Compreendendo as equipes de trabalho
Eliane Floriano Colombo (aluna do 3º semestre de Psicologia da Faculdade Anhanguera – unidade Anchieta)
As equipes estão se tornando cada vez mais populares, pois, além de as organizações utilizarem melhor os talentos de seus funcionários, elas também são mais flexíveis e reagem melhor às mudanças do que departamentos tradicionais. Elas também têm capacidade para se reestruturar, iniciar seu trabalho, redefinir seu foco e se dissolver rapidamente. Grupos de trabalho: grupo que interage para compartilhar informações e tomar decisões para ajudar cada membro em seu desempenho na área de responsabilidade. Equipe de trabalho: grupo em que os esforços individuais resultam em um nível de desempenho maior do que a soma das contribuições individuais. Gera também, uma sinergia positiva por meio de um esforço coordenado. O uso extensivo das equipes gera o potencial para uma organização aumentar seus resultados sem necessidade de aumentar seus investimentos. Tipos de equipe - Equipes de resolução de problemas: os membros trocam ideias ou oferecem sugestões sobre os processos e métodos de trabalho que podem ser melhorados. - Equipes autogerenciadas: realizam trabalhos muito relacionados ou interdependentes, assumindo muitas das responsabilidades que antes eram de seus antigos supervisores. - Equipes multifuncionais: grupo de funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da empresa, que se juntam para cumprir uma tarefa.
- Equipes virtuais: usam a tecnologia da informática para reunir seus membros fisicamente dispersos para atingir um objetivo comum. Fatores que determinam se as equipes são bem sucedidas - Recursos adequados: A escassez de recursos reduz diretamente a capacidade de a equipe desempenhar seu trabalho de maneira eficaz e atingir seu objetivo. Isso inclui recursos como disponibilização de informações em tempo hábil, tecnologia apropriada, pessoal adequado, incentivo e apoio istrativo. - Liderança e estrutura: as equipes devem estar de acordo sobre quem faz o quê e assegurar que todos contribuam igualmente nesse arranjo. Evidências recentes sugerem que equipes que estabelecem uma liderança compartilhada e tomam decisões em conjunto são mais eficazes do que aquelas que possuem uma estrutura tradicional que conta com um único líder. - Clima de confiança: os membros das equipes eficazes confiam uns nos outros, além de demonstrarem confiança em seus lideres, o que facilita a cooperação, reduz a necessidade de monitoramento dos comportamentos individuais e une as pessoas em torno da crença de que nenhuma delas tentará tirar proveito da outra. - Sistemas de avaliação de desempenho e recompensas: as avaliações individuais de desempenho e os incentivos podem interferir no desenvolvimento de equipes. As avaliações em grupo, a participação nos lucros e nos resultados, os incentivos aos grupos pequenos e outras modificações no sistema podem reforçar o empenho e o comprometimento das equipes. Composição das equipes - Capacidades dos membros: parte do desempenho de uma equipe depende dos conhecimentos, das habilidades e das capacidades individuais dos seus membros, que vão determinar os parâmetros do que eles podem fazer e do quanto eficientes serão dentro da equipe. As equipes mais capacitadas também são mais adaptáveis a situações de mudança, pois podem aplicar conhecimentos anteriores a problemas novos de maneira efetiva. É também importante vincular as capacidades da equipe à tarefa. - Personalidade dos membros: a personalidade tem uma influência significativa sobre o comportamento individual do funcionário. As equipes que apresentam grau elevado ou médio de conscienciosidade e abertura a experiências tendem a ter melhor desempenho, além de um nível mínimo de
amabilidade. As pessoas conscienciosas (conscientes das responsabilidades, ética) tem um grande valor nas equipes, pois sabem dar e sentir quando o apoio é necessário. Os membros mais abertos a experiências comunicam-se melhor com os outros e lançam mais ideias, sendo equipes mais criativas e inovadoras. - Alocação de papéis: as equipes possuem necessidades diferentes e seus membros devem ser selecionados de modo a assegurar que todos os papéis sejam preenchidos. - Diversidade dos membros: enquanto a diversidade pode ter benefícios potenciais reais, o foco das equipes costuma ser nas informações compartilhadas por seus membros. As equipes heterogêneas que querem realizar seu potencial criativo precisam focar não nas suas similaridades, mas nas suas diferenças, ou seja, comunicar seus conhecimentos exclusivos e também aquilo que não sabem. Quando os lideres oferecem um objetivo comum que inspira os membros de equipe cuja educação e conhecimentos variam, a equipe se torna muito criativa. O grau em que os membros de um grupo compartilham um mesmo atributo demográfico, como sexo, faixa etária, raça, nível educacional ou tempo de serviço na organização é chamado de demografia organizacional. - Tamanho das equipes: de maneira geral, as equipes mais eficazes são compostas de cinco a dez elementos. Quando a equipe tem excesso de componentes, seus membros tem dificuldade de desenvolver a coesão e o comprometimento, e há aumento da folga social, além do fato de que um número maior de pessoas diminui a comunicação. - Preferências dos membros: nem todo funcionário é um membro potencial de equipe, e caso for dada a opção, muitos preferirão ficar fora das equipes. Ao selecionar membros para uma equipe, devem-se considerar as preferências individuais, juntamente com as habilidades, personalidades e capacidades. Processos da equipe: - Plano e propósito comuns: as equipes eficazes iniciam seus trabalhos analisando a missão, definindo os objetivos para atingi-la e desenvolvendo estratégias para isso. Os membros de equipes bem sucedidas dedicam bastante esforço e tempo para configurar um propósito, tanto em termos individuais como coletivos. Mostram também reflexibilidade, ou seja, refletem sobre o seu plano principal e o ajustam quando necessário. - Metas específicas: as equipes bem sucedidas traduzem seu propósito comum em metas de desempenho específicas, mensuráveis e realistas, o que
ajuda a tornar a comunicação mais clara e a manter o foco na obtenção de resultados. - Autoconfiança da equipe: as equipes eficazes e bem sucedidas aumentam a convicção sobre seus sucessos futuros, o que aumenta a motivação de trabalhar cada vez mais e melhor. - Modelos mentais: envolve o conhecimento e crenças dos membros da equipe sobre como o trabalho deve ser feito. - Níveis de conflito: os conflitos de relacionamento (imcompatibilidades interpessoais, tensões e animosidades entre as pessoas) quase sempre são disfuncionais. O conflito de tarefas (desacordo dos membros sobre o conteúdo da tarefa) estimula a discussão, promove a avaliação crítica de problemas e opções e pode conduzir a melhores decisões dentro da equipe. - Folga social: é quando os indivíduos se aproveitam do esforço do grupo e am a não fazer o trabalho de sua responsabilidade, já que as contribuições individuais não podem ser identificadas. Transformando indivíduos em membros de equipe: - Seleção: selecionando pessoas que sabem trabalhar em equipe. - Treinamento: criando pessoas que sabem trabalhar em equipes (treinamentos, workshops). - Recompensas: oferecendo incentivos, promoções, aumento de salários ou outras formas de reconhecimento que devem ser dados aos indivíduos por sua eficácia como membros colaborativos das equipes. Mas, nem sempre as equipes são a solução, pois além de tomarem mais tempo e consumir, muitas vezes, mais recursos, elas têm maiores demandas de comunicação, mais conflitos para istrar e mais reuniões a realizar. Portanto, os benefícios de sua utilização precisam superar seus custos. Antes de implementar equipes, os gestores devem avaliar se o trabalho realmente requer esforço coletivo. Três testes podem determinar a adequação das equipes de trabalho: 1) O trabalho pode ser mais bem realizado por mais de uma pessoa (complexidade da tarefa e necessidade de diferentes perspectivas) 2) A tarefa cria um propósito comum ou conjunto de metas para os membros da equipe maior do que a soma de seus objetivos individuais?
3) Determinar se os membros do grupo são interdependentes. As equipes fazem sentido quando existe interdependência entre as tarefas, quando o sucesso geral depende do sucesso de cada um e o sucesso de cada um depende do sucesso dos demais. ROBBINS, S. P.; JUDGE, T. A.; SOBRAL, F. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14ª ed. São Paulo: Pearson, 2010.