na noite em que ela fugiu quando a tentei beijar... Arrepiei-me e sorri. O meu pensamento voou para o nosso encontro na floresta em que ela me deu um beijo no canto dos lábios, rápido mas espectacular... Corei. Alguém bateu à porta. Abri. Leah estava a olhar para mim mas eu não disse nada. "Vais-me convidar a entrar?" "Entra... desculpa estava distraído." bati a porta. "Uii, sorrisinho, bochechas levemente tingidas a rosa, distracção..." soltou uma gargalhada. "O que aconteceu? A Nessie ligou? Estiveste com a Nessie? A Nessie o quê?" "Pára de gozar..." pedi. "Ok mas o que se a?" "Nada, tenho de me ir arranjar." acabei de reparar que tinha vestido um fato de treino largo com o qual costumava andar por casa. "Ok definitivamente, vais ter com a Nessie." concluiu Leah. Que brilhante conclusão, ela já me conhecia demasiado bem para saber isso logo desde que me viu mas preferia atormentar-me o juízo. "Sim vou. Vou buscá-la à escola." disse rolando os olhos. "Oh que queridos que eles são..." riu. "Vá a sério...Quando é que avanças? Ganha coragem homem!" incentivou Leah.
"Pois, falar é fácil. Sabes muito bem que já tentei. Tenho de ser paciente." "Ela está confusa porque sempre te teve por perto. No dia em que ela sentir que tu lhe fazes falta percebe que gosta mesmo de ti. É tudo uma questão de lhe fazeres ciúmes." "Vou-me vestir. Ajudas-me a escolher a roupa?" perguntei fugindo ao assunto Nessie. O sentido estético de Leah era extremamente apurado. Tinha bastante jeito para conjugar cores e roupas. "Yap." concordou sorrindo. Ela remexeu durante uns segundos no meu roupeiro e atirou uma t-shirt azul e umas calças de ganga para cima da cama. "Pronto veste. Não vais a sítio nenhum especial. Só vais buscá-la. Se te vestes melhor do que isso conquistas as amigas todas dela." "Obrigada Leah. Mas afinal o que vieste aqui fazer?" "Dizer-te que o Seth não está a lidar muito bem com o facto de estar constantemente a pensar na Rubi e não poder estar com ela. Ele está a ficar mesmo cada vez pior." "Pois eu sei que é complicado mas não podemos fazer nada. Já não há nada a fazer." "Eu sei, mas queria que asses lá para ver se o animas um pouco. Ele não sai de casa, senão tinha vindo comigo." Olhei para o relógio, eram 17. Tinha de me vestir para poder ir buscar a Nessie e possivelmente a Rubi que deveria estar com ela. "Tenho mesmo de me despachar Leah. Logo que possa o lá." "Ok, obrigada Jake. Vá beijinhos. Fica bem." Beijou-me a bochecha. "Boa sorte" disse piscando o olho. "Obrigada." Vesti-me, pus perfume e um pouco de gel para definir os jeitos do cabelo espetado. Entrei no carro, segui para ir buscar o meu anjinho à escola. Estava-me a aproximar da escola e vi a Nessie com a Rubi e outra rapariga. Parei e abri o vidro. "Ouvi dizer que alguma menina desaparecida precisa de boleia até casa..." usei o facto de não estarmos juntos há muito tempo para brincar com ela. "É, parece que sim. Mas somos duas." respondeu. Saí do carro, beijei-a na face suave e abracei-a, as saudades obrigavam-me a fazê-lo e quase não me deixavam descolar o meu corpo do dela. Cumprimentei Rubi e a colega delas. "Quem é esta linda menina?" perguntei referindo-me à rapariga elegante que se apresentava à minha frente. "Violet, este é o Jacob. Jacob, esta é a Violet." respondeu prontamente.
A resposta de Nessie foi brutalmente expelida pelos seus lábios, parecia estar irritada. Será que era por minha causa? "Encantado." "Vamos?" perguntou Nessie agressivamente. "Sim minha senhora." respondi olhando-a nos olhos. Provoquei ainda mais. Aquilo tornavase divertido. Ela estava com ciúmes? Estava a ficar com pena dela. Estava a ver-me olhar para a Violet, que por sinal era uma rapariga bastante bonita para humana, claro que não se comparava à minha Nessie. Se ela estivesse com ciúmes era sinal que sentia alguma coisa por mim... Isso não era de todo mal, era bom se ela percebesse. Para acabar com confirmação da possibilidade do aborrecimento e agressividade de Nessie se dever a ciúmes, olhei para Violet, sorri-lhe e disse: "Prazer em conhecer-te." "Igualmente." respondeu ela com um sorriso de orelha a orelha. Rubi já estava no carro e Nessie também. Tinha batido fortemente com a porta do carro. "Simpática a vossa amiga." comentei. "Sim, sim como queiras." protestou aborrecida. Olhou lá para fora pensativa. Fiquei com medo de ter abusado na quantidade de provocação. Não queria nada que ela ficasse chateada comigo. "Que se a Nessie?" perguntei para tentar perceber o grau de irritação de Nessie. "Nada." Estava sem dúvida bastante chateada. Deixei que chegássemos a casa, não disse mais nada até lá. Apenas umas palavras soaram entre mim e Rubi. Durante o caminho comecei a pensar numa maneira de alegrar o Seth. Cada vez que eu olhava para Rubi ou sentia o seu cheiro, lembrava-me das palavras de Leah a descrever o estado do irmão. Rubi era uma semi-vampira que conhecia bem todas as histórias dos Lobos. Se fosse inteligente iria perceber a impressão que o Seth teve, ou se calhar não. Mesmo que não percebesse, o Seth teria de lhe contar, senão nunca mais na vida iria ser feliz. Ele não pode ser feliz longe da pessoa que tem de proteger, de amar da maneira como essa pessoa o desejar, seja amigo, ou marido, ou namorado. Tal como eles se estavam a precisar de entender, eu e Nessie também andávamos a precisar de um tempo a sós para falar. Lembrei-me de uma coisa que poderia servir de pretexto para resolver todos estes problemas: uma festa de boas-vindas a Rubi. Seria perfeito, íamos estar todos lá e ela até ajudou a trazer o Quil de volta, merecia. A festa seria em minha casa numa noite em que o pai fosse pescar para longe com o Charlie, teria o essencial. Versão da Nessie Jake encostou o carro à berma para que eu e Rubi saíssemos.
"Não queres entrar?" perguntei carregada de remorsos por ter sido bruta com ele e por me ter deixado levar pelos ciúmes. Ia ser difícil ignorar este novo sentimento mas ele não merecia tanta agressividade. "Não, hoje não. Tenho uns assuntos para tratar na Reserva." baixei o olhar entristecida. Estaria ele a desistir de me amar, de me proteger, de cuidar de mim? Alguma vez ele iria desistir de mim? Seria este o dia em que ele me iria tentar esquecer? Ele reparou na minha tristeza e prosseguiu. "Amanhã o por cá, ok?" "Ok." consenti ainda aborrecida. "Até amanha." aproximou-se para me abraçar. Senti o seu corpo encostar-se ao meu. O seu hálito batia suavemente na minha orelha. "Adoro-te Nessie." "Eu a ti." respondi. Ele afastou-se de mim e partiu no carro.
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Capítulo 15
Versão do Jacob "E então Leah, que achas?" perguntei. Ela sorriu. "Perfeito Jake." disse abanando ligeiramente a cabeça para a frente e para trás. "Vamos!" "Onde?" "Contar ao pessoal... Precisamos de toda a ajuda possível." Corremos em direcção a casa de Sam. ** "Agora que já estamos todos aqui, quero-vos informar de uma coisa." "Jake..." chamou Quil. "Não estamos todos, falta o Seth." "A intenção foi essa. Não te preocupes. Pronto, como vocês sabem, o Seth está com um problema dos grandes." Ouviu-se um ligeiro burburinho, as poucas pessoas que estavam naquela sala reagiram levemente ao meu comentário. "Ele teve a impressão natural pela Rubi, a semi-vampira." esclareci. "Outro com tendências suicidas." comentou Jared. "Esse tipo de comentários são dispensáveis." fiz uma pausa. "Ora bem, eu pensei e, a única maneira de ele superar esta fase é poder ajudar a Rubi, para isso têm de manter um relação minimamente amigável. Mas isso só acontecerá quando eles começarem a falar um com o outro." "Exactamente, coisa que não acontece neste momento." completou Leah. "Para não dar muito nas vistas a forçada aproximação do Seth, eu pensei em arranjar um pretexto para eles estarem juntos." "Que é..." incentivou Sam. "Fazer uma festa de boas-vindas à Rubi." disse Leah. "E temos razões para fazer assim uma festa do nada? Eu nem a conheço..." desfez Jared. "Pois não conheces. Mas foi ela que nos ajudou a trazer o Quil de volta. Se não fosse ela, a esta hora, o Quil estaria no meio da floresta sabe-se lá bem onde e a fazer o quê..." respondeu Leah. Jared baixou a cabeça reprovando-se a si mesmo pelo estúpido comentário. "Quem concorda?" perguntei. Todos levantaram o braço, senti-me feliz por estarmos em sintonia e para além disso porque o meu plano ia para a frente. E não ia ser só o Seth a ter o seu momento, eu também ia ter.
"Vou falar com a Rubi. Alguma restrição em relação à festa?" "Não." disseram todos em coro. "Ok então... Até logo." ** Bati à porta. "Olá Jacob." saudou Edward. "Queres falar com a Nessie? Eu vou chamá-la." ia preparar-se para gritar quando eu interrompi. "Não, eu quero falar com a Rubi." Edward olhou espantado para mim contraindo a testa. "Ok..Rubi!" Ele chamou. De repente ouviram-se os acelerados descerem as escadas. "Sim Edward." respondeu Rubi. "Está aqui o Jacob. Quer falar contigo..." "Comigo?" perguntou Rubi também com iração estampada no rosto. "Parece que sim. Oh, entra Jacob." Entrei e cumprimentei Rubi. Ela continuava a olhar para mim à espera que eu falasse. Procurava as palavras certas para a convencer a deixar que lhe fizéssemos uma festa sem levantar muitas suspeitas… não queria estragar nada ao Seth. Sentámo-nos no sofá em silêncio. Silêncio este que ela quebrou, enquanto eu ainda pensava como começar a conversa. "Ok...isto já é estranho o suficiente. Diz lá o que precisas. É sobre a Nessie?" perguntou. "Não." Subitamente uma voz ecoou pela casa, reconheceria-a em qualquer circunstância. Era doce e penetrava nos meus ouvidos como música. "Quem é que era à porta?" perguntou Nessie enquanto descia as escadas. Quando percebeu que era eu ficou petrificada a olhar para mim e Rubi sentados no sofá. "Ah Jake és tu! podias ter subido…” não terminou de falar vendo que estava acompanhado pela Rubi. Depois mudou a cara alegre de quando me tinha visto “ah estás ocupado…” e virou costas. "Espera! Só vim falar com a Rubi." "Foi? E, e… pode-se saber porquê? Ou já tens segredos comigo, senhor 'nunca te vou esconder nada'?" usava sempre este termo quando queria que eu lhe contasse alguma coisa. "Podes saber, claro." A sua expressão chateada desapareceu dando lugar à vergonha pela maneira como tinha reagido. "Senta-te." "Diz lá." incentivou Rubi. "Ok. Nós em La Push achamos que tu mereces uma festa de boas-vindas." Nessie sorriu e Rubi ficou baralhada. "Mas porquê?" perguntou Rubi confusa devido ao convite.
"Ajudaste-nos a trazer o Quil de volta e agora vens para cá e, sendo amiga da Nessie e dos Cullen, és nossa amiga também." "Ele tem razão." concordou Nessie. "Hmmm, mas eu não quero dar trabalho." lamentou-se. "Não dás trabalho nenhum. Sexta-feira, no fim das aulas em La Push, eu vou-vos buscar à escola." "Oh...nem sei que dizer. É já daqui a dois dias. Fiquei sem jeito." "Diz que sim, por favor." pedi. "Ok, eu vou." "Boa, convida quem quiseres, desde antigos amigos até aos mais recentes." "A sério? Obrigada." A conversa tinha terminado por ali, ninguém tinha mais nada a dizer, ou pelo menos parecia não ter. "Jake, podemos falar?" perguntou Nessie seriamente. "Sim, vamos dar uma volta." levantei-me com um salto. "Então até sexta Rubi, liga-me a dizer quantas pessoas convidaste. Só para eu ter uma ideia." "Ok, adeus." "Volto já Rubi. Se o meu pai ou a minha mãe perguntarem por mim, diz-lhes que fui dar uma volta com o Jake, ok?" "Sim, eu digo. Portem-se bem." Gargalhou audivelmente. Eu e Nessie saímos batendo a porta. Versão da Nessie "Então onde vamos?" Perguntei achando estranho ele querer sair só para falarmos. "Andar enquanto falamos, hoje não me apetece estar quieto. Segue-me." "Ok..." Ambos ficamos em silêncio. Estava a tentar ir buscar coragem a todos os recantos do meu corpo para lhe perguntar tudo o que queria saber sem parecer muito desconfiada. Estava com medo da resposta. Será que ele me tinha trocado pela Rubi? E a festa fosse um pretexto para estar com ela mais tempo? Ele não me poderia trocar tecnicamente, eu não era dele, apesar de eu começar a perceber que queria ser dele. Queria poder dizer-lhe que o amo, mas ainda era cedo. Tinha medo de o magoar. E se afinal eu não gostasse dele dessa maneira e me apercebesses disso tarde demais? Era melhor esperar para aclarar melhor as ideias. Mas se esperasse durante muito tempo ele poderia esquecer-me e arranjar outra, se isso não estivesse já a acontecer. Estremeci com o pensamento. Mas ponderei ser verdadeiro, ele poderia estar a interessar-se por ela, e ultraar a impressão natural, dizem que o amor vence todas as barreiras. E se ela estivesse também interessada nele? Eles iriam começar a namorar e como
convivem comigo eu teria de ver. Arrepiei-me mas não foi com frio no entanto Jacob mostrou-se preocupado. "Estás com frio?" perguntou. "Não, nem por isso." "Anda, vamos sentar-nos aqui." sugeriu. Sentou-se encostando-se a uma árvore. Eu sentei-me junto a ele. Estávamos apenas a uns centímetros de distância. Não é que isso me incomodasse, se havia coisa que não me incomodava era estar junto a ele, mas a pele dele era tão quente e como não tinha frio, em o com a minha, fez-me aquecer subitamente, ficando provavelmente com as bochechas rosadas do calor e não só, eu ficava assim quando estava perto dele. Era mais uma das provas do meu possível amor por ele. Eu não aguentava mais, tinha de lhe dizer o que estava a sentir. "Bem...Já andamos quase 3 km e ainda não disseste nada. Querias falar comigo. Diz lá." Inspirei fundo antes de lhe dizer que o amava. Expirei. "Porque é que não me disseste que estavas a preparar uma festa?" perdi a coragem voltando ao assunto que me andava a atormentar, os ciúmes que andava a sentir. Afinal não ia dizer que o amava sem saber se o interesse dele era pela Rubi…Cerrei os dentes. "Porque me lembrei disso ontem depois de te deixar em casa. Só hoje é que falei contigo. Não percebo qual é o problema." disse confuso. "Nada, não há problema, eu podia ter ajudado, só isso." Menti. "E vais poder ajudar. Vais-te certificar que a Rubi vai." Outra vez a Rubi. Parecia cada vez mais que ele me queria longe, nem queria que eu ajudasse na festa perto dele. "E eu também vou poder ir?" Perguntei. "Claro, que raio de pergunta." Baixei a cabeça. "a-se alguma coisa? Há mais alguma coisa que me queiras dizer?" Sim, há. Jake, eu amo-te. Amo-te mesmo, quero ficar contigo, para sempre. Quero estar contigo em todos os momentos, quero-te ao meu lado em todos os segundos. Eu quero-te, eu desejo-te, eu amo-te. Sim, eu queria dizer isto, mas não tinha coragem. As palavras lutavam para sair, mas ao abrir a boca saiam mudas. Desisti. Tinha medo… tinha medo que ele não me amasse da mesma forma…por isso optei por voltar ao assunto da festa. "Tenho mais uma pergunta." "Diz lá..." "Hmm, porque é que queres fazer esta festa?" Ele fez uma cara de surpresa e ficou embaraçado, desviando o olhar. "Desculpa, mas não acredito na teoria do "ela ajudou o Quil" e "é amiga da Nessie". É um argumento um pouco rebuscado." "Pois, a razão não é apenas essa."
Afinal eu tinha razão, havia mais qualquer coisa. O que seria? Como iria eu reagir se ele me dissesse que era para estar mais tempo com a Rubi? Eu já não aguentava mais a pressão. Eu não sabia como reagir numa situação assim. "Então qual é a outra razão?" perguntei com medo da resposta. "Promete-me que não dizes a ninguém e que evitas pensar nisto com o teu pai por perto." "Ok. Eu prometo. Sabes bem que sou incapaz de te mentir ou desrespeitar." "Sim eu sei." e calou-se. Não disse nada, ficou a olhar para o chão. "Jake..." chamei. "Então, o que é?" "Ah, desculpa, distraí-me." Não sei bem porquê mas aquela distracção fez-me sentir um formigueiro na barriga. Senti-me estranha por uns momentos. Ele prosseguiu satisfazendo-me a curiosidade. "Ora bem, eu pensei na festa porque os amores em La Push deram muitas voltas esta última semana." Ai, ai, ai... Ele vai dizer aquilo que eu não quero ouvir... Ele está mesmo apaixonado pela Rubi. Ele venceu a impressão. Não, aquilo não podia estar a acontecer. "O que se a?" perguntei engolindo em seco. "O Seth..." ao ouvir este nome, o meu coração abrandou, eu fechei os olhos e respirei fundo. "Ele teve a impressão natural." "A sério? Por quem?" perguntei irada. "Pois, o problema reside aí..." "Hmm, não estou a perceber..." lamentei-me. "Ele teve a impressão natural...pela Rubi." "Oh meu Deus." O Seth apaixonado eternamente, destinado à Rubi. Eles nem se conhecem, nem falam um com o outro. Ele vai sofrer, ele já deve estar a sofrer. Eu sabia que a impressão natural era um sentimento bastante forte, mas quão forte seria? Será que ele conseguiria viver sem ela? "Ele está destroçado, sente que tem obrigação de a proteger e eles nem sequer falam." "Pois imagino." "E então eu lembrei-me da festa, para que eles pudessem falar. Mas também pelas razões que já te disse." "Hm, ok." Afinal Jake não tinha grande coisa que ver com as razões da festa. Estava realmente preocupada com o Seth. E não podia contar nada a ninguém. A Rubi não podia saber. Senti-me com muito calor, o Jake continuava encostado a mim e eu não queria que ele se afastasse mas o calor era quase inável. "Estás mais quentinha?" perguntou com um excelente sentido de oportunidade, como se soubesse ler os meus pensamentos.
"Nem tu imaginas o quanto." Ele afastou-se ligeiramente. "Desculpa, se tinhas assim tanto calor podias ter dito." Eu tinha calor mas estava a gostar de te ter a meu lado. Outra vez a pensar no que poderia ou gostaria de dizer. Isto começava a ser hábito quando se tratava dos meus sentimentos. "Se calhar é melhor ir para casa. Está a escurecer, o meu pai não gosta que eu chegue tarde quando vou sair contigo." "Ok, eu levo-te lá." "Obrigada." "Ah e não te esqueças de não pensar no Seth." "Ok." Corremos pela floresta fora em direcção a minha casa.
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Capítulo 16
Versão da Nessie Sexta-feira, 08:00 da manhã, despertador a tocar. Não queria ter de abrir os olhos… não queria ir para a escola… queria continuar a dormir! "Hmm, será que hoje podemos ficar a dormir mais um pouco?" perguntou Rubi arrastadamente. "Não sei...não devíamos ter ficado acordadas até tão tarde!” queixei-me. Tínhamos ficado a ver filmes românticos a noite toda… e agora parecia que os olhos pesavam mais que o normal. Suspirei longamente. "Pois…" disse Rubi. "Bem tem de ser não é? Se não nos levantarmos, mais tarde ou mais cedo a minha mãe vem chamar-nos... Já a ouço lá em baixo a bater com os pratos para o pequeno-almoço." Continuávamos deitadas sem nenhuma de nós se mexer. A vontade de ir para a escola era tanta que nem para ir à casa de banho me levantei. Comecei ouvir os os do meu pai a subir as escadas. "Oh não, aqui vamos nós." Acabei de pronunciar estas palavras quando o meu pai entrou pelo quarto dentro. "Pois vamos, vamos. Vá lá meninas. Toca a levantar." "Pai... não podemos ficar hoje em casa? Só hoje! Faz de conta que está imenso sol e que este afecta a nossa pele como afecta a tua!” "Sim muito engraçadinha! Toca a levantar! Ninguém vos mandou ficarem acordadas até tarde! Além de que está perfeito para um dia de escola, nublado, chuvoso e frio." Disse fazendo o sorriso enviesado que eu mais gostava. Depois em fracções de segundos fez-nos tantas cócegas, que não tivemos mais remédio se não levantar-nos. "Ok..." dissemos as duas ao mesmo tempo ainda perdidas de riso. Acabamos de nos arranjar e descemos para o pequeno-almoço. "Bom dia mãe." "Bom dia meninas. Sentem-se e despachem-se, vão chegar atrasadas." Tragamos o pequeno-almoço com alguma voracidade. A certa altura ouviu-se a buzina de um carro. "Vá meninas até logo." "Até logo. Não se esqueçam que nós vamos à festa da Rubi em La Push." "Sim..." responderam os meus pais em uníssono. **
Fim do dia escolar. Eu e Rubi tínhamos a última aula separadas, eu tinha Psicologia e ela Filosofia. Mal a aula terminou apressei-me em direcção ao portão para chegar junto do Jake, antes de Rubi. Quando cheguei ao portão o carro de Jake já estava estacionado à nossa espera. Abri a porta do carro e entrei. "Olá!" saudei com um grande sorriso nos lábios e beijei-o na face morena. "Olá, a Rubi?" A Rubi?! Outra vez a Rubi. Começava-me a irritar o interesse dele pela Rubi. Costumava ficar quente, sentir o sangue a correr nas minhas veias borbulhando fervorosamente, quando estava perto de Jacob. Mas ultimamente apercebi-me que quando ele pronuncia o nome de outra rapariga, minimamente ameaçadora, o meu sangue congela, pára de correr. Um sentimento de tristeza assalta o meu coração só de pensar que ele poderá não estar a pensar em mim. "A Rubi vem já." Disse virando-me para fitar a janela do lado oposto da cara de Jacob, cruzando os braços ao peito. Dito e feito! Naquele momento Rubi apareceu e entrou para o banco de trás. "Boa tarde!" "Então preparada para a grande festa?" perguntou Jacob. "Sim, acho eu..." Jacob arrancou. Rubi tinha convidado um amigo que eu ainda não conhecia, a Violet e o irmão, mas esse tinha recusado, devido a trabalho. Os meus pais não iam, deram a desculpa de nos deixarem à vontade com os nossos amigos, mas se bem os conheço eles queriam era aproveitar o tempo sozinhos para namorar. A tia Alice e o tio Jasper iam caçar. A tia Rose e o tio Emmett estavam fora a visitar uns amigos. E, finalmente, os meus avós, Carlisle e Esme, queriam ir ao cinema. O telemóvel de Jacob tocou. "Sim... mas... okok... hmm já entendi..." uma gargalhada saiu da garganta de Jacob. "Não te preocupes... eu tomo conta delas... sim Bella, não te preocupes... Ok... Beijos, adoro-te... Ah, Bella...porta-te bem." Continuou a rir. "Era a minha mãe?" perguntei curiosa. "Sim, era.” "Que se a?" "Hoje dormem lá em casa, parece que ela quer ter um tempo a sós com o teu pai." Rimo-nos os três. Chegamos a casa do Jake e estava tudo pronto, mesas postas com petiscos, que por sinal tinham sido feitos pela Emily, iluminação feita pelo Quil e o resto da alcateia e, finalmente, a decoração pela Leah.
"Wow...Obrigada, a sério!" agradeceu Rubi e correu para abraçar Quil. Jake juntou-se a eles e eu fiquei perto de Leah, a ajudá-la a acabar de decorar a sala. Ele continuava a rodear Rubi, para onde ela ia ele ia também. Entretanto chegou Violet, para minha felicidade. "Olá. Isto está tão giro!" comentou ela. "É..está mesmo deslumbrante. Tudo feito pelos amigos do Jake." disse eu orgulhosa. "Por falar em Jake..." "Sim...que tem?" "Ele está mesmo giro hoje...aqueles músculos..." suspirou. Perfeito! Até Violet já andava de olho no Jacob… lindo… "Está normal, é assim desde que o conheço." "Como consegues?" "O quê?" "Resistir-lhe..." disse Violet mordendo o lábio. Rolei os olhos. Por amor de Deus, que exagero...Ok,talvez não fosse assim tão exagerado mas ele era meu, eu estava destinada a ele... Porque é que ninguém percebia isso? Afinal parece que a minha preocupação agora devia ser com a Violet. A Rubi mantinha-se sempre ao lado de Quil e Jake estava na cozinha a ajudar Emily. Rubi mostrava-se demasiado interessada no Quil para dar conversa ao meu Jacob, o que me fez acalmar em relação aos ciúmes que sentia dela. Ia continuar a sentir estes ciúmes por qualquer rapariga enquanto ele não me dissesse que era eu quem ele amava na realidade… A Leah tinha acabado de sair para ir buscar o Seth. "Onde está o teu amigo?" perguntou Violet olhando para todo lado, como um felino á procura da sua presa. Mesmo sabendo onde ele estava menti. "O Jake? Não faço a mínima!" Com o Seth e a Leah chegou um rapaz que eu não conhecia, mas o cheiro era tão agradável, obviamente humano. Sem dar por isso ao meu lado estava Rubi. "Kellan!!!" gritou com a felicidade estampada no rosto. Agarrou-se a ele num abraço apertado. Vi os olhos de Seth brilharem quando Rubi o cumprimentou. Senti-me mal por ter feito o Jake sofrer alguma vez. E já tinha reparado que Rubi preferia o Quil ao Seth, o que ia ser bastante doloroso. "Nessie vem aqui." Chamou-me Rubi. Aproximei-me. "Este é o meu amigo Kellan. Kellan esta é a Nessie. Tem-me ajudado muito." "Prazer..." disse Kellan com um sorriso traçado nos lábios.
"Igualmente." Inevitavelmente sorri. Começamos a falar os dois, fiquei a saber umas pequenas coisas sobre ele e ele também me fez umas perguntas casuais. Cada vez que olhava para o Jacob, ele estava acompanhado pela Violet. Riam juntos, falavam durante momentos que me pareciam infinitos. O meu sangue estava congelado. Comecei a sentir calafrios, por momentos desejei violentamente o sangue de Violet. Mas Kellan cheirava bastante melhor, estava a ajudar-me a ficar calma, mas era bastante apetecível, apetecia morde-lo e provar aquele sangue. O Kellan iame ser muito útil naquela noite. O Jake ia perceber que há coisas que nem sempre são fáceis de ver... Sem pensar enchi um copo com sangria e tomei-o de uma golada só. Não sei porque o fiz, mas o álcool afogava as minhas mágoas enquanto o efeito deste me possuía. Kellan permanecia ao meu lado. Olhei de relance para Jake e vi... Eu vi... Vi Violet agarrada ao pescoço de Jake dando-lhe um beijo na bochecha e permanecendo ali assim em o de valsa a dançar um slow. Automaticamente os meus braços envolveram o pescoço de Kellan. "Dança comigo" pedi, dando um golo no copo de Vodka de Kellan, arrancando-lho das mãos. Já tinha bebido alguns copos de sangria e um golo ou dois de vodka. O álcool começou a surtir efeitos drásticos em mim. Já não era a minha mente que controlava o meu corpo, ele agia naturalmente. E, por muito que me custasse estar longe do Jake, aquela sensação de liberdade começava a agradar-me. "Danço, claro, princesa." Ri como se não houvesse amanhã. "Ai, se soubesses o que me ou há bocado pela cabeça..." disse ainda a rir desalmadamente. "Diz-me..." pediu Kellan, com uma voz sedutora, ando os seu lábios pelo meu pescoço. "Apeteceu-me morder-te..." fui sincera, mas não era aquilo que eu queria dizer, mas já tinha dito... O que fui eu fazer? Já não tinha consciência do que dizia. Mas também o que é que isso importava! O que eu queria, era divertir-me! Estava farta de ser a menina bem comportada! “Hum… adorava que o fizesses!” disse provocando-me. Os lábios dele roçaram nos meus… De certeza que ele percebeu aquilo de uma forma diferente do que eu queria… afastei os meus lábios dos dele e juntei o meu rosto ao seu pescoço. Naquele momento o mundo era cor-de-rosa para mim. Não raciocinava, tentava fazê-lo mas em vão. O mundo estava a andar a roda, de pernas para o ar, eu não sentia nada, à excepção do hálito de Kellan que percorria o meu pescoço sensualmente provocando-me uma sensação de desejo descontrolada devido à bebida. Mas eu continuava a gargalhar. Aproximei os lábios do seu
pescoço… Toquei-lhe com a minha língua sentido o sabor salgado da sua pele. Ele estremeceu os meus braços… "NESSIE NÃO!!!" gritou Jake... "Jake..." pronunciei lentamente. Parei imediatamente de rir. O que estava eu a fazer de mal? "Afasta-te anormal. Nunca mais lhe toques. Não vês que ela está bêbeda? Não tens noção, é apenas uma rapariga indefesa e tu a aproveitares-te dela! Sinceramente, DESAPARECE! NÃO TE QUERO VER MAIS À MINHA FRENTE!" gritou Jake a Kellan. O que senti de seguida foi o peito de Jake. Um copo de água encostou-se à minha boca. "Bebe, vai fazer-te bem..." ordenou. "Ainda bem que não vais dormir a casa." Sussurrou. Ele arrastou-me para o seu quarto, pegando em mim ao colo para subir as escadas.
Parte 2
Versão do Jacob Quando saí da cozinha, depois de ajudar Emliy com os aperitivos, ia decido a puxar a Nessie para dançar. Não queria estar nem mais um minuto longe dela, e tudo o que queria esta noite era dizer-lhe que a amava. Queria dizer-lhe tudo o que sentia e que todos os dias teimava em sair da minha garganta. Não queria ignorar mais os meus sentimentos. Hoje, eu e ela, íamos falar sobre isto e não haveria escapatória. Vi que Rubi lhe apresentava um amigo. Olhei-me ao espelho, ei mão suavemente pelo cabelo garantido que estava direito, endireitei a minha roupa, verifiquei o meu hálito, pus o meu melhor sorriso e fui direito na sua direcção para a puxar para dançar. Fui travado pela bonita colega delas. “Olá Jacob!” “Oh, olá! Vilolet não é?” disse tentando desviar-me dela. “Sim, sim! Ainda te lembras! Que bom… achas que podíamos falar um pouco?” “Hãn? Falar… sim claro!” acabei por perder uma excelente oportunidade de falar com a Nessie… e esta rapariga não se calava? Continuei a tentar que a conversa tivesse fim… a Nessie cada vez estava mais próxima do rapaz que nunca vira e não estava a gostar de como ele olhava para ela… Senti a mão de Vilolet no meu braço. “Tens uns músculos realmente… perfeitos!” Não pude evitar sorrir. Nisso podia dizer que tinha orgulho. Ela continuava a falar e eu ia soltando umas risadas de vez em quando fingindo que lhe prestava atenção. Até que ela se agarrou a mim quando começou um slow. “És um querido Jacob… adoro o teu sorriso!" Apertou-me mais contra ela e deu-me um beijo demorado na cara. Agora conseguiu captar a minha atenção. Nunca nenhuma rapariga tinha sido tão atrevida a esse ponto. Sorri-lhe espontaneamente. E comecei realmente a prestar atenção ao que me estava a dizer. Reparei que ela era bastante simpática e simples. Pareceu-me mesmo uma menina direita e com bastante juízo. Mas tinha de lhe deixar claro que não estava minimamente interessado nela. Talvez se a Nessie não existisse eu pudesse ponderar… Algo captou a minha atenção desviando-a de Violet novamente. O sorriso estridente da Nessie. Tomei atenção ao que ela dizia "Ai, se soubesses o que me ou há bocado pela cabeça..." "Diz-me..." respondeu-lhe o rapaz aproximando-se mais da Nessie, segurando-lhe pela cintura enquanto as suas mãos iam descendo ao longo das suas costas. Aproximou o rosto do pescoço dela. Comecei a tremer involuntariamente. Continuei a ouvir o que diziam. "Apeteceu-me morder-te..." “Hum… adorava que o fizesses!” Respondeu o rapaz descaradamente.
Não! A Nessie ou das marcas!! Morde-lo? Mas onde é que ela tinha a cabeça? “Está tudo bem Jacob?” Violet perguntou recuando perante a minha reacção. Quase me esqueci que estava junto dela. “Não está tudo bem.” Tentei sorrir. “Acho que a Nessie bebeu de mais… vou busca-la está bem?” afastei-me respirando comadamente para não cometer nenhuma loucura. Até que vi a Nessie aproximar-se do pescoço do rapaz. A tocar-lhe com a língua. Não! Não é que ela vai mesmo morde-lo! Pensei exaltado. "NESSIE NÃO!!!" gritei. "Jake..." ela disse confusa. Corri a separa-los. "Afasta-te anormal. Nunca mais lhe toques. Não vês que ela está bêbeda? Não tens noção, é apenas uma rapariga indefesa e tu a aproveitares-te dela! Sinceramente, DESAPARECE! NÃO TE QUERO VER MAIS À MINHA FRENTE!" gritei ao rapaz. De seguida puxei-a para mim. Enchi um copo com água e encostei-lhe aos lábios. "Bebe, vai fazer-te bem..." ordenei. "Ainda bem que não vais dormir a casa." Acrescentei num murmúrio. Peguei nela e levei-a para o meu quarto. “A festa acabou. Peço que saiam todos…” *** “Mas onde raio tens tu a cabeça?” gritei-lhe quando a pousei no chão. Ela agarrou-se a mim para não cair. “Deixa de gritar! Estava apenas a divertir-me!” voltou a cambalear fechando e abrindo os olhos lentamente e segurei-a fortemente pelos braços fixando o meu olhar nos olhos dela. “Estavas a divertir-te bêbada e prestes a morder um humano?? Estás louca?” As minhas mãos agarravam os braços dela cada vez com mais pressão. Estava a tentar controlar-me para não tremer descontroladamente. “Estás a magoar-me Jacob…" Soltei-lhe um pouco os pulsos mas sempre sem a deixar escapar, pois se o fizesse ela caía. "Eu não ia morde-lo… e sim estou louca!! Estou louca por tua culpa!” “Por minha culpa? Fui eu que te incentivei a beber por acaso? Fui eu que te pedi para te encostares aquela coisa que olhava para ti como se fosses comida? Fui eu que te obriguei a lamber o pescoço dele para te descontrolares? Já pensaste se o tivesses mordido?” Ela olhou para o chão abanando com a cabeça. "Tens noção que puseste toda a tua existência em causa? A tua identidade... Nessie ias arranjar muitos problemas se o fizesses... E ainda dizes que fui eu que te incentivei a isto tudo?" “Por acaso foste! Se não andasses a lançar o teu charme para todas os rabos de saia desta sala, eu não tinha feito nada disto!”
“Mas o que estás para aí a dizer?" "Pára de gritar comigo... Tu não estás a perceber nada!!” "O que é que eu não percebi?" “Que eu gosto de ti seu estúpido!” agarrou-se a mim sem eu esperar e beijou-me. Não foi propriamente o beijo que eu estava a espera. Mas a fúria desapareceu quando senti que os lábios dela tocavam ao de leve nos meus. Mas ela estava demasiado bêbada. Não podia permitir que ela fizesse algo que se arrependesse depois. Afastei-a de mim e abracei-a. Ela fechou os olhos. Sentei-me na cama e deitei a sua cabeça sobre as minhas pernas. Quando dei conta ela já estava a dormir. Descalcei-a e deitei-a cobrindo-a apenas com um lençol. Ia ficar junto dela. E o meu calor era suficiente para a manter quente. Fiz-lhe uma festa na cabeça. Ela dormia profundamente. “O que foste tu fazer minha pequena…. Prometo que não te vou voltar a fazer sofrer, e que te vou proteger sempre… hoje não te protegi, e nunca me vou perdoar por isso… mas prometo que será a última vez…”
Parte 3 Versão da Rubi A festa estava animada. Mas o que eu queria mesmo era ar o tempo com o Quil. Desde que o conheci o achei diferente de todos os outros. Quando vi o sentimento que ele sentia por uma menina, que ainda não era amor, mas um carinho e um sentido de protecção tão grande que não pude deixar de sentir inveja. Queria que alguém se preocue assim comigo, que me protegesse. Alguém como Quil. Ele era realmente espectacular. Não sei porquê mas eu sentia uma atracção estranha por ele. Queria divertir-me e aproveitar a minha festa e nada melhor do que á-la perto dele. Tinha sido um grande amigo e o facto de saber muito da sua vida ajudoume a conhecê-lo e a sentir-me próxima dele. "Quil, aqui está muito barulho...Vamos dar uma volta?" Versão do Quil "Quil, aqui está muito barulho... Vamos dar uma volta?" propôs Rubi. Não era correcto sair da festa com a anfitriã e muito menos quebrar o sentido da festa, juntar o Seth e a Rubi. Estaria a trair o meu amigo ao afastar-me e levar a sua predição comigo. "Hmmm, não sei se é boa ideia. Está toda a gente aqui." "Por isso mesmo...está gente a mais!" agarrou-me no braço e arrastou-me para as traseiras da casa sem eu poder dizer nada. "Vês, aqui estamos melhor." "Não sei... Porque é que viemos para aqui?" "Porque eu só falo com a Nessie, com o Jake, com a Violet e o meu amigo, mas estão todos divertidos e apetecia-me estar só contigo, tal como estivemos na semana que me salvaste sem saberes… és a pessoa que mais tenho á vontade para falar em muitos anos... Fica aqui comigo por favor..." implorou sorrindo ligeiramente enquanto os olhos brilhavam. "Ok." cedi. "Mas durante pouco tempo." Ela sorriu e sentou-se no chão encostando-se à parede da casa. Sentei-me também. "Ai, olha só para a lua. Está linda." observou. A lua estava enorme, mesmo à nossa frente, brilhava intensamente como se fosse um sol branco como a neve. O luar tresava as árvores da floresta densa que se estendia à nossa frente. "Sim, está linda." Conversamos e rimos durante um bom bocado. Estávamos bastante próximos e Rubi era extremamente bonita e atraente. O meu coração pertencia a Claire mas ela ainda era apenas uma criança e o que eu sentia era apenas uma necessidade enorme de a proteger. Nunca olhara para mais ninguém, porque nunca tinha sentido necessidade disso. E depois havia o Seth... parei o meu raciocínio quando senti a mão de Rubi sobre a minha."Não me parece boa ideia..." disse eu hesitante. "Porque não?" perguntou. Eu não podia explicar-lhe o porquê.
"Porque..." encravei as palavras. Ela aproximou o seu rosto do meu, apesar de semi-vampira ela cheirava especialmente bem, cheiro este que me penetrou a mente quando ela se aproximou. "Porquê?" sussurrou ao meu ouvido. Sem conseguir controlar, o desejo cresceu dentro de mim. "Está errado, eu não te vejo dessa maneira, és apenas uma amiga." expliquei. "Eu sei... mas estamos em ambiente de festa e sei que ambos precisamos de um pouco de diversão..." provocou fazendo um sorriso perverso. Não consegui dizer nada, ela aproximou-se, pegou na minha mão e colocou-a na sua cintura. "Fecha os olhos e aproveita o momento..." murmurou sensualmente contra o meu ombro, beijando-o. Sem saber porquê, o meu corpo obedeceu às suas ordens, fechei os olhos e senti os doces lábios de Rubi encostarem-se aos meus. Após um leve beijo, olhei-a nos olhos. Pensei que durante aquelas fracções de segundos esqueci a falta de Claire, mas nunca ela mesma. Percebi que estava carente, que aquilo que Rubi me queria dar, aquele pedaço de diversão, me eram essenciais, o meu corpo precisava de libertar o desejo que Rubi havia provocado em mim. Brutalmente, agarrei o pescoço de Rubi puxando-a de encontro a mim e beijando-a fervorosamente. Sem amor, sem paixão, apenas por desejo e necessidade. A minha mão deambulava pelas suas costas descendo para a cintura e até para a pernas. Estávamos os dois ofegantes. De repente, um grito ecoou no meu pensamento. Seth... "TRAIDOR!" gritou Seth por entre respirações descontroladas e tremores. "Seth..." "Como foste capaz? Traíste a minha confiança...Não percebo porque é que o fizeste..." "Seth...eu não..." "Chega." interrompeu-me. "Rubi..." sussurrou. Calou-se por uns momentos. "Desculpem, vou deixar-vos a sós..." Seth correu por entre as árvores, ouvi-o uivar. Rubi permanecia chocada com a atitude do Seth, nada daquilo fazia sentido na cabeça dela. "O que se ou aqui?" perguntou hesitante. "Eu não podia ter feito isto!" "Porquê?" perguntou. "É díficil explicar..." "Eu estou a ouvir...." "Lembras-te do meu sentimento pela Claire? A impressão natural?"
"Sim, tão lindo..." Inspirei umas cinco vezes antes de prosseguir. "O Seth teve a impressão natural...por ti." A expressão de Rubi espantada mas, ao mesmo tempo, assustada formou-se automaticamente após as minhas palavras. Levantou-se num salto e correu atrás de Seth. Que fui eu fazer? Versão do Seth Traidor, traidor, traidor... A dor que senti quando os vi foi enorme, o meu coração dsfez-se. Mas ela tem o direito de ser livre e feliz...e se é com o Quil que ela quer estar que assim seja... Seria para ela o que ela precisasse que eu fosse. Só não esperava aquela atitude do Quil. Naquele momento estava em forma de lobo e corria a toda a velocidade entregue ao destino. "Pára Seth...." ouvi longinquamente. Abrandei ligeiramente. "SETH, POR FAVOR PÁRA!" a voz estava agora bastante mais perto. Conhecia-a como se fosse a minha, era suave e delicada, apesar de estar a ser forçada para gritar continuava melodiosa como sempre. O meu corpo parou nesse momento. Ela aproximou-se lentamente de mim. "Seth... Quero mesmo falar contigo." Não lhe podia responder, então tentei com que ela subisse para as minhas costas. Ela percebeu as minhas indicações e subiu. Corri pela floresta em direcção à minha casa. Parei em frente à casa quando chegamos. "Já chegamos? Esta é a tua casa?" Abanei o focinho, aproximei-me das escadas e Rubi segui-me. Dei-lhe um pequeno empurrão nas pernas para que se sentasse. Saí para a parte de trás da casa, onde regressei à minha forma humana. Tinha umas calças e uns boxers cá fora mesmo para um caso destes. Vesti-me e voltei para junto de Rubi. Reparei que os meus olhos estavam molhados, limpei-os com a mão. Aproximei-me sem proferir uma única palavra. "Seth...o Quil contou-me... eu não sabia... Desculpa." "Não tens de pedir desculpa...Ele é que me traiu..." "Enganas-te...Ele não queria..." "O quê? Só falta dizeres que a culpa foi tua!" "Sinceramente... foi." baixou ligeiramente a cabeça. "O que queres dizer com isso?" estava calmo, já me tinha convencido do que tinha acontecido, estava mesmo a acontecer e não adiantava ignorá-lo, tinha de o resolver.
"Seth..." começou, respirando fundo. "Eu é que o beijei, ele queria recusar mas eu não o deixei, entretanto acabamos por ar um bocado do limite. Nada que se controle." "Não tens de me dar explicações. Mas..." interrompi-me quando pensei no que ia dizer, não seria correcto fazer aquela pergunta. "Mas o quê?" perguntou Rubi. "Nada..." "Esse 'nada' foi muito pouco convincente. Diz lá..." "Porque é que o beijaste? Porquê ele?" Rubi ficou embaraçada com a minha pergunta. "Porque... vou-te dizer a verdade pura... Beijei-o porque me senti atraída por ele, mas nunca percebi bem essa atracção e estava a precisar de emoção na minha vida. Como ele é o rapaz mais próximo com quem eu seria capaz de ter alguma relação afectiva, tentei. Tudo contribuiu, o ambiente da festa, a minha atracção por ele e a carência de ambos. Não o culpes, estás a ser injusto. Ele adora a Claire, e sei que quando ela crescer, ele não irá ver mais ninguém. Sei que nunca me iria amar a mim." "Tal como eu te amo a ti..." arrependi-me de dizer tal coisa, ia assustá-la. "Sim, talvez...mas tu sabes que o mesmo não se a comigo." disse ruborizando. "O Quil falou-me de algo...mas com os nervos não percebi tudo. Talvez possamos ir dar uma volta, como amigos, para me explicares, tenho a certeza que vou ser capaz de perceber." Salientou a expressão 'como amigos'. "Claro." sorri. Caminhávamos pela floresta enquanto lhe explicava. "Aquele que tem a impressão natural sente necessidade de proporcionar à pessoa amada aquilo que esta precisar, desde um amigo, a um namorado ou até marido, ando pelo protector." "Hmm, a Emily e o Sam, se não me engano, estão casados...certo?"' "Sim." "A Nessie e o Jacob, ninguém percebe bem o que se a ali..." "É mesmo... são demasiado complicados." ri. "E a Claire e o Quil são amigos, ela também ainda é muito nova. Mas um dia ela vai crescer e inevitavelmente ele vai-se apaixonar por ela…" "Exacto..." "E agora tu tiveste a impressão por mim...é estranho... Não há nada a fazer quando isso acontece?" "Não. E é inevitável." "Deve ser frustrante. E a tua irmã? Já teve a impressão por alguém?" "Não."
"Então, outra coisa... O que acontece quando a pessoa por quem um lobo teve a impressão não quer ter nenhum tipo de relação?" "Ninguém sabe, nunca aconteceu. Há quem diga que as pessoas por quem temos a impressão natural estão destinadas a nós." "Isso significa que eu posso estar destinada a ti?" Não consegui evitar sorrir com a hipótese "Parece que sim, mas deve ser só uma suposição." "Agora percebo tudo. E sei que podemos ser grandes amigos...quem sabe se não resulta. Não custa tentar." "Estás disposta a tentar ser a minha amiga que eu tenho obrigação de proteger?" "Estou." sorriu. Continuamos a falar e a andar durante horas até amanhecer. "E então foi isso. A Bella, o Edward e a Alice acabaram por ficar connosco, renegando a afiliação com os Volturi. Mas foi uma luta difícil. Principalmente porque a alcateia não estava unida, tinhamos formado duas distintas, a do Sam e a do Jacob." "A sério? Não vos imagino separados. E os outros mesmo que não concordassem com a vossa protecção em relação aos vampiros deviam ter ajudado quando se aperceberam das vossas dificuldades." "Pois, mas eles não tinham maneira de perceber, quando criamos duas alcateias a comunicação só existe dentro dos membros de cada alcateia. Nós não podíamos ouvir os pensamentos da alcateia do Sam." "Ei...que complicado. Então o vosso alfa era o Jacob?" "Sim, e a Leah era a nossa Beta." "Mas vocês agora são novamente uma só alcateia certo?" "Sim, acabamos por nos juntar outra vez." "Mas então ficaram com dois alfas?" "Não, quem devia ser o nosso alfa era o Jacob pois tem sangue de lobo dos dois lados da família, mas ele não se achou capaz de carregar essa responsabilidade e naquele momento só via a Nessie à frente, então entregou esse cargo ao Sam. Mas quando o Sam não está é ele que o substitui." "Hmm, percebo. Esta coisa dos lobos é muito fixe. Bastante interessante. Mas...o sol já está a romper. É melhor voltar para casa do Jacob. A Bella deve querer que cheguemos a casa ainda de manhã e eu tenho de descansar um pouco. Importas-te?" "Claro que não, se me prometeres que as por cá assim que arranjares um tempinho..." "Porque não vais lá tu com o Jacob quando ele for ver a Nessie?" Encolhi os ombros e rimos. "Vamos!"
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Capítulo 17
Versão da Nessie O Sol incidia por entre as árvores, tresando o leve nevoeiro. Eu e Jacob corríamos em direcção a ele, era grande, luminoso, brilhante, parecia chamar-nos para lá... Corríamos de mão dada, a sorrir, a viver a eternidade juntos... Para sempre juntos. Acordei de repente, a cabeça doía-me, estava quente, tinha o braço de Jacob a atravessar o meu corpo. Sorri por estar ao meu lado, tinha demasiado sono para pensar como tinha ido lá parar. Fechei os olhos devido ao cansaço que ainda sentia. "Jacob, podemos ir para o teu quarto?" perguntei. Estavamos sentados no sofá com Billy e o meu avô, Charlie. "Sim, anda..." pegou na minha mão e arrastou-me até ao seu quarto. Encostou a porta. Sentei-me na cama e ele permeneceu de pé. "Então..." disse Jake esperando que eu falasse. "Então..." levantei-me. "Apetecia-me estar perto de ti." respondi sedutoramente aproximando-me dele. Ele sorriu e eu encostei-o à parede, sentindo o cheiro do seu perfume e o seu odor natural. Aproximei-me cuidadosamente. "Nessie...não faças isso..."pediu murmuradamente. "O quê? Eu não estou a fazer nada..." provoquei-o soprando ligeiramente perto da sua orelha. Ele estremeceu, sorri com a conquista. "O meu pai e o teu avô estão lá em baixo...está quietinha..." disse prendendo-me as mãos atrás das minhas costas. "Não..." trinquei suavemente a sua orelha. "Nessie..." Encostei os meus lábios aos seus, movendo-os em conjunto com os dele. Quando se separaram, a minha língua contornou os lábios de Jacob. Ele agarrou-me pela cintura e beijou-me de forma intensa e fogosa. De repente, cortou o beijo entre os nossos lábios fundidos. "Desculpa Nessie... É tarde demais!" Acordei suada a tremer. "Nessie...Nessie acorda..." chamou Jake. Os meus olhos abriram abruptamente a minha cabeça latejava. "Jake..." gritei. Ele abraçou-me. "Tem calma eu estou aqui..." disse enquanto ava a mão pelos meus cabelos ondulados. "Foi só um sonho..."
"Um sonho que não pode vir a ser realidade." concluí. Agarrei-me ao seu pescoço com força, não queria sair dali, do conforto do corpo dele perfeitamente esculpido. Ainda respirava ofegante, mas ele fazia-me acalmar. "Queres contar-me o teu sonho? Podemos falar sobre isso..." "Não, não quero falar sobre isso." Já estava calma quando ele me perguntou: "Lembras-te o que se ou ontem à noite?" Pensei alto, tentando recordar-me. "Eu estava a falar com o Kellan..." ele abanou a cabeça. "Depois...bebi um pouco demais...tu estavas a falar com a Violet...e eu..." interrompi os meus pensamentos em alta voz. "E tu..." "Eu fiquei com ciúmes e tentei provocar-te e esquecer-me de ti por uns momentos." "Tu querias-te esquecer de mim?" perguntou indignado. "Sim, quer dizer...não... Não te queria esquecer, eu queria abstrair-me de ti enquanto estivesses ao lado de outras raparigas..." supirei, recordei toda aquela noite, só não me lembrava de adormecer. "Desculpa...eu não queria." Uma lágrima rolou pelo meu rosto caíndo nas minhas pernas. "Não tens razões para ter ciúmes...Eu só te amo a ti...e vou amar sempre...Tu sabes isso." baixei a cabeça quando estas palavras entraram na minha mente. "Mas...tu estavas agarrado a ela." "E tu querias morder um humano." acusou-me. Ri por ter pensado fazer tal coisa. "Pois foi. Que estúpida!" a minha expressão voltou a ficar séria. "Mas só o fiz..porque... Jake, eu estou muito confusa..." "Não precisas de decidir nada agora, nós temos a eternidade pela frente." "Mas..." "Eu nunca vou deixar de te amar." "Esperas por mim?" "O tempo que for preciso..." respondeu beijando-me a testa. Sorri e encostei a minha cara ao seu ombro. "Desculpa aquilo de ontem...as asneiras, a bebida, o beijo..." disse afogada entre o ombro e o pescoço de Jacob, ruborizando. "Não peças desculpa. Desculpa eu...por não te ter protegido." Não conseguia pronunciar mais nenhuma palavra. Ficamos ali, só nós os dois.
Versão da Rubi Bati à porta da casa de Jacob. Seth já tinha ido para casa para não preocupar Leah. "Oh, Rubi, entra..." disse Jacob. "A Nessie?" "Está a acabar de se arranjar...já vai descer." sorriu. "A tua noite correu bem?" "Alguns contra-tempos mas acabou tudo por se resolver. E a tua?" "Normal..." disse de uma maneira pouco credível. Nessie apareceu por trás de Jacob. "Vamos? Já são 9:00 a minha mãe disse ao Jake para irmos cedinho, acho que vamos caçar." "Ok. Vamos lá. Xau Jacob." "Adeus Rubi." Olhou para Nessie. "Adeus meu anjo." beijou-a na testa. "Adeus. Adoro-te." disse Nessie. "Eu a ti." Seguimos em direcção à casa de Edward em o humano. "Então, que fizeste durante a noite?" perguntou Nessie. "Andei por aí com o Seth..." "Com o Seth a sério?" "Yap, tu já sabias que ele... sabias, não sabias?" "Sim, sabia. E como é que descobriste?" "Longa história..." "Conta, quero saber." disse Nessie entusiasmada. Nessie ficou espantada com o desenvolvimento da minha história, principalmente com a parte do Quil. Só foi capaz de pronunciar "Meu deus, que história..." quando eu acabei de lhe relatar os acontecimentos. "E agora, tu e o Seth, como ficaram?" "Amigos claro, quem sabe um dia a nossa relação não desenvolve." "Pois, quem sabe?" rimos as duas.
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Capítulo 18
# 3 anos depois #
Versão da Claire Peguei nuns jeans e num top preto para vestir, é habitual estar muito calor no Brasil. Vestime e apressei-me a pentear os longos cabelos castanhos que caíam ao longo das minhas costas, escovei os dentes e regressei ao quarto. Peguei na mochila e olhei para a foto colada na parede. Eu estava sentada no colo de Quil, estavamos sorridentes, felizes. Agora, sou incapaz de sorrir assim. Vivo num mundo onde não sou capaz de me integrar, um mundo diferente do meu. Tenho saudades de La Push, todas as noites relembro a casa da tia Emily, a minha casa, e os meus amigos. A revolta que senti quando me afastaram de lá só eu a compreendo, nunca percebi o porquê. Quando a minha mãe me trouxe para aqui, proibiu-me de manter o com os meus amigos de La Push, dizia "é o melhor para ti, assim custa menos". Mas não custou, nem por sombras, nunca irei perdoar a minha mãe por me ter tirado aquilo que eu tinha. Para além disso nunca recebi nenhuma chamada, carta ou sinal de vida do meu melhor amigo, aquele em quem eu mais confiava, aquele de quem sentia mais falta, o Quil e isso revoltava-me, mexia com todos os meus sentimentos. Ele esqueceu-se de mim, não quis mais saber, e eu continuava ali, a chorar por ele. Tornei-me fria e reservada logo com 12 anos. A única que continua a preocupar-se comigo é a minha tia Emily, a quem eu ligo todos os dias sempre que preciso de falar. Vivo com a minha mãe e com o seu actual namorado (nestes 3 anos deve ter tido uns 6) mas é como se vivesse sozinha. Ela raramente está em casa e ele mal me fala, bem que tenta mas eu ignoro-o, não quero conversas com estranhos, quero voltar para casa. Agora tenho 15 anos, apesar de se terem ado 3 anos continuo a desejar voltar. Na escola não tenho amigos, todos me olham de lado por ter sido uma criança revoltada que se isolou de tudo e de todos no momento de integração. Estava na altura de mudar, não ava mais as noites adas em branco com o album de fotografias debaixo dos lençóis examinandoo com uma lanterna que escondia debaixo da cama, deixando lágrimas de saudades caírem nas páginas de memórias que me ajudavam a recordar sempre os melhores momentos da minha vida. Não ava mais a angustia de estar longe de quem eu quero estar perto. Não ava as saudades que sentia de La Push. Não ava a ideia de ter de viver naquele inferno o resto da vida. Não é que eu não gostasse do Brasil, muito pelo contrário, era um país lindo, pelo menos o pouco que eu conhecia tinha-me deslumbrado. Mas não era bonito sem os meus amigos, sem a minha vida. "Bom dia!" disse a minha mãe. "Bom dia." respondi secamente pegando num pão e num pacote de bolachas. Saí de casa batendo com a porta. Estes eram os diálogos que costumava ter com a minha mãe. Os dias de escola eram cada vez mais lentos, avam cada vez mais devagar. Era terçafeira, logo ia ter duas aulas de manhã e uma à tarde, na hora de almoço costumava sentar-me sozinha numa mesa, visto que ninguém se queria sentar comigo. O meu Mundo tinha ficado preto, já não havia cor, sentia-me só, abandonada.
Cheguei a casa, como sempre cansada de tudo, chegava ao ponto de me sentir cansada de respirar, casava-me de viver. Atirei a mochila para cima do sofá e agarrei no telefone. Marquei o número e aguardei. "Olá tia..." "Olá meu amor, como estão as coisas hoje?" "Na mesma...A mãe não está em casa, o namorado dela deve estar a jogar às cartas no café, na escola não se a nada..." suspirei. "Tens de ter força, tu és grande, és corajosa, tu consegues..." "Já acreditei mais nisso..." "Claire...não desistas...luta!" "Tia, não aguento. Estou farta disto. Tenho saudades de La Push." "Eu sei, mas agora a tua vida é aí..." "Vida?! Aqui?! Impossível... Não consigo viver aqui." "Claro que consegues." "Não! Fazes-me falta. E eu só falo contigo. Aqui não tenho amigos, a minha mãe quase não está em casa. Já nem o Quil me liga, desde que vim para cá que não falo com ele, nem me manda uma carta, nem liga, nem sequer te pede para me mandares beijinhos. Sinto-me mal." "Claire...Estás a ser injusta, ele sofre muito com a tua ausência." "Então porque é que não me liga, não dá notícias?" perguntei num tom elevado. As lágrimas escorriam pelas minhas faces e caíam no chão junto aos meus pés. "Querida ele pergunta todos os dias como estás...Só que é muito difícil para ele falar contigo sem te ter por perto. Sabes que ele sempre gostou muito de ti." "Não sei..." "Devias saber..." "Mas não sei..." não conseguia continuar a falar, a dor era enorme. "Tia, vou fazer os trabalhos de casa. Ligo-te mais logo." menti. "Ok linda... Até logo. Amo-te." "Eu a ti." Pousei o auscultador e sentei-me no chão com a cabeça enterrada nos joelhos. As minhas lágrimas molhavam as minhas calças, eu soluçava compulsivamente, o meu peito doía, comprimia cada vez mais. Não dei conta da minha mãe entrar, quando me apercebi disso ela já estava à minha beira. "Querida, que se ou?" perguntou mostrando-se preocupada. As lágrimas não paravam de jorrar dos meus olhos. "Nada, não podes fazer nada." gritei.
"Não me fales assim, Claire." "FALO COMO EU QUISER!" levantei-me num impulso e corri para o meu quarto. Deitei-me na cama de barriga para baixo com a cara comprimida na almofada. Acabei por acalmar, lentamente... mas permaneci deitada, agora de barriga para cima. A minha mãe bateu à porta. "Sim." respondi quase inaudivelmente. "Posso?" "Força..." "Filha, tenho de falar contigo." "Mãe desculpa. Não devia ter falado assim..." tentei desculpar-me. "Esquece isso. Eu compreendo. Estive a falar com a Emily... Como é que eu pude ter sido tão egoísta?" "Apercebeste-te agora? Ao fim de 3 anos entendeste finalmente que eu nunca devia ter saído de La Push?" acusei. A minha mãe começou a chorar. "Desculpa...não achei que ficar lá fosse o melhor para ti." "Então preferiste trazer-me para aqui, viver tristemente, sem amigos, sem felicidade?" "Não digas isso assim..." "Mas foi isso o que fizeste. Obrigaste-me a viver uma vida longe do que eu mais amava. Desculpa mãe mas nunca me consegui aproximar de ti porque tu não estavas à minha beira, sempre foste ausente. Mesmo morando na mesma casa a nossa relação é fria, e agora, neste momento, não consigo que seja diferente. Desiludiste-me quando me tentaste fazer mais feliz. Ao tentares fazer o bem fizeste tudo mal. E apercebeste-te disso tarde demais." "Tens razão." subiu a mão e tocou-me na face. Sacudi-a. "Não me toques, não adianta. Sou infeliz!" A minha mãe olhou para o chão, limpando as lágrimas. Pensei que talvez tivesse exagerado na escolha das palavras que me vieram à cabeça, talvez estivesse a ser demasiado cruel, mas tinha de ser assim, só assim ela entenderia o que realmente sinto. "Filha...faz as malas." ordenou. "O quê?" "Vais voltar para La Push." "Estás a falar a sério?" perguntei entusiasmada. "Sim, se é lá que te sentes bem, é para lá que vais." "Desculpa meu amor..." "Não peças desculpa mãe. Tenta melhorar, só assim te conseguirei perdoar." apesar da frieza estava a ser sincera.
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Capítulo 19
Versão da Nessie "Esquece, nunca vais ser melhor do que eu." disse com um olhar superior. "Isso querias tu..." gargalhou Jacob. "Duvidas?" "Bastante..." "Prova-o! Vá lá Sr.Jacob Black. Mostra o que vales." "Ok, vamos à desforra..." disse Jake com o comando da playstation na mão. Jogos de corridas, jogava-os para ar tempo ou para gozar com o Jake por ele perder sempre. Obviamente ele fazia de propósito para ser eu a ganhar, mas dava sempre para soltar umas boas gargalhadas. "Se voltares a perder ponho-te na rua." ameacei. "Pões nada, não tens coragem..." "Tenho sim." "Não tens não..." olhou para mim com carinha de cachorrinho abandonado, os olhos brilhavam, fez beicinho. Era impossível resistir-lhe, tentava mas não conseguia. "Tenho!" menti. "Então tenho mesmo de ganhar para poder ficar aqui contigo." olhou-me nos olhos. O meu olhar encontrou o dele e agarraram-se sem fim, não o conseguia desviar. Tossi para aclarar a voz. "Jake..." "Sim..." "Vamos jogar?" perguntei embrenhada no seu olhar. Ele demorou a responder. "Aaa...sim. Vamos!" disse embaraçado desviando o olhar. Já se tinham ado 3 anos, e ainda continuávamos num ime onde nenhum de nós avançava. A verdade é que eu, agora, já entendia os meus sentimentos por ele, já era obvio para mim que o meu amor por Jacob Black era realmente verdadeiro, forte, inquebrável. Não precisava de mais tempo, apesar de ele me ter prometido que esperava por mim o tempo que fosse preciso para sermos felizes juntos, eu sempre vivi com o medo de ele não conseguir cumprir essa promessa. Era difícil controlar os ciúmes sempre que o via com Violet que continuava a querer 'dar uma trinca' no meu Jacob. Esta, sempre que o via, proferia elogios, vidrava os seus olhos no seu corpo perfeito. Aguardava e sonhava com o dia em que Jacob tivesse novamente coragem para me questionar sobre os meus sentimentos, ou avançar directamente sem eu ter de proferir uma única palavra. Rubi tentava convencer-me a avançar, mas eu sou demasiado tímida para isso, para além de que o medo da rejeição me atormenta e se apodera de mim sempre que o tento fazer.
A Rubi tornou-se uma irmã para mim, saíamos juntas, quer para a escola, quer para ir a La Push ter com Jacob e Seth, quer para caçar, ir às compras, cinema, etc. Dávamos conselhos uma à outra sem que nenhuma de nós precisasse de pedir. O meu pai chegava a dizer que nós possuíamos os poderes dele mas exclusivamente uma com a outra. Era divertido quando bastava um olhar para percebermos o que a outra estava a pensar. Regressei à terra quando ouvi Jacob gritar. "Viste! Ganhei! Quem é o melhor?" gabou-se. "Oh estava distraída..." desculpei-me. "Pois, mas eu agora já não vou para a rua. Vou ficar aqui... contigo." Ele dizia-me coisas que me faziam derreter, querer beijá-lo, apertá-lo num abraço, suster a respiração, parar de pensar, sentir-me a flutuar, nem sei descrever as emoções que ele me fazia sentir. "Pois vais..." ia continuar a frase que o meu coração queria dizer mas que o meu pensamento impediu. "Ias dizer mais alguma coisa?" perguntou Jacob desconfiado, para meu embaraço ele conhecia-me bem demais. "Não." menti. Ele virou a cara e olhou para o chão. Não sei porquê mas dentro de mim surgiu uma dose de coragem que me fez falar. "Jake..." chamei. Só depois me apercebi que ele tinha pronunciado o meu nome exactamente ao mesmo tempo. "Fala tu." incentivei-o. "Não, força. Tu primeiro." "Jake, a sério, não era importante." "Ok..." suspirou. "Nessie...tu sabes o que eu sinto por ti, não sabes?" "Gostava que me dissesses outra vez." pedi. "Nessie...eu amo-te mais do que tudo. Não consigo viver sem ti, não respiro, não sinto o meu coração bater, não penso, quando estou sem ti. Digamos que o meu amor por ti é eterno e incondicional, obviamente, incurável e irreversível." Não pude evitar sorrir com estas palavras proferidas delicadamente pela voz rouca de Jake. "Sim..." "Eu...eu preciso de saber..." pareceu procurar as palavras. "Eu preciso de saber ... se... aaa....tu já sabes aquilo que sentes. Quer dizer, o que sentes por mim Nessie?" Não consegui responder, o meu pensamento bloqueou, só consegui continuar a olhar para ele e a respirar descontroladamente. "Hmm.." finalmente alguns sons começavam a escapar pela minha boca, mas nunca palavras. "Nessie, desculpa, não devia ter falado nisto. É só que...já se aram 3 anos desde que tivemos esta conversa pela última vez. Acho que o tempo já foi suficiente. Mas parece que não. Esquece, quando estiveres certa e quiseres falar sobre isso sabes onde me encontrar. Estarei
sempre ao teu lado, serei sempre o teu amigo Jacob Black, aquele que sempre te apoiou, mesmo que nunca venhas a desenvolver sentimentos aprofundados por mim." "Eu quero falar nisso agora." as palavras romperam a minha garganta sem que eu tivesse sequer pensado em falar. Agora teria de continuar, seria cruel não lhe dizer a verdade. "Eu..." A porta do meu quarto abriu-se de repente, não pude terminar o meu discurso. Jacob ficou sem saber o que eu sentia. "Renesmee!!!" cantarolou a minha tia Alice a entrar no quarto. Olhou para Jacob. "Ups desculpem interromper mas é urgente." "Oh não há problema. Eu estava de saída!" disse Jake. "Hmm ok." sussurrou Alice. "Adeus Nessie, vemo-nos depois." "Adeus." Jacob fechou a porta quando saiu. A tia Alice agarrou-me na mão. "Tu não sabes..." "O quê?" perguntei curiosa. "Ai conta-me estás a deixar-me nervosa!" "Prepara-te...Vêm aí algo pequeno mas bombástico. Eu vi..." "Conta...por favor." disse empolgada. "Vamos ter um membro novo na família Cullen. E é um bebé!" "Bebé? Quem é que está grávida? Ou vai estar?" Alice riu. "Ai, meu Deus. As únicas que podem engravidar sou eu e a Rubi! Eu vou engravidar?" perguntei preocupada. Não tinha idade nem sentido de responsabilidade para isso. Eu nem de mim própria conseguia cuidar quanto mais de uma criança? Alice não parava de rir. "Não és tu trenga. Pelo menos ninguém está a contar que tu engravides tão cedo. Mas tem cuidado com o que andas a fazer..." "Tia!" repreendia por estar a dizer tal coisa. "Estou a brincar." "Então de quem é o bebé? Conta de uma vez..." pedi. "Da Rosalie." "Como? Ela não pode ter filhos..." "Pois, agora vem a parte triste... Os pais desta criança vão ter um acidente de carro do qual só vai sobreviver o bebé, depois de o estabilizarem no hospital um velho amigo da nossa família vai entregá-lo a Carlisle que, por sua vez, vai deixa-lo aos cuidados da Rose. Que obviamente vai ter aquilo que sempre desejou." "Wow, triste perder os pais assim." "Pois, mas agora vai ter uma família." sorriu.
"Sim, é menino ou menina?" "Menino."
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Capítulo 20
Versão do Quil "Seth...controla o teu pensamento por favor!" "Desculpa..." "Pelo menos tenta não imaginar esse tipo de cenas, têm demasiado mel." Seth estava, outra vez, a pensar em Rubi, fazia filmes dentro da própria cabeça, ava horas a sonhar com o dia em que ela se declarava, a imaginar cenas românticas entre eles os dois. Estavamos a fazer a nossa ronda habitual, há três anos que não avam por lá grandes problemas, tivemos aquele imprevisto quando a Rubi chegou mas depois a Alice previu os Volturi a mudarem de direcção e a verdade é que eles nunca mais apareceram. Começava a sentir saudades de sentir adrenalina correr-me nas veias. "Acho que está tudo normal." concluí. "Sim. Vamos voltar. A Emily deve ter uns bolinhos à nossa espera." disse Seth. ** "Não encontramos nada." "Ainda bem!" disse Emily. "Façam-me um favor. Vão acordar o Sam." "Não conseguiste?" "Não, está a dormir que nem uma pedra. Por isso, arrastem-no da cama porque já são quase horas de almoçar." "Ok chefe!" brincou Seth. Dirigimo-nos para o quarto de Sam. "SAM" berrou Seth. "Esquece assim não vais lá." "Então acorda-o tu." "Vê bem." disse eu. "Sam...a Emily não se está a sentir muito bem" sussurrei perto do ouvido dele. "Hmm, o quê?" perguntou Sam embriagado de sono. "Emily..." Olhei para Seth e sorri pela conquista. "Levanta-te meu. A Emily está farta de chamar por ti!" agora falei de maneira mais audível. "O quê? Ela está bem?" disse enquanto se sentava bruscamente na cama ainda com os olhos fechados. "Está! Mas quer almoçar. Mulheres com fome são como leoas, atacam tudo o que aparece à frente."
"Fogo Quil, assutaste-me. Já vou!" Ouvi a porta da entrada a bater. "Tia Emily!" ouvi alguém gritar. A voz era familiar, eu reconheceria aquela voz em qualquer parte do mundo, eu sentiria a sua presença, ela estava cá? Não podia ser. Corri para a cozinha, parei quando cheguei à porta e vi... Ela estava crescida, e muito, muito linda… aparentava ter á volta de 17 anos, mas eu sabia que tinha apenas 15. Os cabelos castanhos batiam-lhe pelo meio das costas, estava com um vestido preto que lhe assentava perfeitamente, no corpo que se tinha desenvolvido demasiado para a sua idade nestes três anos e tinha o rosto agora divinamente desenhado, tal e qual uma mulher. Claire estava simplesmente... não há uma palavra que a possa descrever. "Claire?" o nome dela soltou-se do meu coração e senti-me livre, sem aquele aperto que me atormentava desde que ela tinha partido. Corri para ela e apertei-a num abraço carregado de saudade. Para minha surpresa e desilusão, ela não me correspondeu. Permaneceu com os braços quietos, não se movendo nem um centímetro. Lentamente separei-me dela. "Claire...estás tão linda… tive tantas saudades tuas, miúda!" voltei a aperta-la nos meus braços, mas os dela continuaram inertes ao longo do corpo. Voltei a olhar para ela. Alguma coisa estava errada. A minha Claire, nunca me recusaria um abraço. “Está tudo bem Claire?” Não tinha qualquer expressão no rosto, e os olhos estavam sem vida. "As coisas mudaram." Disse-me apenas afastando-se de mim. "Que coisas? Claire, o que…?" Ela não respondeu, e abraçou Emily que baixou o olhar. Os meus olhos inundavam-se de lágrimas. Não aguentei mais a pressão e saí a correr. Quando me apercebi estava em forma de lobo e corria desalmadamente em direcção ao penhasco. "Quil por favor! Volta!" pedia Leah por pensamento. "Não, deixem-me em paz por um bocado." berrei silenciosamente. Parei quando a porção de terra terminou. Agora à minha frente tinha um grande precipício e lá em baixo o mar batia na rocha com violência. Comecei a sentir pingas no focinho, olhei para o céu e vi que as nuvens negras se aproximavam da costa, traziam tempestade certa. Deitei-me sobre a terra molhada e fiquei ali a contemplar o mar. Porque teria Claire reagido assim? Sentia um buraco no meu peito, era como se a ausência dela tivesse voltado e fosse mais forte por ser consentida e desejada por ela. Ela não me via há três anos e mesmo assim só eu sei o que lhe custou separar-se de mim naquele dia. Nunca me esqueceria do dia em que a vi partir no carro, o dia em que ela ficou a conhecer o meu verdadeiro eu. Seria por isso a resignação dela agora? Seria por eu lhe ter escondido a minha identidade? Não conseguia compreender.
Sentia o meu pelo esvoaçar com a força do vento, sabia bem, apaziguava a minha alma, refrescava a minha mente. Acabei por adormecer. Quando acordei o sol estava a rebentar por trás do mar, ao meu lado estava uma toalha e uma muda de roupa. Não sabia quem o tinha posto lá mas estava realmente agradecido. Acabei por me aperceber de que tinha regressado à minha forma humana e estava nu apenas com um lençol por cima, molhado da chuva. A tempestade tinha terminado, nem sabia se tinha realmente acontecido. O som do mar era delicioso ao acordar. Vesti-me rapidamente e fiquei sentado, no mesmo sítio a relembrar e a pensar sobre tudo o que me tinha levado ali. "Volta, por favor."
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Capítulo 21
Versão da Nessie Estavamos todos na sala, eu, o Jake, a Rubi, o papá, a mamã, a tia Alice, o tio Jasper e a avó, à espera que a tia Rose chegasse. Rubi estava desesperada pois tinha combinado com Seth às 15h e já eram 15:30h, estava, como sempre, com medo que lhe pudesse ter acontecido alguma coisa. Eles tornaram-se inseparáveis, a amizade deles cresceu a olhos vistos nos últimos anos, desde que a Rubi soube da impressão natural tem sido tudo muito mais fácil.
Ouvi o carro de Rosalie estacionar. Rosalie estava muito mais liberal em relação aos lobisomens, visto que pelo menos dois, Jake e Seth, avam a vida a rondar a mesma casa onde ela se encontrava. Até já conseguíamos manter uma conversa estável entre ela e Jacob, pelo menos já não se insultavam. A ansiedade era tanta que o ranger da maçaneta da porta parecia estar em câmara lenta. Finalmente a porta abriu-se e entrou primeiro o Emmet e o avô, de seguida a Rosalie com um bebé no colo e um sorriso que encantava todos os que estavam na sala. Logo de seguida entrou Seth, com outro bebé. Mas não era só um? São dois? Quem é aquele? Porque raio vem o Seth com um bebé nos braços?Imagino que estas tenham sido algumas das muitas perguntas que surgiram na mente de quem estava na sala, incluindo eu. "Não acredito, não consegui prever o segundo porque é o Seth que está com ele. Bah!" disse a tia Alice desiludida por não poder ter visões completas e objectivas. "Não te preocupes Alice, um chegava, mas são os dois lindos e perfeitos." Disse o tio Emmett a sorrir descontroladamente, pondo o braço em volta de Rosalie. "Rosalie, minha filha...estás tão feliz." reparou Esme. A minha avó sempre fora muita dada a questões sentimentais. "Pois estou Esme. Isto é tudo o que eu sempre quis ter." disse Rose. "E eu?!" perguntou Emmett fazendo beicinho. "Tudo o que eu sempre quis ter...contigo." remediou Rosalie olhando-o nos olhos. Ele deulhe um leve mas sentido beijo nos lábios. Aquele devia ser dos casais mais ternurentos que eu alguma vez vi. A Alice e o Jasper eram bastante reservados, não demonstravam muitos afectos físicos em público. Os meus pais quase que tinham de estar amarrados para não estarem sempre juntos, sempre que possível aos beijos, e quando se viam sozinhos, chegavam-se a ouvir uns quantos estrondos, não muito fortes. "Deixa ver tia Rose." corri em direcção a ela.
O bebé que ela segurava nas mãos não devia ter mais de 10 meses, tão delicado, perfeito. Os contornos do rosto perfeitamente desenhado, com bochechas rechonchudas. Mantinha os olhos fechados, dormia profundamente. Senti Jacob encostar-se a mim, pondo o braço à volta da minha cintura, olhei para ele. "É lindo não é?" perguntou sem tirar os olhos do bebé. "Sim..." voltei a direccionar o meu olhar para as faces rosadas da criança e esta supirou enquanto continuava mergulhada num sono profundo. Quando dei por mim estava Rubi agarrada ao outro bebé. "Nessie, Jake, é uma menina." afirmou Rubi, ando a bebé para os meus braços. Também era perfeita, bastante parecida com o irmão, os cabelos castanhos claros eram mais compridos, mas as feições eram semelhantes. "Tia Rose..." chamei. "Diz meu amor." "Eles já têm nome?" "Sim querida. Já tinham antes de me serem entregues." "E...quais são?" Rosalie sorriu. "Kimberly e Nathaniel." "O quê? Isso é muito complicado..." lamentei. "Kim e Nate." disse o tio Emmett prontamente. A família estava toda reunida à volta das novas aquisições familiares. Mas eu reparei na falta de alguém. Onde estaria Rubi? E Seth? Versão da Rubi Seth agarrou-me na mão e puxou-me saíndo de casa pela cozinha. "Onde vamos?" questionei. "Anda..." disse a sorrir. Obedeci e continuei a correr com ele a puxar-me pelo braço. Chegamos ao prado mais bonito daquela floresta, costumava ir para lá pensar, ouvir música, escrever. Era perfeito. "O que estamos aqui a fazer?" perguntei curiosa. "Sinceramente não sei." respondeu Seth embaraçado. "Não sabes? Tu é que me arrastas-te para aqui..." "Sim...eu...queria estar contigo, só contigo." sorriu envergonhado. "Então, e porquê?"
"Porque preciso." "Isso é um bocado egoísta e egocêntrico, não?" "Talvez. Mas eu prefiro ser assim e ter-te a meu lado do que não ser e sentir a tua falta." disse enquanto se aproximava de mim, pondo uma mão de cada vez na minha cintura. Este movimento, fez-me dar um o em direcção a ele, ficamos a pouca distância. "Mas já pensaste....e se eu não quero estar a sós contigo?" carreguei na expressão 'a sós'. "Hmm, não queres?" Apetecia-me contrariá-lo e dizer que não, mas o meu coração pedia para dizer sim. Então as palavras fugiram. "Sim, quero." disse revirando os olhos em sinal de derrota. Ele riu-se. "Já reparaste que isto quase pareceu uma resposta a um pedido de casamento?" perguntou enquanto continuava a rir à minha frente, sem nunca me largar a cintura. "Fogo, não quero casar!" "Eu também não pedi isso..." "Não pediste nada." relembrei-o. "Mas... posso pedir?" "Podes, o que quiseres." era verdade, ele podia pedir o que quisesse, menos que me afastasse dele. Os meus sentimentos por Seth desenvolveram-se muito rapidamente e nos últimos tempos eu comecei a perceber que talvez fosse verdade a questão de estar destinada a ele. Eu tinha quase a certeza do que sentia por ele, apenas me faltava a confirmação de que não estava a confundir as coisas. "Rubi, tu sabes o que eu sinto por ti... e eu gostava de saber...se... o que sentes por mim...é apenas amizade, ou mais alguma coisa...eu..." Silenciei-o com um beijo e ele retribui sem protestar. A emoção subia a cada segundo. Entre beijos suaves e insaciáveis, as minhas mãos acariciavam as suas costas e avam por entre os seus cabelos. Ajudavam-me a sentir o quão perto ele estava. A sua mão subiu pelo meu corpo, acariciou-me o pescoço, fazendo-me arrepiar. Empurrei-o contra o chão, sorri e deitei o meu corpo por cima do dele. Estávamos ali, no meio do prado, rodeados de pequenas flores amarelas e rosas que ondulavam com a brisa. Ele agarravame o cabelo enquanto me beijava ardentemente. De repente, a mão dele ou para baixo da minha camisola. Senti a mão dele em o directo com a minha pele e tremi, não de frio mas de prazer. Era quente, queimava, mas sabia bem. Num instante estávamos trocados, agora eu em baixo e ele em cima. Os nossos lábios moviam-se ao sabor do ritmo das nossos corações que batiam incessantemente um pelo outro. "Ora ora...o que temos aqui?" a voz era-me familiar, pelas piores razões.
Empurrei Seth de cima de mim e levantei-me num ápice. Vislumbrei aquilo que menos ansiava. "Caius..."
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Capítulo 22
Versão da Rubi "Caius..." pronunciei calmamente. Um rosnar saiu da garganta de Seth transformando-se quase automaticamente. "Aguenta o cão." ordenou Caius. "Tem calma Seth. Por favor." pedi. A preocupação e o medo apoderavam-se de mim, não seria capaz de lutar assim, mesmo que as condições estivessem do meu lado. E estavam, Caius estava sozinho, eu tinha Seth e provavelmente os outros lobos que devem ter ouvido o rosnar de Seth, pelo menos aqueles que estavam transformados. Ele devia ter avisado. "Doce Rubi, finalmente encontrei-te." disse Caius enquanto se aproximava de mim. "Afasta-te." disse acompanhada do rosnar de Seth. "CALA-TE. Aqui quem manda sou eu." Não tive tempo de responder, pisquei os olhos e o meu lobo já estava em cima de Caius, que não escondeu a sua força, empurrando Seth contra uma árvore que acabou por cair. Ora voava um, ora o outro, mas Seth mantinha vantagem. Eu queria agir e defender o meu amor mas o meu corpo estava preso ao chão, nunca tinha conseguido ter uma luta, acabava sempre por fugir. Despertei do meu transe quando ouvi o ganir de Seth deitado no chão, com um corte que percorria quase todo o seu lombo, sangrando. O cheiro era apelativo, chamava-me. Concentreime em fracções de segundo e ataquei Caius mordendo-lhe o pescoço. O meu amor por Seth era tão grande que me alimentou a coragem e adrenalina para poder derrotar Caius, apesar de nunca o conseguir fazer sozinha, podia, no mínimo, assustá-lo obrigando-o a afastar-se. A tentativa de vitória foi frustada. Em segundos estava rodeada de vampiros italianos. Reconheci Jane, Alec, Marcus, Demetri e, claro, Aro mas também lá se encontravam outros. A força e coragem depressa se dissiparam ficando só a minha alma medrosa e assustada. Olhei para Seth, estava novamente em posição de ataque, a ferida tinha desaparecido. Fiquei espantada com a rapidez de cicatrização dos lobos, mais uma vez. Eles preparavam-se para atacar Seth. "PAREM! EU VOU CONVOSCO!" gritei. Vi o olhar de Seth dirigir-se para mim. Aproximei-me dele. Ninguém se mexeu. "Não te atrevas a apoderar-te do corpo dele. Nós matamo-lo se desapareceres." "Tenho de ir...eu volto. Prometo. Não venhas atrás de mim sozinho. Avisa os Cullen." Sussurrei encostando a minha cara ao focinho de Seth. Seth rosnou. Senti uma mão gélida agarrar-me o braço, olhei e vi Jane. Voltei a olhar para Seth. Agora as lágrimas escorriam pela minha cara. Jane puxava-me. "Amo-te..." disse. Seth soltou um grito abafado e lançou-se para cima dos outros vampiros.
"NÃO" gritei. "Jane, leva-a. Vai já, não esperes por nós. Alec vai com ela." ordenou Aro. A força de Jane era bastante superior à minha tendo-me derrotado facilmente. Debatia-me contra isso quando comecei a ver a paisagem turva, deixei de ouvir. Apaguei. Versão do Quil "Volta, por favor." "Leah, não consigo." "Não resolves nada aqui isolado." "Eu sei, mas não consigo enfrentar isto outra vez!" "Calma..." disse Leah abraçando-me. O silêncio relativo permanecia até ouvirmos um dos lobos rosnar perto. Significava perigo ou chamamento. O lobo apareceu a correr pelas árvores, constatei que era Sam. Rapidamente eu e Leah nos transformamos para que pudéssemos comunicar. "O que se a Sam?" perguntou Leah. "Foi o Seth, precisa de ajuda." "O quê?" "Corram, enquanto eu falo." "Não percebi bem o que se estava a ar. Só sei que envolve as sanguessugas de Itália." "Outra vez por causa dos Cullen?" perguntei. "Não me parece..." "Rubi..." constatou Leah. Continuamos a correr em direcção a Seth. Versão da Rubi Entretanto apareceram mais uns tantos. Foi difícil, tínhamos cerca de 8 lobos contra nós. Alguns deles ficaram bastante feridos. Duvido que o que ficou em pior estado sobreviva. Os Cullen não apareceram. Mas esta história não fica por aqui." Ouvi alguém falar longinquamente. A minha audição ainda não estava bem clara, pelo que estas palavras foram ouvidas de olhos fechados como se fosse necessária concentração para o fazer. "Qual é que torturaram mais?" perguntou a voz feminina com entusiasmo. Percebi que as vozes estavam mais perto do que eu pensava. Permaneci de olhos fechados para que ninguém percebesse que eu tinha acordado. Sentia-me zonza, comecei a pensar que
não sabia quem falava, não sabia onde estava, o que tinha acontecido. Estava baralhada. Fazia um esforço para pensar, mas as vozes distraíam-me. "Aquele que estava com a semi-vampira." disse o rapaz. A rapariga soltou uma gargalhada forte. "Muito bem... Vocês são os melhores." Semi-vampira? Oh, não. Eu estava com o Seth... Seth... Naquele momento apeteceu-me matá-los, eles tiveram coragem de torturar o meu amor. Eu ia prometer vingança. Falaram de que um deles não deveria sobreviver, e se esse fosse o Seth? Eu não iria aguentar perde-lo. O episódio de encontro com os Volturi ou pela minha mente como um flashback, revivi tudo, como se estivesse lá outra vez. A raiva apoderou-se de mim. Abri os olhos e tentei levantar-me de repente, mas tinha as mãos e os pés presos com correntes que fizeram barulho ao chocarem umas com as outras. "Ela acordou." constatou Caius. Reconheci agora a voz. Associando também a voz feminina a Jane. "Bom dia minha querida." saudou Jane sarcasticamente. "Pronta para te juntares a nós?" "Nunca..." respondi secamente. Nesse momento uma dor inável percorreu todo o meu corpo. Fez-me gritar em sofrimento até se dissipar por completo. "Tens a certeza? Não queres que te façamos aquilo que fizemos ao teu namorado pois não?" "Seth..." fiz uma pausa. "O que é que vocês lhe fizeram?" perguntei horrorizada. "Digamos que ele nunca mais nos vai dar problemas." "Não pode ser. Ele é forte, ele vai ficar bem!" tentava acreditar nas minhas palavras mas algo me dizia que nem tudo era verdade. "Eu mato-vos." ameacei. "AHAHAH, metes piada miúda." disse Aro enquanto se ria ao entrar na sala onde eu estava presa. Reparei agora que a sala era ampla, nada havia, apenas eu e os vampiros sanguinários. As paredes eram compostas por pedras enormes empilhadas umas nas outras, tinham um aspecto forte e resistente, a entrada era feita por uma porta de ferro consistente que ia do chão até ao tecto, devia ter uns 4 metros de altura. "Bem, agora estás na nossa posse. Que pretendes fazer?" perguntou Aro "Como assim? Pretendo sair daqui o mais rápido possível." "E achas que o consegues fazer sozinha? Sonha..." "Os meus amigos vêm à minha procura e vão-me ajudar." "Ai minha querida, eles nem sonham onde tu estás. Nem tu própria sabes onde estás." criticou. "Tens duas hipóteses: ou te juntas a nós, ou morres. É fácil meu amor, só tens de escolher. Sei que vais optar pelo mais certo."
Olhou-me desprezadamente, "Boa sorte, pensa bem!" Virou costas. "Vocês não fiquem aí, venham comigo. TODOS, JÁ!" saíram todos da sala deixando-me sozinha.
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Capítulo 23
Versão do Jacob "Viste a Rubi e o Seth?" perguntou Nessie. "Não..." "Hmmm...Anda..." "Onde?" "Procurá-los. Não estou com um bom pressentimento." "Tu e as tuas paranóias..." "Vens?" "Vou...claro." disse torcendo o nariz. Íamos devagar pela floresta. "Afinal o que se a?" perguntei. "Nada, é só que não acho isto normal." "Isto, o quê?" "O facto deles terem desaparecido sem avisar." "Oh és um exagerado." amos cerca de 2 horas atrás deles, mas nem sinal. "Nessie, vamos para casa. Provavelmente eles voltaram." "Jake..." disse enquanto me segurava nas mãos. "Eu estou muito preocupada e não percebo porquê." "Hmm mas não adianta estarmos à procura deles, se calhar queriam estar sozinhos. Vamos para casa. Se entretanto anoitecer e eles não tiverem aparecido então vamos procurá-los. Pode ser?" "Ok..." disse Nessie desanimada. Chegamos a casa, mal entramos a porta Bella agarrou-se a Nessie. "Meu amor..." disse enquanto a abraçava. "Mãe...que se a?" "Os Volturi estiveram cá." "O quê?" dissemos os dois em conjunto. "Filha, senta-te. Jake, senta-te também." "O que se a, Bella?" perguntei ansioso. "Bom, a alcateia lutou com eles e…" Nessie afogou-se rapidamente no meu pescoço e agarrou-me a mão. Bella prosseguiu.
"E...o Seth ficou bastante ferido, a luta deve ter sido forte." "O Seth? Ele lutou sozinho? Como é que ele está?" "Mal, pior do que os outros. A Leah também está ferida. O Quil só teve uns arranhões, a esta hora já devem ter sarado. Os outros saíram quase ilesos." "Onde estão a Leah e o Seth?" "Lá em cima, o Carlisle está a cuidar deles." "E a Rubi? Onde está?" perguntou Nessie. Bella suspirou. "Os Volturi levaram-na." "O quê?" interpelou Nessie dando um salto do sofá. "Filha tem calma. O teu pai e os teus tios já foram com o resto da alcateia atrás dos Volturi." "Eu e o Jake também vamos." "Não! Vocês ficam. Os vossos amigos que ficaram cá precisam da vossa ajuda." "Mas mãe... é a Rubi..." "Não!" Nessie virou as costas e subiu as escadas chateada. "Vai atrás dela, por favor. Toma conta dela." "Ok Bella." beijei-a na testa. Versão da Rubi A minha solidão começava a atormentar-me, estava há horas quieta, as minhas pernas estavam dormentes. Fechava os olhos mas não conseguia dormir, só pensava em Seth, tínhamos acabado de itir os nossos sentimentos um ao outro, quando... Chorava enquanto pensava. *Flashback* "Olá trengas!" disse Jake. "Então? Tudo bem?" perguntou Seth. "Sim." respondemos as duas em coro. Estávamos com os olhos postos no ecrã do computador a apreciar as nossas fotos da sessão fotográfica com os vestidos de Alice. Tinha fotos minhas, da Nessie, da Bella, da Rosalie e, também, de Alice e Esme. Estavam todas deslumbrantes. Tínhamos ado 2 tardes inteiras a ar modelos.
"Fogo, ficaram mesmo giras." disse Seth quando acabamos de visualizar todas as imagens. "Eu concordo." disse Jake encostado ao pescoço de Nessie. "Eu acho que as melhores são as tuas..." sussurrou Seth ao meu ouvido. "És a mais gira." Aquelas palavras eram melodiosas, amava quando ele me dizia estas coisas. Para além de alimentar o meu ego fazia-me adorá-lo cada vez mais. "Seth, vou com a Nessie dar uma volta. Vocês ficam?" perguntou Jacob. "Sim.." Eles saíram. "Então o que vamos fazer?" perguntei. "O que tu quiseres, sabes que contigo faço tudo." respondeu Seth. "Sei..." suspirei. "Porquê esse suspiro?" "Não sei, acho que há algo que eu quero dizer mas não sei o quê." "Não digas." aproximou-se de mim. Pôs a mão junto ao meu rosto, eu avancei e beijei-lhe o pescoço. Tinha demasiada dificuldade em controlar as minhas emoções. Ouvi os, pareciam ser de Nessie, provavelmente tinha-se esquecido de alguma coisa. Tinha-lhe prometido que não iria avançar tão rápido com Seth, ia deixar as coisas fluírem com calma. Se ela nos visse assim ia arranjar conversas desnecessárias que não me apetecia ouvir. Já não tinha tempo. "Desculpa Seth" Apoderei-me do seu corpo e Nessie entrou no quarto. "Seth... a Rubi?" "Casa de banho." respondi, a voz de Seth soava diferente quando estava dentro dele. Mas apenas eu dava conta disso. "Ok, esqueci-me das chaves, a minha mãe lembrou-me." "Ok..." Quando Nessie saiu suspirei. As memórias de Seth avam-me pela mente. Consegui ver o quanto ele me amava, era um sentimento enorme. Assustava-me a grandiosidade do seu amor por mim. Os sonhos dele envolviam-me, vi um em que estávamos juntos, muito felizes, deitados no nosso sítio preferido, o nosso prado, outro em que ele me beijava docemente e sorríamos. A minha alma estava cheia, desabitei o seu corpo. Olhei para ele ainda sem sentidos. Dormia profundamente. *Fim do flashback*
O grande portão rangeu ao abrir, entrou Aro. "Minha querida. Já te decidiste?" Não respondi. "Ok continua a pensar. Toma." disse enquanto atirava um corpo de um coelho morto para o chão. "Foi caçado agora, ainda tem sangue. Bebe, não te queremos desidratada." Pensei que ao menos me tinham dado um animal, se fosse um humano eu recusar-me-ia a tomar. Aro agarrou-me na mão. "Hmmm, também pensamos que ias recusar e nós queremos-te em forma." Pegou numa chave e abriu os cadeados que me prendiam. "Não tentes fugir, não adianta. o aqui mais logo. Bom apetite." Saiu da sala. Bebi imediatamente o sangue todo do coelho, mas era pouco, um coelho só me iria alimentar por uns minutos. De seguida estiquei as pernas e levantei-me. Custou-me manter de pé, as pernas doíam, e sentia-me zonza. Olhei para cima e vi um pequeno respiro quase colado ao tecto. Mas era o único sítio por onde era possível haver circulação de ar e entrada de luz. Reparei agora que não havia candeeiros naquela sala isolada. O que iria eu fazer? Tinha uma decisão a tomar...e estava sozinha. Só podia contar comigo mesma.
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Capítulo 24
Versão da Nessie Desespero. A palavra que melhor caracterizava aquilo que eu estava a sentir. Não era possível que Rubi tivesse sido levada. E a Leah e o Seth estivessem no quarto ao lado em mau estado. Eu estava deitada na minha cama, ao lado de Jake que, por via dos factos, ficou a tomar conta de mim. Os meus olhos pesavam, doía-me a cabeça, mas eu não conseguia nem queria adormecer. A minha mente não era capaz de descansar. Jake ava os dedos pelos meus cabelos. "Dorme pequenina..." "Não consigo, mas podes dormir tu, não te preocupes, eu não saio daqui." "Esquece, é impossível." abraçou-me. "Será que o Seth já acordou?" perguntei. "Provavelmente não. As defesas dele estão muito em baixo, mas queres ir ver?" "Eu ficava mais descansada..." "Então anda." Agarrou-me a mão e arrastou-me para o quarto onde eles estavam deitados. Aquele quarto era intitulado de "Mini-hospital do Carlisle", tinha duas camas e equipamento necessário para problemas mais comuns entre o mundo de vampiros e, mais recentemente, lobisomens. Leah estava acordada a olhar para o exterior através da janela ao lado da cama onde estava deitada. "Leah..." sussurrou Jacob. "Entrem. Já há novidades?" "Não." respondi. "Como te sentes?" perguntou Jake. "Muito melhor..." "Não parece, estás em baixo. Que se a?" "Eu estou bem fisicamente, mas... sinto-me culpada por não ter conseguido ajudar." "Não te culpes, não vale a pena." "Não me consigo conformar depois do que vi e senti." fez um pausa. "O Seth a ser brutalmente torturado e eu a sentir-me impotente em relação a isso. Não sei como aconteceu, mas eles conseguiram partir-me o pé. Claro que agora já está curado, mas na altura...não me conseguia mexer. Senti-me tão inútil. Foi horrível, vi o meu irmão a sofrer. Acreditem, se eu apanho aquelas sanguessugas eu mato-as." "Tem calma Leah, já ou!" disse Jake.
"Não ou nada. O meu irmão continua inconsciente, a Rubi desaparecida, os meus amigos estão a procura dela e nunca se sabe o que pode acontecer. Achas que já ou?" Jake baixou o olhar, avancei para junto de Leah. "Acredita..." sussurrei ao seu ouvido. Leah pôs os braços à minha volta e abraçou-me. "Obrigada Nessie." disse enquanto chorava discretamente no meu pescoço. Jake aproximou-se de nós e abraçou-nos às duas. Ouvimos um gemido. "Hmm" Leah levantou-se rapidamente em direcção à cama de Seth. "Maninho..." chamou. "Mana..." "Chhh, não fales, descansa." disse Leah aliviada. "A Rubi?" perguntou com algum esforço. "Tens de descansar... Depois falamos." "Eu estou bem Leah. Diz-me onde ela está." a voz de Seth começava a ficar mais límpida e fluída. "Não sei... O Sam foi com o resto à procura dela, levaram os vampiros com eles para reforço. Não te preocupes, eles vão encontrá-la." "O Jake? Também foi?" "Não. Estou aqui." interpelou Jake. "Como te sentes?" "Sinto-me bastante bem, um pouco dorido mas de resto..." esticou a cabeça para ver Jacob. "Oh, Nessie, olá, não reparei que também estavas aí." "Olá." foi a única coisa que me ocorreu para lhe responder. "Mana, estás bem?" "Estou óptima." "Então vamos ter com eles, procurar a Rubi." "Nem pensem, o Carlisle não ia concordar. Seth ainda tens de descansar." informei-os. "Não consigo descansar sabendo que a Rubi está com aquelas sanguessugas nojentas." "Se queres estar bem faz o que te digo." "Não quero estar bem se ela não estiver bem. O Jacob entende-me, vocês são o nosso Mundo. Sem vocês, nós não sobrevivemos." "Tens de aguentar mais uns tempos." disse Jake. "Eu entendo-te mas assim não vais longe. Não estás apto para isso." "Obrigadinha..." disse Seth sarcasticamente.
Versão da Rubi Mais umas horas isolada do mundo, isolada do Sol, da chuva, do vento, isolada dos meus amigos, isolada do Seth, isolada de tudo o que me fazia viver. O meu estômago estava contraído, pedia algo para digerir. As minhas defesas estavam em baixo, não tinha força para me pôr de pé, pelo que permanecia sentada sem me mexer. Precisava de me entreter com alguma coisa até alguém voltar. Meti a mão ao bolso na esperança de encontrar um rebuçado. Nada! Acabei por adormecer. "Miúda! Acorda!" alguém gritou junto a mim. Abri os olhos e vislumbrei a beleza de Alec. A pele perfeitamente esticada brilhava com o raio de sol que lhe atingia a cara. Perguntei a mim mesma de onde vinha aquele raio...provavelmente do mundo que eu deixara de ver há bastantes horas atrás. "Vá, Aro está à tua espera." informou-me. Levantei-me com a sua ajuda, a sala onde me encontrava não era a mesma onde tinha estado pela última vez que me lembro de estar acordada. Ele avançou em direcção à porta para que eu o seguisse. "Obrigada." disse eu educadamente contrariada. "Não tens de quê." respondeu Alec com um sorriso nos lábios olhando para mim por cima do ombro. Aquilo soou-me estranhamente bem. Será que havia alguém com coração naquele sítio? "Espera por mim." pedi. Ele assim o fez, abrandou o o para que eu o alcançasse. Entramos num elevador. "O que é que Aro me quer?" perguntei. "Irás ver." olhou para o chão e prosseguiu. "Tenta não responder agressivamente, ele não gosta, sê simpática, tratar-te-á melhor." "Como poderei ser simpática com aqueles que querem a minha desgraça?" Alec sorriu com a minha pergunta. "Aro não quer a tua desgraça, quer apenas que te juntes a ele." "Ele quer-me obrigar a isso." Alec olhou para mim e carregou no botão 'stop' do elevador, fazendo-o parar. "Tenta resistir aos pedidos dele, mas não sejas insolente. Ele deixa-te ir, mas não vai desistir. Em princípio é isso que ele irá fazer. Mas não te posso garantir nada." "Tu não queres que me junte a vocês?" "Não desejo esta vida a ninguém..." "Porquê?" "Já falei demais. Não me perguntes mais nada, eu não te disse nada." "Mas...Aro vai descobrir, basta ler a mente de um de nós."
"O problema, se isso acontecer, é meu." Voltou a pôr o elevador a andar. "Obrigada." agradeci. "Não agradeças. Usa o que te dei inteligentemente." as portas do elevador abriram. "Vamos!" A primeira coisa que vi foi um enorme portão, maior que a porta da sala onde me isolaram. As portas abriram mal nos aproximamos. "Aro, cheguei." disse Alec. Aro aproximou-se, vindo do fundo da sala, que eu não conseguia determinar ao certo onde terminava, assemelhava-se a um túnel. "Minha querida Rubi..." disse enquanto se dirigia a mim. "Obrigado Alec. Podes ir ter com a Jane, está na sala de convívio." "Certo, mestre." Alec olhou para mim abanou a cabeça, sorri muito levemente. "Então, já decidiste se ficas connosco?"
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Capítulo 25
Versão do Quil "Edward! Onde estás a pensar ir?" perguntei no meu pensamento. "Para Volterra, ainda não se aperceberam?" "Não conhecemos isto." "Neste momento estamos a cerca de 1 hora de Volterra." "Já tens algum plano?" perguntou Sam. "Não. Depois vemos isso, primeiro temos de lá chegar." Todos os lobos estavam na sua forma animal. Edward ia à frente com Alice, Rosalie, Emmett e Jasper, Carlisle viria ter connosco assim que Seth e Leah estivessem melhor,deixando-os ao cuidado de Esme e Bella. Nós, lobos, sentíamo-nos desprotegidos, não tínhamos connosco o Jacob, obviamente o mais forte, o nosso 'Alpha 2', com ele e Sam juntos éramos imbatíveis; nem tínhamos Leah, a nossa Beta, a única rapariga, mas, sem dúvida, forte, corajosa e acima de tudo, positiva; e claro Seth, que formava uma excelente equipa connosco. Com o nosso grupo desfalcado a nossa auto-estima descia e ficávamos fragilizados. Só pedia para que isso não prejudicasse a emboscada de salvamento da Rubi. "Tem calma Quil. Confia mais em vocês." disse Edward depois de ouvir os meus pensamentos. Continuamos a correr, não descansávamos desde que saímos de Forks. Finalmente avistamos um amontoado de casas plantado no meio de uma colina. Todas em tijolo, não muito altas. No cimo, um grande castelo sobressaía a olhos vistos, pela sua beleza e grandiosidade. "WOW" pensei. "É o castelo dos Volturi. Ali é que se reúnem todos os vampiros sanguinários de Itália." "É lindo..." pensou Sam. "Afinal, o que fazemos agora?" "Vamos recarregar baterias. Amanhã atacamos. Transformem-se, estão aqui as mochilas com a vossa roupa. Nós temos de ir caçar. Não se afastem." disse enquanto atirava as mochilas para o chão. Versão da Rubi "Aro, eu não desejo estar convosco. Este estilo de vida não é para mim." "Mas minha querida, podemos adaptar um pouco as coisas." Aproximou-se de mim, recuei. "Não fujas, não te faço mal. Preciso de ti." disse. Agarrou-me na mão. Após segundos de espera, largou-a.
"ALEC!" berrou. Oh não! pensei. "Sim mestre!" respondeu Alec enquanto se aproximava. "Não te ensinei para me traíres." Alec olhou para mim e eu baixei o olhar como pedido de desculpas. "Não faz mal Rubi." "Alec, porque o fizeste?" perguntou Aro. Alec começou a correr na minha direcção. "Anda." disse puxando-me a mão. Corremos por infinitos corredores sem fim, não sabia para onde ele me levava, mas o meu instinto confiava nele. Íamos ar por mais uma porta gigante quando olhei para trás e vi um grupo de vampiros correrem atrás de nós. "Corre Alec, estão a ficar cada vez mais perto." "Entra!" disse enquanto me puxava para uma sala, fechando de seguida a porta de aço. "Isto não vai durar muito. Temos de arranjar maneira de sair daqui." dizia enquanto batia nas paredes à procura de sei lá o quê. "O que procuras?" "Qualquer saída." "Há saídas secretas." "DAH!" "Desculpa, não conheço os recantos à casa." "Dá-te por contente por não os conheceres. Ajuda-me a procurar." "Como?" "Bate nas paredes." "Ok..." Os outros vampiros continuavam a tentar esmagar a porta, mas sendo ela feita contra vampiros, era também para eles, difícil abri-las. Ambos batíamos nas paredes mas nada descobrimos, até que, um pedaço de tijolo cedeu. "Acho que encontrei." gritei. "Chega-te para lá!" começou a tentar retirar a pedra, mas era difícil. "Anda lá..." pedia. "PAREM!" gritou Jane. "Fogo!" disse Alec por entre dentes. "Detenham-nos." ordenou Jane. Os gigantes soldados vampiros avançaram e prenderamnos com correntes iguais às que tinham usado comigo uns dias atrás. Não tinha a certeza se seria dias, estava perdida no tempo.
"Meu irmão, como foste capaz?" perguntou Jane. "Desculpa. Perdoa-me." "Soltem o meu irmão. Ele vai comigo ter com Aro." Jane olhou para mim e provocou uma dor imensa que me consumiu o corpo todo fazendome desmaiar. Versão da Jane "Já pensaste nos problemas que arranjaste?" "Desculpa, descontrolei-me. Eu estou farto desta vida. Não gosto de fazer mal às pessoas." "Deixa as desculpas para Aro." Entramos na sala de convívio onde Aro estava sentado num cadeirão. "Alec...Alec...que vou eu fazer contigo? Desiludiste-me tanto..." disse Aro desapontado. "Peço imensa desculpa. Não sei porque o fiz." "Sabes que só tenho uma hipótese. Matar-te." "NÃO!" gritei. "Por favor Aro. Ele não volta a repetir. Por favor. É meu irmão." "Querida Jane. Sei que o amas mas tenho de cumprir o meu dever. Regras são regras." "Não posso permitir." "Deixa estar mana. Eu mereço! A minha eternidade acaba aqui!" disse Alec enquanto se ajoelhava. Aro pôs as mãos à volta do seu pescoço. "Lamento, Alec. Tu assim o decidiste." "NÃOOO" gritei. O meu olhar dirigiu-se furtivamente para o de Aro provocando-lhe dor. Ele contorcia-se no chão enquanto gemia dolorosamente. "Jane pára..." pedia-me Alec. De repente parei. "Jane..." começou Aro, fraco com a voz rouca. "Desculpe mestre. Mas o meu irmão é a coisa mais importante para mim. Não mo tire. Se o matar farei tudo para que me matem também a mim." Aro levantou-se custosamente. "Vejo que o teu amor pelo teu irmão é incondicional. Não posso quebrar isso. Não consigo, para além de que vocês me fazem muita falta. Não seria correcto desperdiçar dois talentos destes. Mas..." a voz de Aro continuava a falhar. "Alec...tens de me prometer que não cometes mais deslizes. Sabes que não tenho piedade. Serei bastante cruel se me traíres novamente." "Certo mestre." assentiu baixando o olhar. "Com uma condição...estás extremamente proibido de ar com os nossos prisioneiros."
"Certo mestre!" "Estão dispensados. Precisam de descansar e organizar as ideias." cedeu Aro. "Obrigada Mestre." disse eu extremamente agradecida. "Obrigado, estou eternamente grato por esta segunda oportunidade." disse o meu irmão sinceramente. Aro abandonou a sala. "Obrigado mana. Amo-te!" agarrou-se a mim com toda a força. "Também te amo." disse eu derretendo o meu coração há muito tempo congelado.
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Capítulo 26
Versão do Quil "Então crianças! Toca a acordar. Isto foi tudo para esperarem por mim?" perguntou Carlisle. "E por mim?" soou a voz de Bella. "Bom dia..." saudei ensonado. "Vamos, temos um castelo para invadir." disse Edward. "A Bella vem connosco, não porque eu quero mas porque ela é teimosa. Ainda estou para perceber como é que o Carlisle te deixou vir..." ** Os pontos estratégicos seleccionados por Edward eram extremamente bem pensados, tudo iria funcionar perfeitamente, não havia escapatória possível. Só falharia se Rubi não estivesse lá. "Vai estar Quil!" "Edward, pára de me ler os pensamentos." "Sim, sim, ok." disse enquanto gargalhava audivelmente. "Não se esqueçam. Só se transformam quando e se houver luta." "Ok!" disse Sam. "Vamos entrar." ordenou Carlisle. Versão do Seth Mais um dia sem o meu amor, sem a minha Rubi!! Começo a ficar desesperado deitado nesta cama, com um sentimento de impotência a assombrar-me o espírito. Leah ficou comigo para ter a certeza de que eu não saio para ir ter com a Rubi. Esme também ficou para me tratar e para tomar conta da Kim e do Nate, visto que Rosalie foi arrastada por ser uma peça essencial no grupo. Jake e a Nessie aparecem esporadicamente durante o dia para conversarem um pouco connosco. Dizem que a Bella não os deixa partir, e como o Jake não quer que a Nessie corra perigo não arrisca ir. Se ele fosse eu ficaria bem mais descansado, mas pronto. Confio naqueles que foram, só espero que tudo corra bem. Se fico muito mais tempo sem a minha Rubi não sei o que pode acontecer. Versão da Rubi Recuperei os sentidos, e reparei que estava na mesma sala onde Alec me tinha ido buscar da última vez. A minha cabeça latejava. Desejei que tudo aquilo fosse um pesadelo. Um vazio
crescia dentro de mim de segundo a segundo. Sentia a falta de Seth, esperava que ele estivesse bem. Não ter notícias dele deixava-me nervosa, revoltada... Ele era demasiado importante para mim, costumava perguntar a mim mesma o quanto eu gostaria dele. Eu não conseguia determinar… ava momentos a tentar perceber mas era impossível. Era um amor imenso que ninguém conseguirá alcançar, destruir ou abalar. Eu sentia, agora, que tinha nascido para ficar com ele, começava a acreditar que o lobo tem a impressão natural por aquela que lhe está destinada. *Flashback* "Eu amo-te. Isso nunca vai mudar. Vai ser assim, para sempre. Vou estar ao teu lado sempre que precisares, vou ser fiel, leal, dedicado, tanto como amigo, tanto como namorado. Tu decides o que serei para ti. Por enquanto seremos só amigos. Ninguém sabe o que vai mudar amanhã!" disse Seth enquanto me olhava nos olhos. "Para mim és um grande amigo, o maior. Por muito que queira ainda não te consigo amar dessa maneira. Mas sinto-me bem sabendo que me amas assim..." "Talvez isso seja um sinal!" "Talvez..." Ele abraçou-me. *Fim do Flashback* Era demasiado difícil pensar noutra coisa que não ele. Ele era a minha vida, era para ele, por ele, com ele, que eu existia. Sem ele a minha vida deixava de existir e eu não aria de um ser ambulante sem coração, com sangue gelado a correr nas veias lentamente, vivendo pelo simples 'ter de viver' desejando nunca ter nascido. Não seria feliz, não seria quente, não seria adorada, não seria eu. Ele faz-me ser quem eu sou. Assustei-me quando senti quatro mãos agarrarem os meus braços. Dois matulões, da guarda Volturi, arrastavam-me pelo corredor fora. "Eu consigo ir sozinha..." Eles não respondiam, apenas continuavam a andar sem eu saber para onde me levavam. Pararam em frente a umas portas de madeira talhadas a ouro que se abriram após alguns segundos. Vislumbrei uma imensidão de beleza arquitectónica. À minha frente estendia-se a adeira vermelha que parava no altar da igreja do castelo Volturi. Aro estava sentado no trono do meio, ao seu lado direito Marcus, e ao seu lado esquerdo Caius também sentados em tronos. Ao lado de Cauis, Jane mantinha-se de pé. Junto de Marcus, um vampiro que já tinha visto mas não sabia o nome. Procurei Alec com o olhar mas não o encontrei. Pensei que o pior pudesse ter acontecido.
"Olá Rubina." proferiu Aro. Ninguém me tratava por Rubina, nem eu própria gostava que o fizessem. "Olá Aro." "Hoje estamos aqui para te converter ao nosso modo de vida. Em breves momentos serás uma de nós. Rubina Volturi." informou Aro. O meu coração disparou, eu não queria. "Serás a primeira semi-vampira a juntar-se a nós. Esperemos que não ofereças resistência...senão... Tu entendes. Ajoelha-te minha querida." ordenou. Assim o fiz. ou-me pela cabeça Seth a entrar naquela sala rapidamente impedindo que aquilo acontecesse. "Rubina, eu te ofereço uma existência ao nosso lado repleta de lealdade (...)" ele falava mas eu deixei de ouvir. Concentrei-me e pedi com todas as minhas forças para sair daquele filme. Um estrondo fez-me despertar, olhei para trás. "Aro, nem penses. Ambos sabemos que é contra as regras obrigar um vampiro a juntar-se a vós." Carlisle falou e agradeci para mim mesma sabendo que Edward ia ouvir, ele sorriu. "Como amigos que somos, decidi vir avisar-te do erro que estás a cometer, não é correcto quebrar as regras." "São as minhas regras. Eu faço-as, logo aplico-as como quiser." "Sabes que não é bem assim!" "Caro Carlisle, peço que se retire. Rubi irá ser uma de nós, quer queira quer não." "Lamento, caro Aro. Mas não viemos para voltar sem ela." "Pois, assim sendo, ficam também, porque ela não vai a lado nenhum." "Bem! Nós tentámos Carlisle, ele não cede." disse Edward desistindo. O quê? Vais desistir? Agora? Vão deixar-me aqui? Eu não acredito. Aro sorriu com a conquista. "Sendo assim, meu filho, teremos de ar ao plano B." concluiu Carlisle. Afinal há um plano B. Uff que alívio. Assustaste-me Edward! "Plano B... Isso é..." incentivou Aro. "Violência!" declarou Alice entrando na sala juntamente com Bella, Jasper, Emmett e Rosalie, com um sorriso rasgado de raiva. Aro e os restantes Volturi voaram sobre mim e atacaram os meus amigos. Fechei os olhos com o susto. Quando os abri, vi Edward contorcido no chão, tal como Emmett, sob o olhar doloroso de Jane, Bella não havia tido tempo para exercer o seu escudo sobre eles. Carlisle fez Aro embater contra a parede do outro lado da sala, mas rapidamente ele voltou. Agora eu estava sem protecção mas continuava amarrada. Os guardas que me haviam trazido estavam também a lutar. Os Cullen eram poucos comparados com os Volturi, facto que me preocupou. Alice dava uma tareia a tudo o que lhe aparecia à frente, com o poder de Bella nenhum dos Volturi
conseguiria atingir um dos nossos. Rosalie tentava distrair Jane para que Edward e Emmett se soltassem da dor penosa do olhar de Jane. Quando comecei a ver tudo a ir por água abaixo, devido ao meu pessimismo... "OLÁ, OLÁ, SURPRESA!" disse Quil ao entrar na sala acompanhado por quase todos os lobos. Faltava Jake...Leah...SETH? Oh não... Tentei abstrair-me dos piores pensamentos. Todos se transformaram, Quil correu na minha direcção e arrancou as correntes com os dentes. "Obrigada." disse enquanto corria em direcção a Jane, dando um encontrão brutal que a fez desviar o olhar soltando Edward e Emmett. "BELLA!" gritou Rosalie. "PROTEGE-OS!" "Estás bem amor?" perguntou-me Alice. "Sim! Obrigada!" respondi enquanto continuava a desviar-me dos ataques que se dirigiam a mim. Nem conseguia perceber com quem lutava realmente. A acção era muita, até era divertido sentir a adrenalina dentro de mim. "Renata, mesmo a tempo." disse Aro, agora protegido pelo escudo de Renata. "Trouxeste o Alec? Espero que não me desiluda." Alec olhou-me nos olhos e avançou na minha direcção. "Precisam de ajuda?" perguntou. "Alec, não. Prefiro que te vás embora!" "Deixa-me!" mal acabou de pronunciar estas palavras avançou sobre Aro. "ALEC!" ouvi o grito estridente de Jane. "ALEC!" repetiu Aro agarrando-o brutalmente. "Renata, protege-me juntamente com o Caius e o Marcus. Já!" ordenou. "Certo, mestre!" "Caius, Marcus, venham..." Eles aproximaram-se de Aro, obrigaram Alec a ajoelhar-se. Caius e Marcus seguraram-lhe os braços, Aro a cabeça. "NÃO!" gritou Jane levando as mãos à cara. Aro rodou ligeiramente a cabeça de Alec e de repente arrancou-a. Uma labareda surgiu uns escassos metros ao lado, provocada pelos guardas. A cabeça foi projectada para lá, tal como os braços, o resto do corpo desfez-se em pó. Jane correu para fora da sala. Carlisle e Edward, revoltados, aumentaram a chama da raiva dentro de todos nós. Reparei que o Sam saltou para cima de Aro ferindo-o, fazendo com que ele caísse. Aí todos pararam de lutar! Caius e Marcus aproximaram-se imediatamente dele. Ouvi um sussurrar imperceptível e depois Renata falou. "Quero todos daqui para fora. Por hoje chega. Mas não vamos desistir para sempre. Um dia, vocês serão um de nós."
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Capítulo 27
Versão da Rubi "Wow, isto foi dramático!" disse Rosalie com os olhos expressivamente abertos, fez uma pausa e prosseguiu excitada. "Boa Sam." Tínhamos saído pela porta de trás do castelo, pacificamente. Os lobos já estavam na sua forma humana. Foi tudo muito estranho, todos ficaram em choque com o que aconteceu a Aro. Eu nunca tinha visto nada assim. Sam deixou uma marca profunda no ombro de Aro, pergunto-me a mim mesma como é que aquilo aconteceu. "Carlisle..." comecei. "Como está o Seth?" "Não sei minha filha. Quando saí de Forks ele ainda estava muito debilitado." "Mas...ele vai ficar bem?" "Vai..." respondeu pouco convencido. "Podemos ir rápido para casa? Estou muito preocupada com ele." "Sim, vamos." disse enquanto ava a mão pelos meus cabelos. Versão do Jacob "Não Jake. Não aguento mais, estou a morrer por dentro. Sabes melhor do que qualquer um o que eu estou a sentir. Ou melhor, não sabes porque nunca aste por isso, mas podes imaginar..." reclamava Seth impaciente. "Nós não te vamos deixar sair nesse estado." disse Nessie. O meu telemóvel tocou, era Edward. "Nessie..." chamei mostrando-lhe o visor do telemóvel. Ela olhou para mim e prosseguiu. "Hmm, nós vimos já. Leah, não o deixes fazer nenhuma loucura." "Ok..." Ambos saímos. "Sim, Edward." "Olá Jacob. Tudo bem?" "Sim, e por aí? Já encontraram a Rubi?" "Yap, estamos a caminho de casa. Não digam ao Seth. A Rubi quer fazer uma surpresa..." "Boa, ele está a precisar." "Pois, se estiver tão mal como ela..."
"Está quase a ar...Depois quando chegarem contam-nos tudo." "Jacob..." "Sim." "Como está a minha filha?" "Óptima, Sr.Cullen." brinquei. "Portem-se bem..." "Sim, façam boa viagem." "Obrigado." Desliguei. "Então?" perguntou Nessie em êxtase. "Encontraram-na, estão a vir para casa." "Óptimo..." disse enquanto me abraçava com emoção. Adorava ter Nessie junto a mim. Sabia tão bem... "Não podemos dizer ao Seth!" "Surpresa?" "Sim." Versão do Seth "Vocês são tão chatos!" "Pois somos. Mas por favor, acredita em nós...Vais precisar de toda a tua energia daqui a umas horas." "Mas porquê?" "Confia em nós." pediu-me Nessie. "Ok..." "Vá, agora descansa." aconselhou Leah. Fechei os olhos. Corria desalmadamente pela floresta. Os meus amigos imploravam para que voltasse para trás. "Tenho de ir..." gritava enquanto sentia o vento forte bater-me na cara. Lutava contra tudo e todos por ela. Queria ir ter com ela. Ela era a minha vida. Tinha de continuar a correr, as pernas doíam, começava a perder as forças. Mas a luz chamava-me, eu estava cada vez mais perto. Era linda, brilhante, cativante... E a minha Rubi estava dentro dela. A luz era criada por ela.
"Seth...estou à tua espera." dizia o semblante de Rubi rodeado de luz. Estava perto...muito perto. Acelerei o o de corrida para o alcançar mais depressa. Estava quase...a luz encadeou-me, fazendo-me tropeçar, e cair. "Rubi!" gritei abrindo rapidamente os olhos. Estava no quarto onde tinha adormecido, já tinha anoitecido, olhei para o relógio, eram 1h20 da manhã. Suspirei, já deviam estar todos a dormir. Olhei para a cama ao meu lado, convencido de que a minha irmã estaria lá...mas nada! Levantei-me, sentia-me bem, completamente perfeito. Fui para a cadeira junto à janela. O céu estava invulgarmente estrelado, parecia que o número de estrelas tinha aumentado de um dia para o outro. A lua estava cheia, brilhava intensamente, não se comparava ao brilho de Rubi no meu sonho, mas era igualmente bonito, mas não igualmente perfeito. O brilho de Rubi era único. "Olá, meu amor!" ouvi a voz de Rubi mas não olhei. "Oh, boa. Voltei a adormecer." pensei em voz alta. Um riso perfeito ecoou na sala. "Não estás a sonhar, muito pelo contrário, estás bem acordado!" Olhei para trás, a figura de Rubi encaixou-se na minha mente e percebi que estava no mundo real. Ela tinha voltado, ela estava viva, ela estava bem, perfeita como sempre. "Rubi..." disse calmamente enquanto me levantava. "Seth..." disse num suspiro. Correu para mim, abraçando-me. Senti-a junto a mim, finalmente, após horas e horas de desespero o buraco no meu peito começou a fechar. O meu coração acelerou e o meu sangue aqueceu, retomando a sua corrida natural. Tinha a minha cara afogada no seu pescoço. Beijava o seu pescoço, o queixo, as faces, e, finalmente, os lábios. Já tinha saudades da sua pele macia...do seu toque delicado. Envolvemo-nos num beijo sentimental mergulhado em lágrimas ageiras que transmitiam saudades e felicidade. "Desculpa..." disse encostando a minha testa à sua, separando os nossos lábios. "Não te consegui proteger." "Não peças desculpa...Deste o teu melhor... Agora estamos os dois bem e isso é o que interessa." "Estamos bem...e estamos juntos." "Sim..." sorriu, beijando-me novamente. "Tinha tantas saudades tuas..." disse-lhe afogado nos seus lábios. "Shhh..." sussurrou enquanto me fazia andar de costas pelo quarto, encostando-me à parede. As nossas línguas dançavam juntas intensa e ardentemente, e não queriam parar. Agora beijava-a mais seguramente. O beijo era enérgico, cheio de adrenalina, fazia com que ficássemos ofegantes de prazer. O desejo obrigava-me a puxá-la cada vez mais contra mim.
Sem resistir ao desejo instintivo pus a mão dentro da sua camisola acariciando-lhe a pele suave como se fosse a textura mais preciosa do mundo. Ela interrompeu tudo de repente. "Desculpa." pedi pensando que ela não queria avançar. Ela gargalhou ligeiramente. "Espera." disse dando-me um beijo rápido. Dirigiu-se à porta, fechou-a...à chave. "Pois...a porta." Estúpido, estúpido, estúpido... "Onde é que nós íamos?" perguntou-me com um sorriso perverso. "Mostra-me tu..." pedi sedutoramente. Ela pegou na minha mão e pô-la dentro da sua camisola. Estremeci. "Íamos...aqui" e beijoume fogosamente, puxando a minha camisola para cima. Sim, eu estava de camisola...mas porquê? Logo naquele dia... Oh meu deus... Perda de tempo... Quando acabou de a retirar atiroua para o chão. "Wow, já tinha saudades deste corpo... és tão lindo..." reparou Rubi. "Oh, tretas..." disse puxando-a para mim. "Estás cheio de pressa..." só consegui pensar Ups...que fui eu dizer! "Gosto disso." concluiu Rubi. Olhei irado para ela. "Amo-te." disse rapidamente já abafado no seu pescoço. Ela mordia o meu pescoço suavemente e descia percorrendo o meu tronco de beijos. Aquilo provocava em mim um desejo enorme. Sem me controlar tirei a sua camisola, e ela apressou-se a desapertar-me as calças. Já não aguentava mais, estava ofegante precisava de respirar. Ela estava-me a levar os sentidos. Era tão intensa... Afastei-a para respirar. "Tem calma rapariga...depois sou eu que estou com pressa." "Ohhh...porquê tantas palavras?" Puxei-a para mim novamente, os seus lábios eram tão doces. Ela percorria as minhas costas com a ponta dos dedos, fazia-me sentir calafrios que despertavam em mim mais desejo. Empurrei-a contra a cama e tirei-lhe as calças. Desapertei o soutien dela, beijei o seu corpo. Ela puxou a minha boca para junto da sua, beijando-me, novamente. Ouvi um grito abafado junto do meu ouvido, esperava que não a tivesse magoado. "Estás bem?" perguntei sussurrando. "Sim, não pares." respondeu-me continuando a beijar-me. Continuei suavemente, sempre cuidadoso, para evitar magoá-la. Estava com medo, nervoso . Continuei a aproveitar o melhor momento da minha vida até aquele dia. O meu amor com Rubi estava selado, ela seria para sempre minha e eu para sempre dela. "Amo-te." disse-lhe entre respirações descoordenadas. "Amo-te Seth Clearwater." disse ela antes de adormecer.
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Capítulo 28
Versão da Claire Já tinha voltado à cerca de um mês do Brasil. Tinha andado a evitar toda a gente, principalmente o Quil. Queria magoa-lo como ele me magoou a mim. Não me disse nem uma palavra no tempo todo que estive fora. Não me explicou sequer o que eu vi naquele dia em que me fui embora. Nem uma palavra. Pensei que ele era meu amigo. Enganei-me. Provavelmente ele só estava á espera que eu desaparece… devia ser um fardo tomar conta de uma miúda tão mais nova… Estava novamente sentada atrás do bloco que dava para as traseiras da escola. Sozinha, apenas acompanhada do meu charro. Ao menos isto fazia-me alegre. “Devias ter cuidado… isso é proibido aqui…” “Então vai a correr dizer ao director… faz o teu dever…” disse ignorando-o dando mais um bafo. Ele sentou-se ao meu lado. “Não me interessa o que fazes, o problema é teu… não vou contar a ninguém.” “Como é que te chamas mesmo?” “Miguel… sou da tua turma de história.” “Ah sim Miguel. Alguma vez fumas-te disto?” “Não…” “Queres experimentar?” “Só se aceitares ir comigo a uma festa logo à noite.” “Meu… tu é que sabes se queres experimentar… eu não vou a festas…” “E se eu te disser que lá encontras cenas bem melhor que isso que estas a fumar?” Olhei pela primeira vez para Miguel. Era bonito. Parecia mais alto que eu, e acima de tudo… parecia compreender-me… o que há muito não acontecia… “Combinado… onde nos encontramos?”
*à noite* “Já te disse que vou a uma festa tia…” “Mas ainda não me disseste aonde nem com quem…” “Vou com colegas da minha turma… não querias que me integrasse? Isto sou eu a integrarme.” “Claire! Para quê essa arrogância toda comigo? Se não queres estar aqui voltas para junto da tua mãe.”
“Desculpa tia… sabes bem que não quero voltar… como te disse, estou a integrar-me, e esta festa é apenas o começo…” “Ok… vai lá. Alguma coisa ligas-me, a mim ou ao Sam, ok?” “Sim, adeus tia.” Dei-lhe um beijo na bochecha e saí. Miguel já estava á minha espera num carro tuning… isto ia ser mais interessante do que eu pensava. “Estás bonita…” “Obrigada… adoro o teu carro.” Ele sorriu orgulhoso. “Queres ver até onde esta bomba vai antes de irmos até á festa?” “Adorava!” O carro era mais veloz do que eu pensava… e ele conduzia de uma maneira única. Sentia a adrenalina a correr-me nas veias, sentia o medo a cada curva que ele fazia, sentia o perigo a cada carro que ultraávamos sem saber se bateríamos ou não, no carro que vinha de frente. “Uau! Isto foi…!” exclamei completamente em êxtase quando ele parou o carro junto de uma enorme casa, cheia de luzes e de gente, onde a musica soava alta, e a batida mexia comigo. “Isto é apenas o começo, beleza...” disse tocando com a sua mão na minha cara. Não queria nada disso. Abri a porta do carro, e saí. Ele saiu ainda sorridente atrás de mim. “Mostra-me então o que é melhor que os charros que estava a fumar.” Disse-lhe enquanto caminhava em direcção à enorme casa. Ele voltou a sorrir e colocou o braço sobre os meus ombros. “Vais adorar…” A primeira coisa que me pem na mão foi uma bebida azul, que não fazia ideia o que era. Fingi que conhecia bem aquilo e que estava no meio. Dei uma grande golada. Era doce… Acabei por ser arrastada por Miguel até à enorme pista de dança, onde todos dançavam, como que anestesiados ao som da musica. Acabei de beber o copo que tinha na mão, e deixei-me levar pelo som da música. Quando dei por mim tinha outra bebida na mão, e outra, e outra, e outra, e dançava em cima de uma mesa. Miguel estava a segurar a minha cintura, dançando ao meu ritmo. Estava completamente vidrada no som, e nos seus movimentos juntos com os meus. Não me sentia tão alegre nem tão viva há muito tempo. Foi então que Miguel se afastou de mim e pegou numa pastilha. “Queres? Vai te levar ao céu!” “Claro que sim!” disse-lhe sem rodeios. Queria o máximo do divertimento que estava a sentir. Não queria que esta felicidade asse nunca! Ele tirou o papel da pastinha e colocou-a entre os lábios. Não pensei duas vezes quando o agarrei e o beijei, tirando a pastilha para a minha boca. Então ele encostou-me á parede e beijoume novamente. Não sabia o que estava a fazer. Mas sentia-me bem.
Versão do Quil Estava deitado sobre o sofá quando o telefone tocou. “Olá Quil, é a Emily… preciso que vás atrás da Claire…” “Porquê? O que se a Emily?” “Não se a nada… quer dizer… ela foi a uma festa… com um rapaz que supostamente é da turma dela… bem… o rapaz tinha um carro… não seria da idade dela com certeza… sei lá… tenho um mau pressentimento… ouve não quero que lhe estragues a festa se eu estiver errada… só quero que garantas que ela está bem ok? Agora que ela se decidiu a conviver de novo, não quero estragar tudo com os meus receios…” “Ok Emily… eu vou atrás dela… onde é festa?” “Eu não sei bem… ficava para leste… pelo menos eles seguiram nessa direcção…” “Ok, eu dou com ela. Não te preocupes.” “Quil… só quero garantir que ela está bem… se ela estiver a namorar com o rapaz mas se estiver bem, não quero que faças uma cena…” engoli a seco… a minha pequena Claire a namorar… “Sim, não te preocupes… só vou averiguar que está bem… há quanto tempo ela saiu?” “Á mais ou menos uma hora…” Pousei o telefone. Festa… onde ia encontrar a Claire agora. Colegas da escola da Claire. Lembrei-me que o irmão mais novo de Collin andava na escola da Claire. “Collin? É o Quil. O teu irmão foi a alguma festa hoje?” “Sim… parece que foi na casa de um tal Peter…” “Onde fica a casa dele?” *minutos depois* Estava na floresta que rodeava a casa. Estavam imensos jovens… se era uma festa que o irmão do Collin viria, então não deve ser perigosa… ok tinha álcool… uns quantos tipo a vomitar… mas não era perigoso certo? A minha doce Claire não se ia meter num sítio perigoso… ia? Transformei-me e vesti as roupas que tinha na mochila que levava na boca. Todos à minha volta pareciam bem divertidos. Divertidos até de mais. Onde é que ia encontrar a Claire aqui? “Uau… mas quem és tu?” uma miúda não sei bem, vinda de onde, caiu-me praticamente nos braços. “Procuro a Claire. Sabes onde posso encontra-la?” “Quem? Hm… podes sempre ficar comigo.” A rapariga empoleirou-se no meu pescoço, pronta para me beijar. Afastei-a sem esforço.
“Desculpa, não estou interessado.” Afastei-a de mim, e continuei a romper por entre a multidão. Lá estava a Claire. Em cima de uma mesa, a dançar ao mesmo ritmo que um rapaz. Parecia bastante alegre. Não me parecia mal. Ia afastar-me quando um rapaz me vomitou praticamente em cima. “Ei… desculpa meu…” Afastei-o de mim e peguei numa data de guardanapos que estavam em cima da mesa para limpar os ténis. Bolas… como é que a Claire se veio meter aqui? Pensei ainda mal disposto com o cheiro do vomitado. Quando olhei para cima, o tipo que estava com a Claire, estava a desembrulhar algo parecido com uma pastilha de… não pode ser! Peguei no rapaz mais próximo de mim. “Ouve lá. Conheces aquele tipo?” “Claro quem é que não conhece?” “O que é que ele está a dar àquela miúda?” “O que é que achas meu?” ele riu-se na minha cara e continuou a dançar. Ele queria dar droga á minha Claire? Mas era óbvio que ela não ia aceitar. A minha Claire era uma miúda ajuizada. Corri na direcção deles. Ia leva-la para casa. Isto não é lugar para ela e aquele tipo não é a companhia ideal. A Emily estava certa. Foi então que a Claire agarrou o tipo e o beijou. Parei petrificado. Perdi todas as forças… ela queria… ela sabia o que estava a tomar… foi então que ele a empurrou contra a parede, beijando-a ferozmente, tocando no seu jovem corpo… e aí o meu cérebro fez conexão com os pés que andaram ferozmente na direcção deles. Puxei o rapaz para trás, dando-lhe um murro no nariz. Ele caiu no chão, cheio de sangue. “Merda, mas para que foi isto?” o tipo que estava com Claire berrou. Não olhei para ele. Agarrei os ombros de Claire, que estava com cara de quem não estava perceber nada do que se estava a ar. “Cospe isso Claire!” “Quil? Mas o que estás aqui a fazer?” então ela caiu nos meus braços. Tinha desmaiado ou algo do género. Abri-lhe a boca e tirei-lhe o que restava da pastilha. “Mas no que te foste tu meter…” disse segurando-a nos meus braços e levando-a para longe daquela casa. Já a levava a caminho de casa quando acordou de repente nos meus braços. “Põe-me no chão! Já!” berrou. Alguma coisa na sua expressão fez-me coloca-la no chão, sem contestar. Mal ela se viu no chão, vomitou tudo. Baixei-me para junto dela e segurei-lhe na cabeça, enquanto ela deitava tudo fora… “Mas onde é que tinhas cabeça?” perguntei-lhe irritado quando o estômago dela pareceu acalmar, e parou de vomitar. “Quero voltar para a festa…” levantou-se a custo, mas acabou por voltar a cair. Segurei-a nos meus braços.
“Larga-me!” Disse-me quase sem forças. Voltei a senta-la no chão. “Ouve bem Claire. Nós vamos ter uma conversa e é agora.”
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Capítulo 29
Versão da Claire "Ouve bem Claire. Nós vamos ter uma conversa e é agora." "Tu estás bem? Contigo não falo!" reclamei. "Até podes não falar. Mas vais ouvir." gritou enquanto me agarrava o braço. "Podes falar à vontade. Não te vou dar ouvidos." disse tentando soltar-me. "Pára quieta!" ordenou de maneira rude fazendo com que o meu corpo petrificasse a olhar para ele. "Bom..." "Ok, diz lá!" cedi. "Tu estás minimamente consciente?" "Estou." afirmei. Os seus olhos observaram-me desconfiados. "Estou bem, juro. Não tomei nada...apareceste a tempo..." disse-lhe enquanto revirava os olhos. "Tu tens noção do que ias fazer?" "Tenho." "Como é que é possível dizeres isso com tanta naturalidade? Não tens idade para isto..." "Porquê? Achas que há uma idade própria para tomar drogas?" "Hmmm...não foi isso que eu quis dizer..." respondeu hesitante. "Ninguém devia tomar dessas porcarias!" "Nunca tomaste?" "Não, claro que não!" disse indignado. "Não sabes o que andas a perder!" ri-me. "O quê?! Tu já tinhas experimentado?" "Não interessa. Não vais contar à minha tia pois não?" "Vou, ela merece saber." "Não, Quil....Por favor, não!!!" pedi preocupada esperando que aquilo nunca tivesse acontecido. "Dá-me uma razão para não contar!" "Eu não quero voltar para junto da minha mãe. Não percebes...eu só sou eu aqui, em La Push! Não digas à minha tia, por favor! Ela vai-me mandar embora..." apercebi-me que umas lágrimas traiçoeiras fugiram dos meus olhos e rolavam, agora, pelas minhas bochechas dissipando-se no meu queixo. Olhei para o chão desiludida comigo mesma por ter desperdiçado a oportunidade de ficar em La Push. "Não chores..." disse Quil enquanto me erguia a cabeça, deixei que ele o fizesse mas continuei sem o olhar. "Claire...olha para mim, olha-me nos olhos." pediu.
Obedeci. Ergui os olhos lentamente até encontrar os dele. Ao mergulhar no seu olhar lembrei-me de todos os momentos que amos juntos. Eu conhecia aqueles olhos...olhavamme ternamente sempre que me viam. Pela primeira vez, desde que saí de La Push, senti-me em casa, era como se me envolvesse num abraço. Senti os seus dedos percorrem os contornos da minha face. Os meus olhos fecharam lentamente como se estivesse anestesiada. Poderia dizer que estava anestesiada, não pela bebida ou pelas drogas, mas pela respiração de Quil que batia superficialmente na minha pele. Naquele momento não havia mais nada no meu pensamento, existíamos apenas eu e Quil. Sentia a sua respiração cada vez mais próxima, abri os olhos novamente e vi o rosto de Quil muito próximo do meu, os meus olhos deambularam entre o seu olhar e os seus lábios. Uma brisa fez-me fechar novamente os olhos. Em escassos momentos senti os lábios de Quil juntarem-se aos meus, automaticamente a minha mão subiu até ao seu cabelo, onde deambulou livremente. As nossas línguas uniram-se e uma descarga de energia percorreu velozmente o meu corpo, fazendo com que os meus sentidos se dissiem quase por completo. Repentinamente Quil separou os seus lábios dos meus. Fiquei espantada quando me dei conta do que tinha acabado de acontecer. "O que é que eu fiz?" perguntou-se a si mesmo. "Desculpa..." Não consegui pronunciar nenhuma palavra. "Liga à tua tia para te vir buscar. Não voltes para a festa! Por favor...Eu tenho de ir...Não contes nada do que se ou à tua tia!" "Mas..." "Adeus, desculpa!" correu para a floresta densa e deixei de o ver. Peguei no telemóvel. "Tia vem-me buscar..." Versão do Quil BAH!!! Que fui eu fazer? Estúpido, estúpido, estúpido. Ela é menor! Ai meu deus...como é que eu fui capaz? Não!!! Como é que isto me ou pela cabeça? Nunca tinha pensado nela desta maneira. Nunca me tinha acontecido isto. Eu não a desejava dessa maneira. Isso era uma questão a pôr de parte, nunca a desejei como namorada. Ela é apenas a minha protegida, mais nada! Deixei-me ser controlado pela imprint. Não posso deixar que isto aconteça outra vez! Tudo o que aconteceu hoje não se vai voltar a repetir nunca mais. Por incrível que pareça, não estava na minha forma animal. Estava sentado numa rocha em frente ao mar, em estado de choque. O mar batia na falésia e fazia com que eu ficasse inebriado. O meu telemóvel tocou na mochila. Era Emily, atendi. "Sim." "Quil...a Claire já está em casa, obrigada por teres ido ver como ela estava. Ela disse-me que te encontrou."
"Foi? E que mais?" perguntei preocupado. "Mais nada...devia ter dito?" "Não! Como é que ela está?" "Não sei bem!" "Como assim?" "Ela está teoricamente bem, mas está distante, numa espécie de distracção longínqua. Sabes se se ou alguma coisa?" "Não, não sei de nada." menti. "Ok, olha vou-me deitar." "Sim, vai lá, até amanha, beijinhos." "Beijos,obrigada." Pousei o telemóvel por cima da mochila, despi-me rapidamente. Fiquei apenas com os boxers. Corri em direcção ao mar, mergulhei. Sabia bem arrefecer de vez em quando. Os mergulhos nocturnos eram relaxantes, faziam com que o meu corpo descansasse por um bocado, e naquele momento eu precisava mais do que nunca. Os salpicos de água preenchiam-me a cara, refrescando-me a cada pensamento. Como é que era possível aquilo ter acontecido? A pequena Claire metida no álcool e nas drogas, a devorar todos os rapazes que lhe aparecem à frente...não, esta não era a pequena Claire. Era a rapariga revoltada que nasceu durante a sua ausência. Comecei a perceber que, alguma dessa arrogância e revolta eram culpa minha, poderiam ser... Ela precisava de ajuda... e eu sentia-me na obrigação de a proteger. Era isso que eu ia fazer. Versão da Claire Já eram 4:30 a.m. e eu ainda não tinha pregado olho, não conseguia dormir. O beijo entre mim e o Quil ava inúmeras vezes na minha mente, nada mais me deambulava no pensamento. Apenas isso me enchia a alma. E eu continuava sentada em cima da cama, com o olhar pregado ao chão, a pensar...a pensar...e a pensar... Acordei sobressaltada, não me lembrava de ter adormecido. Estava praticamente deitada, apenas as minhas pernas estavam suspensas fora do colchão, senti frio. Ainda tinha a roupa da última noite no corpo. Ao reparar nisto, as imagens do beijo de Quil voltaram a percorrer a minha mente. Estava farta de visualizar aquilo, mas o meu pensamento fazia questão de me reavivar a memória daquela noite. Apetecia-me seleccionar aquela lembrança e apaga-la completamente. "Claire!" ouvi a minha tia chamar. "Vem tomar o pequeno almoço." Olhei para o relógio, eram 10 da manhã, de sábado. *à tarde* La Push...ai como era bom estar ali, sentada na falésia, a olhar o mar.
"Então miúda? O que te aconteceu ontem?" perguntou uma voz conhecida. "Tive de sair. Complicações." "Quem era aquele gajo que te foi buscar? Não gostei nada dele." "É um amigo meu, Miguel. Esquece o que ele te fez." "Por acaso não sabes porque é que aquela besta me bateu?" "Não o insultes." ordenei. "E não...não faço a mínima ideia ." "E então...miúda..." disse sedutoramente. "Gostaste do pouco da noite de ontem?" "Gostei!" "Podiamos ter aproveitado mais..." disse enquanto se aproximava de mim, agarrando-me pela cintura. "Queres continuar?" "Hmm, sabes... é melhor não." recusei afastando-me dele. "Porque não?" "Porque...tenho uma coisa a fazer!" "Não podes deixar para outra altura?" "Não, tenho mesmo de ir. Xau...hm...vemo-nos depois." disse afastando-me cada vez mais, deixando-o sozinho junto à falésia.
*fim da tarde* "Olá Quil." "Olá, que estás aqui a fazer?" perguntou-me rispidamente. "Preciso de estar contigo. O que se ou ontem...eu não sei porque o fizeste, mas...eu...apercebi-me, senti, que qualquer coisa me ligava a ti...como se não te pudesse deixar ir." Quil ficou a olhar para mim com a mesma expressão com que me recebeu, indiferente à minha presença, indiferente ao que tinha acabado de dizer. "Claire, o que aconteceu ontem...foi um erro. Percebes isso?" "Não!" "Tu percebeste tudo mal. Eu não queria fazer aquilo." ** 2 dias depois ** "Tu percebeste tudo mal. Eu não queria fazer aquilo." outra vez a mesma frase. ** 2 dias depois ** "Mas eu senti que tu querias, senti que tu me desejavas. Querias que eu ficasse. Só não percebo porque te arrependes." "Eu não queria que aquilo acontecesse." levantou a voz.
"Mas aconteceu, e foi especial. Quil, eu sei que tenho sido difícil, mas eu gosto mesmo de ti!" "Tu não sabes o que dizes… Não podes gostar mesmo de mim… não dessa forma. Eu sou muito mais velho que tu." "Isso não importa. Podemos ser felizes na mesma." "Não, não podemos." "Porque não, Quil?" "EU NÃO QUERO!" berrou Quil. "Tu já viste a tua idade? Já viste a minha? Não podemos estar juntos!" “Devias ter pensado nisso antes de me beijares!” disse-lhe rudemente. “Tens razão, Claire… foi um erro. Já o iti. Agora esqueçamos o assunto, sim?” “Não me podes pedir isso… tu não percebes Quil? É como se pertencêssemos um ao outro! A minha vida fez todo sentido quando…” ele começou a tremer nervoso, e cheio de raiva. “Raios, Claire! Eu não gosto de ti dessa forma!” Fiquei petrificada a olhar para ele, enquanto ele tremia descontroladamente. Não consegui mexer-me. De seguida, transformou-se em lobo e saiu a correr, quase sem eu me aperceber. Lágrimas de tristeza escorreram ferozmente pelo meu rosto. Deixei-me cair no chão. Tinha de desistir daquele amor… daquele amor que apenas pertencia a mim. Um amor para sempre impossível.
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Capítulo 30
Versão da Rubi Senti algo percorrer todas as linhas do meu corpo, abri os olhos com dificuldade. "Bom dia!" saudou a melhor voz do mundo, ecoando melodiosamente na minha mente. "Bom dia, meu amor." saudei sonolenta. Despertei automaticamente quando senti os lábios de Seth em o com os meus. Separaram-se após um leve beijo. "Como estás?" perguntou-me preocupado. "Estou óptima. Como é que esperavas que estivesse depois de um acordar tão preenchido por ti, a melhor coisa do mundo?" questionei retoricamente enquanto observava o semblante do meu namorado sentado na minha cama, ao meu lado. Agora já tinha um quarto para mim. Alice tinha decorado tudo conforme os meus gostos. Os tons verdes animavam o quarto. "Então, vamos embora! Toca a levantar, temos de aproveitar bem este dia!" "Porquê?" "Porque preciso disso. Preciso de estar contigo. Já falei com o Edward, já lhe disse que íamos sair e só te trazia de volta tarde." "E ele?" "Indiferente." "Óptimo!" afirmei enquanto me levantava num salto. "Esperas por mim lá em baixo?" "Espero." disse com o olhar terno. Beijou-me suavemente. *minutos mais tarde* "Onde me vais levar?" perguntei curiosa quanto ao destino de paragem que Seth tinha planeado. "Já vais ver." respondeu sem tirar os olhos da estrada. "Ok, ao menos diz-me onde estamos." já tínhamos andado uns bons quilómetros, eu não conhecia aquele lugar. Ele não pronunciou nenhuma palavra. "Hmmm, esclarecedor." disse fazendo das minhas palavras sarcásticas um murmúrio. "Relaxa." Assim fiz. Relaxei até demais. Acabei por adormecer. *quando acordou* "Amor..." chamou aquela voz do sonho que tinha acabado de ter. Mas sabia que agora estava acordada. Esta voz era real. "Amor, acorda..." "Já chegamos?"
"Sim. Mas tu não pareces estar com muita vontade de ver onde te trouxe." "Claro que estou com vontade. Estou ansiosa." disse despertando com a curiosidade. "Então vem." agarrou-me na mão e ajudou-me a sair do jipe. Vislumbrei a paisagem. Era lindo. "O que é isto?" perguntei gaguejando. "Lake Quinault!" "WOW, é lindo. Obrigada por me teres trazido aqui." disse abraçando Seth com emoção. Ele beijou-me intensamente. As nossas línguas moviam-se sincronizadas, as suas mãos deambulavam no meu corpo fazendo-me arrepiar. Separamo-nos para respirar. "E sabes o que é melhor?" perguntei olhando em redor. "O quê?" "Estamos aqui sozinhos." esclareci-o com um sorriso perverso. "Isso não é o melhor..." "Não?!" perguntei espantada aguardando a resposta. "Não...isso também é óptimo mas o facto de podermos fazer o que quisermos sem ninguém a controlar é ainda melhor." "Hmm, até concordo." "Por isso, este dia é exclusivamente nosso." "E tens sugestões sobre o que vamos fazer agora?" perguntei a Seth enquanto ele me beijava o pescoço e o decote. Ele abriu a porta do seu jipe onde eu estava encostada, mas sempre sem deixar de me olhar nos olhos. "Até posso ter umas ideias..." respondeu sedutor. "Queres-me mostrar?" questionei, percebendo as intenções de Seth. Não sabia porquê mas aqueles joguinhos com Seth provocavam em mim um desejo louco. E Seth sabia disso, tão bem que até brincava com algumas situações. Seth não respondeu. Em vez disso, agarrou-me pela cintura, levantando-me. Enrosquei as minhas pernas na sua cintura. Ele subiu para o jipe e deitoume no banco de trás. Encaixou o seu corpo ao meu, e continuou a beijar-me ardentemente. Quando me afastei ligeiramente dos seus lábios para respirar e tirei o casaco, ele perguntou. "Já estás com calor?" "Estou completamente doida." disse ferozmente voltando a beijá-lo como se não houvesse amanhã. Ele gemeu. "Que foi?" perguntei.
"Mordeste-me o lábio. Com força..." disse espantado levando a mão ao lábio reparando que este sangrava. O cheiro do sangue de Seth inebriou-me e fez com que eu desejasse beber até à última gota. Era delicioso, fez com que eu ficasse com água na boca. A minha garganta começou a ficar seca, e sentia algo arranhar-me, pedindo aquela bebida que cheirava maravilhosamente bem. "Afasta-te. JÁ!" gritei. Ele saltou de cima de mim e aguardou do lado de fora do carro. Concentrei-me com todas as minhas forças para resistir. Não foi uma tarefa tão difícil quanto o que eu esperava que fosse. Senti-me bem por ter conseguido resistir e apercebi-me que era mais forte do que julgava. "Seth..." chamei assustada. "Sim, meu amor." "Podes vir..." ele aproximou-se lentamente. "Estás bem?" perguntou-me. A ferida já tinha sarado por completo "Estou...desculpa." pedi baixando o olhar. "Oh, acontece. Não faz mal." "A sério...Desculpa." "Rubi...Rubi, olha para mim." ergui o olhar. "Não faz mal, ok? Fico contente por te teres conseguido controlar." "Consegui porque te amo. Tenho de ter mais cuidado... Doeu muito?" "Porque é que não nos deixamos de tretas e continuamos o que estávamos a fazer?" "Ai, Seth... tenho medo de te voltar a magoar." "Não...Rubi, nem penses. Sabes uma coisa? Vem." "Onde vamos?" perguntei enquanto ele me puxava pela mão. "Aqui." afirmou atirando-se para o chão. "Deita-te." pediu. "Ok..." deitei-me. Ele agarrou-me e beijou-me. Senti-me incrivelmente derrotada pelo desejo. Continuamos então a nossa demonstração de amor um pelo outro. E fizemos amor ali no meio do nada, num sítio onde apenas existíamos nós os dois. ** Estávamos os dois, deitados, cansados e ofegantes. "Sabes uma coisa?" perguntei. "Não...diz..." "Amo-te. És o melhor namorado do mundo." "Eu amo-te mais. Só sou assim porque tenho de dar a devida atenção à melhor e mais perfeita namorada do mundo." "Pois, daquele estilo de namoradas que te morde o lábio de modo a sangrar."
"É...desse tipo." riu e beijou-me. "Amo-te." sussurrou ao meu ouvido.
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Capítulo 31
** 1 semana depois ** Versão da Claire "Olá Miguel!" "Oh, olá Claire." disse Miguel surpreendido por falar com ele após tantos dias de silêncio. Ele tinha um charro na mão. "Estou a ver que te submeteste aos charros fracos." "Nem sempre se pode ter tudo da melhor qualidade." "Posso-te fazer companhia?" "Claro." consentiu. Tirei um charro do meu bolso. Miguel pegou no isqueiro e acendeu-mo. Dei um bafo. "Que se ou, Claire? Nunca mais falaste comigo desde aquela festa..." lamentou Miguel. "Miguel...foram coisas complicadas. Não quero falar nisso." "Mas...fui eu?" "Não, nada a ver contigo." "Ok...se precisares de falar, conta comigo." ofereceu. "Obrigada." disse dando mais um bafo. Permanecemos em silêncio até eu acabar de fumar o meu charro. "Tens aula agora?" perguntei. "Tenho, cálculo. Mas não me está a apetecer ir. Porque perguntas?" "Eu tenho, biologia e vou faltar porque já não o estas aulas. Pensei que me quisesses fazer companhia." "Parece-me bem. Baldar-me às aulas para estar com uma rapariga como tu." o seu olhar percorreu todo o meu corpo de baixo para cima parando no meu olhar. "Que tal irmos para minha casa? Não está lá ninguém... e talvez arranje produto do bom para nos divertirmos." "Parece-me bem." Dirigimo-nos para o carro de Miguel. Já me tinha esquecido do quão rápido ele conduzia. Percebi que não estava na calma de Quil, mas sim na diversão e adrenalina de Miguel. Deixei-me levar, pois era aquilo que eu precisava naquele momento. Diversão para esquecer Quil.
Versão da Nessie "Estás melhor?" "Nem por isso, continuo enjoada." informou Rubi enquanto saía do quarto de banho. "Como é possível. Já vomitaste tudo, não é possível que continues enjoada." "Oh, não." disse enquanto levou a mão à boca, correndo novamente para a casa de banho. Entrei para a ajudar, ela estava ajoelhada junto à sanita. "Oh amiga o que se a contigo..." murmurei. ** "Como é que ela está?" perguntou Seth. "A dormir, parece um anjinho, como se nada tivesse acontecido." respondeu Jake. "Mas ela está doente?" "Não sei, Seth, ela vomitou e teve desmaios. Mas não sei o que se a, ado um pouco estava perfeita, só disse que queria dormir. E mal se deitou adormeceu logo." respondi. ** No dia seguinte ** Cheguei e Rubi estava sentada na cama com uma toalha enrolada no cabelo. "Então rapariga, como estás hoje?" "Agora estou bem, mas já vomitei. Não sei o que se a comigo!" disse preocupada. "Tomei um banho e fiquei bem." "Vou chamar a Alice, visto que a minha mãe saiu. Ela deve saber o que fazer." Versão da Rubi Aguardei a chegada de Alice enquanto sequei o cabelo. "Então, meu amor, continuas mal disposta?" Após lhe ter explicado o que tinha sentido e o que sentia naquele momento ela avançou com as questões. "Querida, tens-te alimentado bem?" "Sim, tenho caçado com a Nessie. Tenho bebido o mesmo que ela." "Hmm, andas nervosa com alguma coisa?" "Não." concluí após ter pensado um bocado. "Ok, as hipóteses começam a ficar reduzidas. Querida...hmm, tu e o Seth já tiveram relações, alguma vez?"
Corei subitamente com a pergunta de Alice, em que é que aquilo poderia influenciar o meu estado? "Hmm, já!" respondi envergonhada ouvindo o risinho de Nessie nas minhas costas. "Quando foi a última vez?" "Uma semana, mais ou menos. Quando fomos ao lago..." respondi desconfiada. "Hmm, ok... Volto já." ** Dentro de minutos Alice estava de volta. Trazia na mão um saco da farmácia. "Toma." disse atirando o saco para cima da cama, fazendo com que este caísse exactamente ao meu lado. "Que é isto?" "Um teste de gravidez!" esclareceu. O quê? Porque é que eu não pensei nisso antes? Eu posso estar grávida? Ai meu Deus, e agora? O que é suposto eu fazer? O meu pensamento começou a divagar em possibilidades e eu comecei a entrar em pânico. "Tem calma, Rubi." acalmou-me Nessie. "Vai lá Rubi. Coragem...nós esperamos aqui." disse Alice. "Não...eu preciso do Seth... Eu quero-o aqui!" peguei no telemóvel e liguei-lhe. "Seth, anda cá rápido!" "O que se a amor? "Vem, rápido." "Ok, até já." ** "Que se a?" perguntou Seth enquanto entrava repentinamente no meu quarto. "Amor...aqueles enjoos...os desmaios..." baixei o olhar, estava envergonhada. "Sim, diz Rubi...estás a deixar-me preocupado." "Eu posso estar grávida..." "Grávida? Oh, nem sei o que pensar..." "Seth, por favor não me deixes agora!" um sorriso enorme espelhou-se no seu rosto. "Achas que te deixava? Se estiveres grávida...vamos ter a prova viva do nosso amor. Estarei sempre ao teu lado, nunca te deixarei. Nunca!" "Mas eu não estava à espera que isto acontecesse..." "Eu também não...mas se queres saber... Dentro de mim está a crescer um felicidade enorme só de pensar na possibilidade de termos um filho." disse enquanto encostava a sua cara à minha.
Os nossos narizes tocaram-se e logo depois, os nossos lábios uniram-se. Demos um beijo apaixonado, que Seth quebrou. "Vai lá fazer o teste. Queres que vá contigo?" "Não...isto, prefiro ser eu a fazer." "Ok...amo-te." "Eu a ti." ** Saí da casa de banho com o resultado do teste na mão...Ainda não o tinha visto, ainda nem sequer tinha olhado ou espreitado. Entreguei-o a Alice para que fosse ela a ler o resultado. Seth agarrou-me as mãos e encostou-me a si. "Parabéns...vão ser pais!" informou Alice com um enorme sorriso. “Não posso! Vou mesmo ser pai?” Seth berrou de contentamento. Agarrou-me pela cintura e balançou-me no ar. “Vamos ser pais Rubi! Eu vou ser pai!” Lágrimas de felicidade surgiram no meu olhar terno que dançava com o de Seth. Ele beijoume intensamente. Eu estava feliz e ele também, íamos ter uma família. O nosso amor ia crescer ainda mais. Versão da Nessie "E pronto, depois a Rubi e o Seth beijaram-se e ficou tudo muito meloso e blhack..." Jacob riu. "És tão trenga." "Ai, porquê?" "Porque só dizes isso quando é com os outros...Se fosse contigo não dizias blhack." "Provavelmente não..." concordei. "Queres apostar?" perguntou puxando o meu corpo contra o seu. Não tive tempo de pronunciar qualquer palavra. Ele agarrou-me pela cintura e beijou-me apaixonadamente. Senti-me nas nuvens, a adrenalina percorreu o meu corpo, um fogo gelado correu nas minhas veias e fez-me arrepiar. Sentia cada parte do corpo de Jacob em o com o meu corpo. Nunca me tinha sentido assim. Finalmente, o meu amor por Jacob revelava-se, sem se restringir apenas ao meu pensamento. Finalmente deixei-me levar sem medos. Agora, não tinha mais dúvidas. Jake interrompeu o nosso beijo e olhou-me. "Não vais fugir?" perguntou. "Não." disse gargalhando ligeiramente. "Não estás bêbeda?" "Também não..." ri-me ainda mais.
"Isso significa..." "Significa que te amo e que quero estar contigo para sempre..." completei. "Hm, posso acreditar nisso?" "Absolutamente!" Jacob sorriu e agarrou-me pondo os seus braços à volta da minha cintura e beijou-me ardentemente.
Fim :) Espero que tenham gostado :) !
Twi-kisses **