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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DOS DENTES
O desenvolvimento dos dentes começa no embrião humano em torno da 6ª semana de vida com o aparecimento da lâmina dentária. Nessa época ele tem mais ou menos 11mm e é constituído de 2 tipos de tecidos de origem embriológica diferentes. Um de origem ectodérmica (que é o mais nobre) revestindo todo o embrião, e outro de origem mesenquimal que é o tecido de preenchimento. Além destes tecidos, o embrião é constituído de 2 cavidades: uma superior chamada cefálica ou boca primitiva e outra chamada caudal. Assim, os primeiros sinais de diferenciação do tecido ectodérmico que invade o teto da cavidade cefálica dá origem a duas estruturas em forma de U e assim temos 2 estruturas: uma superior e outra inferior. Essas estruturas em forma de U são chamadas Lâminas dentárias ou muros mergulhadores. Histologicamente a lâmina dentária é constituída de 2 fileiras de células: uma de células altas, cilíndricas e outra de células achatadas. A partir daí começa o fenômeno de multiplicação celular, o qual ocorre em 10 pontos da lâmina dentária superior e em 10 pontos da lâmina dentária inferior e em diferentes épocas, uma vez que cada dente tem sua época mais ou menos certa de erupção. A multiplicação celular epitelial ocorre sempre invadindo o tecido mesênquimal formando uma estrutura semelhante a um botão, que é conhecida como Fase em Botão ou etapa em botão. Essa multiplicação é de células da camada basal, altas e cilíndricas, fazendo com que o mesênquima sofra uma condensação que com isto diminui a multiplicação celular epitelial e inicia a diferenciação das células mesenquimais. O
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tecido mesenquimal começa a exercer forças no sentido contrário e daí resultar uma concavidade no centro do botão, dando origem à chamada Fase em Capuz ou Casquete. Em virtude dessa força não ser a mesma em toda a extensão, surge formas diferentes de dentes: incisivos, caninos, pré-molares e molares. Essa força é maior na região dos molares. O mesênquima é responsável pela forma da coroa, dependendo de sua pressão. A medida que esse processo avança o epitélio assume a forma de uma Campânula ou sino – Fase em Campânula. A partir da fase de campânula inicia-se a formação específica dos diversos tecidos que constituirão o dente e suas estruturas de e. Nos estágios finais da campânula o órgão do esmalte assume a forma característica do dente que formará mais tarde. A membrana basal que separa a camada ameloblástica das células do tecido conjuntivo subjacente representa a futura união Amelo-dentinária, e seu contorno determina o padrão da parte incisal ou oclusal da coroa. Simultaneamente com o desenvolvimento do órgão do esmalte e da papila dentária há uma condensação marginal que os envolve, sendo mais densa e mais fibrosa que é o Saco dentário. O órgão do esmalte consiste de 4 camadas: 1) Epitélio Interno (Camada ameloblástica) 2) Epitélio externo 3) Retículo estrelado – segrega um líquido de consistência gelatinosa, funcionando como uma verdadeira almofada amortecedora das pressões, protegendo o dente em formação.
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4) Estrato Intermediário – desempenha papel importante na formação do esmalte, pois pode substituir os ameloblastos que venham a se degenerar durante a formação do esmalte. Os brotos dentários são os primórdios dos órgãos do esmalte. Estes juntos com a condensação mesênquimal subjacente (papila dentária e saco dentário) formam os germes dentários. Podemos assim dizer que o germe dentário está formado de 2 partes: A) Parte ectodérmica que vai dar origem ao esmalte B) Parte mesodérmica que vai dar origem à polpa, dentina e estruturas de sustentação do dente: cemento, osso alveolar e membrana periodontal.
RESUMO: Ao conjunto de epitélio interno, externo, retículo estrelado e estrato intermediário dá-se o nome de órgão do esmalte. Ao correspondente que fica preso na cavidade formada por ele mesmo devido a pressão, dá-se o nome de papila dentária, e o mesênquima que está se condensando marginalmente e envolvendo a papila e o órgão do esmalte chama-se saco dentário. O Germe Dentário ou Folículo Dentário se compõem de 3 órgãos formativos: órgão do esmalte, papila dentária e saco dentário. A papila dentária contém água e substância fundamental que são mucopolissacarídeos ácidos não sulfatados (ácido hialurônico) e sulfatados (ácidos condroitinossulfúricos). A papila dentária dará origem à polpa e dentina. A porção interna do saco dentário dará origem ao cemento, a porção média ao ligamento periodontal e a externa ao osso alveolar e lâmina dura. Na papila dentária e saco dentário encontram-se células mesenquimais indiferenciadas que dão origem a qualquer tipo de células, exceto as nervosas. Saco dentário – osteoblastos e papila dentária odontoblastos e fibroblastos.
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Em diversas épocas depois da formação dos germes dos dentes decíduos, a lâmina dentária inicia também a formação dos sucessores permanentes. Estes germes se originam por lingual dos decíduos correspondentes, ou seja, a lâmina dentária prolifera em sua extremidade mais profunda para dar origem aos órgãos do esmalte dos dentes permanentes sucessores.
FUNÇÃO DA LÂMINA DENTÁRIA A atividade da lâmina dentária e sua cronologia podem ser consideradas em 3 fases: 1ª FASE – refere-se ao inicio de toda a dentição decídua, que ocorre por volta da 6ª semana à 10ª semana de vida intra-uterina (v.i.u.). 2ª FASE – refere-se a iniciação dos dentes sucessores. É precedida pelo crescimento da extremidade livre da lâmina dentária situada por lingual do órgão do esmalte de cada dente decíduo, e ocorre por volta do 5º mês de v.i.u. para os centrais permanentes, até o 10º mês de idade para os 2º pré-molares. 3ª FASE – é precedida pela extensão da lâmina dentária, distal ao órgão do esmalte do 2º molar decíduo com a formação dos germes dos molares permanentes. O 1º molar permanente se origina diretamente da lâmina dentária e o momento de sua formação é por volta do 4º mês de v.i.u. O 2º molar inicia sua formação por volta do 1º ano de vida e o 3º molar cerca do 4º ao 5º ano de vida. É evidente que a atividade total da lâmina dentária se prolonga por um período de aproximadamente 5 anos.
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TEORIAS A RESPEITO DA ORIGEM DOS MOLARES PERMANENTE Em relação aos molares permanentes item-se 3 teorias para a sua formação; 1ª TEORIA – os germes dos 3 molares permanentes originam-se diretamente de extensão distal da lâmina dentária. 2ª TEORIA – o 1º molar origina-se da extensão distal da lâmina dentária; o 2º molar origina-se do pedículo epitelial do 1º molar e o 3º molar diretamente da extensão distal da lâmina dentária. 3ª TEORIA – o 1º molar origina-se extensão distal da lâmina dentária; o 2º molar origina-se do pedículo epitelial do 1º molar e o 3º molar origina-se do pedículo epitelial do 2º molar.
DESTINO DA LÂMINA DENTÁRIA Ainda durante a Fase de Capuz ou Casquete a lâmina dentária mantém uma ampla conexão com o órgão do esmalte, mas na etapa de campânula ela começa a se desintegrar pela invasão mesenquimal que primeiro penetra em sua porção central e a divide em lâmina lateral e lâmina própria. A lâmina dentária prolifera somente em sua parte mais profunda que se transforma em uma extremidade livre situada lingualmente ao órgão do esmalte do dente decíduo, e forma o primórdio do dente permanente correspondente. A conexão epitelial do órgão do esmalte com o epitélio oral é rompida pelo mesoderma proliferante. Os restos da lâmina dentária e do pedículo persistem como pérolas epiteliais ou ilhas dentro dos maxilares ou na gengiva denominados de Restos Epiteliais de Seres, os quais podem ser reabsorvidos ou podem permanecer em
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estado potencial durante toda vida e, se estimulados, evoluir dando origem a cistos e tumores.
DESTINO DO ÓRGÃO DO ESMALTE: PORÇÃO CERVICAL – forma a bainha epitelial de HERTWIG que é formada pela junção dos epitélios interno e externo do órgão do esmalte. PORÇÃO CORONÁRIA – forma o epitélio reduzido do órgão do esmalte que tem a função de proteger o esmalte maduro do dente. Na porção coronária do órgão do esmalte, depois que o esmalte está completamente formado e desenvolvido, os ameloblastos deixam de ser colunares e já não estão dispostos em uma camada bem definida. Juntamente com as demais camadas do órgão do esmalte formam uma cobertura epitelial estratificada ao esmalte que é o Epitélio reduzido do esmalte. Depois da erupção do dente esse epitélio reduzido forma à inserção epitelial. Antes da erupção serve para proteger o esmalte, separando-o do tecido conjuntivo. Pois se o tecido conjuntivo entrar em contato com o esmalte podem se desenvolver anomalias. Sob tais condições o esmalte poderá ser reabsorvido ou coberto por uma camada de cemento.
CICLO VITAL (RESUMO) 1 - FASE DE CRESCIMENTO a) Iniciação - formação da lâmina dentária e começo da formação dos brotos dentários b) Proliferação – ocorre a multiplicação celular e elaboração do órgão do esmalte. c) Histodiferenciação – ocorre a especialização das células. As células do epitélio interno do órgão do esmalte se transformam em ameloblastos que produzirão (a matriz)
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o esmalte. Antes que os ameloblastos depositem esmalte, eles estimulam as células do tecido conjuntivo da papila dentária a se diferenciarem em odontoblastos que produzem (a matriz) dentina. Isto é essencial, pois se não houver primeiro formação de dentina, tão pouco haverá formação de esmalte. Este processo é iniciado primeiramente nas zonas do órgão do esmalte que corresponderão às futuras cúspides ou bordas incisais, ou seja, inicia nos chamados centros de crescimento. d) Morfodiferenciação – as células se arranjam na junção amelo-dentinária (e dentocementária) a fim de definir o tamanho e a forma da futura coroa (e raiz) do dente. e) Aposição – corresponde a deposição da matriz de esmalte e dentina em capa incrementais. Em relação a amelogênese, as células tiram os materiais da corrente sanguinea, e os preparam e depositam em forma de glóbulos, um sobre o outro. A matriz de dentina se diferencia da do esmalte, ou seja, ela não se deposita em unidades globulares, e sim em um estado fluído bastante viscoso que depois se calcifica. A matriz de dentina é depositada primeiro por células formativas como capa não calcificada, précolágena, de pré-dentina. A aposição de esmalte e dentina começa nos chamados “centros de crescimentos”. Um centro de crescimento é esse ponto elevado na união amelodentinário, ou cúspide de dentina, desde o qual começa a atividade celular a uma velocidade máxima e se irradia em um plano definido de crescimento. Cada centro de crescimento dá origem a um lóbulo ou tubérculo nos dentes anteriores, e a uma cúspide nos dentes posteriores. A formação da dentina é centrípeta, ou seja, a deposição de dentina é de fora para dentro. Enquanto a formação de esmalte é centrífuga, ou seja, a deposição de esmalte é de dentro para fora.
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CRONOLOGIA DO CRESCIMENTO APOSITIVO – (BRAUER): O crescimento apositivo é resultado do depósito, em capas, de uma secreção extracelular não vital em forma de uma matriz de tecido, depositada por células formativas na futura união amelodentinária e dentinocementária. As células iniciam seu trabalho em locais específicos, os chamados centros de crescimentos. Os dentes começam seu crescimento apositivo em diferentes idades, porém em uma seqüência regular, definida e em grupos: GRUPO I - (pré-natal) – inclui todos os dentes decíduos, a partir do 4º ao 6º mês de v.i.u. GRUPO II – (nascimento aos 3 meses) – inclui o 1º molar e os dentes anteriores permanentes, exceção do incisivo lateral superior, pois sua formação é por volta dos 10 meses de idade. GRUPO III - (1 ano e 6 meses aos 3 anos) – inclui os pré-molares e os 2ºs molares permanentes. GRUPO IV – (7 aos 10 anos) – inclui os 3ºs molares.
2 - FASE DE CALCIFICAÇÃO – ocorre a mineralização da matriz por precipitação de sais de cálcio. A amelogênese se processa em 2 etapas: a)
Formação da matriz de esmalte (Aposição)
b) Mineralização da matriz de esmalte (Calcificação) – as células tomam os materiais da corrente sanguinea e os preparam e depositam em forma de glóbulos, um sobre o outro até que se forma um prisma de esmalte em forma de coluna.
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O esmalte maduro tem maior parte da sua espessura constituída por unidades estruturais em forma de barras denominadas prismas. O esmalte aprismático está presente tanto em dentes decíduos como em permanentes. Em muitas regiões do esmalte superficial, os cristais não se dispõem constituindo prismas, mas formando uma camada de estrutura mais ou menos homogênea denominada esmalte interprismático. Nesta, os cristais estão alinhados paralelos entre si e perpendiculares à superfície externa. O esmalte aprismático é formado por ameloblastos que não apresentam processo de Tomes. A natureza cristalina do esmalte deve-se ao seu alto conteúdo inorgânico (97% substâncias minerais). A matriz de esmalte contém cerca de 25% a 30 % de sais minerais e consistência de cartilagem. Os ameloblastos são os responsáveis pela formação do esmalte. Suas funções são: morfogênica, organizadora, formadora, de maturação, protetora e desmolítica. A dentinogênese também se processa de 2 etapas: a) Formação da pré-dentina (Aposição)
b) Mineralização da matriz de dentina (Calcificação) – os odontoblastos são os responsáveis pela formação da dentina. Primeiro há formação de uma matriz pré-colágena que posteriormente se calcifica por precipitação de sais de cálcio. A dentina é um tecido conjuntivo modificado, diferente do esmalte por ser um tecido vivo. É vivo porque contem células (os odontoblastos), parte das quais (corpos celulares) estão na polpa e parte na dentina (processos odontoblastícos). Os processos odontoblásticos são parte do protoplasma celular e, portanto, dão vida à dentina.
3 - FASE DE ERUPÇÃO – movimento do dentes à cavidade bucal
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4 - FASE DE ATRITO – desgaste do dente durante a sua função 5 – REABSORÇÃO – Remoção das raízes dos dentes decíduos por ação dos osteoclastos. FORMAÇÃO DAS RAIZES DENTARIAS: Depois que a formação de esmalte (e dentina) alcançam a futura união amelocementária, a parte cervical do órgão do esmalte forma uma estrutura que desempenha um papel importante no desenvolvimento da raiz. Essa estrutura é denominada de Bainha Epitelial de HERTWIG formada pela junção dos epitélios interno e externo do órgão do esmalte, sem o estrato intermediário e retículo estrelado. Na futura união amelocementária o epitélio interno e o externo se dobram a uma porção horizontal, estreitando a abertura cervical do germe dentário, formando a chamada Curva Cervical ou Diafragma Epitelial. O crescimento da raiz é precedido pelo crescimento em comprimento da bainha e da polpa dental. A camada epitelial induz a diferenciação das células do conjuntivo em odontoblástos, que por sua vez formarão a dentina da raiz. A curva cervical ou diafragma epitelial é formada pela junção dos epitélios interno e externo do órgão do esmalte na porção cervical. Nessa zona de transição entre os epitélios interno e externo, as células cuboides gradualmente aumentam em comprimento. Quando a coroa está formada, as células desta porção dão origem a bainha Epitelial de HERTWIG, a qual é responsável pela formação da raiz, ou melhor, essa bainha molda a forma das raízes e inicia a formação da dentina. A bainha Epitelial de HERTWIG induz a diferenciação das células do tecido conjuntivo adjacente em odontoblastos e provavelmente dos cementoblastos que por sua vez começam a formar a dentina e cemento radicular, respectivamente. Quando a primeira camada de dentina
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radicular for depositada, a bainha perde a sua continuidade e a sua íntima relação com a superfície do dente. Seus resíduos persistem como restos epiteliais de Malassez no ligamento periodontal. O desenvolvimento das raízes geralmente começam depois que a formação de esmalte e dentina atingem a futura junção cemento-esmalte, ou seja quando a coroa está completamente formada. Os dentes superiores geralmente começam sua formação mais cedo que os inferiores, embora os inferiores irrompam antes dos superiores. O tempo requerido para a formação completa da coroa de um dente depende do seu tamanho e da velocidade de formação do tecido.
Dente permanente: 3 a 6 anos. O primeiro molar permanente leva menor tempo devido a velocidade de formação ser bastante rápida. O canino por sua vez, leva o maior tempo por causa do comprimento da sua coroa.
Dente decíduo: 7 a 14 meses
O tempo requerido para se completar a raiz depende da velocidade de formação dentária e do comprimento da raiz.
Dente permanente: 5 a 7 anos
Dente decíduo: 1 ano e meio a 2 anos e meio
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ANOMALIAS DE DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO DE ACORDO COM AS FASES DO CICLO VITAL.
INICIAÇÃO E PROLIFERAÇÃO:
Menor nº de dentes – hipodontia (ausência de apenas um ou alguns poucos dentes), oligodontia ou anodontia parcial (agenesia de vários dentes e está geralmente associada a anormalidades sistêmicas), anodontia (ausência total de dentes).
Nº excessivo de dentes – supranumerários
Dentes decíduos prematuros: co-natais (presentes ao nascer) e neonatais (que aparecem durante os primeiros 30 dias).
Geminação, fusão e concrescência.
Odontoma
HISTODIFERENCIAÇÃO:
Amelogênese e dentinogênese imperfeitas
MORFODIFERENCIAÇÃO:
Incisivos conóides, molares em amora, incisivos de HUTCHINSON, dens in dente, evaginação dental, tubérculos dentais, raízes supranumerárias, micro e macrodontias e taurodontia.
APOSIÇÃO:
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Desenvolvimento deficiente – hipoplasias do esmalte e displasias dentinárias.
Desenvolvimento excessivo – pérolas de esmalte e hipercementose.
CALCIFICAÇÃO:
Desenvolvimento deficiente – amelogênese imperfeita (tipo hipocalcificado) e dentina interglobular ou hipocalcificação dentinária.
Desenvolvimento excessivo – esclerose dentinária ou dentina esclerótica.
ERUPÇÃO:
Anquilose, impactação, transposição, erupção retardada e erupção prematura.
ATRITO:
Desgaste anormal provocado pelo bruxismo.
REABSORÇÃO DAS RAÍZES DOS DENTES DECÍDUOS:
Dentes decíduos submersos.
ANOMALIAS DE DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO DE ACORDO COM A FORMA, NÚMERO, TAMANHO E ESTRUTURA.
ANOMALIAS DE FORMA:
Geminação, fusão, concrescência, taurodontia, dens in dente, evaginação, etc.
ANOMALIAS DE NÚMERO:
Anodontia e supranumerário
ANOMALIAS DE TAMANHO:
Micro e macrodontia.
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ANOMALIAS DE ESTRUTURA:
Amelogênese e dentinogênese imperfeitas.
ALGUNS CONCEITOS DIFERENCIAIS: Hipodontia – ausência de apenas um ou alguns poucos dentes. Oligodontia ou anodontia parcial – corresponde a agenesia de vários elementos dentários e está geralmente associada a anormalidades sistêmicas. Dilaceração - refere-se a uma curvatura anormal da raiz durante o seu desenvolvimento. Podendo ser resultante de traumatismo de dente decíduo. Geminação – consiste na divisão parcial do folículo dental, do qual resulta a formação de um dente com coroa incompleta separada e com uma única raiz. Mais comum na dentição decídua. Fusão – consiste na união embriológica de dois dentes. Pode ser completa ou incompleta, podendo resultar um dente gigante ou um dente com coroa bífida. Taurodontia – se caracteriza por um alongamento significativo da câmara pulpar com raízes curtas (anãs), resultantes da falta de invaginação horizontal da bainha epitelial de Hertwig no nível adequado. Trata-se de um defeito de estrutura radicular no qual a câmara pulpar apresenta um considerável aumento da dimensão em sentido oclusoapical. As raízes, de modo geral, exibem alterações na configuração externa. Os dentes mais envolvidos são os molares. ite-se que seja provocada pela falta de invaginação da bainha epitelial de HERTWIG no nível horizontal adequado. Dens in dente – é uma condição resultante da invaginação do epitélio interno do órgão do esmalte que produz a aparência de um dente dentro do outro. Mais freqüente em laterais superiores.
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Evaginação é uma cúspide extra na fóssula central ou sulco de um dente posterior, ou na região de cíngulo de um incisivo central ou lateral. Resulta da evaginação das células epiteliais internas do órgão do esmalte que são precursoras dos ameloblastos. Displasias dentinárias – envolvem a dentina peripulpar (camada pulpar obliterada) e a morfologia radicular (raiz curta). Hipoplasia – quantidade insuficiente de esmalte formado – é devido a áreas do órgão de esmalte que são desprovidas do epitélio interno do esmalte, causando uma falha de diferenciação celular em ameloblastos. Esmalte é fino ou inexistente. Hipomaturação – espessura de esmalte normal com baixo teor de radiodensidade e conteúdo mineral. Hipocalcificação – quantitativamente o esmalte é normal, mas qualitativamente a matriz é pobremente calcificada com uma superfície de esmalte friável. Hipomaturação e hipoplasia – esmalte manchado e irregular na superfície vestibular com característica de hipoplásico e hipomaturação e apresentam taurodontismo. Nódulos de BOHN – localizam-se preferencialmente nas porções vestibulares, palatinas ou linguais dos roletes gengivais. É mais freqüente no arco superior, tendo sua origem relacionada com a inclusão de tecido originário de glândulas mucosas. Pérolas de EPSTEIN – localizam-se ao longo da rafe palatina mediana e são remanescentes do epitélio do palato. Cistos da Lâmina Dentária – localizam-se na crista alveolar do rebordo gengival, sendo mais freqüente na região posterior dos arcos. Seu conteúdo é de remanescente da lâmina dentária primitiva.
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Obs. Nódulos de BOHN, as Pérolas de EPSTEIN e os Cistos da Lâmina Dentária são considerados remanescentes de estruturas embrionárias epiteliais, as quais na maioria das vezes desaparecem no primeiro mês de vida da criança.
TIPOS DE AMELOGÊNESE IMPERFEITA:
I - hipoplasia – estágio de histodiferenciação
II – hipomaturação – estágio de aposição
III – hipocalcificação – estágio de calcificação
IV – hipomaturação – hipoplasia com taurodontismo –defeito em ambos os estágios de histodiferenciação e aposição.
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OBS. POR FAVOR, PESQUISEM. A BIBLIOGRAFIA NÃO É SÓ DE ENFEITE