Estudo Dirigido 3r3c6a

ESTUDO DIRIGIDO

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Ilma os Alencastro Veiga Universidade de Brasília In: VEIGA, Ilma os Alencastro (org). Técnicas de ensino: por que não? Campinas: Papirus, 1991. 

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• Em uma perspectiva crítica de educação: 

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O Estudo dirigido pressupõe a diretividade por parte do professor, se fundamenta na atividade do aluno e se efetiva na situação sócio-individualizada em sala de aula ou fora dela. Sempre sob a direção do professor, que exerce um papel insubstituível na condução do processo de ensino do qual os estudantes participam.

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Pode ser uma boa ou má técnica, dependendo de para que se prepara e como se prepara. É uma técnica de ensino em que os alunos executam em aula, ou fora dela, um trabalho determinado pelo professor, que os orienta e os acompanha, valendo-se de um capítulo do livro, um artigo, um texto ou de um livro. O professor oferece um roteiro de estudo previamente elaborado para que o aluno explore o material escrito de maneira efetiva: lendo, compreendendo, interpretando, analisando, comparando, aplicando, avaliando e elaborando.

Portanto, o Estudo dirigido procura o desenvolvimento do pensamento reflexivo, da análise crítica, em vez da memorização de uma quantidade de informações. 

• Objetivos do estudo dirigido: 

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Provocar os alunos criticamente a respeito do que a realidade indica, buscando na leitura os fundamentos necessários à explicação e compreensão das questões levantadas. Aprofundar o conteúdo do texto didático para além das informações superficiais e da mera opinião. Buscar a conexão entre o texto didático e seu contexto, vinculando também ao contexto do autor e do leitor, ou seja, propiciar a leitura polissêmica (“processo de significação, lugar de sentidos” – Orlandi, 1983, p.80).

• Objetivos: 

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Desenvolver no aluno a reflexão, a criticidade e a criatividade. Capacitar os alunos à leitura de textos ou livros didáticos necessários à sua instrumentalização, ou seja, apropriação das ferramentas de caráter histórico, matemático, científico, literário, artístico, tecnológico, etc.

• Alguns princípios que norteiam a preparação do roteiro de estudos: 

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É preciso cuidado do professor quanto à complexidade do texto ou livro didático. Cuidar da qualidade do material escrito para que possa ser usado com competência. Adequação do material à clientela, considerando os valores e a cultura das classes populares: ou seja, os materiais de leitura devem ser potencialmente significativos para os alunos. Atualização: evitar textos ou livros didáticos já ultraados e fora do contexto atual da escola e do aluno, a não ser no caso de estudos de obras clássicas.

• Selecionado o material o professor a à etapa de elaboração do roteiro propriamente dito: 

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Especificando as orientações gerais e flexíveis para que os alunos possam realizar as atividades propostas. O roteiro deve compreender um momento individualizado e um momento socializado.

• Momento individualizado: 

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Leitura global e atenta do material escrito Atividades que propiciem um maior diálogo do aluno com o texto, favorecendo assim a compreensão do mesmo., como as seguintes. Sublinhar as idéias mais importantes ou extrair as idéias centrais do texto. Destacar as partes que compõem o texto dando-lhes título. Esquematizar o texto, assinalar com chaves, setas para facilitar a articulação das idéias. Registrar notas e observações. Procurar no texto os conceitos, as características e outros elementos necessários à compreensão. Procurar no dicionário o significado de palavras desconhecidas; Formular conceitos. Ilustrar graficamente aspectos importantes do tema estudado.

• Momento individualizado:

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Atividades devem também preparar os alunos para que possam identificar e compreender as idéias principais, estabelecer relações entre elas, ter capacidade de tirar conclusões, distinguir consequências, enfim, ir além dos limites colocados pelo autor. Identificar desacordo entre as idéias; examinar situações apresentadas e dar seu julgamento e solução; fazer perguntas ao que se lê, ao que está escrito no texto; explorar as contradições; estimular idéias que venham a complementar o assunto. Sugerir outras interpretações possíveis ao texto; comparar situações reais ou vivenciadas com as que o texto contém; apresentar conclusões próprias; justificar respostas e posicionamentos diante do texto; argumentar com o autor para aceitar, contestar ou recusar suas idéias.

• Momento socializado:

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Procura-se tirar partido da interação entre os alunos, por meio de atividades que aprofundem as discussões: podem ser realizadas em pequenos e grandes grupos. Tais atividades visam o debate sobre o tema estudado permitindo ao aluno situar-se criticamente, extrapolar o texto para a realidade vivida, desvelar a ideologia subjacente às informações vinculadas, exercitar a elucidação do contexto com auxílio do texto e não somente por intermédio dele. As tarefas socializadas devem girar em torno da retomada da tese central contida no texto de forma questionadora, crítica, inclusive para possibilitar que os alunos proponham alternativas aos problemas importantes apresentados no texto. Este momento pode culminar com uma síntese: o estabelecimento das relações existentes entre as idéias centrais e as idéias secundárias. É preciso o registro, por escrito, pois o “ato de ler é incompleto sem o ato de escrever”. (Gadoti, 1979, p.17).

• Aplicação do Estudo Dirigido 

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Pode ser realizado em situação sócio -individualizada. É aplicável nos momentos de apresentação e desenvolvimento do conteúdo curricular em substituição à exposição feita pelo professor. Indispensável tanto na fase de fixação dos conteúdos quanto na fase de acompanhamento e recuperação da aprendizagem. Ao professor cabe ser democrático, responsável e diretivo, não se esquecendo de que a regra fundamental é a atividade do aluno, para o aluno e com o aluno,

• Concluindo 

Eu digo que ler não é só caminhar sobre as palavras, e também não é voar sobre as palavras. Ler é reescrever o que estamos lendo. É descobrir a conexão entre o texto e o contexto do texto, e também como vincular o texto/contexto com o meu contexto, o contexto do leitor. (Freire, 1988, p.22)